29 de ago. de 2017

Reprodução de Galinhas Caipiras



O sucesso reprodutivo de galinhas caipiras está diretamente relacionado com o estado nutricional e sanitário do plantel. Outros fatores como idade, porte, adaptação ao ambiente e relação macho:fêmea também influenciam bastante nos resultados.
As aves reprodutoras devem ser capazes de realizar bem as funções produção de ovos, cobertura e fertilização. Para isto, necessitam ser saudáveis e receberem uma boa alimentação. O reprodutor bem alimentado será capaz de cobrir com naturalidade um grupo de doze matrizes sem que isso venha causar qualquer desgaste físico. Para que consiga realizar tal missão, terá que receber dieta balanceada e em quantidade suficiente, porém não excessiva, para que não se torne obeso e mantenha sua disposição física para realizar os saltos diários.
Para a matriz, além do desgaste físico com a postura, tem-se o gasto de energia com a incubação por meio de transferência de calor para os ovos. Com isso, torna-se imprescindível o aumento da densidade calórica da ração logo que se encerre o período de incubação. Tem também elevada importância a reposição protéica e a mineral, principalmente de cálcio e fósforo, que são usados na formação de casca do ovo.
Ressalte-se que mesmo com a relação macho:fêmea de 1:12, a fertilidade dos ovos pode ser comprometida se houver mais de um reprodutor num único ambiente e eles passem a disputar as fêmeas. Pode ocorrer o domínio de um reprodutor sobre outros ou que algumas fêmeas não aceitem determinados machos devido às circunstâncias de porte e/ou comportamento.
Se o criador optar por mais de um reprodutor por lote, recomenda-se que esses devem ser da mesma idade e porte, e que, preferencialmente, tenham a mesma procedência ou passado algum tempo juntos antes de ser iniciada a vida reprodutiva.
Caso em que os machos apresentam pesos exagerados com relação às fêmeas resultam em traumas físicos, da mesma forma que machos bem inferiores em termos de tamanho não conseguem uma cópula perfeita.
Aves que apresentem obesidade não são recomendadas para a reprodução. Machos diminuem a libido e sentem dificuldade de copular, enquanto as fêmeas perdem exageradamente as reservas corporais no momento de postura e principalmente quando estão submetidas à incubação. Com a obesidade, diminuem o tamanho e o número de ovos. A obesidade das fêmeas é percebida pela apalpação da região abdominal da ave, principalmente próximo à cloaca.
Deverão ser imediatamente descartadas as aves que apresentarem defeitos físicos, sinais de vícios ou taras e problemas sanitários, principalmente se esses forem capazes de infestar o plantel.
As aves ativas, com bom escore corporal e idade entre 6 e 24 meses e que não estejam comprometendo o plantel em termos de consangüinidade ou em processo de seleção indesejável e improdutivo, devem ser mantidas.
O ciclo reprodutivo é continuo nos machos, enquanto que nas fêmeas apresenta quatro etapas bem distintas:
.Pré-postura: a primeira pré-postura ocorre em aves com cerca de 22 semanas de vida. Em fêmeas reprodutivas, é a fase posterior ao choco e tem duração aproximada de 8 dias.
.Postura: essa etapa tem um período médio de 15 dias. Uma fêmea com boas condições nutricionais, sanitárias e de conforto apresenta postura de 10 a 15 ovos.
.Choco: nessa etapa ocorre a suspensão da postura e dura em torno de 21 dias. A ave apresenta comportamento mais agressivo, penas eriçadas, canto diferente e permanece mais tempo deitada no ninho ou em algum canto da instalação.
.Pós-choco: ocorre geralmente após o processo de eclosão e nascimento dos pintos ou quando o choco é interrompido. Na criação extensiva, é a época em que a fêmea passa conduzindo o grupo de pintos recém-nascidos, ou pode ser interrompida e durar apenas 3 dias.
Dependendo da forma de incubação, a etapa de choco pode ser evitada, o que resulta em maior número de ciclos reprodutivos anuais (Tabela 1).

Tabela 1. Ciclo reprodutivo da galinha caipira de acordo com as fases reprodutivas.
FaseForma de incubação
NaturalArtificial
Pré-postura (dias)88
Postura(dias)1515
Choco (dias)210
Pós-choco(dias)33
Total (dias)4726
Nº de ciclos anuais713
Fonte: Embrapa Meio-Norte
Aumentando o número de ciclos, o volume de postura e o número de crias nascidas serão também aumentados. O criador que optar pelo SACAC Familiar poderá utilizar as duas formas de incubação, natural e artificial, dependendo da finalidade e planejamento da sua criação.
O processo de incubação é iniciado no momento da coleta dos ovos. Ao serem coletados diariamente, os ovos devem passar por uma limpeza rápida, de preferência usando-se um pano úmido, para remover toda matéria orgânica incrustada na casca (BARBOSA et al., 2004). Em seguida se marca com lápis grafite na casca a data de postura (dia/mês). Esse procedimento servirá para que o criador decida pela venda, consumo ou incubação do ovo no momento adequado (Fig. 1).


Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.1. Identificação do ovo por meio de grafite.


A coleta diária ou por mais de uma vez ao dia evita que se inicie o processo indesejável e precipitado de incubação, tendo em vista que o aquecimento do ovo ocorre quando outras matrizes estão sobre os mesmos em momento de postura. O desenvolvimento embrionário, uma vez iniciado, não poderá ser mais interrompido sob pena da perda do ovo.
O tamanho, o formato e as condições externas da casca servem de base para a decisão do criador sobre o destino do ovo. Tamanho exageradamente grande ou muito reduzido, formatos estranhos e rasuras na casca indicam que o ovo deve ser consumido ou vendido imediatamente. Um procedimento usual é a ovoscopia, que permite a observação mais detalhado da casca do ovo, presença de câmara de ar e de algum processo de desenvolvimento embrionário antecipado (Fig. 2 e 3).
O lote de ovos destinado à incubação deverá ser acondicionado em local arejado por no máximo 7 dias ou em ambiente refrigerado em temperatura em torno de 10 ºC por um período não superior a 30 dias, desde que sejam virados pelo menos uma vez por dia (Fig. 4).


Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.2. Diversidade dos ovos em tamanho e formato.

Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.3. Pré-seleção do ovo no momento da coleta. 

Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.4. Ovos acondicionados na geladeira.


A viragem dos ovos deve ser lenta, bastando apenas que a marcação com grafite (aquela que identifica a data da postura ou o lote) seja alternada com relação à parte superior da bandeja, para evitar que a gema cole na casca do ovo, pois, se isso acontecer, o ovo não se prestará para a incubação.
Na incubação natural, o cuidado mais importante é com a escolha da matriz, que deve apresentar habilidade materna e ausência de vícios ou taras. Além dessas qualidades, o tamanho da matriz, por sua relação com a capacidade de abrigar um maior número de ovos, o conforto, segurança, arejamento e condições higiênicas do ninho são também responsáveis pela alta taxa de eclosibilidade (Fig. 5 e 6).


Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.5. Matrizes bem adaptadas ao processo de incubação natural.




Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.6. Pintos nascendo no ninho após o processo de incubação natural.


A quantidade de 12 a 15 ovos por matriz é a mais utilizada, para isso tem-se que levar em consideração tanto o tamanho das matrizes como o dos ovos. É importante observar que no modelo do SACAC Familiar existe, na área de reprodução, a zona de incubação. Tal separação tem o objetivo de evitar que outras matrizes em situação de postura misturem seus ovos com os que já se encontram em estágio de incubação. Esse fato provocará perdas indesejáveis, já que haverá eclosão dos ovos em estágio mais avançado de incubação e o conseqüente abandono do ninho pela matriz, interrompendo o processo nos ovos que continuarem no ninho.
Ocorrências como a rejeição e trocas de ninhos são comuns. Alguns artifícios facilitam o manejo e a manutenção da ave no ninho, como o uso de tampas nos ninhos.
O acompanhamento diário detecta problemas que ocorram durante a incubação natural e que necessitem da intervenção do criador, tais como a rejeição e a troca de ninhos, que, se não detectados diariamente, podem resultar em perdas.
A ovoscopia é recomendada também durante o processo de incubação, principalmente após os primeiros 10 dias, quando já se pode observar o desenvolvimento ou não do pinto. Nos casos negativos, os ovos serão descartados (Fig. 7).

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.7. Processo de ovoscopia durante a fase de incubação.

Bons resultados de incubação são alcançados quando as matrizes são devidamente alimentadas, por isso é recomendável o fornecimento diário em quantidade e qualidade de uma mistura dietética que supra principalmente o desgaste energético. Há casos de deficiência alimentar nos quais as matrizes, por questão de sobrevivência, consomem os próprios ovos.
Perdas também ocorrem no momento da eclosão, tanto por dificuldades do pinto em romper a casca, como encaixe de cascas secas. Sempre se recomenda a retirada dessas cascas, elas podem servir de isca para formigas.
Dentre as vantagens de se utilizar a incubação artificial, a que mais se destaca é a não-ocupação da matriz com o choco, o que resulta em maior número de ciclos reprodutivos anuais. Outra grande vantagem é poder programar o nascimento dos pintos para uma determinada época, podendo-se economizar em manejo e atender de forma mais criteriosa às demandas do mercado consumidor.
Existem vários modelos de chocadeiras no mercado, desde as manuais às totalmente automatizadas, capazes de programar viragens e controlar temperatura e umidade por meio de termostatos e higroscópios. As chocadeiras podem ainda ser dotadas de termômetros e reservatórios de água e confeccionadas por material sintético, como fibra de vidro, plástico e acrílico, o que possibilita maior higienização. As tampas transparentes permitem uma melhor visão do processo de incubação, principalmente no momento de eclosão (Fig. 8).

Foto: M.E.Ribeiro


Fig.8. Modelo comercial de chocadeira automática.

Os mesmos procedimentos empregados para submeter ovos à incubação natural são também utilizados na incubação artificial, da mesma forma com o acompanhamento é bastante criterioso, inclusive no momento de eclosão (Fig. 9).

Foto: M.E.Ribeiro


Fig.9. Eclosão após o processo de incubação artificial.

Para se alcançar o sucesso desejado, o criador deve ter o controle exato da postura, fertilidade e eclosão (Fig. 10). Essas variáveis vão definir as necessidades de ajustes de manejo e de substituição de aves, equipamentos e máquinas.

Foto: F.J.V. Barbosa


Fig.10. Pintos bem-nascidos, manejo adequado.

