29 de dez. de 2019

MONTAGEM E OPERAÇÃO DO ABATEDOURO PARA ANIMAIS SILVESTRES



MONTAGEM E OPERAÇÃO DO ABATEDOURO 
Segundo Oliveira (2008), abatedouro trata-se de um estabelecimento comum registrado junto às autoridades sanitárias como abatedouro de pequenos animais e registrado junto ao IBAMA para abate de animais silvestres. Para um melhor entendimento do funcionamento de um abatedouro é necessário conhecer as instalações e equipamentos, as técnicas de abate e corte da carne e como é feita a inspeção sanitária. O abatedouro da empresa Pró-fauna será utilizado como modelo. 

6.1. Instalações e equipamentos 
Em um galpão dividido em baias, cujo acesso é feito por um corredor central, são alojados os animais a serem abatidos. As baias são em piso de concreto e são separadas por muretas de alvenaria, completadas por divisórias de telas de alambrado até o teto. O acesso dos animais é feito por um portão tipo guilhotina, que facilita o manejo (PRÓ-FAUNA, 2009). 
Externamente existe um embarcadouro por onde os animais são retirados do caminhão de transporte. Entre o galpão de recepção e a sala de abate há um corredor por 
onde os animais são conduzidos. O transporte dos animais é feito por um caminhão cuja carroceria é subdividida em compartimentos separados por grades de ferro escamoteáveis, de maneira que permitem a circulação dos animais entre elas durante o embarque e o desembarque. Essa estrutura permite transportar os animais com segurança, facilitando o manejo, impedindo brigas e evitando fugas (PRÓ-FAUNA, 2009). 
No prédio onde funciona o abatedouro propriamente dito, existem duas caixas de água de 5 mil litros cada, que garantem o fornecimento ao abatedouro. Cada uma delas é equipada com um filtro na tubulação de abastecimento e com uma bomba de cloro na saída de água. Consome-se em média 100 litros de água por animal abatido (PRÓ-FAUNA, 2009). 
As janelas devem estar isoladas por telas, evitando a entrada de insetos e o acesso ao vestiário e ao banheiro devem ser feitos externamente. Na porta de acesso à área interna do abatedouro é indispensável uma pia para a limpeza das mãos e braços dos funcionários e também um pedilúvio para desinfecção das botas de borracha (a desinfecção pode ser feita com uma solução de cloro ou de água sanitária diretamente na água do pedilúvio). Também na parte externa do prédio, está uma área coberta para embarque de produtos para comercialização e o desembarque de insumos para a operação do abatedouro (PRÓFAUNA, 2009). 
O acesso é feito por uma ante-sala, vizinha à sala de abate, da qual se vai para a área de evisceração, local também utilizado para a inspeção sanitária. Ao lado está a sala de corte e a sala de embalagem, de onde se tem acesso à câmara fria que é dividida em dois compartimentos: o de resfriamento e o de armazenamento. Na parte interna do abatedouro, os pisos e paredes são revestidos de material impermeável. Preso ao teto está um trilho de transporte por onde as carcaças percorrem todas as instalações de processamento. Na 
portinhola de entrada dos animais estão duas gaiolas: uma com guilhotina de acesso á área externa e outra com guilhotina de acesso à área interna. Ao lado está o aparelho insensibilizador e seu painel de controle, que através de choque elétrico de 300 volts insensibiliza o animal para o momento da sangria. Outra estrutura é o tanque de coleta de sangue, sobre o qual é feita a sangria. É preciso outro tanque, que pode ser de inox, para ser o tanque escaldador, que serve para a retirada dos pêlos e que opera por um sistema de aquecimento a gás. Também com água aquecida opera uma bomba, tipo lava jato, que permite uma melhor higienização das carcaças (PRÓ-FAUNA, 2009). 
Para as embalagens é preciso uma seladora a vácuo e/ou um rolo de fio de PVC. A última instalação a ser destacada é a câmara fria, que como já foi dito, se divide em dois compartimentos. Internamente as carcaças ficam dependuradas para o resfriamento (2° a 7° graus Celsius) antes do corte. Depois de cortadas e embaladas, as peças de carne vão para a câmara de armazenagem (-10° graus Celsius) (PRÓ-FAUNA, 2009). 

6.2. Operação do abatedouro 
Preliminarmente, a inspeção “ante-mortem” é feita pelo exame visual de caráter geral no momento do desembarque, observando cuidadosamente o comportamento dos animais, que devem estar com boa aparência, sem demonstrar cansaço excessivo e sem febre ou infecções. Depois do exame os animais são colocados nas baias, onde ficam em jejum por 24 horas, servidos apenas por água. Com o jejum é possível retirar as vísceras e os intestinos do animal com riscos pequenos de rompimento, preservando a higiene da 
carcaça e evitando contaminação. O jejum também diminui a energia do animal, permitindo melhor conservação da carne (DEUTSCH, 1988). 
A Lei do abate humanitário e proteção aos animais tornou obrigatório o uso de equipamentos insensibilizadores que produzem um choque elétrico e insensibilizam os animais, dando mais velocidade no abate e mais qualidade na carne. A norma, nesse caso, é provocar o menor estresse possível na hora do abate para obter uma carcaça de melhor qualidade (IBAMA, 2009). 
Assim que o animal fica inconsciente, é suspenso pelo guincho por uma das pernas traseiras, onde previamente se prende ao gancho. Em seguida, é feita a sangria contando-se a veia jugular com uma faca apropriada. A duração é de, no mínimo, três minutos, sendo que o sangue é coletado em recipientes especiais destinados a esse fim. Após a sangria é feita a pelagem com água quente no tanque escaldador. Depois de escaldados, os animais são depilados e são retiradas as unhas e a cabeça, em seguida a carcaça é lavada novamente com jatos de água quente. Procede-se, então, a evisceração do animal, que se inicia com a abertura do peito feita com uma faca própria, seguida pelo corte longitudinal da barriga (OLIVEIRA, 2008). 
Efetuadas essas operações, retiram-se as vísceras que são colocadas sobre uma mesa para serem submetidas à inspeção sanitária. Quando é encontrada alguma anomalia, a carcaça e os órgãos correspondentes são desviados para uma área reservada para inspeção detalhada e o veterinário do serviço de inspeção, juntamente com seus auxiliares, cumprem essa fiscalização final. Essa é uma tarefa que deve ser realiza com total atenção, observando se existem alterações de consistência, cor, presença de nódulos, abscessos, cistos, etc. Nenhuma peça que apresente qualquer alteração, deve ser liberada para consumo antes da inspeção (PRÓ-FAUNA, 2009). 
Retiradas as vísceras, (que já inspecionadas podem ser descartadas em fossas sépticas ou incineradas, não havendo aproveitamento comercial), faz-se a divisão da carcaça ao meio, usando uma serra no sentido longitudinal da coluna vertebral. Depois de divididas, as meias carcaças passam por um novo processo de inspeção sanitária e quando aptas para o consumo, são carimbadas pelo veterinário do serviço de inspeção e ainda levam o carimbo do IBAMA, atestando que a origem da carne é de um criatório legalizado. Em seguida, as meias carcaças são levadas até a seção de pesagem e seguem para a câmara fria, onde são resfriadas e armazenadas por 24 horas. Só depois de resfriadas as carcaças vão para o corte, onde são divididas em partes. Posteriormente, são embaladas e já podem ser comercializadas (OLIVEIRA, 2008). 

6.2.1 Corte 
Nas meias carcaças de capivara, por exemplo, os corte são feitos em quatro partes: 
paleta, pernil, costela e carré (OLIVEIRA, 2008). A paleta é constituída pela pata dianteira. O pernil é a parte traseira. A parte que separa o pernil da paleta é dividido em duas partes: o carré (onde está o lombo) e a costela (que é a parte com menor quantidade de carne). Geralmente, esse mesmo esquema de corte segue para as outras espécies de mesmo porte da capivara. 
Figura 4: Localização dos cortes de Jacaré do Pantanal (Cayman yacare) efetuados pela COOCRIJAPAN em sua instalação frigorífica. 

