15 de jan. de 2016

Criação de Peixes Betta




peixe Betta, um dos mais encantadores do mundo, é dotado de extrema beleza, variedade de cores e formas. Dificilmente alguma pessoa não se encantaria com tamanha formosura. O peixe Betta, também conhecido como "peixe de briga", tem sua origem no continente asiático (Tailândia, Indonésia, Vietnã, China e outros).




Inacreditavelmente, os peixes Betta possuem como habitat natural as regiões alagadiças, com águas estagnadas e pobres em oxigênio, como brejos, pântanos e campos de plantação de arroz. Toda essa rusticidade, por sua vez, torna esses peixes adaptados a condições que seriam extremamente indesejáveis para outras espécies. São peixes territorialistas e muito violentos se colocados com outros machos da mesma espécie.

Atualmente, podemos encontrar várias linhagens comerciais em casas especializadas. Estas variedades são o resultado de uma longa seleção feita por criadores e, na maioria das vezes, visando a produção de peixes com características fenotípicas desejáveis, como belas nadadeiras e corpo colorido com reflexos metálicos e iridescentes. 

Betta splendens é  a espécie mais comum dentro do gênero Betta. As linhagens são diferenciadas pela coloração, podendo ser vermelhas, amarelas, pretas e em três tonalidades de azul: metálico, royal e esverdeado, e pelo formato das nadadeiras, que podem ser de cauda redonda, cauda-de-véu, cauda-dupla, cauda super delta, crowntail e halfmoon. No entanto, os peixes Betta não são adquiridos apenas como um instrumento ornamental para os mais diversos ambientes. Atualmente, aqui mesmo no Brasil, os peixes Betta vêm sendo utilizados como controle biológico de mosquitos, como os das espécies Aedes aegypti, no Ceará, e o da Culex quinquefasciatus em Pernambuco.

A criação de Bettas é uma atividade simples, podendo ser realizada em pequenos lugares com um baixo custo e com uma boa lucratividade. O emprego de novas tecnologias nas áreas de reprodução, genética e nutrição associado à sua rusticidade e alta prolificidade fazem com que o número de criadores aumente a cada ano. Neste sentido, a criação de Bettas deve ser encarada de maneira profissional, visando sempre a obtenção de melhores índices zootécnicos e maiores rentabilidades.



Alimentação 

O Betta é um peixe carnívoro. Aceita desde alimentos vivos, como artêmias, dáfnias, larvas de mosquito, enquitreia e larvas de drosófila, até alimentos in natura ou processados, como carne ou coração raspado, camarão, patês e outros alimentos. Atualmente, utilizam-se diversos tipos e formas de alimentos na criação de peixes ornamentais, que podem ser em conserva, congelados, em forma de ração balanceada dentre outros, mas o alimento vivo vem sempre mostrando maior eficácia. Qualquer sobra de comida deve ser evitada, pois ela apodrece na água, favorecendo, assim, uma queda de imunidade dos peixes e deixando-os susceptíveis à infecção por patógenos oportunistas. Por possuírem a boca voltada para cima, percebe-se que esses peixes tendem a se alimentar com maior facilidade na superfície da água, sendo que os alimentos que flutuam têm uma boa aceitabilidade por eles. Nos primeiros dias de vida, a alimentação deve ser feita várias vezes ao dia e com o cardápio variado. Infusórios, artêmias recém eclodidas, microvermes e gema de ovo são os principais alimentos nessa fase. Muito cuidado com a ração comercial. Ela não poderá, de forma alguma, ser a única alimentação a ser fornecida. Os alimentos citados anteriormente, como os in natura e os alimentos vivos, estimulam o apetite dos peixes, fazendo com que eles cresçam rapidamente e bem saudáveis. Em qualquer fase da criação, a alimentação variada e de boa qualidade é de fundamental importância para o bom desenvolvimento dos Bettas, porém deve-se ter o cuidado com a superalimentação. 

