28 de set. de 2017

Processamento e Mercado da Galinha Caipíra



ABATE
Depois que as aves alcançam um peso aproximado de 2,2 kg., já estão prontas para o abate. Nessa fase, o produtor deve planejar o volume de aves que vão ser abatidas para atender a sua clientela e garantir que esse processo seja eficiente e higiênico.
Após a elaboração do plano de abate, o avicultor deve fazer a pega das aves e separá-las em uma gaiola onde ficarão por no mínimo 6 horas (sem ingerir alimento) e em um lugar onde as aves não passem por nenhum tipo de stress.
Os subprodutos resultantes do abate, vísceras, sangue e penas, devem ser destinados em um local previamente preparado pelo avicultor, que deve estar, no mínimo, a uma distancia de aproximadamente 10 metros dos galpões e da residência do produtor.
Os subprodutos sólidos devem ser depositados na mesma fossa séptica destinada às aves mortas durante o período de cria e os líquidos (sangue) devem ser jogados em outra fossa destinada exclusivamente para os líquidos para sua decomposição. Esses subprodutos não devem ser jogas em cursos de água ou na rede de esgotos para que não cause danos ambientais.
Esse é um momento muito sensível e as pessoas envolvidas nesse processo deve tomar algumas medidas necessárias para evitar que as aves passem por um estresse demasiado.
A pega deve ser, preferencialmente, feita à noite
Apenas uma lâmpada de 40W (de cor azul) deve ser acesa no galpão, para facilitar a captura das aves.
As aves não devem ser apanhadas pelas asas, pernas ou pescoço de modo que isso gere hematomas, contusões e fraturas (preferencialmente deve ser apanhadas pelo dorso).
Na falta de caixas apropriadas para contenção das aves, elas devem ser levadas diretamente para a gaiola onde ficarão durante o período de jejum alimentar.
Período de Jejum
O manejo final na produção do frango caipira requer por parte do produtor um cuidado muito especial, pois nessa fase as aves não podem ter o seu bem estar prejudicado para que isso não reflita na qualidade da carcaça.
O período de jejum alimentar é fundamental para o esvaziamento do trato intestinal das aves antes do abate. Isso reduz consideravelmente a possibilidade de contaminação fecal na hora da evisceração.
O tempo de jejum alimentar deve ser de 8 a 12 horas antes do momento do abate.
Esse é um tempo necessário para que todo o alimento ingerido pelas aves seja eliminado do trato digestivo. O jejum não deve ser muito prolongado para que não ocorra perda de peso da carcaça.
Durante o período do jejum a ave deve continuar recebendo água de boa qualidade, para evitar a desidratação. Os bebedouros devem ser retirados apenas no momento da pega para facilitar a apanha das aves.
Insensibilização
O processo de insensibilização pode ser feita pela técnica da aplicação de gás, desnucamento ou da eletronarcose. A primeira técnica é pouco usada em função do alto custo de implantação. A segunda é mais usual nas pequenas propriedades. A terceira tem uma aceitação maior entre os avicultores de médio e grande porte e consiste em fazer a ave emergir a cabeça em um recipiente com líquido (geralmente salmoira) onde será aplicada uma corrente elétrica que varia entre 28 e 50 volts. Tensões superiores a 80 volts, diminui, consideravelmente, a eficiência da sangria além de reduzir as reações bioquímicas relacionadas à maciez da carne de peito. Para reduzir o sofrimento da ave, é necessário que todo animal antes do abate, passe por um processo de insensibilização. Esse processo dura em média 7 segundos e quando bem realizado causa na ave algumas reações características:
Reduz as contrações musculares, Causa um estado de insensibilidade à dor,
Mantém a ave com o pescoço arqueado,
As asas coladas ao corpo
E os dedos distendidos
Esse conjunto de reações possibilita ao avicultor fazer um manuseio mais seguro ao realizar o processo de sangria.
Sangria
Nesse processo a ave é colocada em um equipamento em formato de funil adequado para a realização da sangria e coleta do sangue.
Após a insensibilização deve ser feita a sangria de forma rápida e certeira, deve-se cortar as veias jugulares e artérias carótidas deixando-as sangrar por aproximadamente 3 minutos. Esse processo melhora a aparência e a conservação da carne.
Escaldamento
A função do processo de escaldamento é amolecer as penas para facilitar a remoção mecânica das mesmas, e também fazer uma limpeza parcial da superfície externa da ave.
Nessa etapa, a água deve estar aquecida entre 53 e 56°C para que ocorra o amolecimento das penas. A ave deve ser emergida e agitada por um período de 2,5 minutos.
Após o amolecimento das penas é hora de fazer a depenamento através de depenadeira motorizada ou de forma manual. Se feita na depenadeira, deve-se ter muita atenção com a velocidade da rotação para que não ocorra a quebra dos ossos e rompimento da pele, principalmente quando a escaldamento for feita em temperatura acima de 56°C.
Evisceração
A etapa de evisceração é feita de forma manual, onde é separada as vísceras comestíveis das não comestíveis. As moelas devem ser abertas para fazer a remoção da cutícula e limpeza geral. Os miúdos (coração, moela e fígado) após retirados devem ir para o resfriamento imediato. O processo termina com a retirada da sambiquira (glândula de óleo) extração da cloaca, intestino, pulmões, papo, esôfago, e traqueia.
Esse processo deve ser feito com extremo cuidado para evitar que ocorra contaminação através das vísceras.
Logo após a evisceração, a ave segue para o processo de lavagem em água corrente (tipo chuveiro), onde é retirada toda a sujidade interna e externa, para reduzir a contaminação da água do processo de pré-resfriamento. Nessa etapa é realizada, também, a inspeção final da carcaça, para retirar as aves que apresentam possíveis hematomas. A água utilizada para esse fim deve ser hipoclorada na proporção de 2 a 5ppm.
Pré-resfriamento
Essa operação tem a função de preparar a carcaça da ave para o processo de resfriamento. O pré-resfriamento é feito colocando a carcaça dentro de um tanque (bacia) com água tratada e gelo. A temperatura da água deve ficar entre 10 e 18°C, afim de evitar o endurecimento do músculo do peito. O tempo de permanência da carcaça dentro do tanque é de aproximadamente 13 minutos. Em seguida, a carcaça é mergulhada em outro tanque com temperatura de 2 a 4°C, com duração de 17 minutos e com um volume de água de 1,5 litros por kg de ave.
No passo seguinte é realizado o gotejamento, a ave deve ser suspensa pela coxa, asa ou pescoço para que aja o escoamento da água absolvida no processo de pré resfriamento. O tempo necessário para esse fim varia entre 2,5 e 4 minutos. Com isso, o produto passa a atender as exigências legais que estabelecem um limite de, no máximo, 8% de absorção de água para que seja apto para a comercialização.
Nessa etapa, com as carcaças na temperatura de aproximadamente 3°C é realizada a embalagem e a estocagem em equipamentos de refrigeração, acondicionadas em caixas plásticas, onde podem ficar por um período máximo de uma semana em temperaturas de -1°C (um grau negativo). Se for necessário ultrapassar esse período, deverão ser obrigatoriamente congeladas.
Congelamento
O congelamento deve ser feito em equipamentos apropriados para esse fim. A carcaça deve ser colocada na câmara frigorífica com uma temperatura em torno de 0°C (zero graus). A câmara fria deve estar programada para manter a temperatura entre -40 a -45°C. As carcaças permanecem na câmara fria até atingirem uma temperatura de aproximadamente -10°C, após atingirem essa temperatura devem ser levadas para o freezer, onde permanecerão até a comercialização em temperatura de aproximada de - 12°C. A principal vantagem do congelamento é o aumento do tempo adequado para o consumo do produto.
Embalagem do Produto
Após a manipulação realizada no processo de limpeza da carcaça é chegada a hora de embalar o produto para a devida comercialização. Nesse processo as carcaças são colocadas em sacos plásticos transparentes apropriados para o seguimento de alimentação e que possa proteger os produtos contra os fatores ambientais indesejáveis, tais como, odores estranhos, insetos, microorganismos, poeira, perda de peso, umidade em excesso etc.
O produto deve receber as informações da sua origem, data de embalagem, data de vencimento e orientação de conservação, para auxiliar o consumidor no controle de riscos inerentes ao consumo de alimentos.
MERCADO
O mercado se apresenta com excelentes perspectivas, pois trata-se de um mercado especifico onde o consumidor exige tal produto, devido as diferenças apontadas acima, não se importando em pagar um preço diferenciado. Dessa forma os produtos caipiras não competirão com os produtos industriais uma vez que o consumidor tem conhecimento dessas diferenças. 
O grande gargalo da conquista do mercado consumidor por parte dos produtores da avicultura alternativa é a constância no fornecimento dos produtos avícolas, além da padronização dos frangos e ovos ofertados. Para solucionar este problema o produtor deve planejar sua produção para oferecer com regularidade seus produtos, procurando selecionar os produtos e atender conforme as exigências do mercado.
A comercialização dos frangos caipiras pode ser vivo ou abatido, sejam aves vivas, aves abatidas ou ovos, e o apelo de marketing deve ser utilizado na busca por consumidores que exigem um produto mais saudável. Os ovos são procurados pelo sabor e pela coloração intensa da gema, enquanto que a carne, além do sabor e da cor, tem a textura um pouco mais firme. Como forma de promover mais o consumo, muitos produtores estão vendendo seus produtos em embalagens personalizadas, principalmente com desenhos que lembram à vida tranquila do campo e a necessidade de se consumir um produto saudável.
Normalmente, os produtos caipiras são vendidos em feiras livres, na vizinhança e mercadinhos, garantindo maior integração do produtor com o consumidor. Entretanto, estes produtos já estão sendo encontrados nas prateleiras de supermercados de várias cidades brasileiras e lojas de produtor regionais. Outra ferramenta importante utilização pelas associações de produtores é o Programa CAEAF – Compra Antecipada Especial da Agricultura Familiar, da CONAB, onde são adquiridos produtos da Agricultura Familiar, dentre eles ovos e frangos, e doados para instituições como escolas, creches, hospitais e outras entidades. Este programa traz benefícios ao produtor, viabilizando a comercialização dos produtos a preços competitivos.