6.2.2 Embalagem 
Terminado o corte da carcaça, já se tem o produto comercial do abate, que são as peças que serão distribuídas nos pontos de venda. Essas peças podem ser embaladas de diversas maneiras. Destaca-se o fio de PVC, onde a carne é revestida até que fique isolada, garantindo a conservação. Outra forma é a seladora a vácuo parcial. O aparelho, antes de selar o saco plástico, retira a maior parte do ar existente no interior da embalagem, o que melhora a conservação do produto (PRÓ-FAUNA, 2009). 
Seja em qualquer tipo de embalagem, é obrigatória a colocação do rótulo onde diversas informações devem estar presentes, como a identificação da espécie, o corte embalado, que nível de inspeção sanitária foi feita (se municipal, estadual ou federal), a identificação e o endereço do abatedouro e o número do registro junto ao IBAMA 
(ROCHA, 2001). 

Figura 5: Carne congelada de jacaré. 

6.3 Fiscalização 
O Decreto 7.889, de 23 de novembro de 1989, estabelece as competências de cada órgão governamental, no que diz respeito à fiscalização de abates de animais, segundo o tipo de comercialização a ser efetuada. O Decreto 7. 889 também define que as Secretarias Municipais de Agricultura deverão ser as responsáveis pela fiscalização do abatedouro no 
caso da comercialização municipal; as Secretarias Estaduais dos Estados, Territórios e Distrito Federal serão as responsáveis no caso de comercialização intermunicipal; e o Ministério da Agricultura será o responsável no caso da comercialização interestadual ou internacional (MAPA, 2009). 
Os abatedouros são caracterizados segundo o destino dos produtos que serão comercializados, ou seja, deverão possuir inspeção federal aqueles que realizarem comércio de produtos interestadual ou internacional; os estabelecimentos que realizarem negócios intermunicipais deverão possuir inspeção estadual; e os estabelecimentos que realizarem comércio local, ou seja, dentro dos próprios municípios, deverão possuir inspeção municipal. Além disso, os abatedouros deverão estar previamente registrados no órgão competente antes de entrar em funcionamento. Existe uma definição para os matadouros, segundo o regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal, o RIISPOA, no 2° parágrafo do artigo 21: “estabelecimentos dotados de instalações adequadas para a matança de quaisquer das espécies de açougue, visando o fornecimento de carnes em natureza ao comércio interno, com ou sem dependências para industrialização”. 
Os maiores concorrentes dos abatedouros comerciais são os abatedouros clandestinos. Entretanto essa concorrência tende a desaparecer à medida que o consumidor vai adquirindo consciência dos riscos que corre provenientes desse tipo de abate e também à medida que o governo assume as suas responsabilidades com a saúde pública. Se o produto não estiver cadastrado em um dos serviços de inspeção, (que foram citados anteriormente), trata-se de um produto clandestino. Esse cadastro é muito importante, pois se alguma peça de carne não estiver apta para consumo, ela será investigada conforme a 
sua origem e deverá ter o cadastro em alguns dos serviços de inspeção sanitária (MAARA, 1995). 
Para o aproveitamento completo de todas as matérias-primas do abate, pode-se produzir rações com farinha de ossos ou carne. Muitos produtos farmacêuticos são produzidos utilizando a bile, as glândulas de secreção interna, as placentas e outros 
(GIANNONI, 2001). 

6.4 Higiene 
Deve-se considerar que a carne é facilmente contaminada e os alimentos mal manipulados servem como veículo de transmissão de infecções e intoxicações para o consumidor (ROCHA, 2001). 
Segundo Oliveira (2008), para produzir alimentos, deve-se observar rigorosamente o seguinte: 
- As pessoas que estiverem envolvidas no trabalho devem ser sadias e conhecedoras das técnicas recomendadas para cada tipo de produto. Elas devem, ainda, conhecer e aplicar todos os cuidados de higiene necessários como, por exemplo, lavar e desinfetar bem as mãos antes de qualquer atividade; estar bem uniformizadas, com uniformes de cor branca que estejam sempre limpos; usar boné ou gorro para evitar a queda de cabelos nos alimentos; botas de borracha branca, fáceis de serem lavadas; e aventais impermeáveis; 
- As matérias-primas e insumos devem ser de ótima qualidade; 


- Com respeito aos utensílios, equipamentos e instalações, devem-se ter cuidados especiais. Eles devem ser próprios para o trabalho, bem lavados e desinfetados. A limpeza e desinfecção dos equipamentos devem ocorrer antes e após o seu uso. Nunca deixar para o dia seguinte, pois isso irá dificultar o trabalho e aumentar as chances de contaminação. 

Na limpeza, devem ser usados detergentes neutros e biodegradáveis que não deixem resíduos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Esses produtos são apropriados para a indústria de alimentos e possuem ótima capacidade de limpeza. É bom fazer sempre uma pré-enxaguagem com água fria antes de aplicar o detergente. 
A desinfecção pode ser física ou química, o que vai depender do material a ser utilizado. O vasilhame, os utensílios metálicos, as mesas em aço inox e o prato de balança podem ser desinfetados com água quente. Outras vasilhas e utensílios que não resistem ao calor, bem como as paredes e os pisos, devem ser desinfetados com produtos químicos a base de iodo ou cloro, ou então, com outros tipos de produtos recomendados para a indústria de alimentos. A desinfecção química pode ser feita por imersão, por aspersão, ou mesmo despejando a solução sobre os equipamentos que se deseja desinfetar. Após a desinfecção, não é necessário enxaguar o material, é preciso deixar apenas escorrer o excesso do desinfetante e o equipamento pode ser utilizado imediatamente. 




19 de dez. de 2019

Criação de Hamster (sírio)



Pensando em comprar um hamster sírio ou querendo apenas cuidar do seu bichinho de uma maneira mais eficaz?

COMEÇANDO:
O hamster sírio é um pequeno roedor, peludinho e dorminhoco durante o dia. Apesar de dorminhoco, quando está em seu habitat natural, pode correr uma distância de até 8 km de um só vez.
Além disso, ele é considerado um dos animais de estimação mais populares do mundo.
São animais de estimações calmos e amigável em relação aos outros pets.
São animaizinhos carinhosos e super divertidos, principalmente quando falamos em animais de estimações para crianças.
“Ele é pertencente à família Cricetinae, sendo uma das espécies mais requisitadas para domesticação. É um mamífero bastante resistente, suportando uma queda de até 20 centímetros de altura sem quebrar nenhum osso corporal”
 Não há necessidade de começar com um grande número de animais, mas a compra de matrizes de qualidade é fundamental para assegurar um plantel com boa reprodução. Por isso, adquira hamsters de criadores profissionais. Os preços variam entre R$ 10 e R$ 50. Mais adaptado para a vida em cativeiro, o sírio possui vários tons, sendo o castanho a cor original, motivo pelo qual também é chamado de dourado. O adulto mede de 15 a 17 centímetros e pesa entre 85 e 120 gramas.



AMBIENTE 
Calmo é o mais indicado. Apesar de não apresentar restrições aos diferentes tipos de clima, prefere regiões com temperaturas mais altas. Porém, mantenha as gaiolas em local arejado, mas em posição que não recebam correntes de ar e raios solares.
Eles são fáceis de cuidar e não exigem muito esforço, mas é necessário ter cuidado para movimentá-lo na hora da limpeza da gaiola.
Você que sonha em ter um hamster sírio em casa, deve ter em mente algumas informações que demonstram que o seu bichinho é/está saudável:
Focinho seco;
Olhos vivos e brilhantes;
Orelhas em pé;
Pelo sem falhas, brilhante e macio;
Corpo cilíndrico;
Apetite.

Dica Extra
Como o hamster sírio tem uma vida um pouco curta (dois a três anos), é aconselhável que você pegue um bem novinho (em torno da quinta semana de vida). 

COMPORTAMENTO:
Nossos pequeninhos roedores são animais brincalhões, dóceis e que adoram um exercício físico.
Quando no seu habitat natural, percorrem vários quilômetros em busca da sua alimentação – por isso, é necessário que ele tenha “diversões” em sua gaiola, como uma rodinha, por exemplo.
Os hamster sírio são animais que preferem a vida solidária.
Muitos não aceitam ser mantidos juntos numa mesma gaiola ou rebanho, se tornam agressivos e brigam, exceto quando falamos dos pequenos – que necessitam de cuidados.
A única excessão é quando estão prontos para a reprodução. Aí eles vivem pacificamente por um momento.
Se a sua vontade é ter mais de um, o ideal é que você os mantenha em gaiolas distantes e, de preferência, longe uma da outra – pois eles são capazes de sentir o cheiro de outros.
São animais com hábitos noturnos, preferem começar suas atividades à noite e terminar pela manhã.
Então deve-se evitar acordá-los durante o dia.
Possuem audição sensível, não enxergam fácil e possuem um olfato extraordinário.
Eles identificam seus alimentos pelo cheiro, e muitas das vezes confundem a mão do dono com comida, devido ao cheiro de comida.
Eventualmente podem dar aquelas pequenas mordidinhas, portanto sempre quando for brincar ou pegar seu animalzinho, deixe as mãos limpas para evitá-las.