Reprodução 

Uma característica interessante dessa espécie é a sua precocidade sexual. Exemplares de três meses, se bem alimentados, ou seja, três vezes ao dia, estão aptos à reprodução. Após três meses e meio de vida, as fêmeas estão aptas à reprodução, apresentando melhor desempenho reprodutivo daquelas que foram as alimentadas duas vezes ao dia. O tamanho do aquário geralmente varia de 10 a 30 litros. Para facilitar o manejo e a manutenção, os menores são mais recomendados. O fundo e a parede de trás pintados de preto tem o objetivo de evitar o estresse durante a reprodução e facilitar a coleta dos ovos quando eles caem no fundo. Para seguir uma determinada linhagem, deve-se procurar um casal parecido (nas características de cores, caudas, formato do corpo, agressividade), mas se a intenção é ousar ou reproduzir somente de forma doméstica, pode-se escolher aleatoriamente. Ambos devem ser ativos, agressivos, apresentarem cores vivas e responderem prontamente quando lhes são oferecidos alimentos. 

Doenças causadas por fungos

Sob condições ambientais favoráveis, os peixes são resistentes à maioria dos patógenos, porém, quando submetidos a condições estressantes, essa resistência é quebrada. Após sofrer algum estresse, o sistema imune do peixe fica suprimido, levando a uma queda de resistência, o que favorece a proliferação de patógenos oportunistas, como bactérias, fungos, protozoários e vírus, resultando em doenças e mortalidade. Os primeiros sinais de doenças são geralmente inespecíficos. A falta de apetite, a perda de coloração e o encolhimento das nadadeiras estão presentes em praticamente todas as enfermidades que acometem o peixe Betta. Algumas doenças são mais frequentes, ocorrendo mais na época de inverno, quando a temperatura da água dos aquários chega a ser inferior a 15ºC. 


- Ictio (Ichthyophthirius multifiliis) - Trata-se de um protozoário ciliado histófago que se alimenta de células epiteliais e de glóbulos vermelhos. Normalmente, parasitam a pele, as nadadeiras e brânquias, porém, eventualmente, está presente na córnea, na boca e no epitélio do esôfago. É considerado como um dos mais frequentes e patogênicos para os peixes, determinando altas taxas de mortalidade. Os peixes contaminados apresentam perda de apetite e ficam inquietos, raspando seu corpo no fundo e no vidro do aquário. Suas nadadeiras ficam encolhidas, e pequenos pontos brancos são observados nas nadadeiras e na pele. Essa doença é conhecida popularmente como doença dos pontos brancos. 

- Oodinium (Oodinium ocelatum) - é um protozoário, flagelado, com ciclo semelhante ao do íctio, podendo se encistar no substrato. Possui um caráter explosivo nos aquários, acometendo geralmente todos os peixes e levando a uma obstrução das brânquias e danos nas nadadeiras. Os peixes contaminados apresentam perda de apetite, dificuldades respiratórias, nadadeiras fechadas raspando no vidro do aquário e fundo. Os peixes ficam recobertos por uma fina malha de minúsculos pontos brancos, como se estivessem encobertos em talco, dando a impressão de um veludo. Popularmente é conhecida como doença do veludo. É uma das doenças mais devastadoras dos alevinos de Betta, devendo o criador ficar atento aos primeiros sintomas para iniciar, o mais rápido possível, os tratamentos necessários.

- Saprolegniose (Saprolegnia sp) - é identificada por seu crescimento micelial branco ou cinza claro com aspecto semelhante a algodão. Pode estar presente nos ovos, brânquias, boca e no tecido epitelial dos peixes, geralmente após alguma lesão anterior. Popularmente é chamada de doença do chumaço de algodão, pois as hifas desses fungos crescem de tal maneira para fora do corpo do peixe que parecem amontoados de algodão. Na criação de Bettas, a incidência dessa doença é relativamente alta, principalmente no período de reprodução. Algumas fêmeas que, durante o acasalamento sofreram algum tipo de lesão causada pelo macho podem desenvolver a saprolegniose. Seus ovos também podem ser acometidos; como prevenção, alguns criadores utilizam antifúngicos na água de reprodução.

