28 de mai. de 2020

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS para Aves Domésticas


INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Localização: Locais secos livre de inundações, proteção natural contra ventos fortes, água de boa qualidade e localizados no mínimo a 50m da residência, isolado do fluxo normal do trânsito e de pessoal.

Materiais utilizados: Utilizando de preferência o material disponível na propriedade que permita manejar as aves corretamente.

Galinheiro:
• Piso terra batido ou concretado;
• Paredes laterais - 30 cm de altura alvenaria ou tábuas e completada até o teto arame 1,5" fio 18, trelissa, bambu ou maneira;
• Cobertura - cimento amianto, sapé, telha de barro;
• Utilizar 4 aves por m2;
• Orientação leste/oeste;
• Pé-direito - 260 a 280 m;
• Fazer um canal em volta da instalação para escoamento da água de chuva.
• Dividir o galinheiro em três partes distintas:

ABRIGO DE REPRODUÇÃO

• Ninhos: 1 para 4 aves - com madeira ou outro material disponível - dimensões: 35 x 35 x 35 e com altura do piso de 20 cm. Com fundo para casa de ração.
• Poleiros: 20 cm/ave espaçadas 40 cm e distante do piso 50 cm;
• Bebedouro: Tipo calha - feito em bambu, tubo de PVC ou chapa galvanizada, 2,5 cm/ave;
• Bebedouro pendular: 1 para cada 100 aves;
• Comedouro: Tipo cocho em madeira, bambu. Utilizar 5 cm linear por ave;
• Comedouro Tubular: 1 para cada 40 aves;
• Cocho para minerais;
• Iluminação: 1 lâmpada de 15 Watts para cada 5m2;
Pinteiro:
• Deve ser equipado com círculo de proteção altura de 50 cm e 1,5 m de diâmetro;
• Compânula ou lâmpada para aquecimento;
• Comedouro tipo bandeira - 1 para 50 pintos com as seguintes medidas 40 x 50 x 5 cm;
• Bebedouro - Tipo copo de pressão 1 para cada 50 aves;
• Com a idade de 10 dias utilizar bebedouro e comedouros de aves adultas e retirando o círculo de proteção. Dimensões - 2 x 4,40m.
• Utilizar cortinas.

CASA DE RAÇAO
• No seu interior estão localizados o fundo dos ninhos por onde serão colhidos os ovos;
• Dimensões: 4,40 x 2 m.

AVIÁRIO








17 de mai. de 2020

Criação de aves domésticas: Alimentação e Profilaxia


ALIMENTAÇÃO

As aves caipiras são mais resistentes que as aves industriais, mas mesmo assim devem receber suplementação através de ração balanceada e volumosos, capaz de atender suas exigências nutricionais.
A ração balanceada deve ser fornecida em comedouros no interior do galinheiro na base de 60 g por dia por ave e cocho com mistura mineral para consumo à vontade.
Área de pastagem recomendada para cada ave adulta é de aproximadamente 10 m2, pode-se utilizar capim quicuro, brachiaria, tifon, grama estrela, rami, confrei, quando houver área disponível recomenda-se dividi-la em piquetes e fazer o manejo rotativo, pode-se utilizar também restos de hortaliças.

Sugerimos o plantio de feijão Guandu, Girassol.

TABELA 1 - Rações Fareladas de Produção Caseira

Exemplo 3:



ARRAÇOAMENTO DO PINTINHOS

Durante os primeiros 25 a 30 dias deverá ser fornecido aos pintinhos ração comercial de fase inicial à vontade em comedouro tipo bandeira, ou copo tipo pressão. Durante o dia a ração do comedouro deverá ser peneirada para retirada das impurezas. Neste período o consumo médio
de ração é aproximadamente 1 kg, por ave, após este período as aves poderão ser soltas.