PROCESSO DE REPRODUÇÃO
Manter um processo de reprodução eficiente na propriedade rural é de extrema importância para o avicultor, em função de ser a base da cadeia de produção do seu projeto de criação.
Um projeto de avicultura bem estruturado deve sempre manter um bom plantel de aves matrizes com vários reprodutores que comprovadamente façam uma boa transferência genética aos seus descendentes e que possam se reproduzir de forma sistemática afim de manter a regularidade no fornecimento de aves para o mercado consumidor.
4.1 – Monta Natural
Por apresentar uma grande facilidade de manejo, esse é o modo mais comum de reprodução das aves nas propriedades brasileiras. Cabe ao produtor fazer a formação das famílias e separá-las em grupos de no máximo 10 fêmeas para cada macho.
Nesse sistema de reprodução o avicultor deve ficar atendo a um comportamento muito comum entre as aves que é a monta preferencial entre alguns galos e galinhas.
Quando o produtor perceber esse comportamento entre suas aves ele deve fazer a troca entre as famílias formadas pelas galinhas do seu plantel para evitar o problema de infertilidade dos ovos.
4.2 – Inseminação Artificial
O procedimento de inseminação artificial é uma prática pouco realizada nos pequenos aviários, porém ela é capaz de trazer melhores taxas de fertilidade dos ovos quando aplicada corretamente. O que garante o sucesso nessa prática é possibilidade de aproveitar ao máximo a produção de sêmen de um reprodutor e a certeza de que todas as galinhas do plantel foram devidamente inseminadas.
4.3 – Manejo de Ovos para Incubação
Somente se conseguem ótimos nascimentos e pintinhos de boa qualidade quando se mantém o ovo em ótimas condições, desde a postura até a colocação na máquina incubadora. Lembremos que o ovo contém muitas células vivas. Uma vez posto o ovo, o potencial de nascimento pode, na melhor das hipóteses, ser mantido, mas nunca melhorado. Se o manejo for insatisfatório, o potencial de nascimento pode se deteriorar rapidamente. (COOB, 2008)
4.3.1 – Coleta de Ovos para Incubação
Deve-se realizar a coleta e conjuntamente, uma pré-seleção desses ovos. No mínimo cinco coletas por dia (três pela manha e duas pela tarde) devem ser realizadas. Atualmente, recomendações de sete a dez coletas diárias têm sido mais preconizadas por acreditar-se que quanto maior o numero de coletas, melhor será qualidade do ovo incubável. Os objetivos com esta prática são: reduzir o numero de ovos trincados e quebrados; reduzir o numero de ovos postos na cama e, portanto, reduzir a contaminação; reduzir o tempo de permanência dos ovos em ambiente contaminado.
A maior concentração de postura é no período da manhã. Desta maneira, as coletas de ovos devem ser concentradas no período das 6 às 12 hora, no mínimo 4 vezes por período. No período entre 13 a 17 horas, as coletas de ovos devem ser no mínimo 3 vezes por período.
Os funcionários devem desinfetar as mãos antes de colher os ovos, principalmente se os ovos de cama forem recolhidos inicialmente.
Recomenda-se que os ovos Durante a colheita sejam acondicionados em bandejas de plástico desinfetadas, pois são laváveis, de fácil desinfecção e possibilitam melhor circulação de gás durante a fumigação. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
É necessário descartar os ovos que apresentem pouca chance de eclosão ou que impliquem na produção de pintainhos de baixa qualidade. Ovos muito grandes ou muito pequenos dificultam a incubação, ovos deformados, casca trincada, casca suja (sangue, w.criargalinha.com.br 16 fezes de galinha, fezes de mosca), casca anormal, alteração da coloração normal da casca, entre outros fatores podem implicar no descarte desses ovos para a incubação.
Ovos sujos normalmente são provenientes de cama, porém podem ser de ninho quando as fêmeas dormirem nos ninhos ou quando o intervalo entre as coletas é muito grande. Ovos sujos geralmente têm taxas de nascimento 10% a 15% menores que as obtidas com ovos limpos. O ideal é não incubar os ovos sujos.
Os ovos postos sobre a cama são contaminados e exigem cuidados especiais na coleta e higiene. A coleta, o armazenamento e a incubação dos ovos de cama devem sem sempre separados dos ovos de ninho, pois têm menor eclodibilidade e explodem mais nas incubadoras que os ovos de ninhos devido a maior contaminação verificada naqueles ovos. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
A higienização dos ovos deve ser feita imediatamente após a colheita, e devem ser limpos a seco pois a prática de lavar ovos sujos e de cama aumenta a contaminação. Os ovos sujos podem contaminar os demais e, por isso representam um risco para o incubatório, além de conferirem uma queda expressiva na eclosão.
A superfície dos ovos em nenhum momento pode ser considerada um ambiente estéril. Apesar de ser produzido por reprodutora saudável, o ovo pode ser contaminado por fezes, material de ninho, mãos do tratador, água, bandejas, cama, piso e poeira.
Ao passar pela cloaca, o ovo já sofre uma contaminação e quando em contato com o ninho e com o ambiente do galpão tem aumentada essa contaminação. Apesar das barreiras naturais do ovo, muitas bactérias passam para o seu interior devido ao diferencial de temperatura no resfriamento pós-postura. Neste contexto, é muito importante reduzir esta carga microbiana, pois quanto menor for a contaminação, menor será a possibilidade de o embrião morrer devido à contaminação.
Ovos com boa qualidade de casca, com peso específico adequado podem ter penetração de bactérias em apenas 30 minutos. Mesmo os ovos que são livres de organismos patogênicos, podem ser contaminados com microorganismos que não são patogênicos mas que se desenvolvem durante o processo de incubação, produzindo gases que podem ocasionar o estouro dos ovos na máquina de incubação e a contaminação dos demais ovos.
