18 de nov. de 2020

Incubação dos Ovos de Perus

 Incubação

Natural

Aos iniciantes, aconselha-se a incubação natural, por ser mais racional e prática, pois quem vai cuidar dos ovos durante esse período será a perua choca.

A criação de perus também pode começar de outras formas, dependendo de como se queira encarar sua exploração: sistema caseiro; comercial para venda de aves e ovos; ou para povoar o sítio ou a fazenda. Pode ser iniciada com ovos, desde que sejam adquiridos de criadores idôneos; peruzinhos de um dia; perus com 21 dias ou ainda com aves adultas. Para maior fertilidade dos ovos destinados à incubação, deve-se manter um peru para cada grupo de cinco peruas.

Acreditamos que a melhor maneira para iniciar a criação é adquirir peruzinhos com 21 dias. Sendo assim, o princípio da criação caseira de perus, hoje em dia, é como o de galinhas, em que se dá preferência a pintos de um ou 30 dias ou ainda a frangas de 63 dias, que são mais resistentes, pois já superaram o período de maior mortalidade.

Depois da adaptação, com o decorrer do tempo, pode-se dar início à incubação dos ovos, porém devemse tomar certas precauções a fim de evitar problemas futuros. Os ovos destinados à incubação só devem ser chocados quando as peruas atingirem oito meses de idade e os machos, nove. Os primeiros ovos não servem para incubação, porque muitasvezes são estéreis, além de pequenos. Devem-se incubar os ovos de peruas precoces que tenham entre 75 e 85 gramas.

A coleta dos ovos deve ser feita de uma a duas vezes por dia, e eles devem ser conservados em lugares frescos, onde a temperaturanão ultrapasse os 16º C e nunca seja inferior a 2º C. Os ovos com mais de cinco dias destinados à incubação deverão ser virados duas vezes ao dia.

Uma perua choca pode cobrir de 15 a 18 ovos, dependendo de seu tamanho. A duração da incubação é de 28 a 30 dias.

Para completar o nascimento de todos os peruzinhos, devem-se aguardar 24 horas após o 28 dia. Os que não nascerem dentro desse período goraram, estão mortos dentro do ovo ou muito fracos, caso em que deverão ser sacrificados.

A primeira alimentação após o nascimento dos peruzinhos só deve ser distribuída depois de 24 horas. Quando os ovos são incubados por peruas, elas ensinam os peruzinhos a comer sozinhos, ao passo que os nascidos em incubadeiras precisam ser treinados a recolher o alimento de um papel no chão ou na criadeira.

Percebe-se que a perua ficou choca quando emite sons típicos, mais ou  como as galinhas, e permanece no ninho por longo tempo. Está apta, portanto, a cho-car os ovos. Apesar de uma perua poder chocar de 15 a 18 ovos, o nascimento de 12 perus pode ser considerado um bom resultado.

Durante o período de choco da perua, ela deverá receber água e alimentação sempre perto do ninho, com vigilância constante. Outro ponto importante é manter uma rigorosa higiene no ninho. Por exemplo,se um ovo se quebrar, a palha deverá ser limpa; se a perua evacuar no ninho, ele também deverá ser limpo. O resto ficará por con-ta da perua, que saberá cuidar bem do choco até o nascimento dos peruzinhos. Uma galinha choca também pode substituir a perua, cobrindo de sete a oito ovos.


Antes de colocar a perua para chocar, é preciso verificar se há parasitas em seu corpo. Se houver, é necessário polvilhar a perua com pó parasiticida para aves, a fim de não prejudicar a pele.

Artificial

A incubação de ovos de peruas também pode ser feita em chocadeiras artificiais, assim como ocorre com os de galinha. A temperatura a ser mantida é a mesma utilizada para os ovos de galinha (36º C), podendo-se aumentála um pouco na ocasião do nascimento.

A vantagem da incubação artificial é que os peruzinhos ficam livres de doenças que são transmissíveis pela perua ou galinha que chocou os ovos.

Além disso, há mais peruas para a postura, uma vez que não são utilizadas para o choco e a criação dos peruzinhos. No caso de a perua chocar, é colocada em uma gaiola especial, conhecida como “tirachoco”.

Campânula elétrica para aquecimento dos peruzinhos nascidos em chocadeiras.


A incubação artificial é destinada a grandes criações e, de maneira muito bem controlada, para fornecimento preestabelecido.

Na incubação artificial, do 24ao 28dia, é necessário deixar a incubadeira (chocadeira) fechada, sem tocar nos ovos. No manejo da chocadeira, o criador deve seguir rigorosamente as instruções do fabricante, ou seja, manter constantes o nivelamento, a umidade e a temperatura.

No início, após três dias de incubação, os ovos devem ser virados duas ou três vezes ao dia. Ao nascerem os peruzinhos, depois de secos, devem ser retirados da chocadeira e colocados em criadeiras com calor artificial ou campânulas.

Para que os peruzinhos aprendam a comer, uma boa medida é manter, perto deles, pintinhos nascidos na mesma época.

Se quisermos chocar, de uma só vez, mais de 50 ovos, aconselhase o uso da chocadeira. Uma chocadeira com capacidade para incubar 60 ovos de galinha pode comportar de 35 a 40 ovos de perua.

Exame dos ovos

No 20dia convém verificar se os ovos estão claros ou com embriões mortos. Muitas vezes, esses ovos se quebram, sujando o ninho e os outros ovos. O exame deve ser feito em lugar bem escuro, usan-do-se um ovoscópio ou o oco da mão, segurando o ovo contra uma lâmpada.