25 de set. de 2017

Escolha do filhote de cães



Normalmente se compra um cão ainda filhote, pelo fato da adaptação, educação e adestramento serem mais facilmente implantados (modelados). Pois um cão adulto com personalidade canina formada certamente teremos mais trabalho. 


OBJETIVO 
Em nosso caso, vamos tratar a escolha de um filhote para investirmos em treinamento para Provas de trabalho. Embora não pareça, o investimento com relação as aulas de adestramento é bastante significativo, pois demanda muita dedicação, tempo e persistência. Isto significa inúmeros treinos na chuva, no sol nos mais variados horários e locais, levantar bem cedo e rodar muitos quilômetros para encontrar um local adequado para se treinar faro.


ADESTRADOR 

Para se treinar verdadeiramente um cão de trabalho é preferível que a pessoa designada já tenha uma boa experiência ou alguma formação na área de adestramento, comportamento canino e conhecer provas de trabalho. Pois cães que possuem os pré-requisitos necessários, em geral necessitará de muita habilidade por parte do adestrador.


INDIVÍDUO CANINO 

Em se tratando de cão de trabalho, devemos analisar o indivíduo mais adequado, para este fim, ou seja, podemos começar analisando cães adultos (machos e fêmeas) que apresentaram ou apresentam melhores resultados nas provas, no sentido de surgir possivelmente futuras ninhadas com estes padreadores e matrizes.


PESQUISA 

Onde estão os melhores cães, comprovadamente ? 
Você poderá obter junto a um clube ou núcleo ativo do Pastor alemão, uma lista dos melhores criadores, porém muitos não dão a devida atenção e nem conhecem fatores ligados ao temperamento e disposição para o trabalho, portanto estes importantes pré-requisitos para acasalamento muitas vezes estão fora do plano de seleção. 
Se você encontrar um canil, que não faz nenhum tipo de seleção se quer, você pode descartar este canil. Bons criadores, colocam a seleção acima de tudo e a prioridade é contribuir para a qualidade da raça. 
Se você encontrar cães realmente selecionados, isto é fator favorável e você pode continuar sua análise, porém procure saber de forma comprovada, os resultados nas provas de trabalho, e de uma atenção especial neste pré-requisito.


DOCUMENTAÇÃO 

Tudo deve ser comprovado, desde Pedigree, Título ou carteira de trabalho, Laudo do exame de displasia coxo-femoral, Qualificação de exposição, Certificado de seleção, etc.. 
Verifique e analise a documentação dos Pais e principalmente se eles são selecionados, e se tem aprovação em provas de trabalho.


