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22 de ago. de 2015

Alimentação e Nutrição do Frango de Corte



1 - MANEJO ALIMENTAR DE FRANGOS DE CORTE
1.1 – Fase Inicial ( 1 a 21 ou 28 dias)
Nos primeiros 21 dias de vida, os pintinhos não apresentam sistema termo-regulador ativo, ou seja, não produzem seu próprio calor através dos nutrientes ingeridos. É importante nesta época, manter fontes de aquecimento (campânulas), observando a distribuição das aves, que deverá ser uniforme. Aves amontoadas indicam que estão com frio, enquanto que aglomeradas em um canto podem indicar corrente de ventos, que deverá ser contida através do uso de cortinas. A temperatura de conforto para o pintinho, não é a mesma para nós, portanto ele deverá ter aquecimento disponível por toda noite ou dias mais frios, até que ocorra a troca de penas, por volta de 21 dias de idade, nesse período devemos fornecer ração Frango Inicial.

                Nesta fase, a ração inicial deverá conter grandes concentrações de nutrientes para garantir um ótimo desenvolvimento dos animais. O uso de outras rações, como crescimento e engorda, leva ao baixo crescimento das aves. O balanceamento de Proteínas e aminoácidos é de grande importância, além das quantidades de energia, vitaminas e minerais. A ração deverá ser oferecida à vontade dos animais, sendo que nos primeiros 7 dias de vida, devemos manter bandejas à disposição, para facilitar o acesso dos pintinhos. Os comedouros devem ter ração em apenas 1/3 de sua capacidade, evitando perdas, promover a limpeza dos mesmos todos os dias pela manhã. Em caso de desenvolvimento menor do que o esperado recomenda-se fornecer a ração inicial até os 28 dias de idade.   
   
                Um dos fatores mais importantes para garantir um ótimo consumo de ração é a disponibilidade e qualidade da água oferecida. A água deve ser limpa e fresca, com bebedouros de fácil acesso. Água quente reduz a ingestão de ração, com perdas no desenvolvimento dos animais. Galpões de frangos não devem ter incidência de sol, ou em casos de animais semi confinados, deve possuir sombra mínima de 10 aves/m2. Os bebedouros devem ser cheios em no máximo 1/3 de suas capacidades, evitando molhar o piso.

1.2 – Fase de Crescimento (22 ou 29 dias até 7 a 15 dias antes do abate).
                A idade ao abate, em frangos de corte é muito relativa, depende da genética, nível nutricional, manejo e do peso desejado. De modo mais freqüente temos hábitos de consumir uma carcaça com 2 a 2,5 kg de peso vivo, o que em sistemas semi intensivos, vai ocorrer por volta de 70 a 90 dias de idade. Neste período devemos fornecer ração Frango Crescimento à vontade dos animais, deixando sempre os comedouros com 1/3 de sua capacidade, o que evita esperdícios. Para pequenas quantidades de frangos, não vale a pena trocar de ração apenas nos últimos 7 a 15 dias de vida do frango, portanto, podemos permanecer fornecendo esta ração até o abate dos frangos. A partir dos 21 dias de idade, comedouros e bebedouros devem ser regulados na altura do dorso da ave, o que evita esperdícios e dificuldades de ingestão.

                Toda ração para frangos, deve conter coccidiostáticos, que são medicamentos preventivos contra a Coccidiose ou Eimeriose. Esta doença quando aparece, causa mortalidade em 100 % do lote e é caracterizada por fezes fétidas com aspecto de “doce de leite” e na fase final, com rajas de sangue. O baixo consumo de ração e o fornecimento de alimentos não balanceados ou destinados a este fim podem levar ao aparecimento da doença, por falta do medicamento.

                Nesta fase, os frangos já sentem mais calor do que frio, portanto é importante as instalações manterem sombreadas e com ventilação adequada, além de água com boa qualidade. Toda “cama” (material utilizado no piso, como serragem ou casca de arroz), deve manter sempre seca, quando molhada deverá ser trocada evitando desenvolvimento de agentes patogênicos (fungos e bactérias).
O fornecimento de alimentos verdes e um maior número de dias para o abate garantem uma maior pigmentação da carcaça e sabor mais adocicado na carne (aproxima ao sabor do frango caipira), devido à deposição de glicogênio nos músculos e de pigmentantes (xantofilas), contidos nos alimentos verdes.