Doenças bacterianas 

Alguns sintomas, como exoftalmia, hidrópsia, nadadeiras necrosadas, lesões ulcerativas e hemorrágicas nos peixes, sugerem que este foi acometido por uma bacteriose.

- Exoftalmia ( Pop-eye ) -  A exoftalmia ocorre geralmente em peixes que habitam águas com baixa qualidade e sem controle de temperatura. Pode ser decorrente de algum trauma, podendo estar associado a outros sinais clínicos, como a hidrópsia. Os olhos apresentam-se inchados e com o aspecto fosco. É considerada uma afecção de fácil tratamento, e esse ocorre por meio de trocas parciais da água e utilização de antibióticos como a tetraciclina. Quando diagnosticado tardiamente, o peixe pode perder o olho afetado.

- Hidropsia -
 A hidropsia ocorre quando há retenção de líquidos na cavidade celomática, músculos e pele dos peixes, podendo levar à paralisia dos órgãos afetados. O peixe não consegue eliminar água de seu organismo e fica com o ventre abaulado e com as escamas eriçadas. É uma das enfermidades mais temidas pelos aquaristas por ser de difícil tratamento.

- Necrose das nadadeiras - A necrose das nadadeiras ocorre na sua maioria em peixes jovens submetidos a situações estressantes, como variações de temperatura, excesso de amônia e matéria orgânica na água. As nadadeiras ficam esbranquiçadas e se desfazem. Quando diagnosticada e tratada precocemente com antibióticos, seu prognóstico é bom, podendo ocorrer reconstituição das nadadeiras afetadas.

- Constipação - A constipação intestinal não é provocada por nenhum tipo de parasita, fungo ou bactéria, é o resultado de uma alimentação de má qualidade, em especial quando se utilizam rações peletizadas com baixos níveis de proteína e de consistência muito dura. O uso rotineiro desse tipo de ração faz com que haja um acúmulo no trato digestivo do animal, impedindo sua defecação. Após aproximadamente meses de utilização desse alimento, a cavidade celomática do peixe fica abaulada, ocorrendo a morte em poucos dias. Rações de boa qualidade nutricional e variações na alimentação diária (utilização de alimentos vivos frescos) podem evitar que essa afecção se instale.

Peixes Betta - variedades de acordo com o tipo, a abertura e o tamanho de cauda

Os peixes Betta são conhecidos mundialmente devido à sua exuberância e beleza. Sem modéstia, eles são capazes de encantar adultos e crianças, além de serem presenças agradáveis nos mais diversos ambientes, exibindo-se por meio de diferentes cores, tamanhos e aberturas de suas caudas. Entre os entusiastas de aquariofilia, então, não há outro peixe que ocupe tamanha posição de destaque.

Os Bettas, em sua forma original, apresentam uma coloração discreta (cor acastanhada) que se confunde com o meio ambiente e com alguns tons de vermelho e azul nas barbatanas. São menores e menos agressivos que as formas domésticas. No entanto, a criação em cativeiro e os cruzamentos entre as espécies possibilitou o surgimento de Bettas das mais diferentes formas e cores cada vez mais vivas e, também, misturadas.

Uma curiosidade muito interessante sobre os peixes Betta é que possuem a particularidade de respirar o ar atmosférico, graças a órgãos chamados de labirintos, que fazem com que o ar passe bem próximo da corrente sanguínea proporcionando a troca de oxigênio com o sangue por meio de difusão. Por este motivo, os Bettas podem viver em águas pobres em oxigênio, mas não poluídas.

Devido às incríveis variedades e mutações, muita gente se confunde e muitas vezes nem sabe o que significam os milhares de nomes dados aos Bettas (Betta Splendens), com caudas e cores dos mais variados tipos e formatos.