Assim verifica-se facilmente se estão claros ou com embriões mortos.

Os ovos claros podem ser aproveitados, depois de cozidos,misturados à ração, para enriquecer a alimentação dos peruzinhos.

Peruzinhos

Nascimento

A partir do 28ou 29dia de incubação, os peruzinhos iniciam o rompimento da casca, com o bico, livran-do-se do ovo por si próprios.

Não convém auxiliar os peruzinhos que não conseguirem sair por suas próprias forças, pois isso demonstra que são fracos, propensos a doenças e, por certo, não sobreviverão.

Muitas vezes, na incubação natural, alguns ovos demoram mais para eclodir. Com a demora do nascimento dos retardatários, a perua pode ficar irritada no ninho e pisar os demais filhotes, matando-os.

Neste caso convém proteger os peruzinhos já nascidos, colocando-os numa caixa com agasalhos, em compartimento sem vento ou corrente de ar, já que os recém-nascidos são sensíveis ao frio, e esperar que os demais nasçam naturalmente.

Quando todos tiverem nascido, devem ser colocados junto com a perua, tomando muito cuidado com relação ao frio e ao vento. Quando houver sol, eles podem ser colocados ao ar livre.

Um espaço cercado para colocar a perua com os peruzinhos é recomendável, a fim de evitar que outras aves ou mesmo os machos causem danos aos filhotes.

Cuidados

A fase inicial dos peruzinhos é muito delicada, e o criador precisa ficar bem atento. Durante os três primeiros meses, os peruzinhos devem ficar sob a proteção da perua ou em abrigo apropriado, evitando correntes de vento e umidade e mantendo o calor artificial. Quando os peruzinhos estiverem com a perua devem ser enxugados e aquecidos,pois a água e a própria umidade são os piores inimigos dessas jovens aves.

Depois de terem ficado três meses com a mãe, podem ser transferidos para pastos mais amplos, ou mesmo soltos em locais onde encontrem alimentos naturais, e se exercitem o dia todo à procura de insetos, sementes e pas-to verde. Quando o calor for muito forte, eles podem descansar à sombra das árvores.

Ao anoitecer, os peruzinhos devem ser recolhidos aos abrigos, onde passam a noite, a fim de se acostumar ao local. Desta maneira, as fêmeas se habituarão ao galpão e, quando chegar a hora de iniciar a postura, utilizarão os ninhos ali dispostos, facilitando a colheita e o controle, ao contrário das aves acostumadas a procurar capoeiras para a postura.

Os peruzinhos, ao completarem oito semanas, deverão ser vacinados, principalmente contra a bouba. Não havendo manifestações de outras doenças nos arredores, as demais vacinas são dispensáveis.




11 de nov. de 2020

Criação de Perus - Introdução e Raças


 

De corpo volumoso, o peru pode ser considerado a mais bela ave de quintal.

Atualmente, essa ave ocupa papel preponderante na avicultura brasileira, pois já não é mais consumida somente nas grandes festas anuais, como Natal, Ano Novo e Páscoa, mas durante o ano todo.

Antigamente, a criação de perus era uma espécie de tabu. Diziase que era muito problemática, porque uma grande porcentagem de aves morria antes de atingir os três meses de idade. (Era até comum dizer que, entre dez perus que nasciam, nove não completariam os três meses).

O peru é uma ave originária dos Estados Unidos e do México. Seus antepassados viviam em plena liberdade, em estado selvagem, alimentando-se do que a natureza lhes proporcionava: insetos, vermes, grãos, caramujos, capins e outros verdes, e também grãos de areia para auxiliar a digestão dos alimentos.

Para a reprodução, ou seja, a incubação, o peru se abrigava em capoeiras e lugares bem seguros que o protegiam dos outros animais, o que colaborou para a preservação da espécie. Atualmente ainda existem perus selvagens.

Vemos assim que se trata de uma ave de grande rusticidade, já que sobrevive muito bem em plena liberdade.

Levado para a Europa por volta do século XVI, o peru era conhecido na época como “galinha da Índia”.

Com sua domesticação — e cruzamentos para formação de raças mais rendosas —, a criação de perus como fonte de renda complementar dentro de uma propriedade agrícola, quando bem planejada, pode ser conduzida a contento.

Os três primeiros meses de vida são muito importantes na criação de perus. Nesta fase, eles deverão ficar a salvo de chuva, umidade e frio. Deve-se evitar o forte calor, para que não contraiam a “crise do vermelho”, uma espécie de insolação.

Após esse período de máximo cuidado, a rusticidade do peru é muito grande, e ele pode viver em plena liberdade, desde que haja espaço suficiente para seu desenvolvimento. Áreas com pastagens são mais recomendáveis, pois o peru se alimenta de capim, insetos e outros bichinhos. Temos observado criações em que os perus permanecem livres, sempre em pequenos bandos. Até mesmo os abrigos são substituídos por árvores. A alimentação é constituída apenas do que encontram nos campos; numa criação com melhor manejo, porém, será necessário alimentá-los com ração pelo menos duas vezes ao dia, não só para suprir as necessidades de proteínas como para habituá-los à convivência com o criador.

A melhor maneira de carregar um peru.


Raças

Todas as raças de perus domésticos descendem dos perus selvagens, cuja origem, como já vimos, é dos Estados Unidos e do México. Os índios daquelas regiões caçavam os perus, enriquecendo sua alimentação e aproveitando as penas em seus adornos.

Com a domesticação dos perus, por meio de cruzamentos e trabalhos de genética, conseguiu-se chegar a várias outras raças com características próprias, não só na mutação de cores como também no peso de cada espécie.

