21 de mar. de 2020

Criação de aves domésticas: Galinhas (parte 1)


Quem possui uma propriedade rural, como fazenda, sítio ou chácara, pode aproveitar espaços para criação de várias espécies de aves, valorizando o meio ambiente com:

a. o aspecto agradável que elas proporcionam. Habitualmente, as pessoas criam apenas galinhas poedeiras, para consumo próprio, mas é muito fácil criar também aves como patos, marrecos, perus e avestruzes. Os palmípedes, isto é, patos e marrecos, precisam de um lago, porque apreciam banhos diários. Se porventura a propriedade não possuir nascentes próprias,

b. o problema poderá ser resolvido com a construção de um lago artificial, aproveitando as águas das chuvas. Quando o ambiente é favorável, os patos e marrecos costumam viver em plena harmonia. 
A criação de perus é relativamente simples, e pode ser feita em qualquer região do país. 
A criação de avestruzes pode ser transformar num excelente negócio.
As poucas doenças que afetam esses animais podem ser evitadas se o criador mantiver boas condições de higiene e fornecer alimentos adequados. As instalações, de modo geral, são modestas, estando ao alcance de todo criador.
O importante na criação de todas essas aves é introduzir sangue novo, principalmente nos reprodutores, para evitar consangüinidade.
A avicultura brasileira iniciou com Cabral, que trouxe para o Brasil os primeiros exemplares de aves de raça pura. Estas aves eram criadas soltas a campo e daí originou o nome popular de Galinha Caipira, nome originário do Tupi guarani. Devido ao sistema de produção utilizada até
hoje, estas aves sofreram um processo de degeneração, com conseqüente perda de produção e produtividade, porém ainda existe em mais de 80% das propriedades mineiras, contribuindo para melhorar a alimentação das famílias e muitas vezes servindo como parte de renda auxiliando substancialmente a economia familiar. Merece, em função disto, um trabalho na área de extensão rural visando melhorar principalmente a produtividade destas criações ditas caipiras, para aumentar a disponibilidade de carne e ovos para consumo próprio ou para incremento de renda.

Criação de aves domésticas: Galinhas

SELEÇÃO DO PLANTEL

Com este trabalho pretendemos provocar uma seleção do plantel existente visando seu melhoramento, descartando as aves que não se enquadram nos itens abaixo.

Escolha das Galinhas:
• Selecionar as galinhas que demonstram ser saudáveis, semdefeitos físicos e dóceis;
• Boa conformação corporal;
• Cristas e barbelas bem desenvolvidas;
• Por ovos com freqüência e de bom tamanho com formato regular;
• Menor tendência ao choco e manter-se em postura quando a maioria das galinhas estiverem em muda.

Escolha do Galo: 
• Devem ser vigorosos, sadios, não apresentar defeitos físicos ou de aprumos;
• Musculosos e pesados;
• Sexualmente ativos;
• Manter a proporção de um galo para dez galinhas;
• Ser mantido no plantel no máximo 30 meses;

INTRODUÇÃO DE AVES MELHORADAS

É possível provocar o melhoramento genético do plantel, sem precisar mudar o sistema produção e com pouco investimento.
Para tanto recomendamos a introdução de aves já melhoradas geneticamente que serão cruzadas com aves do plantel previamente selecionadas.

As aves que recomendamos deverão apresentar características de dupla aptidão - carne e ovos.
• Raças Puras - Rhode Island Red, Plimauth Rock Bared, New Hampshire;
• Aves híbridas de ovos vermelhos;
• Isa Browm;
• Hy-line Browm;
• Shaver Browm;
• Label Rouge;
• Aves Canadense - Paraíso Pedrez.

MANEJO DE PINTINHOS

A grande mortalidade dos pintinhos é verificada nas criações que não usam nenhuma tecnologia;
Os pintinhos requerem maiores cuidados principalmente nos primeiros 20 dias, pois eles não tem capacidade de regular sua temperatura corporal. por este motivo eles devem ser aquecidos pelas mães ou aquecimento artificial.
Após o nascimento deverão ser retiradas do ninho as cascas de ovos gerados e o material que foi utilizado no ninho como forro e trocando-o por material limpo e seco, deixando que a galinha abrigue sua ninhada.

Nas primeiras 24 horas após o nascimento não precisa dar alimentação pára os pintinhos, quando o produtor colocar para chocar várias galinhas e a eclosão não for uniforme pode-se juntar as ninhadas de forma que cada galinha não tome conta de mais 15 pintinhos.
Quando a propriedade for dotada de energia elétrica os pintinhos poderão ser colocados em pinteiros providos de comedouros, bebedouros e aquecimento através de uma lâmpada elétrica, que será usada 10 dias no verão e 15 dias no inverno.
A temperatura no interior do pinteiro deve ser regulada levantando ou abaixando a lâmpada ou compânula a gás, de acordo com o comportamento das aves. Quando os pintinhos se amontoarem debaixo da fonte de aquecimento é sinal que estão com frio ou quando se afastarem muito da fonte indica que está muito quente.
Quando a opção for adquirir pintinhos melhorados de incubatórios sugerimos utilizar c[circulo de proteção, cama, comedouro e bebedouro e fonte de calor.

MANEJO DA RECRIA

• Após 30 dias o empenamento estará completo e as aves poderão ser soltas lentamente onde irão adquirir o hábito de ciscar e procurar alimento, e receberão o mesmo manejo das aves adultas.
• Nesta fase inicia-se a seleção das melhores aves para a reprodução, as demais serão engordadas e vendidas para o abate (machos e fêmeas).
• Os machos neste período são facilmente reconhecidos, estes são mais fortes (20%±) que as fêmeas e também tem a crista bem mais vermelha.