Característica comum a todos os Bettas é que eles possuem 4 nadadeiras: a nadadeira Dorsal (que fica em cima do dorso do animal), a nadadeira Anal (localizada na parte de baixo do dorso do animal), a "barriga", a nadadeira Ventral ou Pélvica (localizada muito próxima da cabeça do animal) e, finalmente, a nadadeira caudal. É por causa da nadadeira caudal que geralmente os "tipos" de Bettas são classificados.


Variedades de Peixes Betta

Veil Tail (cauda de véu) - Este é a variedade mais comum e mais popular dos Bettas. O betta veil tail apresenta cauda e nadadeiras dorsais longas, que se inclinam para baixo. Esta cauda é caracterizada por serem, em geral, bastante longas e finas. Quando quer fazer uma demonstração de força aos seus adversários ou de vigor para as fêmeas, a cauda tem abertura maior na parte mais perto da base, do tronco, do que na extremidade, deixando-a muito parecida a forma de um véu.

Delta - Com características parecidas com os Halfmoon, os bettas delta têm a abertura de suas caudas entre os 30º aos 100º, quando fazem alguma demonstração de força. A cauda dos Deltas é caracterizada por ter um tamanho bastante razoável e por ter abertura em forma de leque. Existem alguns exemplares de deltas que possuem caudas que também fazem lembrar um véu.

Betta veil tail e Betta delta




Super Delta - É considerado um "quase-Halfmoon" por possuírem abertura de cauda bem próxima de 180º. A abertura dos bettas super delta pode variar entre um ângulo mínimo de 100º até o máximo de 179º. Muitas das vezes, quando bem desenvolvidos é bastante difícil de os diferenciar dos Halfmoons.

Halfmoon (cauda meia lua) - Os bettas halfmoon, cauda meia lua, ou simplesmente bettas HM são assim chamados devido a  sua abertura da cauda que, ao se fazer notar, é igual a 180º. São considerados como o máximo em beleza e harmonia, tanto pelas longas caudas e barbatanas como pela sua amplitude de abertura da cauda, demonstrando toda a sua força, tamanho, beleza e estado de perfeita saúde. Também  é possível encontrar grande diversidade de cores nas caudas, que na maioria dos casos resulta da combinação de machos de cores sólidas com fêmeas de cores variadas. Por meio destes cruzamentos surgem cores como o de mármore, butterflies e cores exóticas.  Os peixes Halfmoon considerados em concursos como exemplares perfeitos e merecedores de prêmios são aqueles que, no contexto total, as barbatanas dorsal e ventral têm o tamanho igual ao tamanho da cauda, formando, no conjunto, uma lua quase cheia. Quando cruzados dois exemplares desta espécie, todos eles vão possuir o gene Halfmoon, mas só uma parte dos rebentos que atingem a maturidade é que ficarão com a cauda que lhes dá o nome.

Betta super delta e Betta halfmoon


Over Halfmoon - Os bettas over halfmoon ou simplesmente bettas OHM, são aqueles que têm a abertura de cauda maior do que 180°. Além disso, os over halfmoons possuem tanto a cauda como as nadadeiras bem maiores e exuberantes do que os outros tipos de Bettas.

Rose tail - Existem vários graus de rose tails, que vão desde a forma moderada até formas extremas. A principal característica do betta rose tail é o excesso de ramificações em todas as três nadadeiras. A ramificação excessiva dá uma aparência semelhante a pétalas de uma rosa, o que explica a escolha do nome. Outras características encontradas em Rosetails, especialmente com as formas mais extremas, são: ventrais menores; uma menor dorsal; corpos coloridos mas claros. Em comparação com os peixes normais, de uma mesma desova, os rose tails apresentam mau desenvolvimento das escamas e crescimento mais lento (deficiência no desenvolvimento). A extensa ramificação também muitas vezes influencia a capacidade de nadar dos rose tails. Na maioria das vezes, as características do betta rose tail podem ser vistas muito cedo nos jovens em desenvolvimento. Especialmente as formas extremas que em muito pouco tempo de vida já mostram nadadeiras fantásticas em comparação com seus irmãos normais. No começo isso pode dar uma grande excitação, especialmente aos criadores que não estão familiarizados com esse fenômeno, mas, geralmente, essa excitação se transforma em rápido desapontamento, depois de ver que o crescimento destes peixes é bastante lento.