Há uma raça de peru que está em grande evidência nos Estados Unidos e não atinge um peso exagerado, servindo mais, como se costuma dizer, para o consumo familiar: é o peru beltsville branco. O macho chega a pesar 8 quilos quando adulto e a fêmea, 6 quilos. Perus jovens, com seis meses de idade, pesam cerca de 3,5 quilos e uma fêmea com um ano, 5 quilos.

Essa raça pode ser encontrada à venda com facilidade. Os exemplares com 21 dias já passaram pela fase crítica da vida, mas não queremos dizer com isso que se-jam aves às quais não deverão mais ser dispensados os devidos cuidados. Até os três meses o peru é muito delicado e precisa de resguardo, principalmente quanto a chu-vas, umidade, frio e calor. Depois dessa fase crítica, os perus readquirem seus hábitos ancestrais, tornando-se aves bem resistentes quando tratadas com os princípios básicos de higiene e alimentação.

Além do peru beltsville branco, as raças mais criadas no Brasil são as do peru standard bronzeado, a bronze peito largo, a holandês branco, a bourbon vermelho, a narragansett, a negro de Norfolk e a ardósia. O macho holandês branco chega a pesar 15 quilos, e sua fêmea, 8 quilos.

Já o macho bourbon vermelho atinge 16 quilos, enquanto sua fêmea pode ter até 9 quilos.



Peru holandês branco .

Originário do continente americano, o peru foi domesticado há mais de 200 anos pelo povo nativo do México. Apesar do peru comum ser o mais conhecido, há uma grande variedade de espécies. Neste artigo, conheça 8 delas.

O peru é uma ave conhecida mundialmente. Sua carne, apesar de ser considerada sem graça por alguns, é a mais vendida no período natalino. Por isso, a criação de perus tem se estendido por todo o mundo. Você sabe quais tipos de peru existem? Contaremos a seguir!

 

8 tipos de peru

Certamente há duas espécies que você já conhece, o peru comum e o pavão. Porém, estas não são as únicas. Vamos apresentar muitas outras a seguir.

Bronzeado americano

Esse tipo de peru – imagem principal do artigo – é muito parecido com o peru selvagem, porém seu tamanho é muito maior. Ele pode chegar a pesar até 15 kg, um tamanho que provavelmente não cabe em nenhum forno durante o Natal.

 

Suas asas são brancas, sua cauda é negra e partes do pescoço e da cabeça apresentam tons avermelhados. Um arco-íris de plumagem!

 

Holandês branco

Como seu próprio nome sugere, a maior parte de sua plumagem é branca, possuindo poucas manchas de outras cores alterando essa uniformidade. Sua cabeça parece se unir completamente à sua papada e ambas possuem uma cor vermelha intensa.

 

Peru holandês branco

Raça negra

Ao contrário do peru branco, esse é totalmente preto. Sua cor é brilhante, quase metálica, com um reflexo esverdeado que o caracteriza. Talvez esta seja a raça que mais se parece com o peru comum, o mais conhecido.

 

Peru negro

Vermelho bourbon

Esta raça possui uma mistura explosiva de cores. Sua plumagem brilhante possui um tom marrom chocolate, fazendo com que o branco em suas asas e cauda se destaque.


 

Peru vermelho Bourbon

Sua pequena cabeça com bico largo, seu pescoço e sua papada avermelhada são muito pequenos em relação ao resto do corpo, que se assemelha a um pompom gigante.

 

Branco de Beltsville

Esses perus chegam a pesar quase 8 kg e são animais caracterizados por serem muito saudáveis, possuindo um forte sistema imunológico. Por isso, muitos criadores escolhem essa espécie para começar sua produção.

 

Peru Branco de Beltsville

Possui grandes aptidões para a reprodução, sendo capaz de colocar até 158 ovos por época, dos quais 70% chegam a nascer. Incrível!

 

Bronzeado gigante

Esse tipo de peru é capaz de chegar aos 20 kg. Caracteriza-se por seu peito duplo, que é gigantesco, como é de se imaginar. Sua cauda em forma de um pequeno abanador possui a mesma cor uniforme de sua plumagem, que geralmente é marrom.

 

Perus bronzeados gigantes

As bordas das plumas possuem um tom grisalho, e na parte superior de seu pescoço destaca-se uma cor roxa, ressaltada com o vermelho da região.

 

Branco gigante

Esse também pode pesar entre 15 e 20 kg e, curiosamente, sua plumagem pode variar de tons dourados ao branco puro. No entanto, esta última cor foi mais aceita e os dourados foram descartados, dando lugar a uma raça totalmente branca.

 

Peru branco gigante

Esta escolha foi feita porque as plumas brancas fazem com que o animal tenha menos imperfeições na pele, algo muito mais aceito entre os consumidores da carne.

 

Ardósia

A cor de sua plumagem geralmente é cinza, apesar de algumas partes serem brancas. Seu pescoço é vermelho e sua cabeça possui uma tonalidade azulada.

 

Peru ardósia

Na cauda, ele apresenta uma bela linha preta que separa claramente as duas cores, o cinza e o branco, como se fosse um desenho da natureza.

É curioso que, apesar de haver muitas raças de perus, as mais utilizadas para consumo são as geradas em incubadoras, que são híbridos criados pelo homem. A maioria destes híbridos é descendente do Holandês branco.