MANEJO DE AVES ADULTAS

As aves de reprodução que permanecerão no plantel devem ser sadias e estar em bom estado físico. Os machos também devem ser sadios, vigorosos e bons reprodutores.
Recomenda-se 1 galo para 10 galinhas para haver uma boa fertilidade.
Ninhos - deve-se utilizar 1 ninho para 4 galinhas e estes devem ser fechados à noite, para evitar que as aves durmam nele, e serão colocados em locais que ficarão na penumbra, pois ninhos muito claros no seu interior, as aves rejeitam e muito escuro as aves aninham.

A cama do ninho deve ser macia e confortável, feita com materiais como capim seco picado, casca de arroz, serragem e folha de fumo, que contribui para o controle ao piolho e sarna, deve ser mantido sempre limpo e com espessura de 7 a 10 cm.
Os ovos devem ser colhidos diariamente, estes terão dois destinos. Os destinados à comercialização, devem ser limpos e guardados em ambientes frescos, geladeiras ou caixas de isopor, afim de preservar sua qualidade. Deve-se ter o cuidado de armazenar os ovos com a
extremidade mais fina voltada para baixo, afim de preservar a câmara de ar.
Ovos para incubação - devem ser colhidos mais vezes ao dia, sem trincas, sem sujeiras, tamanho médio para grande, formato normal.
Condicionamento - em pentes com extremidade maior voltada para cima e num período máximo de 7 dias.
Para haver uma boa eclosão deve-se colocar de 9 a 13 ovos para que a galinha o cubra totalmente.
Próximo aos ninhos onde as galinhas estão chocando deve haver água e ração à vontade.
As aves devido a idade, desenvolvimento sexual incompleto, e com início de mudas precoces não produzem ovos, e portanto, devem ser descartados.



É importante deixar boas chocadeiras para se fazer incubação natural dos ovos.
A postura ocorre com freqüência de aproximadamente até 10 horas da manhã, portanto neste período as aves devem ficar presas.




Criação de Cateto e Queixada


O cateto e o queixada são pertencentes à mesma família: os tayassuídeos. São muito semelhantes, contudo, o cateto tem um porte menor, com cerca de 25 quilos, 40 centímetros de altura e 95 centímetros de comprimento, além de possuir um colar de pêlos brancos em volta do pescoço. O queixada tem um porte maior, cerca de 35 quilos, 55 centímetros de altura e 1,10 metro de comprimento e ainda possuí uma vasta coleção de pêlos brancos na mandíbula e no focinho (ROCHA, 1998). 
O peso dos animais pode variar muito de acordo com o local em que o animal vive, tendo influência a quantidade de alimento por ele obtido (MORAES, 1992). 
Os tayassuídeos vivem em uma grande variedade de habitats, incluindo regiões de clima árido e florestas tropicais úmidas (DEUTSCH, 1988). Ainda existem controvérsias entre os autores sobre o hábito alimentar dos tayassuídeos, alguns os classificam como onívoros, outros acham a classificação inadequada devido a pouca proporção de material de origem animal encontrado em seu trato digestivo. Devido à sua ampla distribuição geográfica, os tayassuídeos tem uma longa lista de alimentos consumidos. Uma análise dos conteúdos estomacais de 17 catetos que viviam em floresta tropical úmida, no Peru, mostrou que partes reprodutivas de plantas, fragmentos de sementes e frutos representaram 71% do conteúdo estomacal, enquanto as partes vegetativas, pedaços de folhas e colmos constituíram 29%. Havia ainda, traços de alimentos de origem animal, especialmente partes do corpo de insetos. Concluiu-se que o cateto é onívoro, mas que em floresta tropical úmida ele é, predominantemente, frutívoro (MORAES, 1992). 
Cada grupo utiliza uma área de mais ou menos oito quilômetros, sendo a parte central de uso exclusivo do bando e a parte periférica compartilhada com outros grupos. Possui uma glândula dorsal que é utilizada para marcação do território através da sua esfregação em árvores e outros objetos e também para identificação dos membros do grupo (NOGUEIRA FILHO, 1999). 
Em criações intensivas ou semi-intensivas é indispensável a utilização de cercas. Deve existir uma área coberta, que possa ser isolada formando um cambeamento, para um manejo melhor dos animais. A densidade recomendada é de 1 animal por 10 metros quadrados, mantendo a relação de 1 macho para 4 fêmeas. Atualmente, a criação de tayassuídeos tem tendenciado para um sistema extensivo, onde os custos de implantação e manutenção são mais reduzidos. Esse sistema exige grandes extensões de mata, subprodutos acessíveis e pouca pressão de caça e predação natural (MORAES, 1992). 

Figura 8: Cateto ( Tayassu tajacu ) 

Mesmo considerando o fato da carne de cateto e queixada alcançarem preço maiores no mercado, quando comparada com carne de capivara e de jacaré, ainda sim a atividade encontra concorrência com a carne de javali (ROCHA, 1998). 
Ao nascer, o cateto pesa cerca de 500 a 600 gramas, podendo ganhar 300 gramas por semana. No caso do criadouro, a idade de abate é de 1 ano, com peso médio de 22 quilos. Para alimentação, fornece-se ração suína, frutas, raízes e tubérculos (PRADA, 

Figura 9: Queixada ( Tayassu pecari )