ANÁLISE DA ÁRVORE GENEALÓGICA 

Você deve analisar as gerações anteriores, o lado paterno e o lado materno, saber se já produziram bons filhotes, saber da carreira que estes cães tiveram, resultados de exposições, laudo RX Displasia coxo-femoral e principalmente com relação as provas de trabalho.


NINHADA 

Escolher um filhote na prática, é a última coisa que temos que fazer, pois todo o estudo já foi feito anteriormente e preenchido os pré-requisitos importantes para o nosso objetivo.  
Numa ninhada, os indivíduos caninos em geral são bastantes diferentes um dos outros. Analisando o aspecto comportamental, que é um fator de grande importância, podemos prever e aumentar a probabilidade de termos um indivíduo canino promissor para o futuro. 
Isto implicará em várias visitas ao canil, agendadas previamente com o criador, para analisar a ninhada sem nenhum compromisso. Se você ainda é inexperiente, opine em consultar um profissional atualizado e participante ativo de provas de trabalho, e até mesmo em assessorá-lo na escolha. 
Lembre-se, um experiente vai escolher tecnicamente e com muito "olho clínico", e um leigo em geral escolhe com o coração, tentando enxergar apenas beleza física.


ANALISE DO FILHOTE SOZINHO 

Vamos analisar cada filhote separadamente com pelo menos 60 dias de idade.


· AMBIENTE 

Vamos colocar um filhote em um ambiente desconhecido e analisar suas reações. O ideal para nós, é que este filhote seja indiferente ao novo ambiente, mostre-se desinibido, percorrendo o ambiente seguro e explorando-o sem nenhuma restrição. 

· APROXIMAÇÃO 
Paramos próximo do cão (mais ou menos 2 ou 3 metros), tentamos estabelecer algum contato, batendo palma (barulho baixo), agachando ou emitindo algum som com a nossa voz de forma receptiva. O ideal é que ele venha bastante rápido e com expectativa, interessado em alguma coisa e sem nenhuma desconfiança. Se ele mordiscar sua mão, a barra da calça ou seu sapato, ou até mesmo tocar com a pata em você, não descarte o filhote. 

· ACOMPANHAR 
Após o teste anterior, levante e se afaste devagar, estimulando-o a acompanhar com voz suave e batendo palmas. Queremos que o cão siga logo e animado e com muita expectativa. 

· SENSIBILIDADES (através dos sentidos) 
Através dos sentidos do cão, devemos analisar seu comportamento (reações). 
Um cão sensível emocionalmente, em geral sente fatores externos, mesmo sem nada afetar sua integridade física. 

· AUDIÇÃO 
O cão deve permanecer indiferente ou curioso ao barulho apresentado. 

· VISÃO 
Também deve ficar indiferente as novas alterações visuais no ambiente, ou recuperar-se muito rápido de alguma surpresa visual nas proximidades, como uma caixa de papelão que se move, o guarda-chuva que se abre, a cortina que se fecha, etc.. 

· TATO 
Precisamos saber se o filhote é receptível ao tato (gosta de ser tocado em todas regiões), mais que isto, se ele não é sensível fisicamente, suporta toques mais fortes. 
Um cão sensível fisicamente, sente facilmente a dor. 
NÍVEL DE ATIVIDADE (através dos instintos) 
É importante que todos os instintos sejam bem pronunciados. 

· CAÇA 
O filhote deve apresentar forte desejo de pegar (abocanhar rapidamente), qualquer objeto (não prejudicial) que você estimule próximo ou bem perto dele. Ex.: Uma bolinha que você mexe simbolizando uma presa que quer fugir (escapar). 

· SOBREVIVÊNCIA 
O filhote deve ser bastante guloso, apresentando forte interesse na hora de comer. Lembre-se, o cão que come bem, em geral também recupera-se rápido de uma possível doença e facilitará em muito no adestramento, principalmente no treinamento de faro. 

· DEFESA 
Aqui o filhote é muito novo para testar este instinto, no entanto podemos Ter uma idéia quando em conjunto com outros filhotes ou irmãos (matilha).


ANÁLISE DO FILHOTE NA NINHADA 

Todos os fatores que observamos junto a nós, agora podemos analisar naturalmente entre os outros membros (irmãos). 
Você poderá observar e confirmar o resultado dos testes realizados anteriormente, aquele que passa maior parte do tempo procurando o que fazer (mais ativos), também ver aqueles com menor sensibilidade, durante as brincadeiras e lutinhas entre os irmãos, bem como, aquele mais faminto na hora de comer, persistência, resistência, etc..


REFLEXÃO 

Uma pessoa que não possui experiência, poderá achar que um cão muito ativo, mas que na realidade está muito longe de ser, pois esta pessoa ainda não viu o que é realmente um cão ativo, e assim poderá ocorrer sucessivamente com relação à outros fatores à serem analisados. 
Alguns competidores de nível internacional, acabam por escolherem, depois de toda triagem, dois ou três filhotes, em geral de ninhadas e padreadores diferentes. Por volta de 10 meses de idade e, em treinamento, o adestrador já tem como definir melhor aquele mais promissor e geralmente fica apenas com dois. Posteriormente, entre 12 e 14 meses, concluí-se aquele que será um forte potencial, e então definitivamente os esforços serão concentrados na formação total deste cão.

Estas recomendações não visam deixar uma pessoa devidamente capacitada para fazer escolha de filhotes, e sim, apenas uma noção básica dos pré-requisitos para encontrar um cão especificamente para provas de trabalho.



Como treinar seu cão



1. Comece a treinar seu cão cedo. Cães velhos podem aprender truques novos, mas o que é ensinado cedo é, em geral, é aprendido de forma mais rápida e fácil. Além disso, nos cães mais velhos, existem mais maus hábitos a serem "desaprendidos". Quando começamos a criar e treinar um cão, um grama de prevenção de problemas vale um quilo de cura! 

2. Treine seu cão gentil e humanamente, e sempre que possível, ensine-o usando métodos positivos e motivacionais. Mantenha as sessões de obediência otimistas, de forma que o processo de treinamento seja agradável para todas as partes envolvidas. Se treinar seu cão é maçante, reveja um pouco as coisas, e tente a abordagem de "treino brincadeira": incorpore jogos construtivos e não competitivos (como "Vá achar", "Esconder e achar") em suas sessões de treinamento. 