6 de set. de 2020

Instalações e Alimentação dos Marrecos


Instalações

As instalações para os marrecos podem ser simples, a fim de abrigá-los do sol, das chuvas, dos ventos e da umidade. A diferença que existe entre abrigar patos e marrecos é que, para estes últimos, as cercas podem ser mais baixas, isto é, de apenas 60 cm de altura, enquanto para o pato precisam ter 1,80 m, para evitar as avoadas.
Para fazer as instalações para uma criação caseira, podem-se utilizar materiais como tijolos de barro, blocos de cimento, tábuas, qualquer tipo de madeira e até paus roliços ou mesmo bambus. A cobertura pode ser de telhas de barro, eternit e até mesmo de sapé.



Por exemplo, para abrigar um lote de marrecos reprodutores, composto por seis fêmeas e um macho, o abrigo poderá ter 2 m de frente por 1,2 m de fundo, devendo possuir um parque com pelo menos 10 x 4 m de extensão. Para criar vinte fêmeas e quatro machos, uma área de 6 x 3 m também é aceitável. A água, sendo natural, isto é, vinda de uma nascente, por exemplo, seria ideal, mas na sua falta podem-se também construir tanques, renovando a água quando necessário. O banho dos marrecos deve ser sempre no fundo do parque, a fim de evitar que traga umidade para o abrigo.
Se os dormitórios dos marrecos forem feitos em série, para abrigar alguns lotes de idades diferentes, as divisões internas não precisam ter mais do que 60 cm de altura, pois isto também facilita o trabalho do tratador, que poderá pulá-las para atingir os vários lotes.
O chão dos abrigos do dormitório deve ser cimentado, a fim de facilitar a limpeza, porém recoberto com cavaco de madeira ou material semelhante. É necessário colocar na porta de entrada das aves um sarrafo com 4 cm de altura, para que não levem para fora a cobertura
do piso.

Abrigo rústico e simples para marrecos. Parque com 10 x 4 m para seis marrecas e um marreco.

As aves convivem em harmonia.

Independentemente da porta do tratador, deve-se fazer uma portinhola em cada abrigo para a saída e entrada dos marrecos, a qual deve ser fechada como uma guilhotina, principalmente à
noite, evitando-se que animais possam perturbar a tranqüilidade das aves.

Gaiola para manter a choca presa,ficando os marrequinhos livres.

Quando os marrecos são confinados, deve-se distribuir nos cochos, ou juntamente com a ração, casca de ostra moída, a fim de supri-los com o que encontrariam em
liberdade como, por exemplo, cascalhos. Também
convém juntar à ração 10% de farinha de carne, para nutri-los com proteínas, e areia grossa à
vontade.
Os marrecos podem ser criados em completa liberdade, sem nenhuma cerca e dispondo apenas de um abrigo para se recolherem à noite.
Devem criar esse hábito desde pequenos, mas se forem adquiridos adultos, é suficiente que haja um marreco treinado a se recolher no abrigo para que os novatos o sigam.

Observações
Para transportar o marreco, deve-se apanhá-lo pelo pescoço; para carregá-lo, deve-se passar a mão por baixo do peito. As pernas são fracas e podem se quebrar facilmente.

Alimentação

Na primeira semana, deve-se distribuir a ração cinco vezes ao dia: às 7, 10, 13, 16 e 18 horas. É importante dar o suficiente para que não falte nem sobre. Na segunda semana, deve-se dar quatro vezes ao dia: às 7, 11, 16 e 19 horas; e, até a sexta semana, três vezes ao dia:màs 7, 13 e 18 horas.
Quando os marrecos são tratados racionalmente, desde que tenham boa procedência, com ração adequada (de crescimento, postura e engorda) e equilibrada, o ganho de peso do marrequinho até o abate é muito rápido. Pode ser comercializado a partir de 60 dias de seu nascimento, possuindo carne bem tenra e deliciosa, superior à carne do pato.



Regras para o sucesso
. • Iniciar a criação com bons reprodutores.
. • Localizar as instalações das aves em um lugar seco, sem umidade.
. • Fornecer proteção nas horas de forte calor.
. • Dispensar cuidados especiais aos marrequinhos nos primeiros 30 dias.
. • Fornecer alimentos pastosos e água abundante.
. • Resguardar as aves das chuvas em abrigo/dormitório.
. • Garantir uma boa higiene.
. • Escolher boas chocas para a incubação.
. • Fornecer muito verde na alimentação, picado ou em feixes pendurados.
. • Fornecer ração de boa procedência é muito compensador.
. • Proporcionar às aves um ambiente tranqüilo, sem que sejam importunadas por outros animais domésticos.




23 de ago. de 2020

Raças e Incubação de Marrecos


Raças

Uma das melhores raças para a criação caseira, não resta a menor dúvida, é a marreco-de-pequim, pois se presta perfeitamente para carne e ovos. Para quem deseja iniciar uma criação, o mais interessante é adquirir exemplares com 21 dias, encontrados nas casas que comercializam aves vivas. O marreco-de-pequim é originário da China. De cor branca, o macho chega a pesar 4 quilos, enquanto a fêmea pesa cerca de 3,5 quilos. A postura des-sa raça, em média, é de 80 a 120 ovos por ano.
A raça conhecida como multicolor é um cruzamento de quatro raças: marreco-de-pequim, rouen-do-canadá, corredor-indiano e kakicampbell.
Para quem deseja grande postura, o corredor-india-no é o mais indicado, chegando a pôr mais de 150 ovos por ano. O macho pesa 2 quilos e a fêmea, 1,8 quilos. As marrecas iniciam a postura com quatro meses. São mais esguios e seu andar é empinado, chegando a se assemelhar ao pingüim.

Marreco de Pequim
Marreco-corredor-indiano.
Marreco-de-topete.