Desta maneira, recomenda-se que a primeira higienização seja realizada no momento da coleta, no máximo 30 minutos após a postura, tentando assim evitar que os microorganismos atravessem a casca e contaminem a clara e a gema. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
A contaminação inicial do ovo apresenta apenas algumas colônias de microorganismos, os quais multiplicam-se dez vezes em apenas 60 minutos. (NORTH, 1984)
4.3.3.1 – Higienização Úmida (imersão)
A imersão dos ovos em solução de desinfetantes ou antibióticos é usada par a eliminação dos microorganismos sobre a casca do ovo. Esse método é pouco usado na w.criargalinha.com.br 17 indústria avícola por ser menos eficiente, uma vez que, a cada imersão, a solução vai se saturando com resíduos orgânicos e reduzindo a ação do desinfetante.
A imersão consiste em mergulhar os ovos numa solução de amônia quaternária à base de 200ppm ou de dióxido de cloro à base de 80ppm logo após a coleta.
Os dados encontrados na literatura divergem sobre qual deve ser a temperatura e o tempo ideais, podendo se encontrar trabalhos feitos com imersão em soluções com temperatura entre 39 e 42°C (Proudfoot ET al., 1985) a 35°C por 10 segundos (Donassolo, 2004), 30°C (Soncini & Bittencourt, 2003), 25 a 43°C por 3 minutos (Barros Et al, 2001) e 45°C por 30 segundos (Oliveira & Silva, 2000).
Segundo Mauldin (2002), a imersão deve ser feita por 5 minutos citando que quando a imersão é feita em período de tempos excessivametne longos a temperatura do embrião pode elevar-se resultando em mortalidade embrionária. Por outro lado, se o processo é feito em curto espaço de tempo não irá promover a desinfecção adequada.
4.3.3.2 - Higienização úmida (lavagem manual)
A lavagem direta pode ser manual, usando-se uma solução de amônia quaternária 80%, á base de 2%, e formol 37%, a 1%. Essa técnica é usada para higiene de ovos sujos. Existe o inconveniente de reduzir a eclosão e estourar os ovos durante o processo de incubação.
4.3.3.3 - Higienização úmida (pulverização)
A pulverização foi introduzida no Brasil, em 1980, pela equipe da empresa Big
Birds S/A com a finalidade de substituir o formol.
É uma técnica simples, econômica e eficaz. Quando bem aplicada, reduz a contaminação dos ovos e não afeta a eclosão.
Entre os produtos mais usados na avicultura brasileira, estão a amônia quaternária e o formol ou a combinação desses.
Os ovos devem ser pulverizados, no Máximo, 30 minutos após a coleta, antes que sejam penetrados pelos microorganismos. As bandejas também são pulverizadas com a mesma solução antes de receberem os ovos. Um simples pulverizador é suficiente para essa operação. Em seguida, os ovos são guardados num armário livre de poeira. Muitos desinfetantes têm sido usados na desinfecção úmida (pulverização) como:
Formalina, solução: 1 a 1,5%;
Água oxigenada, solução: 1,0 a 5,0%;
Bióxido de cloro, solução: 30 a 40ppm;
Fenólicos, solução: 1.600ppm;
Glutaraldeído, solução: 1.000ppm;
Proxitane, solução: 200ppm;
Combinações de amônia com: formalina, glutaraldeído, água oxigenada, ácido acético;
Combinações de água oxigenada com: ácido acétiico, ácido paracétio.
Todos esses produtos podem combater os microorganismos contaminantes da casca do ovo, porém só serão eficazes se forem considerados os fatores interferentes, como:
Incompatibilidade; Dosagem;
pH;
Concentração do principio ativo;
Presença de matéria orgânica;
Perfumes de azeites componentes do desinfetante;
Excesso de minerais na água;
Temperatura da água. (CHAPTER 9, Araújo & Albino)
A estocagem dos ovos férteis é uma prática comum e muitas vezes necessária na incubação comercial. Na maioria das vezes, o objetivo é evitar a mistura de ovos de diferentes lotes e idades, ou de lotes com status sanitário duvidoso e a incubação de um maior volume de ovos para atender uma demanda programada. O manejo de estocagem depende de vários fatores, entre eles as condições ambientais, linhagem, idade do lote, características físicas e químicas do ovo, estagio do desenvolvimento embrionário e tempo de estocagem, fatores esses que afetam a eclodibilidade e qualidade do pinto ao nascer. (EMBRAPA, 2002)
O armazenamento dos ovos férteis é uma prática, muitas vezes, necessárias na incubação comercial. Na maioria das vezes, o objetivo é evitar a mistura de ovos de diferentes lotes e idades. Porém, esta prática pode implicar em alterações na eclodibilidade dos ovos, necessitando de atenção aos fatores relacionados com a prática, como temperatura, umidade e tempo de armazenamento. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
Os ovos devem ser armazenados em temperaturas abaixo do “zero fisiológico” (23,9°C) para evitar o desenvolvimento do embrião fora da incubadora. Normalmente, é utilizada a temperatura entre 18 e 21°C consideradas ideais para o armazenamento dos ovos. O resfriamento dos ovos deve ser lento, sedo realizado num período entre 6 a 8 horas. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) w.criargalinha.com.br 19
A umidade relativa deve ser mantida entre 70% e 85%, para evitar a desidratação do embrião e a condensação de gotículas na superfície dos ovos. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
O tempo Máximo de armazenamento é de 4 dias, principalmente para o armazenamento de ovos provenientes de matrizes com mais de 48 semanas de idade. Ovos de matrizes com menos de 48 semanas de idade possibilitam um tempo de armazenamento de até 7 dias sem prejuízos na eclosão. A partir daí a eclodibilidade cai na proporção de um ponto percentual por dia a mais de armazenamento. Os ovos postos pela manhã devem ser armazenados à tarde e, os postos à tarde devem ser armazenados à noite. (CHAPTER 5, Araújo & Albino)
4.4 – Incubação Natural
Usar galinhas para fazer a incubação dos ovos em um aviário comercial só é viável no início da criação. Depois que demanda pelo produto aumenta, essa prática torna-se economicamente não sendo interessante para o avicultor, pois é muito difícil para produtor manter um plantel de aves apenas para incubar os ovos sem que o avicultor consiga manter um programa de incubação de forma sistemática que atenda as necessidades de produção.