3. Seu cão trata você como o ajudante da casa? Ele trata você como um ginásio humano quando você se senta na poltrona? Ele sobe na mesa? Pula nas visitas? Pede sua atenção aborrecendo-o até a morte? Ignora seus comandos? O modo como seu cão responde a você em casa afeta seu comportamento fora. Se seu cão não responde prontamente aos comandos em casa (onde as distrações são relativamente mínimas), ele certamente não responderá adequadamente a você fora de casa, onde ele será tentado por outros cães, pombos, passantes, comidas na calçada, etc. 

4. Evite dar comandos que você sabe que não pode forçar o cão a cumprir. Toda vez que você dá um comando que nem é cumprido e nem é forçado, seu cão aprende que os comandos são opcionais. 

5. Um comando deve ter igualmente uma resposta, então dê ao seu cão só um comando (dois no máximo) e então suavemente obrigue-o a cumpri-lo. A repetição de cantilenas de comandos faz seu cão sair (como que importunado) e ensina ao seu cão que os primeiros comandos são um "blefe". Por exemplo, dizer ao seu cão "senta, senta, senta, senta", não é uma forma eficiente ou efetiva de dar comandos. Simplesmente dê ao seu cão um único comando "senta" e gentilmente coloque ou atraia seu cão para a posição sentado, e então elogie ou premie.
 
6. Evite dar ao seu cão comandos combinados que são incompatíveis. Comandos combinados como "senta-deita" podem confundir seu cão. Usando este exemplo, diga senta ou deita. O Comando "senta-deita" simplesmente não existe. 

7. Quando der um comando ao seu cão, evite usar uma voz muito alta. Ainda que seu cão seja especialmente independente/não responsivo, seu tom de voz quando lançando um comando de obediência como "senta", "deita" ou "fica", deve ser calmo e autoritário, ao invés de severo ou alto. 
NOTA: Muitos donos reclamam que seus cães são "teimosos" ou que eles "se recusam a escutar" quanto recebem um comando. Antes de culpar o cão quando ele não responde a um comando, é preciso saber se: a) o cão sabe o que o dono deseja, b) ele sabe como cumprir, c) ele está sendo indiferente por medo, tensão ou confusão. 

8. Sempre que possível, use positivamente o nome do seu cão, ao invés de usá-lo em conjunção com reprimendas, advertências ou castigos. Seu cão deve confiar que quando ele ouve seu nome ou é chamado para você, acontecem coisas boas. Seu nome sempre deve ser uma palavra à qual ele responde com entusiasmo, nunca com hesitação ou medo. 

9. Corrija, ou melhor ainda, previna o mal comportamento, não castigando o cão. Ensinar e comunicar é tudo, não se vingue do seu cão. Se você toma uma posição de "você contra seu cão" com um "chicote", você arruinará seu relacionamento, perdendo toda a alegria que um treinamento motivacional pode oferecer. Adicionalmente, a disciplina de "depois do fato" não funciona. 

10. Quando você treina um cão, seja elogiando ou corrigindo, uma boa noção de tempo é essencial. Tome o seguinte exemplo: Você preparou um prato de salgadinhos para um pequeno jantar, e os deixou no móvel da cozinha. Seu cão entra na cozinha e cheira os salgadinhos. Ele fareja, vê a comida e se prepara para saltar sobre ela. Este é o melhor, mais fácil e mais efetivo momento de corrigir seu cão: antes dele ter o mau comportamento, enquanto ele pensa em saltar sobre a comida. 

11. Freqüentemente, os donos reforçam o mal comportamento de seus cães, dando muita atenção (embora atenção negativa) quando eles se comportam mal. Desnecessário dizer, se seu cão recebe grande atenção e controle quando ele salta sobre você, o comportamento é reforçado, e provavelmente será repetido. 

12. Mantenha controle sobre sua raiva. Nunca treine seu cão quando você estiver aborrecido ou impaciente. Você nunca ganhará o respeito do seu cão gritando, batendo ou controlando-o de maneira severa. Além disso, estudos mostram que o medo e a tensão inibem o processo de aprendizagem.