Além das raças citadas, ainda existem outras, como orpinton, campbell e rouen, que seriam mais variedades de aves ornamentais e não para postura. Na criação para consumo, porém, vale mais a pena optar por raças que já demonstraram ser resistentes e bem adaptadas ao nosso clima, produzindo carne em curto espaço de tempo, em vez de fazer experiências.

Incubação
A marreca não choca; no entanto, quem faz uma pequena criação não precisará adquirir incubadeira para poucos ovos. A incubadeira precisa de vigilância durante os 30 dias de incubação.
Ovos incubados por incubadeiras dificilmente atingem sua totalidade de eclosão, enquanto na incubação natural, isto é, por meio de patas ou galinhas, chegam a atingir, de um modo geral, até 100%.
Os ovos de marreca podem ser cobertos por uma pata, perua ou galinha caipira. A pata pode cobrir de 13 a 15 ovos, enquanto a galinha, apenas 8. O choco é de 29 a 30 dias. Tanto a pata como a galinha sabem muito bem cumprir a missão que lhes é confiada, pois tratam dos ovos como se fossem seus. Os marrequinhos, após o nascimento, podem ser dispensados das chocas, desde que sejam criados em criadeiras com calor artificial, pelo menos nos primeiros 15 dias.
O marreco torna-se reprodutor com 7 a 8 meses, mas é preciso fazer uma seleção dos que nascem, isto é, conservar aqueles que têm bom peso, vivacidade e peito bem largo, sem qualquer defeito físico.

Marrequinha-silvestre.
Rouen. Marreco-canadense.
Marreco-irerê.

Marrequinhos
Os primeiros 30 dias de vida dos marrequinhos são muito importantes; após essa fase, podem ficar livres, des-de que tenham onde se abrigar no caso de chuva ou sol muito forte. Em vez de ficarem completamente soltos, o mais indicado é que permaneçam no parque fechado, com água para se banharem num pequeno tanque.
Nesses primeiros 30 dias, devem ser criados em criadeiras, isto é, em um local com piso de tela, comedouros e bebedouros pelo lado externo ou interno mesmo, desde que não possam entrar neles. Em cercados com terra, desde que estejam protegidos dos ventos, chuva e sol, também se criam bem, se não houver umidade. Mesmo que os marrequinhos sejam chocados por perua ou galinha, podem-se colocá-los em criadeiras, dispensan-do-se as chocas, que ficam na gaiola, podendo assim reiniciar a postura. Nesses casos, os marrequinhos precisam receber calor artificial pelo menos até os primeiros 15 dias. Se a temperatura ambiente na ocasião não for muito fria, os marrequinhos costumam dispensar o calor bem antes do que os pintinhos.
Após o nascimento dos marrequinhos, não se devem dar alimentos nas primeiras 30 horas, porque eles possuem reservas suficientes para esse período.
Nos dois primeiros dias, os marrequinhos devem ser alimentados com pão molhado em leite desnatado, feito papinha; na falta de leite, pode-se misturar o pão com água e areia, ou ainda fazer uma papa de fubá bem fino. Após o quarto dia, já podem ser alimentados com ração inicial de pinto, em forma de pasta.




2 de ago. de 2020

Criação de Marrecos


A semelhança entre o pato e o marreco é muito grande* e, apesar de haver diferenças, muitas pessoas chegam a confundir as duas raças.
Numa linguagem popular, diríamos que o marreco é muito mais elegante do que o pato, não só por sua postura mas também por seu aspecto físico. O marreco é barulhento, quando se assusta faz muita balbúrdia, e seu andar é elegante, enquanto o pato só gras-na, anda lentamente e possui carúnculas na cabeça, que nas fêmeas são menos pronunciadas. O marreco, de modo geral, é mais esperto do que o pato em seus movimentos. As marrecas são mais poedeiras do que as patas, botando em qualquer lugar, até dentro da água, não necessitando de ninhos, e dificilmente chocam.
* Recomendamos que o leitor não deixe de ler a parte referente a Patos, onde encontrará algumas orientações preciosas.
Existem raças de marrecos mistas, que fornecem car-ne de boa qualidade e ovos, enquanto outras são mais direcionadas à postura.
Para uma criação caseira de marrecos de raça pura, pode-se iniciar apenas com um terno, isto é, duas fêmeas e um macho de boa procedência.
Para distinguir o sexo dos marrecos é preciso observar o rabo: o do macho se curva em direção ao corpo e o da fêmea é reto.
Tal como a criação de patos, a de marrecos também é compensadora no sistema caseiro, isto é, para consumo próprio ou para reverter em renda extra, quando se dispõe de maior quantidade de aves. Trata-se também de uma criação alternativa. A criação de marrecos, para quem possui áreas adequadas, como fazendas, sítios e chácaras banhadas por riachos ou lagoas, é ideal. Até mesmo sem água podem-se criar marrecos e patos, desde que eles a tenham sempre à sua disposição para beber.
Os marrecos produzem carne de excelente qualidade, como também ovos para o consumo, apesar de o mercado, de forma geral, não os receber muito bem. A criação de marrecos em propriedades rurais também tem o fim de embelezar o ambiente, proporcionando mais vida e prazer. Além de tudo, a natureza lhes fornece muitos alimentos, quando criados em liberdade, e com isso as despesas de manutenção se reduzem muito.
Isso não significa, porém, que o marreco não possa ser criado também em fundo de quintal, com espaço me-nor, sem água. Basta dizer que três marrecos podem viver perfeitamente em um 1 m˝. O marreco é uma ave muito resistente e dificilmente contrai doenças, tão comuns às galinhas. Estamos falando na criação artesanal de marrecos, mas quem deseja explorar essas aves com fins exclusivamente comerciais precisa tomar certos cuidados, iniciando com poucos
exemplares, a fim de aprender seu manejo, até poder se expandir sem risco, usando tirocínio, aumentando sua capacidade e com segurança, principal-mente na colocação da produção.
Antes de mais nada, é muito importante verificar o mercado consumidor: localização da granja, abastecimento de rações e proximidade de cidades para a comercialização, sejam restaurantes finos ou avícolas.