4.5 – Incubação Artificial
O rendimento da incubação está estreitamente relacionado coma mortalidade embrionária, à qual sofre influencia da gravidade especifica (espessura da casca) e da capacidade do ovo em perder umidade. O acompanhamento dos resultados de incubação, para conhecimento sistemático dos índices de nascimento através da eclosão e da eclodibilidade, são de fundamental importância para avaliação dos possíveis fatores que limitam a produtividade do incubatório.
A eclosão é obtida pela relação entre o numero de pintos nascidos e o total de ovos incubados (formula 1). Ela representa um índice geral, que caracteriza o desempenho tanto da granja produtora de ovos quanto do incubatório.
Já a eclodibilidade consiste em uma avaliação mais específica do incubatório. Para sua obtenção utiliza-se a relação entre os pintos nascidos e o total de ovos férteis incubados (formula 2). Para essa avaliação é indispensável que seja realizada a ovoscopia (processo de retirada de ovos claros ou inférteis, realizada no décimo dia de incubação ou transferência da incubadora para o nascedouro) esta pratica permite também determinar a fertilidade aparente do lote. (formula 3).
Após o nascimento dos pintos deve ser realizada a quebragem dos ovos não eclodidos para avaliação da mortalidade embrionária precoce (1 a 5 dias) intermediária (6 a 15 dias) e tardia (16 a 21 dias, de incubação).
Valores de 8 e 96% para eclosão e eclodibilidade, respectivamente, refletem boas práticas na granja produtora de ovos férteis e no incubatório, ressaltando-se o manejo sanitário.
É importante salientar que a qualidade do pinto está estritamente relacionada com as características do ovo incubado. Neste sentido é fundamental a manutenção de suas propriedades reprodutivas para a produção de pintos viáveis e com alta qualidade. (EMBRAPA, 2000)
(1) Eclosão = (Total de pintos nascidos/Total de ovos incubados) X 100 (2) Eclodibilidade = (Total de pintos nascidos/Total de ovos férteis) X 100 (3) Fertiliadade = (Total de ovos férteis/Total de ovos incubados) X 100
A produção industrial de pintos de corte constitui um dos fatores de maior importância no desenvolvimento da indústria avícola moderna. O processo produtivo envolvido na atividade do incubatório é constituído por entradas (ovos férteis) e transformação biológica dessas entradas em produtos (pintos de um dia), agregando valor. O sucesso desta atividade envolve condições ótimas de manejo, considerando as pressões impostas aos animais pelo ambiente, somatório de fatores biológicos e físicos, dentre os quais se destacam a temperatura de incubação e a umidade relativa. (GONZALES, 1994).
A temperatura é o fator ambiental mais importante e critico que afeta diretamente a eclodibilidade. Os reflexos da temperatura de incubação baixa ocasionam retardo no desenvolvimento embrionário e diminuição do ritmo de batimento cardíaco, com atraso de nascimento, má formação do animal e umbigo não cicatrizado. Temperaturas altas promovem aceleração no desenvolvimento do embrião com má posição embrionária, umbigo mal cicatrizado, pouca penugem, bicagem e nascimentos adiantados. (GUSTIN, 2003). A temperatura ideal para obtenção de bom desempenho zootécnico está em torno de 37,8°C e que a variação desta não deve ser superior a ± 0,3°C, uma vez que variações desta amplitude provocam impacto muito grande na incubação, dilatando o período de nascimento.
A umidade relativa é outro ponto a ser levado em consideração, no entanto, esta pode variar muito mais que a temperatura sem causar danos sérios a eclodibilidade. Porém, deverá ser mantida em determinada amplitude para assegurar a obtenção de bons resultados. Se a umidade relativa for muito alta, os embriões tendem a eclodir precocemente. (DECUPYERE et al., 2003)
Durante a incubação, a taxa de perda evaporativa de peso do ovo é controlada, em grande parte, pela umidade relativa da máquina incubadora e, também, influenciada pela qualidade da casca. Essa perda de peso tem sido associada a resultados de incubação e utilizada como ferramenta eficaz para avaliar o rendimento desse processo (Tullet & Burton, 1982)
4.5.3 – Oxigenação/Ventilação
Para favorecer o metabolismo no desenvolvimento de um pintinho saudável, oxigênio tem que ser fornecido e o gás carbônico têm que ser retirado do ovo na forma de dejetos. Consequentemente, a manutenção dos níveis corretos de oxigênio durante todo o ciclo de incubação tem um efeito benéfico no desenvolvimento do sistema circulatório e no crescimento do embrião. Além de aumentar o desenvolvimento dos embriões nas incubadoras, a estimulação pelo controle preciso do oxigênio nos nascedouros conduz a uma melhor eclosão, redução na janela de nascimento e a uma melhor qualidade do pintinho. (CHAPTER 4, Araújo & Albino)
Essa é uma prática muito importante no processo de incubação, ela evita que o embrião cole na membrana interna do ovo além de garantir a temperatura adequada em toda circunferência do ovo.
Portanto, quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é, oxigenação em torno de 21%, temperatura (entre 37,5°C e 38,1°C), umidade relativa (entre 60% e 75%) e viragem (mínimo de 4 em 4 horas) o embrião encontra o ambiente ideal para um desenvolvimento equilibrado e saudável.
4.5.5 – Pré aquecimento
Esse procedimento é fundamental para que os ovos não sofram um choque de temperatura e com isso, reduzir a taxa de eclosão. Quando os ovos passam por um processo de resfriamento na estocagem, o pré-aquecimento deve ser feito antes que os mesmos sejam colocados na chocadeira, esse processo deve ser feito de forma lenta num período de 6 a 12 horas a uma temperatura de 24 a 30°C e umidade variando entre 60 e 70%. Para um bom desenvolvimento do embrião a temperatura interna do ovo, no momento da incubação, deve variar entre 26 e 28°.