Betta over halfmoon e Betta rose tail


Feather tail (cauda em formato de pena) - Os bettas feather tails, em casos não muito comuns, possuem um tipo de cauda com reentrâncias largas e bem marcadas. Estas reentrâncias lembram, e muito, as penas de aves. Quando essas reentrâncias são suaves e bem marcadas, o que acontece na maioria dos casos, trazem uma harmonia exótica ao Betta e, particularmente, é o tipo de borda mais aceito e procurado pelos apaixonados pela espécie.

Plakat - Os Plakats apresentam uma cauda curta, com a nadadeira ventral comprida. Muitas vezes são confundidos com Bettas fêmeas por terem essa característica de cauda curta, mas com o tempo, fica fácil de identificá-los.

Betta feather tail e Betta plakat


Crowntail (cauda de coroa) - O betta crowntail é muito conhecido no Brasil como Betta "Pente", por apresentar um formato admirado por muitos, pois os raios da sua cauda e nadadeiras se estendem tomando a forma dos dentes de um pente. Esse tipo de cauda passa a impressão de que ela foi desfiada ou até destruída, por algum outro peixe, em uma briga. O Betta com a cauda de coroa é facilmente reconhecido e diferenciado dos outros, já que é caracterizado por ter em todas a barbatanas (ventrais, dorsal e peitoral) e cauda, prolongamentos dos filamentos espinhosos. Estes podem ser de vários tipos, como os raios duplos, triplos, múltiplos, desordenados, cruzados o Kingcrowntail, curtos e longos.

Double tail (cauda dupla) - Como o nome já diz, os bettas doubletails têm uma cauda dupla, dividida geralmente no seu meio, o que dá a impressão que o peixe possui duas caudas. Regra geral, a sua divisão é homogênea, existindo tanto curtas como longas. Há alguns casos com caudas de lados diferentes tanto no tamanho e no comprimento, como na largura, sendo estes também considerados de dupla cauda.

Betta crowntail e Betta double tail



COMO CRIAR


Parte 1 de 5: Escolher os Betas


1

Aprenda o máximo que puder. Ao tentar procriar qualquer animal, é muito importante conhecer o máximo possível sobre a espécie. Pesquise sobre como cuidar e procriar peixes beta, há muitos web sites e livros que podem te ajudar. Uma fêmea pode liberar mais de 600 ovos, o que significa que você pode acabar cuidando de mais 500 peixes beta! Você precisa saber de antemão o que você espera e o que você quer dessa experiência.
  • Você está interessado em genética, criar para mostras ou ser fornecedor de um pet shop local?
  • Ou você simplesmente está fascinado com betas e quer levar seu hobbie para um nível mais avançado?
  • Ter criações para mostras ou como fornecedor é um grande projeto e requer um alto investimento de tempo, espaço e dinheiro. Tenha consciência que devido à elevada demanda de recursos no começo, é muito difícil ter algum lucro imediato.
2
Instale seus aquários permanentes. Quando você estiver pronto para começar a criação, prepare-se primeiro para levar seu primeiro par de peixes para casa. Instale dois aquários para betas e faça um ciclo de água de água em ambos antes de levar qualquer peixe para casa.