ASPECTO FÍSICO
São animais considerados e conhecidos pelo tamanho grande – se comparados as outras espécies de hamster (Roborovski e chinês, que são proibidos no Brasil).
O hamster sírio pode chegar até 17 centímetros e pesar entre 90 e 150 gramas.
Cada espécie, tem sua pelagem diferenciada.
Os sírios possuem um pêlo mais puxado pro dourado, podendo ser curto ou longo, sendo dourado mais escura na parte de trás e mais clara na barriga.
Devido a uma vasta gama de criadores no Brasil, muitos conseguiram vários tons de pelagem por meio da genética, chegando a ter pêlos: pretos, avermelhados, brancos cinzentos e até marrom chocolate.
Eles possuem uma características muito interessante.
Em suas bochechas, podem armazenar alimentos, cerca de 25 gramas. É uma marca incrível dado o seu tamanho.



Diferenças Entre Machos E Fêmeas
Quando são muito novos, pode ser difícil distinguir quem é quem (se você tiver mais de 1).
A forma mais comum é olhando pelas genitálias. Você verá dois orifícios – o pénis ou vagina e o ânus.
No macho, o espaço entre os dois é em geral de um a dois centímetros e, na fêmea, este espaço é tão pequeno que é complicado diferenciar.
A forma do corpo difere também um pouco da fêmea para o macho.
Normalmente as fêmeas, são mais ariscas e ativas, chegando a morder o seu próprio dono.
Pelo contrário, os machos são mais calmos, preguiçosos e dorminhocos.
A diferenciação de gêneros é feita pela observação de características físicas e contraria certos “padrões sociais” humanos.
Fêmeas são maiores que os machos;
Na ponta da cauda, os machos possuem pontos cor de rosa. As fêmeas não possuem.
Uma característica interessante: A “mamãe hamster sírio” se distancia após o acasalamento e, em média, separa-se de seus filhotes com 8-10 semanas de vida.



MORADIA:
Com medidas de 20 por 30 centímetros, têm bom tamanho para um hamster se movimentar. De arame galvanizado, são encontradas no varejo especializado, onde podem ser comprados comedouros de metal e pesados, para que não sejam arrastados, e bebedouros automáticos tipo mamadeira com bico de inox, material resistente a mordidas.
É essencial um ambiente confortável, com hidratação adequada para seu bichinho, bem como atividades para se exercitar e brincar.
Procure uma gaiola com medidas de 60 x 40 x 50 aproximadamente ou até maior.
Para deixar seu hamster feliz na nova casa, ela deve ter uma boa ventilação, solo impermeável e portas e barras seguras, para que ele não escape.
Se possível, a gaiola deve ter vários andares ou até escadas para eles brincarem e exercitarem a musculatura.
Quanto maior a gaiola do hamster, mais feliz será o seu bichinho.
Você deve colocar a sua casa sempre em lugares onde a temperatura oscile entre os 20°C e o 24°C, longe de correntes de ar, devido aos hamster sírio serem animais sensíveis às variações de temperatura.
Também deixe a gaiola longe de locais com sol direto.
De preferência a sua gaiola deve ser colocada num local calmo durante o dia (sendo animais noturnos, tendem a dormir a maior parte do dia).
Nem sempre a gaiola mais bonita tem a manutenção mais fácil – numa gaiola com muitos tubos a limpeza torna-se mais difícil.
Outro Fator A Ponderar Na Escolha Da Gaiola E Restantes Acessórios
Os hamsters adoram roer tudo à sua volta, por isso você deve escolher materiais não tóxicos e de preferência resistentes, para suas brincadeiras.
Como dito anteriormente, mantenha sempre um hamster por gaiola.
Se existirem muitos animais num espaço pequeno, vão surgir lutas devido ao stress e muitas vezes, ferimentos provocados por essas lutas, que podem originar a morte dos animais.
Algumas coisas para levar em consideração na hora de escolher a melhor gaiola para hamsters:
Casa de banho: Existem à venda alguns WC praticamente fechados que são de fácil limpeza;
Abrigo/Espaço para dormir: Existem casinhas de diversos modelos e cores;
Zona para alimentação e água: O comedouro deve ser pesado e feito de um material facilmente lavável (a cerâmica é o ideal). Se possível deve ser largo, pois os hamsters adoram comer sentados sobre a própria comida. O bebedouro deve ser do tipo pipeta;
Zona de exercício: Rodinhas, escadas, tubos. Tudo o que for necessário para prática diária de exercícios.
O fundo da gaiola deverá ser revestido por uma camada de material absorvente.
Existem muitos tipos de materiais disponíveis para este efeito (litter, aparas de madeira, etc). O mais recomendado é o corn cobs (explicação).
Deve ainda ser fornecido um material suave, para que o hamster torne mais acolhedor o seu ninho.
Existem muitos tipos de materiais à venda nas boas lojas, em alternativa pode usar-se papel higiénico (branco) rasgado em tiras.

BRINQUEDOS 
São indicados porque o hamster é muito ativo e precisa exercitar-se. Pode-se utilizar peças improvisadas que não ofereçam perigo, como rolinho de papel higiênico ou de papel-toalha. Pedaço de galhos de árvores frutíferas são recomendados para roer, a fim de evitar que os dentes cresçam demais.



CUIDADOS 
Para não haver contaminações, limpe com frequência o bebedouro e o comedouro, cujos restos de comida devem ser retirados diariamente. Desinfete a gaiola e troque a maravalha da bandeja ou a areia, a mesma utilizada para gatos, o que ajuda a neutralizar o odor e absorver as fezes e a urina do hamster.
Não se esqueça de trocar a água do bebedouro diariamente. Aproveite para limpá-lo usando escova, pincel ou esponja e sabão neutro. Para assegurar a saúde da criação, mergulhe-o em solução de cloro por algumas horas e enxague-o em água corrente. O comedouro também deve ser lavado, mas no dia a dia esvazie-o para que não haja acúmulo de pó. Faça ainda a higienização da gaiola.

Cuidados & Higiene
Quando falamos em cuidados e higiene, são animais muitos asseados.
Para você ter uma ideia, 80% do tempo eles passam se dedicando à sua higiene pessoal.
Eles são tão cuidados que, por menor que seja, nenhuma região do seu corpo escapa.
Nos donos dos hamster devemos tomar muito cuidado com a higiene do seu lar.
Ele deve ser limpo de 2 em 2 semanas.
Sempre é bom lavar todos os acessórios, tendo cuidado ao usar alguns produtos como detergentes ou sabão.
Lave bem para que nenhum produto deixe resíduos, isso pode fazer muito mal à saúde do nosso bichinho.
Nossos lindos hamster sírio não gostam que seu ninho seja mexido, devemos então verificar o estado das gaiolas com cuidado, evitando a proliferação de bolores e fungos, podendo ser causadores de gravas doenças.
A água deve ser trocada sempre, assim como o litter do WC, para evitar cheiros desagradáveis.
Devemos observar, os dentes destes animais que crescem constantemente
Nesse caso, precisamos oferecer alimentos corretos que permitam os hamster gastar os seus dentes.

Férias E Viagens: Levar Ou Não O Seu Hamster Sírio?
Separei em dois tipos de viagens, curtas e longas para deixar de forma mais clara possível e também, por serem situações bem diferentes.
Mas é difícil demais pensar em uma viagem (ou fazê-la) e deixar o seu animalzinho em casa! Ainda bem que hoje existem serviços o Dog Hero (no caso de cachorros).

Viagens Curtas
Em casos de viagens curtas (até uma semana), os especialistas não recomendam que você leve o seu bichinho.
Deixando ele em casa, respeitando algumas condições:
Deixar uma quantidade de água razoável disponível nos bebedouros;
A quantidade necessária de comida seca e saudável;
Verificar se a gaiola esta num lugar segura, longe de ar e sol direto;
Quando não saber a quantidade certa de água e comida, não exagere muito, mas pense em uma média diária do que o seu animal come.
Se possível, conversar com um amigo ou familiar para ficar de olho dia sim, dia não.
vale a pena levar hamster em férias

Viagens Longas
Em casos de viagens longas, como 1 mês ou viagens de férias, podemos optar por duas soluções.
Levar o hamster junto (cuidados durante a viagem):
Transportá-lo na sua própria gaiola;
Alimentação suficiente para todos os dias das férias;
Levar seus acessórios para que ele não sofra de obesidade durante esse tempo;
Deixar água disponível também é essencial;
Verificar o lugar onde vai deixá-lo (se é arejado, se bate sol, etc)
Colocar o cinto de segurança para evitar que a gaiola caia e faça uma verdadeira bagunça;
Evitar o uso de ar condicionado para não prejudicar a saúde dele (hibernação).
São detalhes simples mas que acabam fazendo a diferença e é muito comum de nós esquecermos!