Criação
A postura da marreca geralmente se inicia com cinco meses e vai de julho a novembro, chegando a ser de 80 a 150 ovos por ano. A marreca não necessita de ninhos para a postura, porque costuma botar em qualquer lugar, até mesmo dentro da água. Recomenda-se deixar as marrecas nos abrigos até as nove horas da manhã, quando já botaram, para depois soltá-las. É por isso que se deve colocar uma cobertura sobre o chão do dormitório, feita com cavaco de madeira, serragem e casca de arroz, para evitar que os ovos se sujem com as fezes e que fiquem trincados. Geralmente, a marreca costuma procurar um canto beirando as paredes para fazer a postura. O ovo da marreca-depequim pesa, em média, entre 80 e 90 gramas.
Logo após a soltura dos marrecos, os ovos devem ser recolhidos e limpos. Deve-se verificar se os ovos não estão trincados ou com defeitos; se estiverem, não servirão para incubar nem para serem comercializados, so-mente para consumo em casa. Os ovos devem ser guardados em lugar bem arejado. Muitas vezes, quando as marrecas põem os ovos na água, eles vão para o fundo e só reaparecem quando estão estragados.
Os primeiros seis ovos de uma marreca que inicia a postura não servirão para incubar, pois geralmente são estéreis.

Os marrecos-de-pequim podem ser criados com ou sem água para seus banhos.




28 de jul. de 2020

Cuidados com os Patos e Marrecos


Cuidados

Alimentação
A alimentação do pato e do marreco pode ser igual, principalmente para o criador de fundo de quintal, como se costuma dizer. Pode-se economizar muito, principal-mente fornecendo verduras e legumes cozidos e até, para quem possui uma área razoável, o milho, que deve entrar na ração em boas proporções, como veremos mais
adiante.
Tanto o marreco como o pato comem por dia, em média, 200 gramas de ração, independentemente do verde, do qual são grandes apreciadores.
Na alimentação desses palmípedes, devem entrar milho, farelo de milho, farelo de soja ou de trigo, quirera de arroz, ração de galinha e sobras de comida caseira.
A ração, tanto para os patos como para os marrecos, deve ser sempre fornecida em forma de pasta, porque des-sa maneira eles comem mais e, conseqüentemente, engordam mais rapidamente.
Quando a ração é fornecida seca, eles comem bem menos e não adquirem peso, como deveria ser.
Se as aves forem criadas em confinamento, um bom sistema para distraí-las e, ao mesmo tempo, favorecer sua saúde é pendurar feixes de folhas de confrei na altura da cabeça das aves. A verdura ou qualquer outro verde não deve ser distribuída no chão, pois dessa maneira é rejeitada.

Para as aves confinadas, a distribuição da ração deve ser feita três vezes ao dia — pela manhã, ao meio-dia e à tardinha; para as aves que estão em liberdade, basta duas vezes ao dia — uma pela manhã e outra à tarde.
Os patinhos recém-nascidos só devem receber a primeira alimentação após 30 horas do nascimento do último da ninhada, e ela deve ser constituída de pão molhado em água ou, se houver facilidade, em leite desnatado. Também podemos usar a ração inicial para patinhos,
encontrada no mercado especializado, que deve ser distribuída em forma pastosa, misturada com verdura bem picada, a fim de que eles possam comer sem dificuldades e ir se habituando com o verde. As verduras a serem distribuídas podem ser almeirão, couve e serralha, entre outras, devendo-se evitar a alface.
À medida que os patinhos vão crescendo, deve-se substituir a alimentação pela ração de crescimento, a qual também deve ser distribuída em forma pastosa, isto é, molhada, porém sem ser encharcada, misturando-a com verduras picadas e podendo-se ainda acrescentar 20% de quirera de milho.
Após três meses de idade, utiliza-se a ração de pos-tura, acrescentando-se de 30% a 40% de milho triturado, incluindo sempre verduras e legumes cozidos.

Engorda
O pato é uma ave que praticamente come de tudo, com a vantagem de poder receber sobras de hortas e de comida (desde que lavadas com água quente, para tirar a gordura).
Quando se pretende engordar patos, deve-se tirar o banho e evitar que façam muitos exercícios para não desperdiçar energias e melhorar a carne, pois com a natação ficam mais musculosos.
O parque de engorda deve ser compatível com o número de aves,isto é, dois exemplares por metro quadrado. O que não deve faltar é água para beber, sempre em abundância e limpa. Quando o pato ingere os alimentos, seu bico fica impregnado de ração; por isso, ele procura
mergulhá-lo na água para limpá-lo.
Na engorda, os alimentos devem ser distribuídos até cinco vezes ao dia. Após ingerirem os alimentos, os patos deitam e descansam; com isso, ganham peso em curto espaço de tempo. A área destinada à engorda não pode ser úmida, mas deve possuir abrigos contra o sol e a
chuva.
O pato com 60 dias está bom para o corte, possuindo carne bem tenra, de ótima qualidade. Muitos dizem que a carne do pato é muito dura, mas isso só acontece se a ave já é velha, o mesmo ocorrendo com as galinhas, os pombos, etc., pois os borrachos — filhotes de pombo que ainda não voam — é que devem ser consumidos, preparados de várias maneiras.
Existem criadores que afirmam que os patos para o abate estão bons quando as penas das asas se cruzam.
O crescimento ou mesmo a engorda dependem, naturalmente, da qualidade dos alimentos distribuídos.

