29 de jun. de 2020

Manejo Reprodutivo dos Patos


Incubação
Para o pequeno criador, nada mais prático do que usar as patas de sua própria criação para a incubação, pois elas são muito carinhosas no choco, deitando-se sobre os ovos com amor, resguardando-os bem e defendendo-os quando molestados por outras aves e pequenos animais; por isso, deve-se colocar o ninho em ambiente bem tranqüilo.
A pata pode chocar 13 ovos e o tempo de incubação é de 29 a 30 dias. Quando existirem muitos ovos destinados à incubação e não houver patas chocas, é possível também utilizar galinhas caipiras chocas, que podem cobrir apenas oito ovos.
É conveniente colocar várias aves para o choco no início da incubação. Dessa maneira, quando os patinhos nascerem, podem ser agrupados com uma única mãe protetora, e assim, a pata que ficou sem os patinhos iniciará a postura mais cedo, acontecendo o mesmo com a galinha. Essa transferência de patinhos para outra pata ou galinha deve ser feita durante a noite, para que os patinhos sejam bem aceitos.
Os patinhos recém-nascidos não necessitam tanto de calor, no início de sua vida, como os pintinhos, principalmente se a temperatura não estiver muito baixa.
Os ovos destinados à incubação devem ser guardados em posição horizontal, em local bem arejado, e virados diariamente, para que a gema permaneça sempre no centro. É curioso observar que, quando os patinhos foram cobertos por uma galinha, no momento de eles entrarem na água, ela vai ficar completamente desesperada, chegando a arrepiar as penas e gritar até eles saírem da água. A galinha que cria os patinhos é muito mais cuidadosa do que a pata.

Ninhos
A pata, para a postura, procura sempre um ninho, que deve estar em lugar tranqüilo. Casinholas feitas com restos de madeira servem perfeitamente para o ninho. Em cobertura, também se podem fazer os ninhos com tijolos, ou mesmo em caixotes, colocando-se dentro palha seca, capim e até mesmo cavaco de madeira.
Os ninhos devem ser feitos na proporção de um para cada grupo de quatro patas, quando os ovos se destinam à incubação artificial. Após a coleta dos ovos, é interessante deixar no ninho um ovo falso, isto é, de madeira ou gesso, servindo de chamariz.
Quando se faz a incubação natural, o mais indicado é manter um ninho para cada pata.

Ninho de tijolos. Bateria de ninhos para patas.

Abrigo e ninho para patas. Ninho individual para patas.

Os ninhos destinados às patas devem ser abrigados do sol e das chuvas. Como já dissemos, podem ser feitos com madeira, medindo 45 x 35 cm, devendo ser cobertos se colocados ao ar livre.
Quem dispuser, por exemplo, de uma barrica velha, poderá muito bem aproveitá-la para a feitura do ninho, não precisando de proteção no teto. A barrica será um ótimo local para a própria pata chocar seus ovos.

Patinhos
Nos primeiros 30 dias, os patinhos devem ser mantidos em cercados cobertos, abrigados da chuva, do sol e do vento.
Não é aconselhável que os patinhos entrem na água enquanto não estiverem empenados. Por ocasião das chu-vas, mesmo mais tarde, eles devem ficar recolhidos nos abrigos; caso contrário, ficam com o corpo no sentido vertical, isto é, erguidos e assim a água escorre e eles recebem os  pingos diretamente, o que, muitas vezes, acaba por fazêlos cair de costas e grudar no barro, provocando sua morte.
O sol forte também é bastante prejudicial aos patinhos, por isso devem dispor de abrigos que fiquem sob a sombra de árvores ou que tenham sido construídos. O que não deve faltar, de forma alguma, é água sempre fresca e abundante em bebedouros higiênicos, feitos de tal maneira que não permitam a entrada de aves. O dormitório dos patinhos deve estar completamente isento de umidade e de corrente de vento, mas deve ser arejado.
Os patinhos que nascem brancos vão ficar amarelos, enquanto os pretos mantêm sua cor.

Reprodutores
A idade do pato para reproduzir é de 8 a 10 meses e, no máximo, até dois anos. Os patos escolhidos para reprodutores devem ter aspecto bem sadio, com boa conformação física, sem defeitos nos pés e nas asas.
O macho sadio possui a cabeça bem grande, em comparação com a da fêmea, uma espécie de topete e a cabeça coberta por carúnculas.
Quando molestado ou assustado, suas penas se levantam.
Os machos, de um modo geral, chegam a pesar entre 4 e 4,5 quilos; as fêmeas, entre 3 e 3,2 quilos. Para se obter boa fertilização dos ovos, devem-se possuir, em cada lote de reprodutores, quatro patas para cada macho, em vários cercados, de acordo com a quantidade que se deseja criar; ou pode-se utilizar apenas uma área grande, usando a proporção de um macho para cada grupo de quatro fêmeas. A cada dois anos convém trazer um macho novo para reprodutor, isto é, sangue novo para o lote, evitando a consangüinidade