26 de ago. de 2017

Raças e Linhagens de Galinha Caipira



Raças e Linhagens
No mundo, existem aproximadamente 300 raças de galinhas consideradas domésticas (gallus gallus domesticus). Esse número pode ser dividido em três grandes grupos de aves: aves de raça pura, aves locais e aves híbridas, resultado de cruzamento entre as raças. Cabe ao produtor fazer a escolha das raças que mais adéquam às particularidades do seu projeto de criação.
As características das raças escolhidas devem ser muito bem observadas na hora de fazer uma seleção de plantel, pois disso depende o resultado da produção seja ela: carne, ovos, carne e ovos ou aves ornamentais.
As galinhas de raça pura selecionadas para produção de carne são aquelas que apresentam um bom ganho de preso, tem melhor conversão alimentar, alta rusticidade e que possuem um tamanho avantajado.
As aves selecionadas para postura, obviamente, devem oferecer uma produção de ovos adequada e uma incidência menor ao choco.
Dentre as características das aves, também existem aquelas que apresentam dupla aptidão, ou seja, produzem uma quantidade boa de ovos e ao final do período de postura estão com um peso relativamente bom para o abate.
As linhagens híbridas são originadas dos cruzamentos entre as raças e com isso possuem excelentes taxas de conversão alimentar, grande produção de ovos, uma boa conformação de carcaça e um rápido ganho de peso.
As espécies ornamentais encantam os criadores com suas plumagens exóticas, tamanhos reduzidos e uma beleza extraordinária.
2.4 – Raças Puras
Para os interessados em selecionar um plantel de aves de raça pura de dupla aptidão para produção de matrizes e melhoramento genético. Segue abaixo algumas raças amplamente usadas nos projetos de avicultura no Brasil.
É uma abreviatura para Australian Black Orpington – Desenvolvida na Austrália sob a justificativa de que é uma Orpington melhorada tanto para ovos como para carne, com pele branca. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 200 ovos de casca marrom, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003)
É uma raça originária da China para os propósitos de ornamentação e corte, embora grande parte de seu desenvolvimento tenha se dado nos Estados Unidos. Apresenta crista ervilha, admitida nas variedades clara, escura e amarelada com empenamento que cobre toda perna e pé. A pele é de cor amarela. São aves belíssimas e majestosas. O grande porte e o aspecto elegante, combinados com os padrões complexos de cores as tornam favoritas para se criar no campo. São aves pesadas. Quando adultos, os machos pesam em média 5,448 kg e as fêmeas 4,313 kg. As galinhas produzem em média 140 ovos de casca marrom, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003
Originária da China, essas aves são ornamentais por excelência, com grande habilidade para chocar, sendo frequentemente utilizada como chocadeira para outras aves ornamentais. Apresenta crista serra e empenamento que cobre a perna e o pé. Apresentam pele amarela e ovos de casca marrom. Existem nas variedades branca, preta, amarela, marrom, barrada e salpicada. Quando adultos, os machos pesam em média 4,994 kg e as fêmeas 3,859 kg. As galinhas produzem em média 120 ovos de casca marrom, que pesam em média 53g. (EMBRAPA, 2003)
2.4.4 – Gigante Negra de Jersey
Foi desenvolvida em New Jersey por volta de 1800, quando havia grande demanda por raças de galinhas pesadas para produção de frangos capões para o mercado de Nova Iorque. Existem as variedades: preta e branca exploradas para carne. São aves de crista serra e de grande porte. A pele é de cor amarela e os ovos são de casca marrom. A carne tende a apresentar-se com pigmentos escuros em função dos pigmentos escuros das pernas, que avança até a porção comestível. Quando adultos, os machos pesam em média 5,902 kg e as fêmeas 4,540 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 60g. (EMBRAPA, 2003)
É uma raça que foi desenvolvida no Brasil, no interior dos estados de Goiás e Minas Gerais, a partir de 1920. No decorrer da década de 70 foi cruzada com outras raças, entre elas a Shamo e o Malayo. O resultado é uma ave com alta rusticidade, excelente ganho de peso, que se adapta bem a todas as regiões do Brasil, que possui uma conversão alimentar satisfatória e um sabor extraordinário. Os machos quando adulto podem chegar a uma envergadura de aproximadamente 1,10mts e as fêmeas em torno de 0,90cm. A idade de abate fica em torno de 120 dias. Os machos podem alcançar mais de 7 kg de peso quando adultos e as fêmeas 3,5 kg.
É uma ave que tem conquistado uma popularidade muito grande entre os produtores de aves caipiras, para a função de melhoramento genético em suas propriedades.
É uma raça de origem mediterrânea de crista serra admitida nas variedades preta, branca e amarela e de crista rosa nas variedades preta e branca. É a mais pesada das raças leves e produz ovos de casca branca de tamanho extragrande. Quando adultos, os machos pesam em média 4,086 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas produzem em média 170 ovos que pesam em média 60g. (EMBRAPA, 2003)
É uma raça americana de pele amarela, e ovos de casca marrom. Apresenta cor vermelho claro e crista serra. Por muitos anos foi utilizada para a produção de frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para cruzamentos com outras raças de corte na produção de frangos. Atualmente apenas poucos criadores se dedicam à comercialização desta raça. Esta raça foi utilizada em muitos cruzamentos que formam os atuais híbridos de corte, principalmente em função da habilidade de produção de grande quantidade de ovos com alta eclosão. A presença de uma mancha branca ou clara na asa dos pintos machos e sua correspondente ausência nos pintos fêmeas, favorecem a identificação dos machos e fêmeas com um dia de idade, conseguindo-se um índice de acerto de 80-90%. Quando adultos, os machos pesam em média 3,632 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 220 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003)
Raça desenvolvida na Inglaterra nos anos 1880. Apresenta dupla finalidade (carne e ovos). Existe nas variedades preta, branca, amarela e azul. Apresentam crista serra, pele branca e ovos de casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,540 kg e as fêmeas 3,632 kg. As galinhas produzem em média 160 ovos de casca marrom, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003
É uma raça americana de pele amarela, crista serra e ovos de casca marrom. Admite-se na Associação Americana de Aves, as variedades Barrada, Branca, Amarela, Prata Pincelado, Perdiz, Columbia e Azul. Quando adultos, os machos pesam em média 4,313 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g. EMBRAPA, 2003)
2.4.10 – Plymouth Rock Branca
As aves desta variedade foram muito utilizadas nos primeiros cruzamentos para produção de frangos de corte. Atualmente serve de material básico na formação de muitas linhas cruzadas. A maioria das linhas originais dos frangos de corte era de empenamento tardio, uma desvantagem para a produção de frangos de qualidade. Atualmente, a maioria das linhas disponíveis é de empenamento rápido. (EMBRAPA, 2003)
2.4.1 – Plymouth Rock Barrada
As aves desta variedade apresentam penas com barras brancas e prestas no sentido transversal, dando uma aparência cinzenta às aves. O gene barrado, ligado ao sexo, através de sua dosagem de melanina resulta em diferenças entre os sexos. As fêmeas apresentam manchas brancas menores e menos irregulares na cabeça e geralmente são mais escuras na penugem e na canela do que os machos. Além disso, a pigmentação preta nos dedos das fêmeas, ao contrário dos dedos dos machos, cessa abruptamente deixando a porção distal de cada dedo amarela. Em contraste, os machos apresentam mancas brancas mais irregulares na cabeça e falta de contraste mais irregulares na cabeça e falta de contraste mais irregulares na cabeça e falta de contraste na abrupta mudança de coloração preta não preta dos pés. Existem diferenças nesses padrões de cor por sexo entre linhagens dessa raça. Dessa maneira, quando se quiser obter altos graus de certeza na sexagem pela cor se requer ajustamento para linhagem dos pintos.
