Alimentação
Para os sistemas mais rudimentares e em pequena escala recomenda-se adquirir a ração de fornecedor idôneo, de preferência certificado para Boas Práticas de Fabricação-BPF. Quando houver condições na propriedade para fabricação de ração recomenda-se utilizar formulações convencionais, buscando-se a autosuficiência na propriedade, através da utilização de misturas incluindo produtos e subprodutos de custo mais baixo do que as formulações comerciais. A Figura 1 ilustra o ingrediente milho úmido ensilado pronto para ser misturado na propriedade rural, o que é uma alternativa para produtores com baixa capacidade de armazenamento de grãos. Antes de iniciar sua atividade, os futuros criadores que não tiverem acesso a um profissional de ciências agrárias autônomo, devem procurar assistência via órgãos públicos, como EMBRAPA ou EMATER, para obter informações seguras de como arraçoar suas aves.
Figura1. Detalhe de um silo trincheira com silagem de milho grão úmido, e também com detalhes de coloração de núcleo e da ração resultante.
Fig. 1. Detalhe de um silo trincheira com silagem de milho grão úmido, e também com detalhes de coloração de núcleo e da ração resultante.
|
Para as fases inicial e crescimento, uma opção é fabricá-las com aquisição dos respectivos núcleos, como mostra o exemplo de ração de frangos de corte oferecido por Gessulli, (1999) misturando-se 10% do núcleo de frango de corte caipira/colonial para a fase inicial com 60 % de milho moído, mais 30% de farelo de soja 46% de PB. Da mesma forma para fabricar a ração recria/crescimento, aquele autor sugere uma mistura de 10% do núcleo de frango de corte para a fase crescimento com 65% de milho moído, mais 25% de farelo de soja 46% de PB, mas, em ambos os casos, observar as quantidades e instruções de mistura do fabricante do núcleo.
Tratando-se de criações de maior porte, como empresas avícolas integradoras, a formulação das rações deve atender a certas exigências que vão além do aspecto econômico e do ponto de vista de exigências nutricionais de acordo com os estágios de crescimento das aves. Deve-se também atender às exigências da norma oficial, devendo-se sobretudo não fazer uso de gorduras e farinhas de origem animal e não incluir promotores de crescimento. Além disso, no caso de criações orgânicas, deve-se fornecer alimentos livres de contaminação de produtos químicos de síntese, e sem inclusão de vegetais transgênicos. Isto requer que na fábrica de rações seja possível rastrear a origem dos ingredientes e monitorar todo o processo de mistura até o momento de ensacamento.
Os requerimentos nutricionais dos frangos coloniais, por fase da criação estão mostrados na Tabela 1.
O arraçoamento deve ser diário, com incrementos semanais, para cada fase de vida da ave. As aves devem ser alimentadas com ração inicial balanceada (isenta de aditivos e promotores de crescimento) à vontade, até 28 dias de idade. Após essa idade, a dieta deve ser complementada com alimentos alternativos, principalmente pastagens e sobras de hortaliças e frutas, o que auxilia na pigmentação da pele e na diferenciação do sabor da carne, proporcionando o sabor característico de ave colonial.
A Tabela 2 apresenta sugestões de fórmulas de ração para frangos de corte coloniais, por fase da criação, com a respectiva composição nutricional.