12 de jun. de 2020

Criação de Patos e Marrecos (Raças)


A criação de patos ainda não atingiu a escala comercial no Brasil.
É mais fácil do que a de galinhas, porque os patos são aves de grande rusticidade e praticamente sem propensão a doenças, desde que mantidos num ambiente higiênico e isento de umidade.
Os patos podem e devem ser criados por fazendeiros, sitiantes e chacareiros, como também em fun-do de quintal, porque não dão trabalho algum e representam mais carne na mesa e mais ovos para o consumo. 
Sua produção pode aumentar, na medida das necessidades, com a incubação natural. A criação de patos em escala comercial é problemática, em virtude da escassa produção de ovos.
Ovos de pata são recomendados para pessoas debilitadas, em gemadas, principalmente. As casas que vendem produtos dietéticos são as mais indicadas para a comercialização das sobras de ovos.

Pato-crioulo macho.

A criação de patos é muito simples, desde que se disponha de água para seus banhos. Quando não há disponibilidade de água natural, devem-se construir tanques, como veremos adiante. O pato pode ser criado sem lagos ou tanques, mas não é o ideal, pois dessa forma estaríamos contrariando a natureza da ave.
As patas geralmente procuram os ninhos que são destinados à postura e chocam com muito desvelo, cuidando muito bem das ninhadas.
Elas iniciam a postura quando atingem de 4 a 5 meses, botando entre 15 a 24 ovos, para depois chocá-los. Se os ovos forem cobertos por uma galinha choca, a pata per-de o choco em 15 dias e inicia nova postura. A média de postura de uma pata é de 60 a 80 ovos por ano, bem menos que as marrecas. O período de postura vai de julho a dezembro, como o das aves silvestres.
Para iniciar uma criação caseira de patos, o mais interessante é adquirir um terno, isto é, duas patas e um pato, de boa procedência. Pode-se ainda optar pela compra inicial de patinhos de 7 a 30 dias, encontrados em casas que comercializam aves vivas ou em criadores.
Ainda existe uma terceira opção, que é a aquisição de ovos férteis de granjas especializadas.



Raças

A raça mais utilizada pelos produtores é a crioula, de cores branca, preta e cinza, que pode cruzar com outras raças e até mesmo com o marreco, resultando num híbrido estéril. O pato doméstico descende da espécie selvagem da América do Sul, conhecida como pato-crioulo.
O pato selvagem brasileiro também pode ser criado em cativeiro; entretanto é preciso tomar certos cuidados com suas avoadas, pois ele aproveita para desaparecer nos campos e matas quando o ambiente não lhe é propício, principalmente no que se refere à alimentação e tranqüilidade.
Para evitar tais fugas, basta cortar as penas de uma das asas, até que se habitue. O pato selvagem vive principalmente no Pantanal Mato-grossense e outras regiões. De cor preta, ele é conhecido popularmente como “pato de asa branca”, porque possui penas brancas nas asas, o que pode ser observado com mais facilidade quando ele está em pleno vôo.
Vimos várias vezes, no Pantanal, bandos de patos que se somavam a outros milhares. Aves migratórias, eles sobrevoam aquela imensidão de lagoas procurando os melhores pastos para sua alimentação. O pato selvagem, de modo geral, alimenta-se de tudo o que a natureza pode lhe fornecer, como capim, ervas diversas, frutos silvestres, peixes e crustáceos. Gosta também de fuçar nas lagoas, onde pode encontrar vermes e outros seres que vivem nas águas.
Outra espécie de pato do Pantanal é o marrom-es-curo, cujos hábitos são os mesmos do pato de asa branca. Ele pode ser domesticado, desde que apanhado ainda novo, a fim de que se habitue ao cativeiro.
Ao entardecer, os patos selvagens procuram abrigo nas grandes árvores para passar a noite; no dia seguinte, voam grandes distâncias, à cata de alimentos. Os caçadores os perseguem sistematicamente.
Como já dissemos, no Brasil, são duas as raças de patos selvagens da família Anatidae. Uma de cor cinza chumbo, com reflexos metálicos, sendo o dorso verde e roxo e as coberteiras exteriores das asas, brancas. A outra espécie de pato selvagem, a preta, é a Sarkidiornis sylvicola, cujos machos possuem carúncula pronunciada.
Desde que não sejam molestados, esses patos podem ser domesticados, convivendo com outras aves, principalmente quando encontram alimento. Pode também acontecer de passarem o dia todo no cativeiro e, ao entardecer, levantarem vôo, retornando na manhã seguinte.

Pato-crioulo macho e duas fêmeas.