Deixar O Hamster Com Alguém
Decidiu deixar o seu hamster sírio com algum conhecido/familiar?
Lembre-se que essa pessoa, muitas vezes, não tem um animal, então ela não sabe como cuidar de forma adequada.
É preciso que você ensine todos os detalhes.
Explicar de todos os cuidados necessários (alimentação, limpeza, etc)
Explicar os hábitos do hamster e que é normal que ele durma o dia inteiro e prefira ficar acordado a noite;
Verificar os detalhes da gaiola, sobre possíveis doenças.
Explicar sobre a questão de onde a gaiola vai ficar, tomar cuidado com correntes de ar e temperatura.
Você pode deixar o link para esse guia, assim a pessoa poderá rever quantas vezes for necessária todo o conteúdo pra se tornar uma expert em hamsters! 

ALIMENTAÇÃO 
Forneça todo dia, em pequenas porções, ração balanceada específica, que serve para filhotes e adultos. Ofereça frutas sem sementes e hortaliças frescas, lentilha, ervilha e milho, mas evite melancia e chuchu, que têm excesso de água e podem causar diarreia. Alimentos duros são apreciados pelo animal, que gosta de roer. Deixe alimentação e água em local de fácil acesso.
Quanto à alimentação, sempre fique atento para prover a dieta específica para o Hamster Sírio.
As refeições indicadas à espécie constituem na oferta de sementes de girassol, milho, amendoim, castanhas, frutas secas (não-cítricas), legumes secos e alpiste. Deve-lhe ser disposta em pequenas quantidades e múltiplos ingredientes, não se esquecendo do potinho com água que precisa ser trocado diariamente.
Esta espécie é onívora, e como tal, come principalmente sementes, nozes e também insetos.
Quando você cuida do seu hamster sírio, pode dar tanto a ração que encontramos em vários petshops ou também, pode dar algumas frutas e verduras, como:

Entre os alimentos que podemos dar encontramos os seguintes:
Frutas: maçãs, morangos, uvas, bananas, pêssegos, cajus, castanhas, nozes.
Verduras / Legumes: cenoura, couve, espinafre, pepino, acelga, chicória, nabo, abóbora, sementes de girassol e outros semelhantes.

No entanto há alimentos proibidos – que não podemos dar:
Frutas: cítricos (laranjas e semelhantes), figos, ameixas.
Verduras / Legumes: alface, tomate, cebola, alho.
Outros: carne crua, salgados e frituras.
Rações para outros animais também não são apropriados, como é o caso da ração para coelhos e porquinhos da índia.

REPRODUÇÃO
 Inicia-se a partir dos dois meses de idade. Coloque a fêmea na gaiola do macho todas as noites por quatro dias durante o estro. Se brigarem, devem ser separados. Após o acasalamento, mantenha-os juntos por várias horas ou por toda a noite e, depois, leve a mãe de volta para sua gaiola. Forneça para ela material para nidificação, como papel picado, a fim de deixá-la segura, sem abandonar o ninho ou comer a prole. Em média, nascem de quatro a seis filhotes passados de 18 a 22 dias de gestação. Com dez dias de vida, podem comer alimentos sólidos triturados e umedecidos com água, mas o desmame se dá de 21 a 28 dias.
Os hamster começam a reproduzir a partir dos 5 meses de idade, chegando por volta de 2 semanas o tempo de gestação.
Os machos podem engravidar entre 6 a 7 fêmeas por dia.
Em cada ninhada, pode nascer entre 4 a 10 filhotes. E após o nascimento, a fêmeas comem a placenta.
Quando nascem filhotes defeituosos as fêmeas comem, mantendo assim a saúde e maior possibilidade de sobrevivência do resto da ninhada.
E como dito anteriormente, elas vão se separar dos filhotes com 8 a 10 semanas de vida.



SAÚDE E DOENÇAS
Como nós, os hamster sírio também podem contrair algumas doenças. Muitas são ocorrências de alimentações inadequadas e até falta de cuidado dos seus donos
Antes de dar qualquer medicamento para tratar os animais, procure um veterinário ou especialista para avaliar e diagnosticar nossos animais.
O mais comum que podem afetar seu hamster é a pneumonia ou resfriado, causados por correntes de ar, devido a gaiola estar suja ou manter o lar em um lugar inadequado.
Para solucionar, troque a gaiola de lugar, colocando em um ambiente mais adequados.
Outro problema comum são as pulgas e os piolhos, que podem ser erradicas com a ajuda de um spray antiparasitário encontrado em lojas de animais de sua preferência.
O hamster sírio apresenta ser bastante ativo normalmente.
Muitas das vezes quando está doente, não demostra, devido ao seu comportamento contra outros predadores.
Portanto, você deve observar e ficar sempre atento ao seu comportamento e detectar no início e tratá-lo rapidamente (com um profissional de sua confiança).
Como possui um metabolismo muito rápido, qualquer doença se complica rapidamente.
Nesse assunto de saúde, nós donos de pets devemos ficar espertos e fazer todo o possível para prevenir que nossos bichinhos fiquem doentes.
doenças hamster sírio

Segue uma lista das doenças (e problemas) mais comuns e como evitá-las

DIARREIA
É causada por uma alimentação com muitos legumes, frutas ácidas e comida úmidas.
Devemos fornecer sim esses alimentos, porém, devemos dar em quantidade pequenas.
Se ocasionar de seu hamster ter diarreia, não dê mais esses tipos de alimentos.
Procure imediatamente o seu veterinário de confiança, pois pode ocasionar um temível “rabo molhado”, deixando a bundinha dele molhada e ocasionando morte em 48 horas.

RESFRIADO
Alguns hamster tem sintomas de alergias, devido a cheiro fortes, como serragens, ervas, entre outros.
Mantenha-os sempre longe de substancias fortes, mantendo sua temperatura sempre morna (não quente).
Se você reparar qualquer comportamento estranho, leve-o ao veterinário.

HIBERNAÇÃO
Hamsters sírios, quando em ambiente que esfria muito rapidamente, podem hibernar, parecendo que eles estão mortos, duro e até gelados.
Sua respiração fica pequena mas seus bigodes se mexem.
Nesse caso, devemos tirar eles desse estado o mais rápido. Como os hamsters não têm planos de hibernar naturalmente, eles acabam morrendo por fome e frio.
Solução caseira: Devemos tirá-los das gaiolas, colocarmos sobre as mãos e aquecê-los para voltar ao normal.

PERDA DE PÊLO
Hamsters mais velhos tem pretensão a perder os pêlos perto da barriga ou ate no quadril.
Quando são novos e esses sintomas aparecem, devemos ficar atentos, podendo ser associados a irritação dos pêlos.
Quando observado esse tipo de situação, procure seu veterinário de confiança.

CRESCIMENTO EXCESSIVO DOS DENTES
A natureza do hamster sírio é que os seus dentes cresçam sem parar.
Se ele não come alimentos que forcem o dente (alimentos duros), eles acabam crescendo mais que o natural.
Quando temos um em casa, devemos certificar que em sua gaiola tenham alguns itens que ele possa roer para combater esse “problema”.
Alguns itens comuns: Produtos específicos (encontrados em petshops), madeiras especiais e até mesmo ossinhos.
Se o dente crescer demais e chegar em um estágio que impeça seu animal de se alimentar, leve-o até o seu veterinário de confiança.

OBESIDADE
O ganho de peso em excesso é gerado por 2 fatores principais: alimentação inadequada ou falta de exercícios.
Como falamos anteriormente, o hamster sírio é um animal que se locomove bastante e precisa de distrações em sua gaiola.
Se você perceber uma diminuição gradual desses movimentos, pode ser um bom sinal que ele está engordando (ou em estágios avançados, a obesidade chega a ser visual).
A forma mais simples de evitar que a obesidade continue, é alterar a alimentação para uma alimentação balanceada e colocar mais opções de exercícios.
Com o tempo, ele voltará ao seu peso inicial. Mas cuidado pra que o mesmo não aconteça de novo! ?