Alimentador de galinhas

Notei que as minhas galinhas desperdiçavam muito a sua comida, assim, resolvi o problema usando um jarro de plástico grande, Cortei dois buracos nas laterais do jarro, o suficientemente grandes para as galinhas passarem a cabeça. É fácil colocar comida pelos buracos e ela dura mais, porque há menos desperdício.
Li sobre esta idéia de Inetia Corbin em Organic Gardening, Janeiro/Fevereiro 2000, e experimentei com o meu novo bando de galinhas e patos. Ela estava certa funciona melhor do que os alimentadores comerciais. Usei jarros de plástico grandes para os pintos e, depois, mudei para alimentadores de maior capacidade feitos de baldes de plástico, com os buracos mais altos nas laterais, à medida que as minhas aves cresciam.

SANIDADE

A saúde é importante para que as aves sejam boas reprodutoras de carne e ovos. 
A manutenção da saúde é um conjunto de práticas que envolvem isolamento, higiene, profilaxia e combate sistemático a vermes e parasitas. Para introduzir aves no plantel, estas devem passar um período de isolamento de no mínimo 10 dias.
Todas as instalações e equipamentos e arredores da criação deverão ser limpos lavados e desinfetados a cada 15 dias.
Sugerimos uma solução de água e creolina na proporção de 3 a 5%. Apresentamos a seguir uma sugestão de solução desinfetante para caiação de ninhos, pinteiros e galpões.

TABELA 3 - Solução Desinfetante para Caiação

O piso das instalações deve ser forrado com uma "cama" que poderá ser de capim picado e seco, casca de arroz, sabugo de milho triturado, cepilho de madeira, etc.
Deve-se usar de 700 g a 1 kg de material de cama para cada m2 de instalação. Esta deverá ser substituída a cada 90 dias ou parte da cama quando for molhada.
As poças d’água estagnadas e brejos devem ser esgotados e ou isolados, e os entulhos limpos retirados.

PROFILAXIA

Para esta criação recomendamos um programa mínimo de vacinação para controle de algumas doenças.

Esquema de Vacinação


OBSERVAÇÃO: As vacinas devem ser mantidas na geladeira (fora do congelador). Deve-se verificar a data de vencimento. As sobras de vacinas e frascos devem ser encineradas ou enterrados. 

Vermifugação - Aplicar vermífugo a base de Piperazina ou Mebendazoli de 4 em 4 meses para todas as aves via água ou ração conforme recomendações da bula.

Combate a Ectoparasitas: Sarnas/Piolhos: Quando ocorrer estes tipos de parasitas deve-se fazer um polvilhamento ou pulverização de todas as instalações e equipamentos e nas próprias aves, com drogas específicas.

Observação: Sugerir as recomendações do fabricante.

RECOMENDAÇÕES COMPLEMENTARES
Quando a opção for adquirir pintinhos de incubatório para melhoramento do plantel algumas orientações devem ser seguidas:
• Adquirir pintinhos de incubatórios idôneos, vacinados contra Marek e Bloba Aviária;
• Colocar em círculo de proteção com fonte de aquecimento/água/ração;
• Colocar papel jornal sobre a "cama" e retirá-lo após 3 dias;
• Durante as primeiras horas de chegada somente água e açúcar a 5%, após 2 horas fornecer quirera de milho ou fubá médio, colocando nas bandejas e sobre o papel;
• Do 2º até o 30º dia fornecer ração inicial de frango de corte à vontade e soltá-los após este período.






10 de mai. de 2020

Criação de Jacarés


Jacaré é o nome comum dos répteis sul-americanos pertencentes ao gênero Caiman.
O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) vive na Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai, enquanto o jacaré negro ou de focinho estreito (Caiman crocodilus), chega até o México. 
O Jacaré-de-papo-amarelo se adapta bem ao cativeiro e ao semi-cativeiro desde que sejam atendidas suas exigências básicas como temperatura, umidade, higiene e nutrição (DEUTSCH, 1988).
Na criação em cativeiro, os jacarés comem subprodutos de indústrias ou descartes de criadouros de aves, suínos, bovinos, coelhos, peixes, etc. A carne é moída e enriquecida com um pré-mix de vitaminas e sais minerais numa proporção de 3% do peso corporal estimado ou pesado. No caso dos filhotes, o pré-mix entra na proporção de 35% do peso corporal estimado. A freqüência de alimentação depende da idade, por exemplo, os filhotes irão comer durante toda a semana e os adultos comerão de uma a duas vezes por semana, num total de 7% do peso corporal por semana (NETO, 1997).