1.3 – Fase de Acabamento (Últimos 7 a 15 dias antes do abate).
                Esta fase deverá ser recomendada apenas para granjas maiores, pois o período é curto e o consumo de ração não viabiliza o uso de mais um produto. O consumo neste período é de aproximadamente 100 g por animal ao dia, ou seja, para 100 frangos 10 kg de ração ao dia e deve ser fornecido a ração Frango Engorda. A ração para engorda ou acabamento, não produz melhores resultados, apenas é mais barata por não ter todos os aditivos contidos nas outras.

                Neste período, a principal causa de mortalidade dos frangos é o calor, enquanto que na fase inicial é o frio. Devemos ter atenção especial para ventilação, água de bebida e sombra. Alguns criadores praticam o uso de milho triturado (quirera), como único alimento na última semana de vida, isto pode ser adotado com a finalidade de melhorar a pigmentação da carcaça (amarela), porém o ganho de peso será menor. As rações Big Frango são balanceadas utilizando como base energética, o milho e protéica, o farelo de soja, o que garante uma perfeita coloração da carne.

1.4 – Arraçoamento
O arraçoamento deve ser diário, com incrementos semanais. A quantidade de ração a ser adquirida para cada fase de vida da ave deverá acompanhar o indicado na Tabela 1.
Assim para um lote de 100 frangos, com criação durante 84 dias, com 2,2 kg de peso vivo, teremos:
Ração Frango Inicial =                   1,0 kg x 100 frangos = 100 kg
Ração Frango Crescimento =     4,4 kg x 100 frangos = 440 kg
Ração Frango Engorda =              1,6 kg x 100 frangos = 160 kg
Obs. Podemos usar a ração crescimento até o abate e o gasto seria de 440 + 160 = 600 kg.
TABELA 1 – Desempenho e esperado para criações de frangos de corte semi-confinados





Consumo muito acima do indicado na tabela, mostra prováveis erros de manejo, como esperdícios de ração. Consumo muito abaixo, indica falhas no fornecimento da ração ou problemas de manejo, como aquecimento da água de bebida, calor intenso, ou até mesmo início de contaminação por doenças.


O desempenho e a conversão alimentar dependem da qualidade genética dos animais e dos cuidados com a nutrição e manejo. Observe na tabela, que à medida que a idade aumenta, a ave piora sua conversão alimentar, ou seja, gasta mais ração para converter em kg de peso vivo.
O índice “Viabilidade” indica 100% dos frangos menos a mortalidade, portanto com 70 dias de idade, é normal uma viabilidade de 95 % ou seja, 5% de mortalidade.


Nutrientes 

É necessário a distinção entre nutrientes, ingredientes, dieta e ração.

Nutrientes são as substâncias proporcionadas pelos ingredientes que compõem uma dieta, que, consumida em determinada quantidade, se diz ração. Os nutrientes essenciais são divididos em categorias que incluem os aminoácidos (proteína), minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. As gorduras, carboidratos e também os aminoácidos proporcionam a energia da dieta, que mesmo não sendo nutriente e sim um componente da dieta é fundamental ao metabolismo e crescimento animal. Os nutrientes e energia podem ter disponibilidade variável de acordo com a fonte da matéria prima que os fornece. Muito poucos ingredientes de uma dieta apresentam 100% de disponibilidade do nutriente e isso pode ser devido a vários fatores inerentes ao ingrediente fibra dietética, toxinas, fatores antinutricionais, processamento e ao estado fisiológico e sanitário do animal. Os frangos exigem uma certa quantidade de nutrientes e de energia na dieta para alcançar um performance máximo, não necessariamente o máximo lucro. Certas situações podem ser favoráveis ao menor preço dos ingredientes e (ou) do kg vivo e, portanto, ajustes devem ser feitos para a melhor estratégia de alimentação para um dado momento. 