26 de nov. de 2019

Abate Comercial de Animais Silvestres



5. ABATE COMERCIAL

O produtor tem poucos caminhos a seguir com relação ao abate. O primeiro deles é contratar os serviços de um abatedouro de pequenos animais, (essa categoria de estabelecimentos abate suínos, ovinos e outros pequenos animais), que tenha inspeção sanitária. Com mínimas adaptações, sua estrutura pode ser usada para o abate de capivaras, catetos, queixadas, pacas e javalis (OLIVEIRA, 2008).

Figura 2: Carcaça de jacaré.

A maioria dos criadores começa fazendo o abate caseiro, que geralmente é feito no quintal de suas casas e sem as menores condições, depois percebem que a distribuição de seu produto, em escala comercial, torna-se inviável porque não há como comercializar sem o aval da inspeção. Outro aspecto a considerar é que a infra-estrutura disponível, para o abate caseiro, geralmente é bastante precária inviabilizando o abate de um maior número de animais, e pior são as condições higiênicas que são desfavoráveis, comprometendo a qualidade do produto que será entregue a uma clientela que, normalmente, ainda está desconfiada diante de um produto novo. Portanto, na hora de planejar um criatório, deve-se levar isso em consideração (OLIVEIRA, 2008).
Quanto à legislação, essa modalidade de abatedouro está amparada legalmente para fazer o abate de pequenos animais de qualquer espécie, inclusive silvestres, sendo necessário também o registro junto ao IBAMA. O maior problema a ser enfrentado por quem tem animais para abate é a baixa prioridade dada aos animais silvestres nesse tipo de frigorífico. Estabelecidos especializados no ramo de suínos, por exemplo, considerando ainda o pequeno significado do abate de animais silvestres em seu faturamento, acabam dando muito mais prioridade ao abate de suínos (ROCHA, 2001).

Figura 3: Limpeza de carcaça de jacaré.

As alternativas para o produtor são a verticalização da atividade com a construção de um abatedouro ou as parcerias entre os criatórios e os frigoríficos. Na primeira alternativa é preciso, obviamente, levar em conta que há necessidade de alta produção para que o abatedouro se torne economicamente viável, tanto em termos de retorno ao investimento feito em infra-estrutura, como nos custos de operação (OLIVEIRA, 2008).
Outra saída é a associação entre criadores para a construção de um abatedouro comum.
Essa opção significa menos investimento para cada criador e mais oferta de animais para o abate. 
A implantação de um abatedouro depende, portanto, da resposta a duas perguntas muito importantes: Há demanda para a carne produzida? Há oferta de animais para o abate e comercialização? Entre esses dois dados defini-se o potencial do negócio. A partir de 3 mil animais para abate por ano, o empreendimento começa a ter viabilidade econômica (ROCHA, 2001).

5.1. Abate humanitário
Há algumas décadas, o abate de animais era considerado uma operação tecnológica de baixo nível científico e não se constituía em um tema pesquisado seriamente por universidades, institutos de pesquisa e indústrias. A tecnologia do abate de animais destinados ao consumo somente assumiu importância científica quando se observou que os eventos que se sucedem desde a propriedade rural até o abate do animal tinham grande influência na qualidade da carne (REHAGRO, 2003)
O abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural até o manejo no frigorífico. O excesso de agressividade neste manejo pré-abate provoca o estresse dos animais, comprometendo o seu bem-estar, causando dor e sofrimento ao animal, o que é percebido através dos hematomas, das contusões e das fraturas. Uma das etapas que causam mais estresse no período pré-abate é o transporte. Quando os animais são expostos a novo grupo social, ambiente diferente e contato com pessoas estranhas, o estresse psicológico aumenta, assim como o estresse físico causado pelo desgaste durante o embarque, tempo de transporte e desembarque (WSPA, 2009).
Antes do abate, deve-se garantir que todos os animais estejam insensibilizados corretamente, para que a morte se dê enquanto estão inconscientes (anestesiados), evitando o sofrimento no momento da sangria. Devemos respeito aos animais e o mínimo que podemos garantir é que todas as práticas no manejo ocorram com o menor grau de sofrimento possível, e que na cadeia de produção haja preocupação ética, social e ambiental como um todo (WSPA, 2009).
Outros vários critérios que definem um bom método de abate são:
a) os animais não devem ser tratados com crueldade;
b) os animais não podem ser estressados desnecessariamente;
c) a sangria deve ser a mais rápida e completa possível;
d) as contusões na carcaça devem ser mínimas;
e) e o método de abate deve ser higiênico, econômico e seguro para os operadores (ROÇA, 2001).
Há necessidade do treinamento de todas as pessoas envolvidas, dentre eles: motoristas, funcionários das fazendas/ granjas e frigoríficos, assim como dos veterinários responsáveis pela inspeção do abate, que estão envolvidos diretamente na forma de organizar o manejo e melhorar o bem-estar dos animais (WSPA, 2009).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2009), fiscais agropecuários e técnicos que trabalham no controle de qualidade de frigoríficos serão capacitados em bem-estar animal pelo Programa Nacional de Abate Humanitário, resultado de um acordo de cooperação firmado pelo MAPA com a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), em janeiro de 2008. O treinamento é voltado para profissionais agropecuários de estabelecimentos que atuam sob inspeção federal, estadual ou municipal, sendo abordado temas como a condição física e o comportamento do animal no abate e os efeitos do estresse na qualidade da carne e manejo, em conformidade com a Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE), União Européia e outros países que importam carne brasileira.



3 de nov. de 2019

FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES


Preservar o meio ambiente deixou de ser uma luta apenas dos ecologistas e um conceito sintonizado com o correto para angariar dividendos às empresas. Mais do que a preservação da natureza, produtos elaborados a partir de matérias-primas vindas da fauna e flora nacionais, apontam um mercado promissor em desenvolvimento no país. Acredita-se que as organizações estão de olho na sustentabilidade de seus negócios e preocupadas em conceber produtos, serviços e processos que as aproximem do equilíbrio ambiental.

4.1 Venda de animais vivos 

Pode-se dizer que depois da carne os principais produtos comercializáveis, em um criatório de animais silvestres, são as matrizes e os reprodutores. Mas vale destacar que, historicamente, o mercado de reprodutores de animais nativos não tem oferecido a mesma remuneração que ofereceram os mercados de exóticos, como é o caso dos javalis, que na década de 90 foram vendidos a preços altíssimos, isso porque essas espécies passaram por 
um período em que muito se especulou com seu preço e disponibilidade, porém essa diferença de remuneração tende a desaparecer, pois algumas espécies exóticas têm sofrido queda em seu comércio por causa de problemas legais (ROCHA, 2001). Outras questões também tornam o mercado de reprodutores menos atrativo, pois os criatórios de animais nativos podem, por exemplo, adquirir reprodutores e matrizes provenientes do IBAMA, oriundos da apreensão de contrabandos ou de criatórios não legalizados. Em determinadas situações podem, ainda, ser capturados na natureza, mediante a autorização do IBAMA e verificada a existência de população natural suficiente (IBAMA, 2009). 
Apesar de todas essas questões, alguns criatórios oferecem os reprodutores como um item de seus produtos e em geral a venda se dá a um preço ligeiramente superior ao pago pelos animais destinados ao abate. Se de um lado há certa disponibilidade de animais praticamente sem custos de aquisição junto ao IBAMA, do outro é importante considerar que como o mercado está em evolução, geralmente os criadores evitam vender reprodutores para manter seu próprio plantel em crescimento e vale destacar que vender reprodutores é atividade para criatórios que já possuem um plantel bastante numeroso. 