PLANEJAMENTO E MANEJO DA PRODUÇÃO DA GALINHA CAÍPIRA



PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
O avicultor deve procurar manter um regime de regularidade no fornecimento de produtos para o mercado consumidor e para que esse objetivo seja alcançado é fundamental que o produtor leve em consideração o seguinte calculo:
Período de criação80 dias
Período de limpeza/desinfecção21 dias
Total102 dias
Lotes por mês = (12/3,57)3,36 Galpões
Portanto, se o avicultor deseja produzir um lote por mês ele deve construir 4 galpões para atender essa demanda.
MANEJO DA CRIAÇÃO
Ao nascerem, os pintinhos são alojados em pinteiros recebendo água e ração à vontade, e luz para o aquecimento, não podendo neste período passar frio, fome ou sede. Os preparativos para a chegada dos pintinhos devem ser iniciados com antecedência.
A cama deve estar espalhada em todo o galpão (3 a 5 cm de altura). Manter as cortinas fechadas
Formar o círculo de proteção com placas de Eucatex/madeirite.
As campânulas devem ser ligadas com 1 a 2 horas de antecedência, para que a temperatura esteja, na hora da chegada, em 30 a 32°C. dentro do círculo
Fornecer água e ração à vontade.
Diariamente o tamanho do circulo é aumentado de forma que no 9° dia de vida dos pintinhos o circulo seja retirado. Ao completar 30 dias de idade os frangos tem acesso aos piquetes durante o dia. Neste período, os frangos adquirem o hábito de ciscar, comer capim, insetos e outra alimentação alternativa, mas continua-se fornecendo ração de maneira regulada no interior do galpão. As aves podem receber também restos de verduras, frutas e comidas, servindo como complemento alimentar.
Em volta do piquete, recomenda-se plantar árvores frutíferas ou ornamentais, que promovam sombra para as aves, para que quebrem a força dos ventos e, eventualmente, forneçam algum tipo de alimento (ex: hibisco, feijão guandu, amoreiras, goiabeiras, bananeiras etc.). também é recomendado a plantação de confrei, rami, leucena, couve, espinafre, etc. para fornecimento complementar ao pasto.
Os frangos permanecem nesse sistema por volta de 90 dias, pesando em média 2,3 quilos estando prontos para o abate. 
As galinhas e os galos de reprodução devem ser criados separados dos demais na proporção de 8 a 10 galinhas para cada galo. A idade reprodutiva das aves inicia-se com 20 semanas de vida e deve permanecer no plantel por até 24 meses de idade. Depois desse período, inicia-se o segundo ciclo de postura e a produtividade dessas aves começa a cair, em função da idade e da muda de penas, se tornando inviável para incubação dos ovos.
Programa de Iluminação
As frangas que nascem numa época do ano, em que o período de recria coincida com o aumento do numero de horas do dia, entrarão em postura mais cedo. Ao contrario, as frangas nascidas em época do ano em que a duração do período de luz natural é decrescente, iniciarão a postura um pouco mais tarde. A diferença entre esses lotes oscila de 10 a 15 dias. Entretanto, a precocidade excessiva na maturidade sexual representa, geralmente, problemas na criação desses lotes. Esse desenvolvimento corporal precoce faz com que a ave desvie para a produção de ovos os nutrientes, que deveriam estar disponíveis para completar o seu crescimento. Com isso, as frangas não atingem o peso ideal e iniciam precocemente a postura pondo ovos muito pequenos, que não atinge a classificação de venda. Além disso, futuramente essas frangas apresentarão menor produção de ovos, menor persistência de postura como também, poderão apresentar problemas de prolapso do oviduto. Para compensar as deficiências do período de luz natural na recria das frangas, deve-se adotar programas especiais de iluminação artificial. Como regra gera, nos lotes que coincidam o período de recria com o aumento da quantidade de horas de luz, adiciona-se 4 horas à quantidade em horas de natural na idade de 20 semanas das frangas. A partir dessa idade, reduz-se 15 minutos por semana até as frangas atingirem 20 semanas. Dessa maneira, as frangas retardarão o inicio da postura evitando os problemas advindos da maturidade sexual precoce. A iluminação artificial deve ser feita ligando-se a luz de madrugada e deixando-se acesa até o clarear do dia. Os outros programas de iluminação artificial são relativamente complexos e não encontram justificativa econômica para o seu emprego na escala da pequena produção como a preconizada nessa publicação. Entretanto, aqueles que se interessarem, pelos programas de iluminação, deverão procurar os compêndios mais especializados na produção industrial avícola onde encontrarão farto material a respeito do assunto. 
O choco das galinhas é um fenômeno reprodutivo natural, pelo qual as aves podem perpetuar a espécie, realizando a incubação dos ovos para o nascimento da geração seguinte. Como durante o período do choco as galinhas não botam ovos, esse processo passa a ser indesejável sob o ponto de vista econômico, principalmente por que a reprodução esta sob o controle do homem que a realiza em condições artificiais, com grane eficácia. O choco das galinhas é facilmente identificado pelo seu comportamento mais agressivo quando vamos colher os ovos no ninho, pois ela bica nossa mão com bastante raiva. O som do seu cacarejar torna-se, também, como que irritadiço e ameaçador. Portanto, o avicultor deve evitar, a todo custo, que suas galinhas fiquem chocas e se, porventura, ficarem, deverá tomar as providencias a seguir, tão logo quanto possível!
Existem inúmeras receitas para se combater o choco. A primeira é evitar tanto quanto possível que os ovos permaneçam no ninho, principalmente à noite. Porque à noite algumas galinhas poderão dormir no ninho e serem induzidas ao choco. Os ninhos deverão ser fechados na ultima colheita de ovos, no período da tarde. Se, mesmo assim, aparecer alguma galinha choca, pode-se colocá-la em uma gaiola, de preferência suspensa, para que fique balançando, pelo período de dois dias. Essa receita foi-me recomendada, como bastante eficaz, pelo Prof. Jaap, que a utilizava em peruas, cuja freqüência de choco é muito mais intensiva que nas galinhas. A receita a seguir, só a escutei de avicultores caipiras nacionais! Consiste em mergulhar a galinha em um balde de água fria por duas ou três vezes, retendo-a imersa, por alguns segundos, para que ela fique bastante assustada e desista do choco. 
Nos criatórios de galinha caipira, a prática de criação de machos e fêmeas no mesmo galpão é muito comum, embora não seja a mais indicada, cabe ao produtor encontrar a forma mais apropriada e que não interfira no bem estar das aves.
Para que seja feita a sexagem, existem duas maneiras que melhor se adéquam a criação de aves caipiras, que são:
Primeira: O avicultor deve observar a velocidade de empenamento dos pintainhos, nas fêmeas, ele ocorre mais rápido em relação aos machos.
Segunda: Deve ser realizada pela observação da cloaca dos pintainhos, através da proeminência genital das aves. Nesse processo o avicultor deve eliminar as fezes da cloaca, para ter uma melhor visualização do sexo. Com uma das mãos deve fazer uma leve pressão sobre as paredes do abdomen do pintinho e baixando a cloaca que deve ser pressionada levemente ocorrendo a exposição do sexo da ave.