Com o aumento da preferência por ovos de casca branca, esta raça diminui em popularidade. Atualmente vem sendo mais utilizada como linha fêmea nos cruzamentos com galos Rhode Island Red para produzir pintos de postura autosexados, que quando adultos produzem ovos de casca marrom. Este tipo de cruzamento tem tornado a raça mais popular. (EMBRAPA, 2003)
É uma raça americana de pele amarela, e ovos de casca marrom. Admite-se na Associação Americana de Aves as variedades, vermelha com crista serra ou rosa e a variedade branca com crista tipo rosa. Muitos anos atrás existiam muitas variedades dessa raça e quase todas de alta produção de ovos. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 60g. (EMBRAPA, 2003)
Apresenta corpo na forma de um de um bloco alongado com plumagem marrom com algumas penas pretas na cauda, pescoço e asas. Nos anos mais recentes esta variedade tem sido intensamente utilizada para produção de híbridos sexáveis pela cor. A presença de uma mancha branca ou clara na asa dos pintos macho e sua correspondente ausência nos pintos fêmeas, favorece a identificação dos machos e fêmeas com um dia de idade, conseguindo-se um índice de acerto de 80-90%. Por outro lado, nos cruzamentos, quando um galo desta raça (geneticamente “gold” ou não barrado) é acasalado com galinhas geneticamente “silver” ou barrada, é possível determinar o sexo do pinto por diferenças de coloração da penugem. Atualmente, grande parte dos híbridos comerciais de postura resultam de cruzamentos específicos entre indivíduos Rhode Island Red e Plymouth Rock Barrado e produzem grande quantidade de ovos de casca marrom. (EMBRAPA, 2003)
É uma raça inglesa de crista serra, pele branca e ovos de casca marrom, predominantemente de duplo propósito com variedades pintada, vermelha e branca (light), das quais a Light Sussex e a mais popular. É boa produtora de carne. Em alguns países europeus frangos de pele branca são os preferidos. Quando adultos, os machos pesam em média 4,086 kg e as fêmeas 3,178 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003)
Originária da Transilvânia, a raça Turken apresenta pescoço pelado e crista serra. Admitida nas variedades vermelha, branca, amarela e preta. Característica essa que confere a aparência semelhante aos perús. A pele da região do pescoço quando exposta ao sol fica vermelha como acontece com os perús. Esta característica é resultante de um único gene que controla o arranjo dos folículos de crescimento das penas, que se localizam sobre o corpo da ave. Este gene pode ser facilmente introduzido em qualquer raça. As aves sofrem mais com o frio devido a características e são, portanto, mais adaptadas ao calor. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos de casca creme claro, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003)
2.5 – Linhagens Híbridas Comerciais
As linhagens híbridas comerciais são resultado de cruzamento entre raças diferentes, mas que pertencem a mesma espécie. Por isso, não podem ser cruzadas entre si, porque a sua descendência não transfere as qualidades genéticas das raças iniciais. Esta é a razão pela qual os produtores têm que comprar os pintinhos de um dia, para que não haja perda de produtividade.
Os híbridos comerciais de grande aceitação entre os avicultores coloniais e que podem ser encontrados com relativa facilidade no mercado são:
2.5.1 – Pescoço Pelado Label Rouge
É uma ave altamente rústica, que se adapta a qualquer parte do Brasil. Embora tenha um crescimento lento, a pescoço pelado é excelente tanto para a produção de ovos quanto para obtenção de carne. Em comparação às aves comerciais, sua carne é mais suculenta, tem menos gordura e um sabor tão diferenciado quanto o da carne de caça do faisão e da perdiz. E se receberem uma alimentação balanceada, atingirão a marca de 2 kg aos 63 dias de idade, em média. As fêmeas produzem cerca de 180 ovos de casca marrom por ano. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
2.5.2 – Pesadão Misto label Rouge
Ave destinada exclusivamente para corte. Seu crescimento é acelerado, ela só precisa de 49 dias para atingir 2 kg de peso vivo com grande rendimento de carne de peito. A carne tem aparência mais escura que a das aves industriais e proporciona uma excelente gustação. A pele também é mais fina, com menos gordura, e se for depenada corretamente,
não apresentará folículos escuros, como acontece com outras aves coloridas. O caipira pesadão tem plumagem vermelha ou carijó, pernas amarelas e crista simples, pode ser criada ao ar livre ou semiconfinada. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
avermelhada e de penas em toda a extensão do pescoço(REVISTA ESCALA RURAL,
Ave de origem francesa, destinada exclusivamente à produção de ovos marrons ou vermelhos. Sua principal vantagem é a resistência aos diferentes tipos de clima e de manejo. Com 72 semanas de vida a Rouge atinge um peso corporal de 2,090 kg e a sua produção pode chegar a 298 ovos por ano. Os ovos apresentam uma casca bem mais grossa que o normal, a clara é mais consistente e a gema mais avermelhada. São aves dóceis, de plumagem 19)
2.5.4 – Pescoço Pelado Vermelho Mesclado
A caipira francesa tradicional é uma das aves mais criadas na França e no Brasil. São aves com aptidão para a carne, próprias para criação a campo, em grande escala. Elas atingem o peso padrão de 2,200 kg por volta dos 95 dias, sem acúmulo de gordura, o que confere à carne e uma textura excelente. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
O caipira Frances exótico é uma ave de grande porte, com canelas compridas adaptadas ao campo. A pele do bico e das patas são fortes, de pigmentação amarela, e sua plumagem apresenta uma mescla irregular nas cores branca, preta e marrom. É uma ave que aceita bem a alimentação alternativa e atinge peso vivo de 2,200 kg ao 68 dias em média. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
É a poedeira nº 1 em todo o mundo, pela capacidade de produção a baixos custos de instalação e alimento. É uma ave de pequeno porte, muito calma e de fácil manuseio. Tem as penas avermelhadas, patas e bico amarelos, e atinge o peso médio de 1,900 kg com o consumo de 115 gramas de ração por dia. As fêmeas são selecionadas para postura de ovos de granja quando confinadas, ou ovos caipira quando a campo, registrando uma média de 300 ovos grandes e vermelhos por ano. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
Ave de médio porte para criação semi-intensiva. Possui penas pretas e brilhantes, com plumas avermelhadas na cabeça e pescoço, o bico e as patas também são pretas. Após 150 dias, consome 118 gramas de ração por dia e produz 270 ovos ao ano. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
Apresenta um potencial de produção de até três ciclos, fornecendo 325 ovos marrons com 60 gramas de peso, entre o período de 21 a 80 semanas de idade. (REVISTA ESCALA RURAL, 19)
Frango de corte do tipo colonial, para criações semiconfinadas e agroecológicas. A linhagem foi obtida pelo cruzamento de raças pesadas de corte e raças semipesadas de postura, preservando todas as vantagens do frango comercial. Alcança a idade de abate aos 84 dias, com peso vivo de 2,400 kg. Sua carne é pouco gordurosa, consistente e muito saborosa. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) w.criargalinha.com.br 13
Estas aves também são oriundas do melhoramento genético por meio de vários cruzamentos e se adaptam bem em todas as regiões do Brasil. É uma ave que tem um ganho de peso rápido e com boa rusticidade. Aceita bem as condições do sistema intensivo e semi-intensivo e tem uma plumagem multicolorida. Atinge a idade de abate aos 65 dias com um peso médio de 2,800 kg.
2.6 – Raças Regionais
São as galinhas “comuns” também conhecidas como “galinha-pé-duro”, “galinha de terreiro” e que se encontram em todo território nacional sendo criadas de forma solta. É uma ave com muita rusticidade, porém, é extremamente improdutiva. Enquanto uma ave selecionada produz em média 280 ovos/ano uma galinha da raça regional não chega a 80 ovos/ano. Outro exemplo é com relação ao ganho de peso: uma ave híbrida (resultado de cruzamento) produz em média 2,200 kg de carne em 75 dias, uma ave da raça regional leva de 6 a 8 meses para alcançar esse mesmo peso. Além de ter uma conversão alimentar extremamente baixa. Ou seja, consome muita ração para pouca produtividade.