Saúde
O pato é muito resistente a doenças, bem diferente do que acontece, por exemplo, com os pintinhos e mesmo com as galinhas. O principal cuidado que se deve ter com os patinhos é com relação às chuvas e ao sol muito quente, principalmente nos primeiros 30 dias de vida. Porém, quando adultos, eles se tornam fortes, muito rústicos e dificilmente contraem quaisquer doenças. Mesmo diarréia e coriza são pouco
freqüentes, desde que sejam alimentados adequadamente.
O que dissemos com relação aos patos também é válido para os marrecos, que são igualmente de grande rusticidade. Costuma-se dizer que os patinhos ou marrequinhos só morrem quando pisados.

Higienização
Não resta a menor dúvida de que a higiene é um dos principais fatores para se evitar doenças em qualquer tipo de criação de aves domésticas.
Com esse cuidado, o criador deverá ser muito rigoroso, principalmente quando a criação é confinada.
O piso do dormitório, por exemplo, deve ser limpo a cada dois dias, no máximo. Quando o chão é cimentado, deve ser varrido e, em seguida, lavado, desinfetado com creolina misturada com água, na proporção de uma parte por cem, ou com lisofórmio bruto, na mesma porcentagem. As paredes também devem ser borrifadas com desinfetante.
O parque também deve ser limpo, a fim de evitar que os alimentos se misturem com as fezes e venham a ser ingeridos pelas aves.
Os excrementos recolhidos devem ser colocados numa esterqueira, a fim de serem curtidos e depois utilizados na horta, pomar ou jardim, como adubo.

Ninhos
Os ninhos, a cada mês, também devem ser limpos, renovando-se
a palha, o cavaco e a terra do chão, quando feitos de alvenaria.
A criação de patos e marrecos não deve ser misturada com outros
tipos de aves. No dormitório, as aves que se empoleiram deixam cair os
excrementos sobre os palmípedes, que ficam sujos e correm o risco de
contrair doenças.

É da natureza das aves aquáticas apreciarem um lago.

Regras para o sucesso
. • Iniciar a criação com bons reprodutores.
. • As instalações das aves devem se situar em um lugar seco, sem umidade.
. • Dispensar cuidados especiais aos patinhos nos primeiros 30 dias.
. • Fornecer alimentos pastosos e água abundante.
. • O abrigo/dormitório deve resguardar as aves das chuvas.
. • A boa higiene é fundamental.
. • Escolher boas chocas para a incubação.
. • As patas devem chocar seus próprios ovos.
. • Os ninhos devem ser adequados para que as patas se habituem a pôr os ovos sempre no mesmo local.
. • Fornecer muito verde na alimentação, picado ou em feixes pendurados.
. • Fornecer ração de boa procedência é muito compensador.
. • As aves devem viver em um ambiente tranqüilo, sem serem importunadas por outros animais domésticos.




12 de jul. de 2020

Instalações para Criação de Patos e Marrecos



Instalações

Terreno
O terreno onde se deseja fazer a criação de patos não deve ser inteiramente plano, a fim de evitar formação de lama e empoçamento das águas de chuvas. Um ligeiro declive será o ideal para a formação da área destinada aos patos. Se o lugar onde vão ser instalados os parques
e abrigos possuir água corrente, será mais vantajoso, podendose construir os cercados abrangendo o terreno seco, com canaletas para a passagem da água. Mas se o lugar permitir que se traga água por gravidade, também será muito bom para a localização dos parques.
Mesmo em terreno que não possua água corrente também se podem criar patos, fazen-do-se um tanque de alvenaria, cujo tamanho deve ser compatível com o número de aves que se deseja alojar.

Abrigo/dormitório para patos e marrecos.

Um tanque medindo, por exemplo, 3 x 2 m pode perfeitamente abrigar 20 patos. 
A profundidade do tanque não precisa ter mais do que 30 cm, mas a água deve ser renovada uma ou duas vezes por semana.
Em uma área, por exemplo, medindo 10 x 10 m, po-dem-se criar até 100 patos. A área para cada pato é de 1 m˝.

Abrigo e parque
As instalações a fim de servir de abrigo/dormitório para os patos podem ser simples, visando principalmente abrigá-los das chuvas, do sol e dos ventos. Para manter um lote de reprodutores, composto de seis patas e um pato, o dormitório pode ter 2 m de largura por 1,5 m de fundo. Um parque com 2 m de largura por 10 m de comprimento é suficiente, a fim de que as aves possam fazer exercícios. O dormitório pode ter o telhado com uma água e o pé direito de 1,5 m e, na parte traseira, 1,2 m. Caso se deseje manter vários lotes, podem-se construir os abrigos em série, com separações internas. Esse processo de manter lotes
separados garante maior fertilidade dos ovos, o que quer dizer maior porcentagem na eclosão.
O piso dos dormitórios deve ser cimentado ou mesmo tijolado, para facilitar a higiene. Deve-se forrá-lo com cavaco de madeira, a fim de evitar a friagem, pois, como se sabe, os patos dormem deitados.
Para abrigar os patinhos com mais de 30 dias, é preciso construir parques e abrigos com medidas compatíveis com a quantidade de aves que se deseja alojar.