20 de set. de 2017

CUIDADOS SANITÁRIOS COM AS GALINHAS CAÍPIRAS



CUIDADOS SANITÁRIOS

Apesar das galinhas caipiras possuírem uma excelente rusticidade, ao contrario do frango industrial, isso não evita a contaminação por fungos, vírus e bactérias. Por isso, o avicultor deve observar, diariamente, o comportamento das aves para identificar, o mais 30 rápido possível, algum tipo de anomalia. E, percebendo algum sintoma de doença, deve fazer a separação das aves para aplicar o tratamento devido.
Além disso, fazer uma limpeza, dentro e fora do galpão, seguida de desinfecção das instalações das aves é de extrema importância para diminuir, significativamente, a contaminação nos criatórios.
Aliado a isso, o avicultor deve manter um programa de vacinação preventiva atualizado. Pois, com esse cuidado ele pode evitar grandes perdas em seu aviário.
O programa de biosseguridade deve ser orientado por um médico veterinário responsável pelo plantel, com base na PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola) e em concordância com os órgãos oficiais regionais. Esses cuidados são necessários para atender os programas de controle e erradicação de enfermidades como micoplasmose, salmonelose e a doença de newcastle que estão sendo executados e, atualmente encontram-se em diferentes estágios de implantação nos Estados. (EMBRAPA)
8.1 – Controle de Parasítas
Para evitar problemas como: fraqueza, anemia e até a morte das aves, o avicultor deve fazer um controle sistemático de parasitas externos (piolhos, pulgas, ácaros, carraças, barbeiros e carrapatos) e internos (vermes lombrigas). As aves infestadas com esses parasitas podem desenvolver raquitismo, diarréia e, consequentemete, baixa produção.
Para o combate dos parasitas internos deve-se usar os vermífugos de amplo expectro e para os externos, o uso de inseticida deve ser adotado. Nesse caso, o avicultor deve usar rigorosamente os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e, em alguns casos, evitar que atinja as aves com os produtos usados. Para uma aplicação segura é fundamental seguir as orientações de uso dos produtos oferecidas pelos fabricantes.
O uso de hortelã miúda, tronco e folha de bananeira oferecidos na alimentação alternativa das aves e a colocação de folha de tabaco e citronela dentro dos ninhos e do aviário tem se mostrado como um eficiente método de prevenção desses parasitas.
8.2 – Restrição de Visitas
Para manter o aviário com um bom controle de biosegurança é muito importante o produtor manter um rigoroso controle de visitantes/curiosos em seu projeto, pois as pessoas podem, sem querer, trazer enfermidades para o seu plantel através de seus calçados e roupas. As visitas permitidas devem passar por um processo de higienização e, se possível, fazer a troca de roupas e sapatos, fornecidos pelo avicultor, para que possam entrar nos aviários com segurança. O ideal é que apenas o tratador possa entrar nos galpões e piquetes.
8.3 – Vazio Sanitário
O vazio sanitário é um intervalo, de extrema importância, entre o lote que sai e o lote que chega ao galpão. É uma das etapas de biosegurança mais importante para garantir ao próximo lote de aves, um ambiente com menor numero de microorganismos w.criargalinha.com.br 31 nocivos à saúde dentro do galpão. Nesse intervalo, algumas práticas de limpeza e desinfecção devem ser executadas para que o vazio sanitário atinja a sua máxima eficiência.
O uso de produtos que possam auxiliar o avicultor nesse propósito e que tenham sua eficácia comprovada é de fundamental importância para que, os agentes patológicos sejam diminuídos ou eliminados.
Dependendo das ocorrências de enfermidades no lote anterior, o intervalo de vazio sanitário pode ser de 15, 30 ou 60 dias. O que vai definir o tempo de duração do vazio sanitário é a intensidade das doenças em níveis baixos, médios ou altos, respectivamente.
Além do período de vazio sanitário, a realização de um programa de limpeza contínuo no aviário é fundamental para a manutenção da saúde do plantel.
8.4 – Cronograma de Vacinação
A melhor maneira de evitar as doenças em um projeto de criação de aves, ainda é seguir um bom programa de vacinação. E para atender as granjas de criação de galinha caipira o avicultor deve procurar um médico veterinário em sua região, para que o mesmo possa desenvolver um programa específico para a localidade onde se pretende montar o aviário. Com base nas informações sobre as doenças mais freqüentes na região do criatório, o médico veterinário irá elaborar um cronograma de vacinação que possa auxiliar o avicultor no que se refere ao controle de doenças mais comuns nas aves domésticas (modelo abaixo).
Idade Doença Via de aplicação 1 dia (incubatório) Marek + Gumboro + Bouba (suave) Subcutânea
7 dias New Castle (B1) + Broquite Infecciosa
(H120) + Gumboro Ocular
35 dias Bouba (forte) Membrana da asa 35 dias New Castle (LS) + Bronquite Infecciosa
(H52) + Gumboro Ocular
50 dias Coriza Infecciosa (aquosa) Intramuscular) 70 dias New Castle (LS) + Bronquite Infecciosa
(H52) + Gumboro Ocular
100 dias Encefalomielite Aviária Água de bebida (sem cloro) 120 dias Coriza 
Infecciosa (oleosa) Intramuscular 135 dias New Castle + Gumboro + Bronquite
Infecciosa (tríplice oleosa)
Intramuscular



17 de set. de 2017

Criação de Minhocas (minhocultura)



As minhocas desempenham papel importante no setor agrícola, por causa da elevada capacidade de produção de húmus, principal fonte regeneradora do solo, e por sua interferência física com a grande quantidade de terra movimentada em seus deslocamentos. 

A minhocultura tem desempenhado um papel muito importante para todo o setor agrícola. No Brasil, começou a despertar o interesse dos agricultores a partir da década de 80, por causa do baixo custo de produção e fácil integração com outras atividades rurais. De lá para cá, principalmente devido aos novos nichos de mercado em torno do setor agropecuário, a criação de minhocas volta ao cenário como um bom negócio, para quem mantém um minhocário tanto no campo quanto na cidade.

“Na agricultura, não só por sua grande capacidade de produção de húmus, principal fonte regeneradora do solo, as minhocas também se destacam pela sua interferência física com a grande quantidade de terra movimentada em seus deslocamentos. A minhoca é um verdadeiro arado vivo”, explica o técnico em Agropecuária e educador ambiental Claudio da Silva Teixeira, instrutor do curso de extensão (livre) “Minhocultura”, ministrado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), na Escola Wencesláo Bello. A unidade funciona no bairro da Penha, Rio de Janeiro.

Segundo Teixeira, na pecuária é estabelecida uma relação muito interessante com as demais criações já que, para sua alimentação, “podemos utilizar os estercos dos animais, gerando não só os adubos naturais citados, mas também a produção de uma rica fonte proteica”. “A carne da minhoca, por exemplo, apresenta cerca de 70% de proteína bruta”, comenta o  instrutor.

O crescimento da minhocultura no Brasil, na visão do educador ambiental, está ligado diretamente ao crescimento da agricultura orgânica. “Não podemos falar em uma forma sustentável de agricultura sem a preocupação com a redução de perdas de nutrientes e de outros elementos essenciais para a conservação do solo, principal responsável pela produção de alimentos e sobrevivência de toda a humanidade.”

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Para explicar melhor a importância das minhocas para o setor agropecuário, o educador ambiental cita os principais índices zootécnicos das minhocas:

Longevidade: dependendo da espécie pode atingir uma vida útil de até 20 anos; em média; elas vivem quatro anos;
Reprodutivo: por ser um animal hermafrodita, apresenta os dois aparelhos reprodutivos em um mesmo indivíduo, conseguindo a procriação pela fecundação cruzada, pela qual, durante o acasalamento, um animal deposita o sêmen no receptáculo seminal do outro e os dois são fecundados com capacidade de gerar novos indivíduos. Uma minhoca pode gerar em torno de 1,5 mil descendentes por ano;
Produção de húmus: uma minhoca pode ingerir por dia o equivalente ao seu peso e dejetar, na forma de húmus, 70% do material ingerido. Uma minhoca pode ser comparada a uma “micro usina viva de transformação (beneficiamento)”.
Teixeira conta ainda que as minhocas se alimentam não só de esterco, mas de toda matéria orgânica decomposta ou em estado de decomposição: “Por isto, elas vêm sendo utilizadas, com muito sucesso, no tratamento dos resíduos sólidos orgânicos oriundos das atividades agrícolas e urbanas, por meio de técnicas de compostagem e da vermicompostagem”.