4.2 Comércio no varejo 

Muitos hotéis fazenda e restaurantes rurais tornaram-se pontos de venda da carne de animais silvestres, incluídas no cardápio como atração principal. Alguns deles chegaram a instalar pequenos criatórios como atração para seus hóspedes ou clientes, criando na 
maioria das vezes apenas uma espécie, sem a menor pretensão de alcançar uma escala de produção. Esse tipo de empreendimento turístico é, portanto, um potencial comprador do produto, principalmente quando não há um criatório próprio (CARRER, 2001). 
Entre os restaurantes, as churrascarias são os maiores compradores de carne de animais silvestres. O produto tornou-se um importante diferencial para esse tipo de estabelecimento que atrai fregueses interessados em consumir alimentos diferenciados. O consumo nas maiores churrascarias pode passar de uma tonelada ao mês, fato já relatado por distribuidores de carne. As churrascarias também têm feito excelente divulgação da carne de animais silvestres, ajudando a difundir a venda a varejo. Vários outros tipos de restaurantes, mais ou menos sofisticados que atendem clientela de diferentes níveis socioeconômicos, cada vez mais tem incluído em seus cardápios as carnes silvestres (ROCHA, 2001). 
Os supermercados também se tornaram compradores dessas carnes. A maioria das grandes redes tem procurado produtos diferenciados, havendo boa receptividade dos clientes. Açougues de maior porte e as chamadas boutiques de carnes, também se apresentam como clientes de grande potencial para a colocação do produto no varejo (OLIVEIRA, 2008). 
Sejam restaurantes ou açougues, os pontos de venda a varejo onde são comercializados produtos oriundos da fauna silvestre, também precisam estar registrados no IBAMA (IBAMA, 2009). 

4.3. Pró-fauna 

A Pró-fauna pode ser considerada um modelo de empresa no ramo de criação, abate e comercialização de animais silvestres. Sua meta principal é fazer com que a atividade cresça em todo o país. Possui um quadro de técnicos especialistas na área, formado por agrônomos, biólogos, zootecnistas e veterinários que estudam alternativas de produção para as propriedades rurais brasileiras, desenvolvendo projetos que sejam economicamente viáveis, socialmente interessantes e ecologicamente adequados (OLIVEIRA, 2008). 
A empresa tem como objetivo garantir a biodiversidade da fauna brasileira, viabilizar economicamente áreas com vegetação natural e garantir a conservação e preservação de áreas da Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Além disso, busca geração de emprego e de renda com atividades que causam impactos positivos sobre o meio ambiente, realizando pesquisas e prestando consultoria sobre manejo de fauna silvestre e produção comercial. Para viabilizar essas duas linhas de trabalho, reúne profissionais de alto nível que fazem diversos experimentos organizados de maneira sistematizada, testando tecnologia de manejo que são repassadas aos clientes e parceiros. Essa diretriz procura atender a falta de conhecimentos acumulados sobre a fauna nativa e seu manejo em cativeiro (PRÓ FAUNA, 2009). 
A empresa foi criada em 1991 para dar suporte técnico a novos criadores de animais silvestres e acabou evoluindo para o interessante modelo de parcerias. Entre seus parceiros estão vários dos principais criadores do país, que encontraram segurança para comercializar seus produtos com tranqüilidade. Por esse motivo que a Pró-fauna, para os 
que tem produção suficiente e gostariam de investir no negócio para crescer, é um excelente modelo a ser seguido. Para quem cria ou vai criar, mas sabe dos problemas técnicos e mercadológicos que pode enfrentar, a Pró-fauna é um potencial parceiro, pois presta assessoria à parte do projeto, legalização, fornecimento de matrizes, transporte de animais e comercialização. Ao executar os projetos, são consideradas as características geográficas, as condições físicas, operacionais, econômicas e biológicas da área de cada propriedade (OLIVEIRA, 2008). 
A empresa possui duas fazendas, localizadas em Iguape no litoral sul do estado de São Paulo, com criações de catetos, queixadas e capivaras. A fazenda Devaneio, (fazenda sede que possui seu próprio abatedouro), é subdividida em piquetes que alojam separadamente os grupos de catetos, queixadas e capivaras. São piquetes de áreas enormes cercados com telas de arame, contendo em seu interior cochos cobertos, fonte de água potável, gramíneas de boa qualidade e áreas nativas de mata. No caso das áreas destinadas à criação de capivaras, existem aguadas artificiais além da estrutura comum às outras espécies de animais (PRÓ FAUNA, 2009). 
A propriedade apresenta muitas áreas de matas nativas, que funcionam como abrigo e constituem fontes naturais de alimento. Esse tipo de manejo permite a geração de renda a partir do uso da floresta sem ter que desmatá-la. O novo meio em que será submetido o animal, deve ser o máximo parecido com seu meio natural para reduzir o estresse da adaptação e exprimir o potencial de produção e reprodução sem falhas. De acordo com Baeta e Souza (1997), o ambiente estressante pode provocar várias respostas negativas, dependendo apenas da capacidade do animal de adaptar-se. 
Segundo Paulo Bezerra Silva (citado por OLIVEIRA, 2008), proprietário da Prófauna, para cada espécie deve ser designada uma área de pelo menos 25 mil metros 
quadrados, o que praticamente não é um “cativeiro” e a criação é em sistema semiintensivo. Somente os machos são abatidos e todos os animais ficam soltos no ambiente mantendo sua função ecológica. Eles se alimentam do pasto natural e recebem ração feita com 60% de proteína como suplemento (para isso utiliza-se cabeças de peixes na sua formulação). 
A empresa, devido ao crescimento e à grande demanda, montou seu próprio abatedouro. O primeiro de animais silvestres do país com registro no Ministério da Agricultura, enquadrado legalmente junto às autoridades sanitárias como abatedouro de pequenos animais e licenciado junto ao IBAMA para a comercialização de carnes silvestres. O abatedouro é pequeno, mas ainda está longe da sua capacidade, justamente por falta de animais. Com capacidade para abater 40 animais por dia, tem abatido 40 por semana (OLIVEIRA, 2008). 
A Pró-fauna compra animais de outras propriedades e comercializa a produção das fazendas de animais silvestres de todo o Brasil e, para comercializar as carnes, a empresa mantém a Empório Silvestre, uma boutique de carnes onde é feita a venda no varejo e ao mesmo tempo, por causa da venda em maior quantidade aos restaurantes e outros distribuidores de carnes, a loja tornou-se também um pequeno atacadista. Lá se encontram produtos de primeira linha, como carne de capivara, queixada, cateto, jacaré, aves silvestres e ainda carnes exóticas, como as de javali e rã (EMPÓRIO SILVESTRE, 2009). 





28 de out. de 2019

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES



SISTEMAS DE PRODUÇÃO 

Oliveira (2008) relata que existem no país três sistemas básicos de produção. O primeiro deles é o sistema de pequeno porte ou sistema de subsistência, pois o criador utiliza a carne produzida para o próprio consumo e eventualmente para a venda de alguns quilos de produto. Nessa categoria, estão aproximadamente 90% dos criadores. O segundo deles é o intermediário, no qual o criador em geral, tem em seu criatório cerca de 40 a 60 matrizes. Nessa categoria estão criadores que abatem animais duas ou três vezes ao ano, já atendendo alguns clientes com certa freqüência. Nesse caso, pode-se considerar a atividade como comercial, havendo uma visão empresarial do criatório, porém considerando que ainda se encontra em fase intermediária de estabelecimento. A terceira e última categoria dos sistemas de criação é o de grande porte, que podemos chamar de empreendimento. Nesse porte de negócio o criador já pensa no mercado atacadista e mesmo na possibilidade de exportação. A atividade pode até não ser a principal da fazenda, mas deve estar entre as principais e o criador tem em mente a necessidade de ganho em escala. 
O ideal é que todo criador comece na primeira categoria, permanecendo nela por no máximo dois anos para adquirir experiência em cima de um plantel pequeno e minimizando possíveis prejuízos. Entretanto é indispensável que o criador tenha capital para investir e passar para a segunda categoria, a intermediária, fugindo do sistema de subsistência e depois evoluir até o porte de criatórios da terceira categoria. Permanecer na primeira categoria por mais de dois anos é problemático para a cadeia produtiva e para o mercado, pois não existe economia de escala, a produção não viabiliza o frete e faz com que ocorra um aumento dos custos comerciais, tanto para quem vende e para quem compra. 
No transporte, no abate e até na embalagem de pouca mercadoria, o custo será muito alto, então a pequena propriedade poderá chegar a um nível de comercialização onde não há produto suficiente para vender e tornar viáveis todas as fases comerciais (ROCHA, 2001). 

Figura 1: Pesagem de capivara (Hidrochoerus hidrochoeris)

Para quem pretende entrar no negócio de criação de animais silvestres deve começar como pequeno criador, para ganhar mais experiência, entretanto permanecer por mais de dois anos é mau negócio, além disso, outro ponto a considerar é a legislação, seja referente ao meio ambiente, à vigilância sanitária ou à tributação. Antes de iniciar o projeto do criatório, o futuro criador deve se informar, nos órgãos governamentais afins, sobre os possíveis problemas legais e tributários que poderá enfrentar. O sistema de produção de animais silvestres possui barreiras bem evidentes, uma delas é a barreira legal. Para comercializar animais silvestres é necessário o registro no IBAMA (KINLAW, 1997). 