Aminoácidos 

Os aminoácidos dos ingredientes que compõem a dieta são as unidades mínimas de construção da proteína animal. Existem cerca de 22 aminoácidos, mas somente 10 são essenciais, precisando ser fornecidos em quantidades adequadas na dieta. Se algum desses estiver em deficiência na dieta a ave não crescerá satisfatoriamente. Há uma seqüência de prioridades entre os aminoácidos da dieta e aí estabeleceu-se um conceito de balanço ideal de aminoácidos na dieta, que convencionou-se chamar de proteína ideal. Formular uma dieta com base na proteína ideal significa suprir o mínimo, mas equilibrada quantidade de aminoácidos na dieta para obter o melhor crescimento. Esse balanço naturalmente depende da disponibilidade dos aminoácidos nos ingredientes e deve ser considerado na formulação das dietas. A disponibilidade dos aminoácidos varia segundo fatores como a proteína do ingrediente, tipo da fibra, fatores antinutricionais presentes, processamento (temperatura, pressão), metodologia de estudo e fase de vida do animal.

Energia 

A energia tem sido expressa em Calorias (cal) ou Joules (J) ou seus múltiplos de 1000, que são a kcal e o kJ. Por exemplo, cada kg de milho contém cerca de 3300 Kcal de energia metabolizável (EM) e o farelo de soja 2400 kcal de EM/kg. Em geral, assume-se a energia como um componente restritivo da dieta, sendo alto o seu custo para a formulação da dieta. Os ingredientes precisam ter boa energia para suprir a exigência animal e, freqüentemente, busca-se diminuir a energia da dieta para diminuir o custo da mesma, claro sem prejuízo no performance dos frangos. A energia é exigida em quantidades diferentes por várias razões, entre as quais o sexo, a fase produtiva, a condição ambiental a capacidade digestiva e a quantidade de ração consumida por dia.


Ácidos Graxos

As gorduras das dietas dividem-se em sub-unidades que são os ácidos graxos.

Os ácidos graxos linoleico e alfa-linolênico são essenciais para as aves, pois exercem papel específico no metabolismo (membrana celular e hormônios) e não podem ser sintetizados, precisam estar contidos na dieta, quer seja advindo dos ingredientes ou de gorduras adicionadas. A falta de ácidos graxos essenciais leva a perda da integridade das membranas, descamação da pele, diminuição da resistência a doenças e problemas reprodutivos nas aves. Os ácidos graxos totais são adicionados à dieta também para fornecerem energia, já que a concentração energética dos óleos e gorduras é alta.

Vitaminas 

Embora necessárias em pequenas quantidades são indispensáveis para suportar ou estimular reações químicas do metabolismo animal. A exigência de algumas pode ser suprida pela dieta normal, porém outras precisam ser suplementadas na dieta. As vitaminas são classificadas em solúveis em gordura (A, D, E e K ) e as solúveis em água (do grupo B e C). Os fatores que danificam as vitaminas são o ar, luz, calor, umidade e ácidos e precisam ser evitados para aumentar a estabilidade das vitaminas e (ou) das pré-misturas de vitaminas. Como regras gerais, manter as vitaminas ou pré-misturas em sala escura, fresca, seca e cujos estoques não sejam grandes para evitar envelhecimento do produto (não estocar por mais de 3 meses). O diagnóstico de deficiências vitamínicas não é tarefa fácil e sua prevenção é feita com o uso de pré-misturas vitamínicas. Um bom premix vitamínico conterá todas as vitaminas necessárias à adequada nutrição e sua inclusão dependerá da recomendação e dos custos entre as marcas comerciais, entendendo-se que todos fabricantes possam garantir a qualidade de seus produtos.


Minerais

Os minerais podem ser divididos em macro minerais por entrarem em maiores quantidades na dieta (Ca, P, K, Na, Cl e S) e os microminerais (Cu, Zn, Fe, Mn, I, Mo, Se, Cr). Todos tem exigências específicas pelo animal e suas funções estão relacionadas com a estrutura do animal, o metabolismo geral, a produção de enzimas e o envio de sinais entre diferentes células do organismo. Além das quantidades individuais de cada mineral, existem relações entre eles que devem ser observadas. Por exemplo o Ca e o P não fítico (disponível) devem apresentar relação de 2 a 2,2 : 1. Algumas vezes o desbalanço ou excesso de um dado mineral pode interferir na absorção de outro e ocasionar prejuízos na produção. Assim, águas com excesso de minerais ou o desbalanço eletrolítico da dieta devem ser prevenidos.