FACILIDADE DE CRIAÇÃO

O instrutor da EWB/SNA comenta que a minhocultura pode ser considerada uma atividade de fácil condução, quando comparada a outras atividades zootécnicas. “No Brasil, mesmo com a diversidade climática das regiões, o clima não é um fator limitante. Prova disto é que a atividade é desenvolvida com êxito do Norte ao Sul do País. O que vai diferenciar (entre o sucesso e o fracasso da produção) é o manejo, a forma como a criação vai ser conduzida.”

Outro diferencial, conforme Teixeira, poder ser determinado pelo objetivo da criação. “Quando é destinada para a produção de minhocas (vermicultura), visamos atender ao máximo às necessidades essenciais da espécie, para atingir um melhor índice reprodutivo. Quando objetivamos a produção de húmus (vermicompostagem), criamos as condições básicas para que as minhocas permaneçam nos criatórios e transformem os restos orgânicos tratados em húmus de minhoca.” 

IMPLANTAÇÃO

O instrutor da EWB/SNA informa que o custo de implantação de um minhocário está ligado diretamente à sua capacidade de produção e ao objetivo da criação (comercial ou doméstica). “Para fins comerciais, utilizamos como modelo uma unidade de produção que desenvolvi, para ser replicada em pequenas propriedades rurais do município de Magé (RJ).”

Nesta região, ele atua como extensionista rural, por meio da Emater-RJ (Empresa de Assistência Técnica Rural do Estado do Rio de Janeiro): “Com baixo custo e de fácil montagem, esta unidade pode ser adequada conforme a necessidade de produção.”

Teixeira comenta também que “não podemos desconsiderar o interesse que a minhocultura vem despertando para a criação doméstica”. “Graças ao incentivo da agricultura urbana, a criação de minhocas em pequenos espaços ganha, a cada dia, novos adeptos. O uso de caixas plásticas, como instalações, permite inclusive o reaproveitamento de embalagens.”

VIABILIDADE

O que determina a viabilidade da construção de um minhocário, diz o instrutor da EWB/SNA, é a disponibilidade de matérias orgânicas de origem animal e/ou vegetal que, mesmo encontradas em grandes quantidades, tanto nas áreas rurais como nas urbanas, são descartadas de forma inadequada pela falta de uma coleta seletiva, o que inviabiliza sua utilização.

“As instalações permitem a utilização de canteiros feitos em alvenaria, placas de cimento armado, madeira, bambu, caixas plásticas, entre outros.  As ferramentas, basicamente, são as mesmas utilizadas em outras atividades agrícolas. Só devemos restringir o uso, no interior dos canteiros, de ferramentas com partes cortantes, para evitar machucar as minhocas.”

A utilização de alguns equipamentos podem facilitar a vida do minhocultor, como termômetros, medidores de umidade e medidores de pH. “Trituradores de resíduos orgânicos aceleram o processo de tratamento dos resíduos orgânicos.  E o mais importante: o futuro minhocultor deve ter vocação para desenvolver uma atividade agrícola, que demandará tempo e dedicação do interessado.”

HÚMUS

O húmus é o resultado do processo de decomposição da matéria orgânica, que ocorre naturalmente, gerando um rico fertilizante. Teixeira explica que, no processo de decomposição, são consideradas algumas etapas muito importantes. A primeira delas é quando o material passa por uma ação de micro-organismos (química e biológica), caracterizada pela presença de fermentação. Nesta fase, quando está estabilizada, cria-se um ambiente propício para a atuação de uma série de macro-organismos (gongolos, formigas, tesourinha, tatuzinho, minhocas, etc.), que participarão do processo final de humificação.

“Destacamos neste processo o trabalho das minhocas, maiores e melhores produtoras biológicas de húmus. Podemos entender, então, o grande interesse na criação em cativeiro destes animais”, analisa Teixeira.

Para a implantação do minhocário, é necessário ter material orgânico tratado (animal ou vegetal), ou seja, com o processo fermentativo inicial estabilizado, as instalações devem permitir o controle da umidade (de 50 a 70%), temperatura (de 18 a 30° C) e do acesso de possíveis predadores (formigas, lacraias, sanguessugas, pássaros em geral).

“O húmus produzido será utilizado na manutenção da fertilidade dos solos e regeneração dos solos degradados. As minhocas serão usadas na alimentação de outros animais, in natura ou na forma de pasta ou farinha geralmente adicionada as rações”, relata o educador ambiental.

COMERCIALIZAÇÃO

O húmus pode ser comercializado a granel, em grandes quantidades destinadas à agricultura em geral e/ou ensacado, em pequenas quantidades geralmente destinadas a jardinagem e paisagismo.

“As minhocas despertam o interesse de um mercado muito interessante, que vai desde os criadores de pequenos animais, como pássaros e peixes ornamentais e até mesmo os criadores de grandes animais para enriquecimento das rações balanceadas. Outro filão é o da pesca recreativa, pesque-pagues e grupos de pesca formam um grupo de interesse em pleno crescimento. As minhocas também podem ser comercializadas como matrizes para futuros criadores

minhocultura, ou seja, o cultivo de minhocas em cativeiro, é uma atividade zootécnica que tem como processo básico a vermicompostagem. Esse processo consiste na transformação dos resíduos orgânicos em uma forma mais estabilizada da matéria orgânica, resultante da ação das mesmas e da microflora que vive em seu trato digestivo, produzindo húmus, que é a sua excreção. Nesse processo, ocorre também o aumento da população dos espécimes, então, fica evidente que na criação obtemos dois produtos finais, as minhocas e o húmus. 

As minhocas podem ser utilizadas na alimentação animal tanto in natura como na forma de farinha, que também vem sendo estudada e viabilizada na alimentação humana. Aproximadamente, 75% da matéria seca das minhocas é composta por proteínas. Outra finalidade é o seu uso como iscas para pesca e como matrizes para quem pretende iniciar uma criação. 

O húmus é um rico adubo orgânico que pode ser utilizado  em todas as culturas. Viveiristas, paisagistas e floricultores fazem seu uso com  frequência e são potenciais consumidores. Além disso, pode ser utilizado na fruticultura, cultivo de grãos, agricultura orgânica, dentre outros.  

