12 de jun. de 2020

Criação de Patos e Marrecos (Raças)


A criação de patos ainda não atingiu a escala comercial no Brasil.
É mais fácil do que a de galinhas, porque os patos são aves de grande rusticidade e praticamente sem propensão a doenças, desde que mantidos num ambiente higiênico e isento de umidade.
Os patos podem e devem ser criados por fazendeiros, sitiantes e chacareiros, como também em fun-do de quintal, porque não dão trabalho algum e representam mais carne na mesa e mais ovos para o consumo. 
Sua produção pode aumentar, na medida das necessidades, com a incubação natural. A criação de patos em escala comercial é problemática, em virtude da escassa produção de ovos.
Ovos de pata são recomendados para pessoas debilitadas, em gemadas, principalmente. As casas que vendem produtos dietéticos são as mais indicadas para a comercialização das sobras de ovos.

Pato-crioulo macho.

A criação de patos é muito simples, desde que se disponha de água para seus banhos. Quando não há disponibilidade de água natural, devem-se construir tanques, como veremos adiante. O pato pode ser criado sem lagos ou tanques, mas não é o ideal, pois dessa forma estaríamos contrariando a natureza da ave.
As patas geralmente procuram os ninhos que são destinados à postura e chocam com muito desvelo, cuidando muito bem das ninhadas.
Elas iniciam a postura quando atingem de 4 a 5 meses, botando entre 15 a 24 ovos, para depois chocá-los. Se os ovos forem cobertos por uma galinha choca, a pata per-de o choco em 15 dias e inicia nova postura. A média de postura de uma pata é de 60 a 80 ovos por ano, bem menos que as marrecas. O período de postura vai de julho a dezembro, como o das aves silvestres.
Para iniciar uma criação caseira de patos, o mais interessante é adquirir um terno, isto é, duas patas e um pato, de boa procedência. Pode-se ainda optar pela compra inicial de patinhos de 7 a 30 dias, encontrados em casas que comercializam aves vivas ou em criadores.
Ainda existe uma terceira opção, que é a aquisição de ovos férteis de granjas especializadas.



Raças

A raça mais utilizada pelos produtores é a crioula, de cores branca, preta e cinza, que pode cruzar com outras raças e até mesmo com o marreco, resultando num híbrido estéril. O pato doméstico descende da espécie selvagem da América do Sul, conhecida como pato-crioulo.
O pato selvagem brasileiro também pode ser criado em cativeiro; entretanto é preciso tomar certos cuidados com suas avoadas, pois ele aproveita para desaparecer nos campos e matas quando o ambiente não lhe é propício, principalmente no que se refere à alimentação e tranqüilidade.
Para evitar tais fugas, basta cortar as penas de uma das asas, até que se habitue. O pato selvagem vive principalmente no Pantanal Mato-grossense e outras regiões. De cor preta, ele é conhecido popularmente como “pato de asa branca”, porque possui penas brancas nas asas, o que pode ser observado com mais facilidade quando ele está em pleno vôo.
Vimos várias vezes, no Pantanal, bandos de patos que se somavam a outros milhares. Aves migratórias, eles sobrevoam aquela imensidão de lagoas procurando os melhores pastos para sua alimentação. O pato selvagem, de modo geral, alimenta-se de tudo o que a natureza pode lhe fornecer, como capim, ervas diversas, frutos silvestres, peixes e crustáceos. Gosta também de fuçar nas lagoas, onde pode encontrar vermes e outros seres que vivem nas águas.
Outra espécie de pato do Pantanal é o marrom-es-curo, cujos hábitos são os mesmos do pato de asa branca. Ele pode ser domesticado, desde que apanhado ainda novo, a fim de que se habitue ao cativeiro.
Ao entardecer, os patos selvagens procuram abrigo nas grandes árvores para passar a noite; no dia seguinte, voam grandes distâncias, à cata de alimentos. Os caçadores os perseguem sistematicamente.
Como já dissemos, no Brasil, são duas as raças de patos selvagens da família Anatidae. Uma de cor cinza chumbo, com reflexos metálicos, sendo o dorso verde e roxo e as coberteiras exteriores das asas, brancas. A outra espécie de pato selvagem, a preta, é a Sarkidiornis sylvicola, cujos machos possuem carúncula pronunciada.
Desde que não sejam molestados, esses patos podem ser domesticados, convivendo com outras aves, principalmente quando encontram alimento. Pode também acontecer de passarem o dia todo no cativeiro e, ao entardecer, levantarem vôo, retornando na manhã seguinte.

Pato-crioulo macho e duas fêmeas.





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