Figura 14: Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris).
.
Criar comercialmente jacarés pode trazer boa rentabilidade para o proprietário rural. Além disso, essa é uma alternativa de preservar essas espécies da extinção. A carne é bastante procurada pelos apreciadores e proprietários de restaurantes especializados, isso sem falar no valor comercial do couro desses animais (WETTERBERG, 1976).

CONCLUSÃO
Talvez o caminho que dê mais segurança para o país, seja aquele que o leve a alcançar o desenvolvimento industrial compatível com a qualidade ambiental. Isso passa por uma radical mudança dos sistemas de produção tradicionais, trazendo para dentro da empresa a responsabilidade ambiental, reprojetando seus sistemas industriais para alcançar qualidade ambiental e eficiência econômica.
As empresas e propriedades rurais ao assumirem a postura de uma organização responsável socialmente, acabam ganhando melhor imagem institucional, pode-se afirmar então, que o primeiro grande ganho de se investir na comercialização de animais silvestres e nas questões ambientais é a melhora da imagem institucional, para isso é preciso mostrar que o meio ambiente é conhecido pela empresa (seja uma propriedade rural, empresa urbana ou criatório), que os problemas são reconhecidos e existe esforço para solucionálos.
Uma empresa ou propriedade rural (criatório) que é vista como “socialmente responsável”, possui uma vantagem estratégica em relação àquelas que não tem essa
imagem perante o público.
O sucesso da pecuária silvestre depende cada vez mais do conhecimento e da aplicação de princípios estratégicos de conservação e tecnologia. Atualmente ainda é pequeno o mercado oficial ou o comércio de produtos provenientes da fauna silvestre, existindo apenas uma oferta temporária e legal de qualquer produto que uma determinada espécie venha produzir.
Como conclusão, é correto afirmar que essa atividade só tende crescer nos próximos anos, assim como o seu mercado. O interesse de produtores, cada vez mais atraídos por um comércio lucrativo e ecologicamente correto, faz com que as criações de animais silvestres sejam vantajosas em relação aos sistemas tradicionais, além do interesse dos consumidores por carnes mais saudáveis. Nesse caminho, ainda existem muitas respostas e perguntas a serem questionadas, mas acredito que esse trabalho possa contribuir para formar parte dessas respostas e reforçar o surgimento de novos questionamentos.

Jacaré-do-pantanal

Criação de animais Silvestres em cativeiro para fins comerciais ou econômicos,Base Legal - A Portaria 132/88 de 5 de maio de 1988 é uma portaria geral que trata da previstos no Artigo 6º da Lei 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, é regulamentada através deportarias publicadas pelo IBAMA.
A recomendação dada às unidades descentralizadas do IBAMA é que o plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá ser preferencialmente originário de animais provenientes de outros criadouros registrados ou do produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. Poderá ser autorizada a captura de animais.