Basicamente são três as características necessárias às minhocas para que sejam criadas comercialmente: devem se adaptar ao cativeiro; devem se alimentar de material orgânico em decomposição e precisam ser bastante prolíferas, reproduzindo-se em grande quantidade. As espécies mais comercializadas são a Eisenia foetida e Lumbricus rubellus, conhecidas como “Vermelha da califórnia” e Eudrilus eugeniae conhecida como “Gigante africana”. O interesse comercial por essas espécies se deve ao fato de elas viverem em altas concentrações de resíduos orgânicos, além de apresentarem uma altíssima taxa de reprodução, adaptando-se facilmente nos canteiros.

Criar minhocas é relativamente simples e, dependendo da finalidade a que se destina, não exige grandes investimentos. É possível a criação em pequenas caixas e até mesmo em latões cortados ao meio. O importante é acondicioná-las satisfatoriamente. O alimento é também o local onde vivem, dessa maneira, o substrato deve atender a requisitos que satisfaçam às exigências no que diz respeito ao ambiente e à nutrição. 

Os materiais utilizados para produção do substrato, o vermicomposto,  podem ser de diversas origens: agrícola, domiciliar ou industrial, desde que ricos em matéria orgânica, tais como esterco; palhas; lixo doméstico orgânico; lodo de esgoto; restos de culturas, dentre outros. A questão está em como fornecer esses substratos. É necessário que toda matéria-prima utilizada na preparação do mesmo passe por um processo de fermentação ou compostagem adequado


Minhoca  (Como criar)

Criação do bicho pode ser rentável até em pequenas áreas. O húmus produzido é muito usado por floricultores, jardineiros e paisagistas 
Se não fossem tão benéficas à natureza, as minhocas certamente seriam consideradas pragas. A cada dois meses, elas têm a população duplicada, um vantajoso atributo para os criadores desses anelídeos. Mas os predicados não param por aí: as minhocas melhoram a qualidade do solo, servem de alimentação para outros animais e têm boa demanda no mercado.
Miúdas e longas, as minhocas penetram na terra e, com seus movimentos, revolvem, arejam e descompactam o terreno, o que evita encharcamentos e diminui a ocorrência de erosões.
Ao mesmo tempo, em seu processo digestivo, eliminam restos em decomposição e "limpam" a terra, devolvendo ao meio ambiente um adubo natural. Trata-se do húmus, matéria orgânica rica em nutrientes, com muito nitrogênio, cálcio, magnésio, fósforo, potássio e extensa flora bacteriana, ótimo para o desenvolvimento de hortaliças em geral e fruteiras, entre outras culturas. O produto tem lugar garantido entre floricultores, horticultores, jardineiros e paisagistas.
Minhocário: acima do nível do solo e em área plana, mas inclinado para evitar acúmulo de água
Ricas em proteínas, as minhocas são uma boa opção de alimento para animais. É um dos pratos prediletos de criações de aves, rãs e peixes. Servem ainda para a fabricação de farinha e podem ser usadas como isca viva na pesca esportiva. Outro papel importante das minhocas é na eliminação de lixo orgânico. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem condomínios que adotam o uso de minhocários em áreas comuns para o aproveitamento de resíduos orgânicos descartados.
Os diversificados canais de venda fazem da minhocultura um meio de o criador incrementar a renda no fim do mês. A necessidade de pouco investimento inicial e os baixos custos com manutenção da infra-estrutura também contribuem para a conquista de um negócio rentável. A atividade não exige mão-de-obra especializada nem tratamento veterinário.
As minhocas não possuem olhos, dentes ou ossos, mas têm capacidade de regenerar uma nova cauda. Pelo mundo são encontradas milhares de espécies. Aqui, são nativas a minhoca brava (Pheretyma hawayana), a mansa (Lumbricus terrestris) e o minhocuçu (Rhinodrilus alatus). Entre as estrangeiras, as populares são vermelha-da-califórnia ou vermelha-híbrida (Eisenia phoetida), gigante africana (Eudrilus eugeniae) e também a européia (Lumbricus rubelus).

Como Criar
Criação mínima: quatro litros de minhocas
Custo: 100 reais (para criação mínima)
Investimento inicial: Mil reais
Retorno: um ano e seis meses
Reprodução: criação pode dobrar a cada 60 dias

Mãos à obra
Início - comece com poucas minhocas. Coloque quatro litros em um canteiro de dois metros quadrados. Os minhocultores brasileiros preferem a vermelha-da-califórnia para a produção de húmus, pois é produtiva e fácil de lidar.
Expansão - para produções maiores, opte por um canteiro de 20 x 1 metro, com 30 centímetros de profundidade. Deposite seis metros cúbicos de esterco curtido. Se bem conduzida, a atividade pode alcançar em dois meses quatro toneladas de húmus, o equivalente a 100 sacos de 40 quilos.
Ambiente - o minhocário deve ser mantido limpo, o que evita a aproximação de predadores. Palha seca por cima inibe a ação de passarinhos. Livre-se de grama ao redor do canteiro, para não haver contaminação com sementes. Não deixe exceder o número de minhocas no local, pois elas não gostam de variações de umidade e temperatura, tampouco de locais muito quentes.
Estrutura - instale o minhocário acima do nível do solo e em área plana, mas com leve inclinação para evitar o acúmulo de água. Feitas de alvenaria ou madeira, as paredes devem contar com drenos para escoar o excesso de umidade. Proteja o local da chuva com telas plásticas apoiadas em suportes de arame, bambu ou madeira.
Alimentação - as minhocas se alimentam de esterco e restos vegetais, como gramas, frutas, folhas secas, papéis e matérias orgânicas em decomposição. Junte tudo para fazer uma compostagem. Faça um monte de 1,5 metro de altura, em local seco e arejado. Deixe descansar por uma semana e revire o material para aumentar o arejamento. Repita o procedimento, mas apenas com uma virada, até que o resfriamento da compostagem. Leve a massa para o canteiro somente quando, ao apertar um punhado, ela não pingar água.
Reprodução - apesar de possuírem os dois sexos, as minhocas não se auto-fecundam. É necessário o acasalamento com outra minhoca, o que pode ocorrer o ano todo. Fecundados e no interior de um casulo, os óvulos são expelidos na terra. Em cerca de 21 dias eles eclodem, e cada um origina algumas minhoquinhas.
Coleta - o método de armadilhas é uma das técnicas para se recolher o húmus produzido. Encha sacos de aniagem com esterco curtido e úmido, estendendo-os sobre o canteiro para atrair as minhocas. Após capturar a maior parte delas, transfira-as para um outro canteiro já preparado com esterco.