3
Obtenha o par de betas. Os betas procriam melhor quando ainda são jovens, então para garantir mais sucesso encontre um criador experiente, tanto na internet quando em sua região, e compre seu par com ele (e além disso, esta pessoa pode ser uma ótima fonte de informação e dicas para você). Assegure-se que o macho e a fêmea são mais ou menos do mesmo tamanho, e leve em consideração comprar dois pares, no caso de algum deles não dar certo.
  • A maioria dos betas vendidos em pet shops já são muito velhos para a procriação, além do histórico genético deles ser desconhecido,mas eles podem ser uma maneira barata e rápida de iniciar sua criação.
  • Se você escolher procriar com betas de pet shops, tenha consciência que algumas pessoas não vão querer comprar de sua prole, já que a genética deles ser desconhecida e vocês não poderão saber se os peixes podem ter alguma doença ao crescerem.
Parte 2 de 5: Desenvolvendo Condições para a Criação

1
Deixe os peixes se acostumarem. É melhor manter seus betas por alguns meses antes de começar a procriar para que eles se acostumem ao ambiente. Mas mantenha em mente que os machos procriam melhor sempre antes que completem 14 meses de idade. Planeje procriá-los numa época que você tiver um longo e constante tempo livre.
  • Quando você apresentar o macho e a fêmea, você vai precisar dedicá-lo pelo menos algumas horas por dias por mais de dois meses para cuidar eles e de suas crias. Garanta que você não tem nenhuma viagem planejada de férias ou negócios, nem nenhum grande evento na época.
2
Instale seu aquário de criação. Ele deve ser de 10 a 20 litros, ter uma divisória removível, alguns lugares para os peixes se esconderem, um filtro ajustável (como um filtro de esponja com uma válvula) e um aquecedor ajustado a 27°C. Nunca coloque cascalho ou substancias como areia a este aquário, pois os ovos podem se perder quando caírem no fundo. Somente encha o aquário com mais ou menos 13cm e coloque em algum lugar calmo e sem muito movimento, que não contenha outros peixes, cores brilhantes e atividade humana.
3
Comece a alimentá-los com comida viva quando estiver pronto para a procriação. Artêmias vivas e pequenos vermes são a melhor opção, mas alguns insetos como baratas, grilos, dentre outros (moídos) também servem. É uma boa idéia também você criá-los também por conta própria ou comprá-los em uma loja especializada para evitar contaminações. Se não houver comida viva disponível, você também pode usar artêmias ou insetos congelados.

4
Comece a criar comida para alimentar sua prole. Os filhotes de beta são muito pequenos e só comem comida viva, então você vai precisar ter em casa um estoque de comida viva muito muito pequena pra alimentá-los quando nascerem. Comece antes para garantir que você vai ter o suficiente quando eles nascerem. Os microvermes são provavelmente a melhor opção, mas alguns criadores preferem infusorias ou as engrias de vinagre. Você também pode usar crias de artêmias, mas com moderação e variando com outros tipos de refeição, pois em excesso pode causar danos à bexiga natatória.

Apresente o “casal”. Quando os cultivos de comida viva estiverem fortes e tanto o macho quando a fêmea já estiverem se alimentando dela por uma ou duas semanas, é hora de apresentá-los. Posicione-os de uma maneira que eles possam se ver claramente,mas que estejam separados. Você também pode colocar os aquários um ao lado do outro ou deixá-los no mesmo aquário e colocar a divisória entre eles. É melhor deixar que eles se vejam antes de serem colocados juntos para evitar feridas graves.
  • Alguns criadores colocam o macho no aquário e em seguida, num saco plástico ou recipiente, colocam a fêmea. Usando esse método, a fêmea deve ser deixada lá somente algumas horas por dia, já que ela estará contida num recipiente muito pequeno. Deixe que eles se vejam por alguns dias.
  • Feito isto, alguns criadores os separam novamente por alguns dias, para que se vejam de novo mais um pouco antes de avançar para o próximo passo.
6
Observe o comportamento deles. Tente perceber se eles estão interessados uns nos outros. O macho vai nadar ao redor, mostrando suas nadadeiras, e se mostrando em geral. A fêmea vai mostrar as barras verticais de seu corpo e abaixar sua cabeça como forma de submissão. Alguns comportamentos agressivos são normais, mas se ficarem muito freqüentes e eles tentarem se atacar pela divisória não os coloque juntos. Neste caso, a melhor coisa é separá-los e tentar novamente alguns dias depois ou tentar formar um casal diferente de betas.