Abrigo de campo para patos e marrecos.

As paredes laterais dos dormitórios podem ser feitas de alvenaria ou madeira até a altura de 60 cm, e depois completada com tela, a fim de permitir uma boa ventilação, como também para evitar a entrada de animais que podem matar as aves. De preferência, os abrigos devem ser construídos de frente para o nascente.
Os parques para reprodutores, como também para os marrequinhos em crescimento, devem ser gramados. Havendo espaço suficiente, convém fazer dois para cada dormitório; assim, pode-se fazer o revezamento, porque enquanto um gramado está se desgastando com as aves, o outro permanece em recuperação. A melhor maneira de criar patos, porém, principalmente em sítios e chácaras, é deixá-los em plena liberdade. Os patos em liberdade aproveitam melhor os alimentos fornecidos pela natureza, como insetos, vermes, sementes, areia e o verde; com isso, gasta-se menos em rações concentradas.
Se a criação é feita em plena liberdade, devem-se construir pequenas casinhas para abrigar a pata e os patinhos, por ocasião das chuvas e do sol.

Comedouros
Apesar de o pato ser considerado uma ave “porca”, isto é, come de tudo e entra em qualquer água, mesmo que completamente suja e enlameada, não devemos for-necer-lhe os alimentos no chão, mas sim em comedouros. Esses comedouros devem ser lavados pelo menos uma
vez por semana com água e sabão, a fim de eliminar os resíduos, que podem fermentar.
Os comedouros para os patos devem ser feitos e distribuídos de modo que todos possam se alimentar ao mesmo tempo, na hora da distribuição da ração, sem brigas. Pode-se considerar o espaço de 15 cm de comedouro para cada ave; isto quer dizer que, em 1 m, podem-se alimentar 14 patos nos dois lados.
O comedouro com 1 m de comprimento poderá ter 20 cm de largura por 10 cm de altura.
Ao redor do comedouro deve haver uma área cimentada com 1,5 m de largura e 1 m de comprimento.

Comedouro para patos. A área cimentada ao redor evita a formação de lama.

Bebedouros
Apesar de o pato enfiar o bico em qualquer tipo de água, seja ela limpa ou barrenta, devemos fornecer-lhe água em bebedouros limpos e funcionais, trocando-a até duas vezes ao dia, se necessário. Se a água fornecida aos patos for limpa, serão diminuídos os riscos de doenças.
Um tipo de bebedouro que se consegue com certa facilidade é o feito de pneus usados de carros, que devem ser cortados ao meio.
Podem-se também construir bebedouros de cimento, pois esse tipo conserva a água sempre fresca, desde que colocado em local com sombra.
Para fazer um bebedouro de cimento, basta ter um pouco de habilidade manual. Faz-se uma caixa de madeira, de acordo com o tamanho do bebedouro desejado; dentro desta caixa, deve-se fazer outra, porém com 3 cm a menos em todos os lados, inclusive na parte do fundo. Pos-ta uma caixa dentro da outra e prendendo-as na borda por dois sarrafinhos, coloca-se uma armação de arame grosso em toda a volta e no fundo.



Antes de encher a fôrma com cimento, convém dar uma passada de óleo queimado internamente. O concreto deve ser preparado com três partes de areia por uma de cimento. Primeiramente, faz-se o fundo; quando estiver completo,Pneu cortado ao meio serve como bebedouro. vão-se enchendo todas as laterais até a borda. No dia seguinte desmonta-se a parte interna com muito cuidado, para depois retirar a parte externa. Em seguida, dá-se uma demão nas partes interna e externa com a calda de cimento puro misturada com água; deixa-se secar e dá-se a segunda demão. Quando estiver seco, deve-se colocar água e renová-la durante cinco dias, antes de colocar o bebedouro em uso.
Para que os patos ou patinhos não entrem no bebedouro, deve-se fazer uma cobertura, 20 cm  como se fosse uma casinha, gradeada ao redor; assim também se evitarão sol, chuva e que caia sujeira na água.
No mercado especializado em avicultura, existem muitos tipos de bebedouros, confeccionados com barro, alumínio, folha-de-flandres e plástico, mas acreditamos que o criador caseiro que o confeccionar em casa estará economizando.
Para evitar a formação de poças e lama em torno dos bebedouros, é de bom alvitre construir uma área cimentada de 1 m˝.
A – caixa externa.
B – caixa interna com 3 cm a menos do que a externa.
C – espaço de 3 cm para o concreto.
D – sarrafos para manter o espaço das laterais e fundo.
Concreto: três partes de areia para uma de cimento.

Bebedouro de cimento.

Lago de chuva
O sitiante ou chacareiro que não possuir nascentes em sua propriedade e desejar formar um lago artificial para criar peixes e aves aquáticas, como marrecos, patos, gansos e marrequinhas, poderá criar um lago utilizando apenas água das chuvas.
Na área mais baixa do terreno, próxima a edificações (casa de caseiro, sede, etc.) constroem-se as muretas do lago e canos de PVC de quatro polegadas canalizam a água das chuvas que cai nos telhados para o lago.
Se o terreno for bem compactado não é necessário impermeabilizá-lo.
Nas margens, deve haver várias saídas para que as aves possam facilmente alcançar terra firme. Nas beiradas do lago deve haver casinhas com ninhos para a postura.
Nesse lago é possível a criação de peixes, juntamente com marrecos, patos e gansos e até marrequinhas selvagens.
Assim, o aproveitamento do legado da natureza pas-sa a ser uma alternativa: as chuvas são particularmente benéficas para a vida rural.