jacaré no  ponto de abate
O ponto de abate é determinado pela largura abdominal  total. Ela é de 18 cm , sendo medida próximo da pata dianteira. Se bem tratado, o ponto de abate é atingido com 1 ano de idade, mas para um melhor aproveitamento , costuma-se abate com 2  anos, nesta fase a largura abdominal é de aproximadamente 27 cm, aumentando o valor do animal no mercado.
A carne rende 1,7 quilo por animal mais ou menos, sendo comercializada  em vários restaurantes especializados em carnes silvestres e exóticas.
O couro necessita de uma autorização do Ibama para ser comercializado. Um cuidado todo especial deve ser tomado ao se comercializar o couro,  uma faca de ponta fina deve ser enfiada  na cabeça do animal, posteriormente coloca-se um arame  de aço pela extensão da coluna vertebral que servirá para insensibilizar o animal , fazendo com que o animal paralise os movimentos.
O couro ao redor da cabeça é desprendido, a melhor parte  é a da barriga e da lateral, o couro deve ser cortado pelas costas para que o aproveitamento seja maior. Após isso,  o couro é  desprendido da carne. Furos certamente irão desvalorizar o produto.O couro é então enviado para o freezer até ser curtido.
As patas são cortadas próximas da articulação, são então embalsamadas e usadas como enfeites.Após retirar o couro, retira-se as vísceras, nesta etapa, todo cuidado é pouco para não contaminar a carne.Depois do abate a cabeça é separada e a carne é lada e embalada em sacos plásticos. Aplica-se etiquetas com informações do criadouro contendo: nº de registro do Ibama, validade e origem do produto.

Mercado
A criação de animais silvestres tem um futuro promissor no Brasil, muito disso se deve ao fato de que há  a necessidade de preservar a espécies nativas ameaçadas de extinção; e  o jacaré é uma delas.
A criação de jacaré pode ser lucrativa já que apenas 5% dos animais nascidos na natureza atingem a idade adulta, em cativeiro são 90%.
O couro do animal caçado  tem só 25% de aproveitamento, em cativeiro é de 100%; e alem disso é caça é ilegal.
Isso sem mencionar na carne, um animal (2 anos) produz  1,7 kg de carne e os subprodutos como cabeça e patas que pode servir de enfeite, tendo uma grande demanda.
Além de todos esses fatores existe também outro fator positivo: de estar contribuindo para a preservação das espécies nativas.
Para se efetuar a criação de qualquer animal silvestre é necessária a autorização do Ibama e do governo federal responsável por esta área.

Acasalamento e Postura
Durante a cópula, o macho rodeia a fêmea em círculos cada vez mais estreitos, ambos emitem sons  e mantém seus “narizes” pra fora da água, na seqüência o macho se encurva, passa por baixo da cauda da fêmea para então  unir as cloacas.Este processo é rápido, durando  cerca de 1 minuto apenas.
As fêmeas constroem cada uma o seu ninho, este constituído de  um monte de restos de vegetais, folha e gravetos.Seu tamanho varia de 1 a 2 m de diâmetro e altura de  40 a 60 cm. A postura se inicia no começo de janeiro se estendendo até março.Cerca de 30 ovos são postos anualmente por cada fêmea.
As fêmeas têm o habito de circular em torno do ninho para proteger e ajudar durante  a eclosão.
Um passo indispensável para o sucesso de uma criação de jacarés é o manejo com os ovos. Eles não podem eclodir a campo, com a presença de predadores como aves, cobras e lagartos, a percentagem de eclosão cai para cerca de 10% dos ovos.
Todo cuidado deve ser tomado ao se retirar os ovos dos ninhos, eles não podem ser virados, para se evitar isso é marcado um X com caneta no ovo, que devera ser mantido o mais próximo possível da sua posição inicial.
Durante o transporte aconselha-se depositar um pouco da matéria do ninho para a caixa de transporte, deixando a região mais macia. São então destinados à incubadora artificial.Depois de coletar, identifica-se o ninho  por meio de uma placa contendo informações do tipo: nº do ninho; nº de ovos coletados e ano da coleta.

Incubação artificial
A incubadora pode ser  confeccionada  por meio de uma caixa de compensado naval, o material deve ser impermeável e forrado com placas de isopor
A temperatura deve gira entre 29 e 31 ºC, fora disso índice de eclosão cai muito (50%).Aplica-se a matéria orgânica retirada do ninho junto com os ovos, vermiculita também pode ser utilizada para evitar a perda de calor.
Baixa umidade pode causar muitas mortes, o ideal é estar próxima de 100%, deixando um recipiente com água  dentro da incubadora é um truque fácil para atingir a umidade ideal, pulverizar água sobre os ovos duas vezes ao dia também ajuda bastante.
Se estes itens estiverem adequados, em 65 dias a partir da postura estará ocorrendo a eclosão, cujo índice é de cerca de 90%.
Após a eclosão os filhotes são destinados às baias no barracão de engorda, 30 dias depois eles serão separados por tamanho, com o intuito de diminuir a competição por alimento.