Pré-misturas vitamínicas e minerais

Os micro-ingredientes são adicionados à ração através de pré-misturas (Premix) de minerais e de vitaminas. Os nutrientes que contém são essenciais ao desenvolvimento dos frangos e são, em geral, adicionados em quantidades menores do que 2 kg / tonelada de ração. Fazem parte as vitaminas, micro-minerais, minerais-traço, aminoácidos, antioxidantes, enzimas, anticoccidianas, antibióticos, flavorizantes, entre outros. Além da alta sensibilidade às condições ambientais, alguns desses produtos são usados em pequenas quantidades,o que pode implicar em falta de uniformidade dentro de uma formula de rações. Sendo o premix necessário na fabricação de rações ficam prejudicadas as rações que por qualquer razão não consigam ter todos os micro-ingredientes na mistura final. Os resultados disso poderão ser a perda de desempenho e o aumento na mortalidade. Não se recomenda a fabricação própria de premix vitamínicos e de minerais para produções familiares de frangos devido a dificuldade de manutenção de estoques atualizados de ingredientes, dificuldade de manipulação de pequenas quantidades, perda de potência de alguns produtos com as condições ambientais, maiores preços na compra de menores quantidades, falta de controle das matérias primas da pré-mistura e maior possibilidade de erro na mistura. Evidentemente que devem ser buscados fabricantes/fornecedores idôneos de pré-misturas minerais e vitamínicas, os quais, em geral, dispõem de assistência técnica especializada e fornecem serviços de análises laboratoriais para controle de qualidade das rações.

Qualidade de ingredientes 

Entre vários pontos críticos da formulação e fabricação de rações está a qualidade dos ingredientes. Um dos itens mais importantes na qualidade dos ingredientes está relacionado com a presença ou não de micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a aflatoxina, fumonisina, zerealenona, vomitoxina e ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas primeiras toxinas. Os elementos básicos para formação da toxina são o substrato (ex. milho), umidade, oxigênio, tempo e temperatura. O problema será mais ou menos severo, na dependência da presença dos fatores citados, durante as fases de pré-colheita e(ou) armazenagem dos cereais e grãos. O milho, por ser o cereal de maior percentual de uso, precisa de atenção especial, visto que são comuns os casos de presença de aflatoxina no milho. As aves de maior idade são mais resistentes que as jovens, mas os sintomas em frangos de corte podem estar relacionados com má conversão dos alimentos, pesos corporais mais baixos, menor proteção imunológica o que resulta em maior mortalidade, menor pigmentação (palidez) nas aves abatidas e maior presença de hemorragias subcutâneas e intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas.

Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade do grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se inspecionar o silo para possíveis entradas de umidade e repará-las, caso existam. Os silos de armazenagem devem ser limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa de controle de insetos e roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se multiplicarem. Recomenda-se que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de certas regiões de minifúndio. Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior àquele devidamente colhido, seco e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados com micotoxinas essa não deverá ser maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado nessas ocasiões visando fortificar e incluir antifúngicos na ração.

Fabricação de rações

As especificações das rações para os frangos dependerá de algumas condições que serão estabelecidas a priori. Entre essas, estão a exigência de nutrientes do animal de acordo com o peso desejado para o abate; a idade em que se pretende alcançar o peso; a separação dos lotes por sexos; a disponibilidade, qualidade e preços dos ingredientes e o mercado ao qual se destinam os animais. É necessário que os ingredientes a serem utilizados na fabricação, sejam de boa qualidade e que atendam os padrões mínimos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. Sempre que possível, os ingredientes devem ser analisados laboratorialmente, ou consultadas as tabelas de composição de alimentos para efetuar o cálculo das fórmulas das rações. As rações produzidas industrialmente pelas integrações e fábricas de rações independentes registradas no Ministério da Agricultura, atendem as especificações legais e técnicas, sendo de pronto uso, sem necessidade de remisturá-las com outros ingredientes. Entretanto, em algumas regiões ou nichos de mercado, o produtor poderá fazer sua própria ração comprando o núcleo mineral-vitamínico ou o concentrado protéico. Nesse caso, será importante manter a qualidade no processo de fabricação das rações na propriedade, sob pena de inviabilizar a exploração dessa atividade, caso não siga rigorosamente as recomendações técnicas. Sempre que o produtor não dispuser de conhecimento sobre formulação e preparo de rações, deverá necessariamente buscar a orientação com nutricionistas do setor de avicultura. Além disso, é importante ter em conta que existem alguns pontos criticos no processo de fabricação de rações na propriedade, os quais devem ser considerados dentro das normas de boas práticas de fabricação (BPF) de rações.