Parte 3 de 5: Reproduzindo seus Betas

1
Retire a divisória. Quando seu macho estiver pronto para se reproduzir, ele fará um grande ninho de bolhas, e quando isso acontecer desligue o filtro do aquário e solte a fêmea, assegurando-se de vigiá-los. A principio o macho pode intimidar um pouco a fêmea, mordendo suas nadadeiras ou perseguindo-a, mas isto é normal desde que não seja nada grave e que coloque a vida deles em risco. Por conta disso, mantenha no aquário alguns lugares onde seja possível que a fêmea se esconda do macho as vezes. O cortejo pode durar muitas horas ou até mesmo dias.

2
Deixe a natureza tomar seu curso. O macho finalmente vi conseguir levar a fêmea para seu ninho de bolhas e eles vão cruzar, e este processo pode acontecer algumas vezes até que eles tenham seus ovinhos. Depois disso, a fêmea entrará num estado de transe enquanto os ovos brancos caem através de seu ovipositor (um tubinho branco entre as nadadeiras pélvicas). O macho vai nadar ao redor e colocar os ovos um por um no ninho. Algumas fêmeas, depois de recuperadas vão ajudar também, mas outras a invés disso comerão os ovinhos, então vigie-a muito bem e a retire do aquário caso isto aconteça. Eles podem reproduzir mais vezes, mas normalmente a fêmea vai parar de produzir ovos.

3
Remova a fêmea do aquário. Quando ela terminar de botar os ovos, o macho voltara a molestá-la e ela tentará se esconder. Retire-a com cuidado e coloque-a no aquário individual, tratando sua água com Maroxi para ajudar a curar as feridas do acasalamento. Também é uma boa idéia tratar a água do tanque com Maroxi como prevenção contra fungos que podem matar os ovos.

4
Deixe o macho no tanque até que os alevinos estejam nadando por conta própria (cerca de três dias depois que saiam dos ovos). Alguns criadores não alimentam o macho durante esse período, pois isto supostamente deve reduzir os riscos que o macho confunda os ovos com a comida. Outros, vão alimentá-lo a cada dois dias, e se você optar por isto não estranhe se ele não comer de imediato e persista em alimentá-lo, retirando o excesso com uma rede e mantendo o filtro desligado para evitar qualquer dado aos ovos, além de deixar a luz do aquário acesa noite e dia.

Parte 4 de 5: cuidando dos Alevinos(filhotes)

1
Espere que os filhotes saiam do ovo. Quando nascem, eles geralmente caem do ninho e o macho os coloca novamente no lugar. Depois de alguns dias, eles começam a nadar horizontalmente e se arriscar a ir mais longe do ninho, mas antes que isso aconteça eles geralmente se alimentam dos restos das cascas dos ovos, e não podem se alimentar por conta própria.

2
Tire o macho do tanque, sendo muito cuidado-se para não recolher junto com ele nenhum filhote. Neste momento ele pode voltar à sua rotina e alimentação normal, e se ele estiver com algumas feridas, adicione Maroxil à água dele também.