Sistema de Criação
O ranching, na qual  os ovos são coletados na  natureza, com a autorização e acompanhamento do Ibama, sendo eclodidos posteriormente em incubadoras. Parte desses animais são destinados a natureza, os demais são enviados ao barracão de engorda até serem abatidos.
Este sistema só é funcional em regiões onde se torna possível a coleta  dos ovos no seu habitat natural.
O farming, os reprodutores são capturados na natureza, e destinados a um cativeiro para efetuarem a postura e se reproduzirem. Os ovos são incubados artificialmente.




5 de mai. de 2020

Criação de Cutias


Cutia
A cutia é encontrada em quase todo país, com exceção do extremo sul. Há várias espécies no Brasil: a vermelha (Dasyprocta agouti); a parda (Dasyprocta azarae); e a preta (Dasyprocta fuliginosa) (LANGER, 1978).
A criação pode ser feita ao ar livre, em um terreno de chão batido. Deve-se construir uma mureta de 30 a 40 centímetros de altura, com igual profundidade para impedir que as cutias cavem buracos e fujam. Sobre o muro instala-se um cercado de tela de arame de 1,5 metro de altura. A área do cercado deve ser de 15 metros quadrados, onde podem ser mantidos 1 macho e 3 fêmeas. Os bebedouros e comedouros ficam no chão e podem ser feitos de alvenaria (GIANNONI, 2001).

Figura 13: Cutia (Dasyprocta fuliginosa).

As cutias alimentam-se geralmente de coquinhos, castanha-do-pará, verduras e legumes. Também gostam de milho, cana-de-açúcar e mandioca. Devem ser alimentadas diariamente, de preferência ao entardecer (LANGER, 1978).
A fêmea gera de dois a três filhotes por gestação e o parto se dá em um ninho cavado no chão. As cutias prenhes podem ser mantidas no mesmo cercado com outros animais do grupo, mas filhotes devem ser separados assim que não precisarem mais da mãe para se alimentar (ROCHA, 2001).

Como a de seus pares capivara e paca, a carne de cutia (Dasyprocta agouti) não é mais vista como uma iguaria rara. Após o fim dos anos 1990, período em que as carnes exóticas passaram a frequentar o cardápio de, especialmente, restaurantes finos e churrascarias de grandes centros urbanos, a proteína tornou-se mais conhecida entre os brasileiros.

Além de oferecer um alimento nutritivo para o consumidor, a cutia é, para o criador, mais uma opção de empreendimento de custo baixo e boa rentabilidade. Rústico, esse mamífero não exige manutenção cara para seu manejo. Produtos baratos são os principais componentes da dieta do animal, que também vive bem em acomodações simples, sem necessidade de realizar grandes investimentos e de demandar muita mão de obra.

Como a cutia tem o hábito de comer vegetais, a alimentação da criação pode ser cultivada no próprio local. A oferta de frutas variadas, grãos, como milho, e hortaliças diversas dispensa o uso de ração comercial, item que geralmente pesa na planilha de custos de atividades como criações de animais.

Para instalar um criadouro para cutias, não é preciso uma estrutura sofisticada nem muito espaço. Inclusive, pode-se fazer uso de áreas ociosas existentes no local. Uma opção que reduz o investimento inicial é o aproveitamento de ambiente que já serviu para lidar com outras criações, como pocilgas ou aviários.