16 de out. de 2019

ASPECTOS LEGAIS NA CRIAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES



INTRODUÇÃO 
Nos últimos 15 a 20 mil anos o homem domesticou cerca de 50 a 60 espécies de animais que hoje constituem a base da indústria animal. Os rendimentos das atividades agropecuárias convencionais no Brasil estão sob pressão devido à superprodução de produtos agrícolas, competição de produtos no exterior e os subsídios pagos por alguns países aos seus produtores. Como resultado, está havendo um maior interesse, por parte dos produtores rurais, no desenvolvimento de criações alternativas que possam aumentar os rendimentos das atividades agropecuárias (LAVORENTI, 1997). 
A exploração zootécnica de espécies de vida silvestre tem atraído atenção de muito produtores rurais. A competição nas atividades tradicionais,o alto valor agregado e a normatização da exploração de animais silvestres são fatores que estão contribuindo para a ampliação da atividade. Mais do que uma nova atividade comercial, a criação de animais silvestres se integra em um conjunto de alternativas para utilização sustentada e racional dos recursos naturais, que afirma que pode explorar comercialmente esses recursos sem necessariamente devastá-los ou extingui-los, da mesma forma, promove a valorização dos recursos faunísticos nacionais, representando uma alternativa para a produção de proteína e subprodutos de origem animal altamente adaptada às reais condições naturais do ambiente 
(SANTOS et al, 2007). 
Existem várias espécies de animais tais como as capivaras, catetos e queixadas, que podem adaptar-se aos possíveis sistemas de criação freqüentemente usados com animais domésticos, contando ainda com um mercado para os produtos e subprodutos de tais criações. Geralmente a carne de animais silvestres contém baixo teor de gordura e são ricas 
em proteínas, qualidades ideais para os consumidores que procuram carnes mais saudáveis (VALADARES, 1997). 
Esse trabalho teve como objetivo fornecer informações e metodologias sobre a produção e a comercialização de animais silvestres, mostrando que esse tipo de criação pode também constituir uma importante atividade econômica, estimulando a pequena empresa e o comércio, gerando empregos e aumentando a renda dos produtores brasileiros. 

ASPECTOS LEGAIS 
No Brasil, o IBAMA autoriza o manejo de animais silvestres em sistemas extensivos, somente nos casos em que os animais fazem parte de uma população isolada geograficamente de outras populações, uma vez que a Lei de Proteção à Fauna Silvestre permite apenas a comercialização de animais nascidos em cativeiro. Todavia, em função do crescente interesse no uso racional da fauna silvestre, já há uma discussão em andamento, envolvendo técnicos de várias instituições, em busca de subsídios para a reformulação desta legislação (DRUMOND, 2006). 
Legalmente a portaria n° 118 de 1997 do IBAMA, considera fauna silvestre todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, reproduzidos ou não em cativeiro, que tenham seu ciclo biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais. Essa informação é básica para quem pretende entrar no ramo da criação de animais silvestres, pois com a grande variedade de espécies exploradas fica difícil distinguir o que é silvestre e o que é exótico. Segundo as normas do IBAMA, animais exóticos são todos aqueles pertencentes às espécies cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro e que foram nele introduzidas pelo homem ou que tenham entrado espontaneamente. Como exemplos de animais silvestres explorados zootecnicamente, 
têm-se a capivara, o cateto, o queixada, a ema, entre outros animais típicos do Brasil. Como exemplos de animais exóticos, têm-se o javali, a rã, a avestruz e a perdiz, que são originários de outros países (IBAMA, 2009). 
Segundo Rocha (2001), o criador tem a opção de produzir animais silvestres ou exóticos. Quando a produção é de exóticos, encontram-se várias barreiras para a legalização do sistema, pois a preocupação dos órgãos responsáveis é o desequilíbrio ecológico. Se um animal que não pertence à fauna nativa fugir do seu criadouro e conseqüentemente aumentar sua população, o ecossistema será desequilibrado. Já na criação de silvestres essas barreiras são mais facilitadas, principalmente junto ao IBAMA e também nas secretarias municipais, estaduais, federais e no Ministério da Agricultura, onde os produtos deverão estar registrados. 
O sistema de animais silvestres possui incrementos e facilidades para a comercialização como, por exemplo, isenção fiscal. Já no sistema de animais exóticos a facilidade é para a importação dos produtos, em contrapartida, a dificuldade para a comercialização no mercado interno faz com que esse tipo de criação desanime o produtor. O conselho dos especialistas em criação de animais silvestres e exóticos é de investir nos animais nativos nacionais. Segundo Oliveira (2008), a vantagem da criação de animais silvestres é grande em relação à de animais exóticos, pois são animais já adaptados e que podem ser adquiridos do próprio IBAMA, além de ter a certeza de que o produtor não passará por problemas comerciais futuros. 
A partir de 1993, o IBAMA publicou diversas portarias e instruções normativas com intuito de ordenar a criação de animais silvestres em cativeiro. A Lei 5197 de 1967, conhecida como Lei da Fauna, enquadra os animais silvestres como pertencentes à União, considerando como crime a perseguição, captura e matança desses animais. Contudo, essa 
mesma Lei, juntamente com a Lei de Crimes Ambientais, a 9605 de 1998, permitem a criação racional de tais animais com finalidade comercial. O IBAMA é o órgão oficial que normatiza e fiscaliza a criação de animais silvestres no Brasil, sendo os projetos de criação encaminhados a ele para análise e emissão de parecer (IBAMA, 2009). 
A legalização de um criatório junto ao IBAMA requer a apresentação de um projeto específico. Existem quatro categorias de criatórios: Científico, conservacionista, comercial da fauna exótica e comercial da fauna silvestre brasileira. No caso de um projeto para exploração zootécnica, o criatório se enquadra na modalidade comercial. Esse projeto deve conter as informações necessárias sobre a infra-estrutura da propriedade, espécie a ser criada, bem como o manejo a ser aplicado (ROCHA, 2001). 
O plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá ser, preferencialmente, originário de animais provenientes de outros criatórios registrados ou o produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. Poderá ser autorizada a captura de animais na natureza em áreas onde as espécies estejam comprovadamente causando danos à agricultura ou em locais que a espécie ocorra em abundância, obedecendo à estrutura familiar peculiar de cada espécie e mediante solicitação formal contendo o levantamento da espécie e informações sobre a captura (IBAMA, 2009). 
Essa burocracia faz com que muitos produtores desistam da atividade, porém é necessário que haja esse controle rigoroso para que não exista a exploração demasiada das espécies. Quem cria, abate e comercializa carne e subprodutos de animais silvestres sem o registro no IBAMA e nas secretarias ou no Ministério da Agricultura (os chamados criatórios clandestinos), poderá ter pena de seis meses a um ano de detenção e multa (GIANNONI, 2001). 
A demanda existente e a pouca oferta de carnes de animais silvestres, faz com que o 
valor agregado da carne alcance altos preços atraindo cada vez mais um maior número de produtores rurais. Os povos primitivos já se alimentavam da carne de diversos répteis, assim como outros animais silvestres sempre freqüentaram o cardápio dos brasileiros (ROCHA, 2001). Muitas espécies estão em via de extinção, conseqüência da grande procura e da perseguição desmedida do homem que promove a destruição do habitat natural desses animais. Porém, índios, antigos colonizadores e moradores de áreas rurais, têm como parte importante de suas dietas, diversos animais da nossa fauna. Na tentativa de reverter esse quadro, o IBAMA encontrou como alternativa viável, permitir a criação de algumas espécies de animais silvestres em cativeiro (FOLHA DO MEIO AMBIENTE, 2008). 
O IBAMA (2009), através da Instrução Normativa n. 2, de 2 de março de 2001, delimita (a partir desta data) um prazo de 360 dias para que todos os animais silvestres e exóticos mantidos em cativeiro no Brasil apresentem um sistema individual de marcação. O objetivo é controlar, com mais eficácia, a entrada e o gerenciamento sobre manutenção dos animais em cativeiro assim como reduzir a possibilidade de importação de espécies nocivas. Esta norma também irá contribuir para a redução do tráfico de animais uma vez que a marcação é sempre associada à documentação do animal. 
Os criadores, devidamente legalizados, podem reproduzir e comercializar animais sem prejudicar o meio ambiente. O mercado de carnes silvestres tem crescido excepcionalmente no Brasil. Hoje em dia são cerca de 800 criatórios de animais silvestres legalizados (FOLHA DO MEIO AMBIENTE, 2008). 