3
Alimente os filhotes assim que retirar o macho do tanque. Dê a comida viva duas vezes por dia e observe o quanto eles comem, mas se sobrar muitos no tanque até o horário da próxima refeição você não precisa adicionar mais. Se você ver que a os microvermes estão mortos no tanque, retire-os imediatamente e coloque uma menor quantidade da próxima vez. Os alevinos precisam ser alimentados com comidas vivas muito pequenos, como:
  • Infusoria: é suficiente na primeira semana de vida.
  • Microvermes: você vai ter que comprar um cultivo inicial, mas depois disso não precisará comprar nunca mais. Serve par peixes com idades de 3 a 40 dias.
  • Crias de artêmia: são muito fáceis de criar e controlar, mas não podem ser dados em excesso aos filhotes, pois pode causar danos à bexiga natatória.
4
Dê aos filhotes tempo para que cresçam. Mantenha a temperatura do aquário em mais ou menos 27°C e cubra o tanque para prevenir que a água se evapore e/ou caiam sujeiras. Continue alimentando-os com cada vez mais comida, e se eles ficarem grandes o suficiente para encher o tanque, você terá que transferi-los para um tanque maior. Além disso, você deve estar consciente que nem todos os filhotes vão sobreviver às primeiras semanas, mas se você notas que muitos eles estão morrendo, provavelmente há algo errado. Cheque a temperatura, níveis químicos e considere a possibilidade de alguma infecção.
  • Quando a prole estiver com uma semana de vida ligue o filtro de volta, mas restrinja o fluxo com uma válvula de controle que sirva como barreira para a entrada dos filhotes.
  • Quando a prole tiver duas semanas de vida comece a realizar pequenas trocas de água (10%) alguns dias para manter o aquário limpo e livre de comida estragada, mas use um sifão suave ou uma rede pequena para não machucar aos filhotes e adicione a água com cuidado e lentamente. Já pode começar a apagar a luz a noite.
  • Nas próximas semanas, gradualmente eleve o fluxo do filtro à freqüência normal, sempre conferindo se os filhotes estão nadando com força suficiente contra a corrente.
5
Mude os filhotes para tanques de criação. Quando a prole estiver com duas semanas você deve colocá-los em um tanque de pelo menos 75 litros, mantendo a mesma temperatura a que eles estavam acostumados. Os filhotes são delicados, um descuido pode resultar em sua morte. Se você tiver um tanque ou aquário entre 20 e 40 litros, poderá enxê-lo e colocar os filhotes quando eles estiverem com 4 ou 5 semanas.

Parte 5 de 5: Preparando os Filhotes para a Idade Adulta

1
Pare de alimentar os filhotes com comida viva. Quando os filhotes estiverem com cerca de um mês de idade você pode gradualmente começar a mudar a comida viva por congelados e desidratados, e depois por flocos ou grânulos. Verifique se o alimento será esmagado o suficiente para as bocas pequenas dos filhotes. Ofereça pequenas quantidades, e tire-os da comida viva lentamente. Sempre remova restos de comida.

2
Homens independentes. Quando os filhotes macho começam a lutar (entre 5-8 semanas de idade), é hora de retirá-los do tanque. Coloque-os em aquários individuais próximos um do outro, pois eles podem ficar deprimidos se forem isolados de repente.
  • Machos que não são agresivos podem ser deixados em aquários com as fêmeas.
  • Alguns machos se recusam a comer no primeiro ou segundo, mas tente alimentá-los e estimular seu apetite.
  • Continue separando todos os peixes machos que se mostram agressivos. Nos dias e semanas seguintes você pode começar a isolá-los com divisórias opacas nos aquários, já que eles enfrentam uns aos outros e tentam atacar os peixes de aquários mais próximos.
3
Decida o futuro de sua prole. Se você tem a intenção de vender, começar a entrar em contato com potenciais compradores é essencial. Os filhotes vão começar a exibir seus traços adultos por volta de 10-11 semanas de idade, e você pode começar a selecionar os melhores peixes para reproduções futuras ou tirar fotos para enviar para possíveis compradores. Se você está tentando criar uma linha genética, você deverá escolher os melhores peixes de cada desova para continuar a procriação, e vender ou doar os outros, ou você vai rapidamente ter mais betas do que você é capaz de sustentar.

4
Diferencie os gêneros dos betas jovens. Isso leva tempo e experiência. As vezes, até mesmo criadores experientes acabam colocando dois machos juntos.
  • Os machos têm barbatanas mais longas, no entanto os jovens têm barbatanas curtas.
  • Machos se deslumbram um para o outro, as fêmeas geralmente não, mas ainda assim elas podem ser tão agressivas quanto os machos.
  • As fêmeas têm um ovopositor, que é o lugar onde os ovos são liberados durante a desova e está localizado na barriga da fêmea.
  • Machos fazem ninhos de bolhas de ar, se você ver um beta fazendo um ninho, é um macho.






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