Alimentação por fases produtivas 

A alimentação dos frangos deve ser balanceada para cada fase, para a qual é pretendida uma dada dieta, visando atender as necessidades para o crescimento rápido, seguro e saudável. As fases são estabelecidas de acordo com a curva de crescimento do frango, dividindo a sua vida em períodos (abaixo) e cuja exigência de nutrientes é variável, em função de vários fatores (sexo, fase produtiva, temperatura ambiental). Uma generalização, que não deverá atender a todas as situações, mas que pode exemplificar uma dieta geral para as fases é a apresentada nas Tabelas 2 e 3.
Pré-inicial: de 1 a 7 dias inicial: de 8 a 21 dias crescimento: de 22 a 35 ou 42 dias final: de 36 a 42 ou 43 a 49 dias

Necessidades para a fabricação de rações

O processo de fabricação de rações, além do conhecimento da área, implica em ter à disposição a estrutura para tal e entre alguns itens destacam-se as seguintes necessidades: espaço útil na área da fábrica de rações para instalar silos graneleiros, visando a estocagem de cereais; sala de estoque de drogas, aditivos, vitaminas e minerais, a qual sirva também para pesagens de ingredientes que são usados em menores quantidades (abaixo de 10 kg); balança c/ capacidade de pesagem de 10 kg e sensibilidade de 1 g; balança de 200 kg ou mais, com sensibilidade de 20 g, para pesagem de cereais; moinho de martelos com motor adequado à trituração de cereais; misturador de ração horizontal ou vertical de capacidade condizente com a necessidade da produção; roscas sem-fim para transporte até a carreta e desta para os silos à granel localizados junto ao aviário.

O processo de produção de rações 

Alguns fatores levam a necessidade de processamento de ingredientes e de rações, os quais, podem melhorar a digestibilidade das rações. Entre os processos mais utilizados, destacam-se: a peletização e extrusão, a separação de cascas de ingredientes, a detoxificação (tratamento térmico), a preservação (secagem de grãos) e uniformidade de partículas (moagem e peletização). Em frangos a moagem é importante para homogeneidade da mistura e, entre outros aspectos, também o correto tamanho de partículas promove a economia de energia da trituração dos cereais. Tamanhos de partículas de milho entre 750 e 1000 mm ficam na faixa recomendada, sendo esse valor facilmente mensurado através do granulômetro. A mistura dos ingredientes triturados é essencial no processo e os equipamentos existentes apresentam tempo variável de mistura, situando-se entre 5 e 15 minutos na dependência principalmente do tipo (vertical ou horizontais) e das roscas helicoides. A mistura adequada dos ingredientes da ração é passo fundamental e precisa ser avaliada periodicamente. Existem publicações da Embrapa que indicam procedimentos sobre testes da qualidade de mistura. A peletização embora muito desejável no processamento, pois pode proporcionar melhoria da eficiência alimentar maior que 5%, dificilmente será realizada por produtores devido ao alto investimento em equipamentos, a menos que esses se associem para a fabricação de rações.

Exigências dos frangos


Tabela 2. Especificações das exigências dos frangos de acordo com a idade em porcentagens ou quando diferente, especificado na variável.(pela ordem:pré-inicial,inicial,crescimento e terminação)


Fases Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*
Idade, dias
1 a 7
8 a 21
22 a 35 ou
22 a 42
35 a 42 ou
42 a 49
Proteína
21
20
18
18
EM, kcal/Kg
3.000
3.100
3.200
3.200
Cálcio
0,99
0,94
0,85
0,85
P disponível
0,47
0,44
0,42
0,42
Sódio
0,22
0,22
0,20
0,20
Lisina digstível
1,18
1,16
1,05
1,05
Met +Cis digstível
0,83
0,82
0,74
0,74
Treonina digestível
0,74
0,73
0,68
0,68
Triptofano digestível
0,19
0,19
0,18
0,18
Premix mineralico, vitamínico e aditivos*
+
+
+
*