9 de out. de 2019

Tuberculose Bovina



Cientistas rastreiam tuberculose bovina por meio de DNA

Por meio de mutações observadas no genoma da bactéria Mycobacterium bovis, agente causador da turberculose bovina, cientistas estão rastreando a transmissão da doença em animais ou no rebanho. O trabalho é de pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS), em projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e aprovado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). Esse é o primeiro resultado da pesquisa recém-iniciada e com duração prevista de dois anos.

“Constatamos que fazendas próximas ou que comercializaram animais têm isolados de Mycobacterium bovis idênticos geneticamente. Com isso, avançamos no conhecimento das relações entre genótipos e distribuição espacial de cepas de M. bovis”, relata o imunologista Flábio Ribeiro de Araújo, pesquisador da Embrapa. Ele ressalta que esse conhecimento é importante aos estudos de manutenção e disseminação de focos de tuberculose bovina, essenciais para o sucesso de medidas de erradicação da doença. “Uma metodologia de rastreamento de focos de tuberculose bovina baseada em mutações de sítio único terá como clientes potenciais o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Tuberculose do Ministério da Agricultura (Mapa), além das agências estaduais de vigilância sanitária”, prevê.

Araújo comenta que os experimentos foram realizados em animais do Rio Grande do Sul e servem de base para as demais regiões. “Sequenciamos isolados provenientes de cultivo de tecidos de bovinos obtidos pelos serviços veterinários desse estado em seis propriedades rurais”, conta. Cada isolado de bovino acompanha dados de localização do foco, origem dos animais, movimentações prévias, resultados de diagnóstico pela prova intradérmica (teste cervical comparativo), sorologia, cultivo e nested-PCR de tecidos.

O cientista relata que próximo passo será trabalhar, estaticamente, a relação da distância física entre as propriedades e o número de mutações idênticas. Esse é um dos objetivos da doutoranda Rudielle Andrade, do programa de Ciências Veterinárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), orientada por Araújo. Andrade realizou treinamento na área no Instituto Sanger, no Reino Unido.

Monitorando a bactéria em humanos

Outra frente de trabalho tem sido desenvolvida por pesquisadores de instituições do norte do País (Amazonas e Pará). Eles trabalham com o sequenciamento de isolados dessas regiões e com um detalhe inédito: foco em humanos. “Se encontrarmos M. bovis em humanos, vamos correlacionar quão parecidos são com os isolados de bovinos da região. Se isso for confirmado, será a primeira descrição no Brasil de tuberculose zoonótica, o que representa muito para os estudos”, acentua Araújo. Pioneiramente, esses testes são realizados no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Manaus (AM), ligado à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), parceira do projeto.

Os estudos estão sob os cuidados dos pesquisadores Paulo Alex Carneiro (Instituto Federal do Amazonas – IFAM e Centro de Epidemiologia Comparada da Michigan State University – MSU), John Kaneene (MSU), Haruo Takatani e Christian Barnadd (Agência Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas – ADAF) e Marlucia Garrido e Ana (FVS-AM).

O grupo de pesquisa ainda é formado por especialistas de diversas instituições, como Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade de São Paulo (USP), e Secretaria da Pecuária, Agricultura e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

Sobre a doença

A tuberculose bovina é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria M. Bovis, que acomete animais e humanos. Entre os animais atingidos estão bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e animais silvestres, como javalis, por exemplo. Sua presença na fazenda implica exclusão da propriedade do rol de exportação do produto para alguns mercados e o pesquisador alerta que a carne de um animal infectado não pode ser consumida, pois representa risco à saúde. “A forma mais comum de o ser humano se infectar é consumir leite cru ou derivados de animais infectados. A ingestão de carne não inspecionada também é um potencial risco”, ressalta Araújo.

O cientista da Embrapa conta que o diagnóstico da doença em animais não é fácil, porque nem sempre eles apresentam sintomas. No entanto, animais infectados podem apresentar emagrecimento ou problemas respiratórios. Araújo relata que quanto mais tempo o animal estiver infectado, pior será a situação dele e da própria propriedade. “O desenvolvimento da doença é progressivo e causa lesões no sistema linfático e no pulmão. A queda na produção gira em torno de 10% a 15%”, esclarece.

“A tuberculose é um obstáculo comercial e uma doença importante, por isso, são necessários estudos avançados, como os que já estão em andamento, para conhecer com mais detalhes a transmissão da doença, sua origem e disseminação e dessa forma construir linhas de controle, combate e erradicação,” defende o pesquisador.

Fonte: Embrapa

A tuberculose bovina é doença infectocontagiosa de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium bovis, da família Mycobacteriaceae. Acomete principalmente bovinos e bubalinos e pode afetar também suínos, equinos, aves, pequenos ruminantes, cães e gatos e humanos. Já foi erradicada em alguns países desenvolvidos, sendo sua maior prevalência em países em desenvolvimento.

São bacilos, ácido-álcool resistentes, de morfologia variável, encontrados em solo, água e pastagens por até dois anos. Os reservatórios naturais são gambás, búfalos e veados. As lesões características tem aspecto nodular principalmente em pulmões e linfonodos. Os impactos econômicos são: queda no ganho de peso e na produção leiteira, descarte precoce de animais, eliminação de animais de alto valor zootécnico, condenação de carcaças na inspeção frigorífica, morte de animais e perda da credibilidade do criador.


Há alguns fatores predisponentes como:

Raças leiteiras, superlotação, estado nutricional e fatores ambientais (umidade e pouca ventilação). Geralmente a doença é introduzida no rebanho pelo contato direto ou indireto com rebanho infectado, por exemplo: a partir da aquisição de novos animais ou participação de eventos com outros animais.

As fontes de transmissão são por animais infectados, aerossóis, pastagens, água e alimentos contaminados; raramente o homem passa a doença para o animal. As portas de entrada são principalmente pelo trato respiratório e digestivo, mas também mucosas e feridas de pele. Animais infectados podem eliminar através por várias vias, dependendo da localização: gotículas e secreções respiratórias, leite, colostro, sêmen, fezes e urina.

O animal é infectado e as bactérias são fagocitadas no local por macrófagos produzindo uma inflamação granulomatosa progressiva. Forma-se um tubérculo no local de infecção e nos linfonodos regionais. Há formação de lesões secundárias necróticas e firmes e, quando ocorre ruptura destas lesões, espalha-se para serosas e órgãos parenquimatosos, via linfática e sanguínea, tornando-se generalizada.

Possui quatro formas de apresentação: pulmonar, ganglionar, intestinal e cutânea. É comum a ocorrência de animais assintomáticos, porém, os animais doentes apresentam emagrecimento, hipertrofia ganglionar, dispneia e tosse seca.

A forma de transmissão para humanos pode ocorrer pela via digestiva, através do consumo dos produtos lácteos não pasteurizados, causando lesões extra-pulmonares, ou ainda pela via respiratória- mais comum em técnicos laboratoriais e industriais, que lidam diretamente com animais doentes. Para evitar a contração da doença recomenda-se beber apenas leite pasteurizado, ser vacinado com BCG e evitar contato com bovinos infectados. Crianças, idosos e imunodeprimidos são mais suscetíveis e requerem cuidados extras.

O diagnóstico de tuberculose pode ser direto, através do isolamento do agente e identificação bioquímica, histopatológico ou ainda detecção de DNA e, pode ser indireto, através da tuberculinização (avaliação da resposta imunológica ao M. bovis), sendo este o teste mais utilizado na rotina clínica de campo.

Não há recomendação de tratamento para tuberculose em bovino. A maioria dos casos não responde ao tratamento e contribui para o surgimento de cepas resistentes, além da eliminação de medicamentos no leite.

As formas de controle são:

Animais com mais de 6 semanas fazem teste anual, sendo que os positivos devem ser isolados e descartados.Limpeza e desinfecção do ambiente e exames clínicos em todos os animais e tratadores da propriedade.

No Brasil existe o Programa Nacional e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal – PNCRBT que é Conjunto de estratégias desenvolvidas visando erradicar a Brucelose e Tuberculose. Dentre estas estratégias há o controle de trânsito, testes diagnósticos regulares, educação sanitária, entre outros.

Fontes:

Oliveira, Sergio J. de, Guia Bacteriológico prático: microbiologia veterinária. 2ª Ed. Canoas: Ed. Ulbra, 2000