Ao lado do baixo custo que representa para o pequeno investidor, a criação oferece bons rendimentos, tanto com a venda da carne branca e saborosa para o mercado quanto de exemplares vivos para outros criadores. O sistema de engorda de cutias e de desenvolvimento de matrizes são duas atividades que podem ser praticadas ao mesmo tempo, potencializando o lucro do produtor.

De fácil adaptação à rotina de um confinamento, a criação de cutia ainda contribui para a preservação da própria espécie. Na natureza, onde exerce importante papel ecológico, dispersando sementes, o animal fica à mercê da prática de caça ilegal e da redução de seu hábitat, devido ao desmatamento e ao crescimento urbano sobre matas e florestas pelo território nacional.

A cutia tem hábito diurno e vive em áreas do Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, sobretudo em regiões do sudeste, nordeste e norte do país. De médio porte, mede de 40 a 60 centímetros de comprimento, de 15 a 20 centímetros de altura e pesa cerca de 2 a 4 quilos. Como é um animal silvestre, a cutia, para ser criada em cativeiro, mesmo que o produtor não pretenda tornar a atividade uma prática comercial, precisa ter autorização do órgão estadual que controla a gestão da fauna local.

Criação mínima: 1 macho e 3 fêmeas
Custo: o preço de cada cutia é de cerca de R$ 800 e das instalações de 3 baias R$ 3 mil
Retorno: 28 meses
Reprodução: de 2 a 4 filhotes por ano


Início Recomenda-se a participação de um profissional especializado para a elaboração e execução do projeto, o qual precisa contar com documentação protocolada no órgão gestor da fauna do Estado. Com as instalações prontas e vistoriadas, forme o plantel inicial por meio da aquisição de exemplares de criadores idôneos.

Ambiente Como é um animal rústico, nativo de bosques e matas, a cutia resiste tanto a temperaturas mais frias quanto mais quentes. Os lugares mais calmos, que assegurem a tranquilidade da criação, são os mais indicados para a atividade. É importante também que seja sombreado.

Instalações Para comportar até cinco fêmeas e um macho, são necessárias três baias, ou boxes, com 3 x 4 metros de área cada e cobertura total ou parcial. Cerque-as com tela tipo alambrado, do teto até a base, feita de muretas de alvenaria de 40 centímetros. O piso deve ser cimentado, para facilitar a limpeza e impedir que as cutias fujam escavando o chão de terra. Disponibilize um tanque de pequenas dimensões – 1 metro quadrado e 25 centímetros de profundidade – para as cutias se banharem e beberem água.

CAIXA-NINHO Em cada baia instale a toca, que pode ser feita de madeira ou alvenaria. As medidas da caixa-ninho são de 1,10 metro de comprimento por 70 centímetros de largura. A fêmea gosta de forrar o ninho com palha seca, material que ajuda a manter a caixa sem umidade.

Cuidados As doenças mais comuns entre as cutias são verminose e pneumonia. Ambas podem ser evitadas preventivamente, seguindo um programa de aplicação de doses de vermífugos na criação e evitando o excesso de umidade nas baias.

Alimentação Por ser um animal herbívoro, a cutia alimenta-se apenas de hortaliças, como abóbora, tubérculos, como mandioca, grãos (milho e soja), cana-de-açúcar, sementes, coquinhos de palmeiras, castanhas e frutas, como banana, maçã, laranja, mamão, acerola e abacaxi. Como complemento opcional da dieta, pode ser oferecida a mesma ração que é dada aos coelhos. Roedora, a cutia gosta de roer troncos de goiabeira.

Reprodução Pode acontecer, a partir dos 10 meses de idade, período em que o mamífero atinge a maturidade sexual. Após 104 dias de gestação, nascem, em média, duas crias em cada um dos dois partos que podem ocorrer em qualquer época do ano. Aos três meses de idade, o filhote é desmamado e transferido para outra baia, iniciando a recria. Aos 12 meses, pesando de 3 a 4 quilos aproximadamente, o animal está pronto para o abate. Se for vender como matriz, após seis meses, a cutia já pode ser comercializada para outros criadores.