23 de ago. de 2017

Alimentos alternativos na Criação de Galinhas Caipiras



Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais largamente utilizados em dietas de frangos, pintos e galinhas, outras opções de alimentos podem ser utilizadas desde que tenham composição química adequada e sejam isentos de substâncias antinutricionais que dificultem a disgestibilidade e a absorção de nutrientes.
Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal (Fig. 01). Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.
Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal (Fig. 1). Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.


Foto: F.J.V.Barbosa

Fig.1. Misturas dietéticas com níveis diferentes de 
inclusão de folha e raiz de mandioca.



Avaliação de desempenho e digestibilidade de frangos caipiras
É de grande interesse que o criador saiba como seu plantel está convertendo a alimentação ingerida em produção, principalmente em carne e ovos. Para isso, ele deve medir o consumo de alimento de cada fase de criação, o ganho de peso das aves encontradas na fase de cria, recria e engorda, e a produção de ovos das aves em reprodução. A esse tipo de avaliação, denomina-se avaliação de desempenho (Fig. 2). De acordo com os resultados, deverão ser feitos os ajustes necessários.
Em criatórios mais especializados, uma outra forma de avaliação da capacidade de conversão é por meio de ensaio de metabolismo (Fig. 3). Nesse caso, o técnico nutricionista terá que ter o apoio de um laboratório que lhe forneça todos os dados relativos à composição química e bromatológica da mistura dietética e dos ingredientes separadamente, para que possam ser comparados com a composição dos excrementos, resultando assim no conhecimento da capacidade das aves de digerir os alimentos.


Foto: M.E. Ribeiro

Fig.2. Frangas caipiras em avaliação de desempenho.

Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.3. Gaiolas metabólicas ocupadas por frangos caipiras.



Inclusão de plantas forrageiras e frutos na alimentação de galinhas caipiras
No SACAC, predomina o sistema de criação de galinhas soltas em piquetes, com as aves buscando considerável porção da sua alimentação nas partes mais tenras das plantas, nos frutos e nos restos de colheita e de culturas, insetos, minhocas, etc. De fato, dada a grande diversidade, frutos e partes das folhas de inúmeras plantas são selecionados e ingeridos pelas aves, contribuindo para a riqueza da sua dieta e para a economia de ração balanceada, reduzindo os custos da criação.
O cultivo e uso mais adequado de plantas possuidoras de maior potencial de produção e valor nutritivo, com certeza, contribuirão para a melhoria do sistema de criação. A vantagem de tal sistema será a alimentação mais barata, saudável, produzida na propriedade e que resultará no aspecto e sabor peculiar "caipira" da carne e ovos. A forragem verde, pelo seu conteúdo de vitamina A (VEIGA, 2005), faz com que a gema do ovo tenha a cor amarelo-avermelhada, característica do ovo caipira.
É necessário frisar que, para a alimentação das aves, as plantas precisam ter elevado valor nutritivo, baixo teor de fibra e alta digestibilidade. Mesmo quando alimentadas com plantas de elevada qualidade, as aves, devido às suas exigências nutricionais, necessitam de complementação da dieta com ração balanceada. O valor nutricional varia entre diferentes plantas e depende da fertilidade do solo. Em uma mesma planta, depende da parte considerada (folhas, ramos e frutos) e da sua idade. Folhas tenras são mais ricas e nutritivas que folhas maduras, com maior teor de fibra.
É comum o uso de restolhos de culturas, como as raízes e as folhas de mandioca (Manihot esculenta Cranz), (Fig. 4), da batata-doce (Ipomoea batatas), de frutos como a abóbora (Cucurbita pepo L.), mamão (Carica papaya L.), banana (Musa spp), caju (Anacardium occidentale), melancia (Citrullus vulgaris Schrad) e manga (Mangifera indica), além de uma infinidade de hortaliças.


Foto: F.J.V.Barbosa

Fig.4. Plantio de mandioca no ponto de desbaste.


Essas alternativas alimentares podem ser oferecidas verdes ou processadas como farinha. Isso vai depender da quantidade, das condições de consumo e de armazenamento. No caso de leguminosas como o feijão-guandu (Cajanus cajan), a leucena (Leucaena leucocephala) e a sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth), pau-ferro (Caesalpinia ferrea) e algaroba (Prosopis juliflora), dentre outras, os folíolos podem ser esidratados, moídos e misturados à dieta, pois são boas fontes protéicas (Fig. 5 a 9).


Foto: G.M.Ramos

Fig.5. Leucena em época de floração.

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.6. Árvore de sabiá em floração. 

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.7. Algaroba em época de floração.

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.8. Banco de proteína de feijão-guandu.

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.9. Pau-ferro em época de floração.


Outra forma de as galinhas caipiras terem acesso a alimento verde é através do uso de áreas de pastagens, compostas de plantas herbáceas nativas ou cultivadas. Nessas áreas, além de ingerir as partes mais tenras das plantas, as aves também se alimentam de alguns insetos que são bastante ricos em proteína. As gramíneas mais adequadas são as de folhas finas e raízes firmes, difíceis de serem arrancadas pelas aves. As partes mais tenras de outras gramíneas, como o capim-elefante, podem ser fornecidas picadas (Fig. 10 a 14).


Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.10. Piquete composto por vegetação nativa.

Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.11. Piquete composto por pastagem cultivada. 

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.12. Área de capineira de capim-elefante. 

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.13. Área cultiva com capim-tifton. 

Foto: M.S.Bona Nascimento
Fig.14. Área cultivada com capim-tanzãnia. 


No SACAC, principalmente quando se usa alimentação à base de mandioca, a pigmentação da carne e ovos pode ser melhorada com a utilização plantas pigmentantes, na ração, por exemplo, as sementes de urucum (Bixa orellana L.) (Fig. 15).


Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.15. Sementes de urucum moídas.