Tabela 1. Exigências nutricionais do frango de corte Embrapa 041 por fase da criação. | |||
Nutrientes
|
Inicial 1-28 dias
|
Crescimento 29-60 dias
|
Terminação 61-91 dias
|
Energia metabolizável Kcal/kg
|
2800
|
2900
|
2900
|
Proteina bruta %
|
19,5
|
17,5
|
16,5
|
Cálcio %
|
1,0
|
1,0
|
0,95
|
Fósforo total %
|
0,71
|
0,67
|
0,61
|
Fonte: Manual da linhagem (Embrapa, 2001). |
Tabela 2. Sugestão de fórmulas de ração para frangos de corte colonial | ||||
Ingrediente
|
Ração inicial
|
Ração crescimento
|
Ração final
| |
Milho grão |
54,381
|
63,051
|
63,2125
| |
Farelo de soja 45% PB |
30,796
|
27,216
|
21,372
| |
Farelo de trigo |
10,000
|
4,303
|
12,00
| |
Calcáreo calcítico |
1,299
|
1,373
|
1,450
| |
Fosfato bicálcico |
1,738
|
1,670
|
1,3285
| |
Sal comum |
0,403
|
0,411
|
0,4058
| |
Dl-metionina |
0,117
|
0,107
|
0,1211
| |
Caulim ou areia lavada |
1,115
|
1,740
|
-
| |
Premix mineral |
0,050
|
0,050
|
0,050
| |
Premix vitamínico |
0,100
|
0,080
|
0,060
| |
Total |
100,000
|
100,000
|
100,00
| |
Preço R$ |
0,3803
|
0,3673
|
0,3437
| |
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
| ||||
Energia metabolizável Kcal/Kg |
2800
|
2900
|
2900
| |
Proteina bruta % |
20,00
|
18,00
|
16,50
| |
Fibra bruta % |
4,0
|
3,4263
|
3,8678
| |
Cálcio % |
1,00
|
1,00
|
0,95
| |
Fósforo disponível |
0,468
|
0,435
|
0,386
| |
Sódio % |
0,15
|
0,15
|
0,15
| |
Lisina % |
1,005
|
0,90
|
0,7879
| |
Metionina |
0,400
|
0,38
|
0,384
| |
Met + Cistina |
0,7981
|
0,758
|
0,6363
| |
Triptofano |
0,2825
|
0,2487
|
0,2225
| |
Treonina |
0,7697
|
0,6994
|
0,6267
| |
Arginina |
1,3754
|
1,2285
|
1,004
| |
Fenilalanina |
0,9492
|
0,8581
|
0,7681
| |
Glicina+Serina |
1,9167
|
1,7349
|
1,5798
| |
Isoleucina |
0,8378
|
0,7557
|
0,6699
| |
Leucina |
1,7223
|
1,6123
|
1,466
| |
Fenilalanina+Tirosina |
1,7578
|
1,5989
|
1,4223
| |
Valina |
0,9440
|
0,8550
|
0,7797
| |
Ácido linoleico |
1,5272
|
1,5691
|
1,7405
| |
Sódio |
0,1800
|
0,1800
|
0,1800
| |
Extrato etéreo |
2,6528
|
2,6775
|
2,9829
| |
Fonte: Avila (2005). |
É possível obter lotes mais pesados na idade mínima para abate. Nesse caso basta utilizar ração mais energética (em torno de 3000 kcal/kg e nível mais elevado de proteina 20, 18 e 18%, respectivamente, para as três fases da criação.), esperando-se, como consequência, um desempenho próximo daquele exemplificado na Tabela 3. Uma outra prática consiste em manter as aves confinadas por um período mais longo, isto é permitir o acesso ao piquete somente aos 35 ou aos 42 dias de idade. Também é possível melhorar a média de peso do lote na mesma idade se as aves forem separadas por sexo na data da liberação para os piquetes, constituindo-se um lote somente de fêmeas e outro somente de machos, o que evita a competição entre aves, permitindo o acesso mais uniforme aos comedouros.
Tabela 3. Potencial genético para frangos coloniais alimentados com ração mais energética (3000 kcal/kg) e proteica. | |||||||
Idade dias |
Peso vivo g
|
Ganho Semanal g
|
Consumo de ração
g
|
Conversão alimentar
|
Viabilidade %
| ||
Semanal
|
Acumulado
|
Semanal
|
Acumulado
| ||||
0 |
40
|
40
|
100
| ||||
7 |
120
|
80
|
96
|
96
|
1,200
|
1,200
|
98,6
|
14 |
260
|
140
|
169
|
265
|
1,207
|
1,207
|
98,4
|
21 |
455
|
195
|
340
|
605
|
1,744
|
1,330
|
98,2
|
28 |
680
|
225
|
450
|
1055
|
2,000
|
1,551
|
97,9
|
35 |
925
|
245
|
540
|
1595
|
2,204
|
1,724
|
97,7
|
42 |
1180
|
255
|
615
|
2210
|
2,412
|
1,873
|
97,5
|
49 |
1440
|
260
|
690
|
2900
|
2,654
|
2,014
|
97,3
|
56 |
1703
|
263
|
745
|
3645
|
2,833
|
2,140
|
97,1
|
63 |
1968
|
265
|
795
|
4440
|
3,000
|
2,256
|
96,9
|
70 |
2228
|
260
|
825
|
5265
|
3,173
|
2,363
|
96,7
|
77 |
2483
|
255
|
870
|
6135
|
3,412
|
2,471
|
96,5
|
84 |
2728
|
245
|
900
|
7035
|
3,673
|
2,579
|
96,3
|
91 |
2963
|
235
|
925
|
7960
|
3,936
|
2,686
|
96,0
|
Fonte: Figueiredo (2005). |
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