* As vitaminas, microminerais e aditivos serão incluídos na forma de pré-mistura em quantidades variáveis conforme o fabricante. Salienta-se que a dieta final ou de retirada, não deve conter drogas de nenhuma categoria. O uso de aditivos pode ser feito com prudência e respeitando as quantidades recomendadas pelos fabricantes e expressas no rótulo das embalagens. São preferidos os promotores de crescimento Gram +, desde que aprovados pelo Ministério da Agricultura. Os antimicrobianos Gram – podem ser usados, se prescritos por Médico Veterinário e, respeitando o limite de retirada do produto antes do abate. Nunca devem ser usados Cloranfenicol, Ácido 3-Nitro e Nitrofuranos, pois não são permitidos pelo Ministério da Agricultura.



Tabela 3. Exemplo de fórmulas com base nos ingredientes milho e farelo de soja para atender as diferentes fases de produção.
pre-inicial,inicial,crescimento e terminação
Ingredientes Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*
1 a 7
8 a 21
22 a 35 ou, 22 a 42
35 a 42 ou, 42 a 49
Milho
55,58
54,70
57,82
57,93
Fosfato bicálcico
1,98
1,83
1,74
1,74
Farelo de soja
37,10
36,62
32,90
32,88
Óleo de soja
2,75
4,35
5,39
5,37
Calcáreo
1,33
1,29
1,11
1,11
Sal
0,51
0,51
0,46
0,46
L-Lisina HCI
0,16
0,15
0,12
0,12
DL-Metionina
0,23
0,22
0,18
0,18
Premix mineral
0,05
0,05
0,05
0,05
Premix vitamínico
0,13
0,12
0,10
0,10
Clor. Colina (70%)
0,11
0,09
0,06
0,06
Avilamicina
0,01
0,01
0,01
-
Monensina
0,06
0,06
0,06
-
Total
100,00
100,00
100,00
100,00
Composição nutricional calculada
Proteína
21,89
21,58
20,00
20,00
Energia (EM), kcal/kg
3.000
3.100
3.200
3.200
Cálcio
0,99
0,94
0,85
0,85
Fósforo disponível
0,47
0,44
0,42
0,42
Fibra
2,81
2,77
2,66
2,66
Sódio
0,22
0,22
0,20
0,20
Lisina digstível
1,18
1,16
1,05
1,05
Met + Cis digstível
0,83
0,82
0,74
,074
Treonina digestível
0,74
0,73
0,68
0,68
Triptofano, digestível
0,21
0,21
0,19
0,19

Ingredientes alternativos/cereais

Na Tabela 3 há indicação de algumas fórmulas que usam o milho e o farelo de soja como ingredientes básicos. O mercado de insumos apresenta peculiaridades de preços que podem ser conjunturais, estacionais ou localizados em uma dada região. Os ingredientes considerados "alternativos", muitas vezes, acabam tendo um custo maior do que o milho e o farelo de soja. Assim, características como concentração de nutrientes e seu valor econômico tem que ser levadas em consideração toda vez que se pensar em comprar ingredientes. Quando o milho e farelo de soja aumentam de preço e (ou) tornam-se escassos ficam mais viáveis as dietas com ingredientes alternativos, mas devido as políticas agrícolas do país a disponibilidade de ingredientes alternativos é em geral baixa.

Um ponto importante a considerar na busca de ingredientes alternativos é que ao se aumentar a demanda dos mesmos tendem a aumentar de preço no mercado e aí passam a perder a vantagem diferencial, que teriam pela falta ou aumento de preço dos ingredientes tradicionais (soja e milho). Por isso, sempre que se considerar a alternativa de ingredientes devemos estar atentos a disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade.

O trigo e o triticale são cereais de inverno que os produtores de aves devem redobrar a atenção em seus preços, pois a colheita ocorre no final do ano, justamente, na entre-safra do milho. O trigo, historicamente, sempre foi destinado ao consumo humano sendo os subprodutos do seu processamento direcionados à alimentação animal, destacando-se, principalmente, o farelo de trigo e o resíduo de limpeza, erroneamente definido como "triguilho". O triticale é um grão produzido com o destino principal para a produção de rações.

Os cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e valor nutricional, enquanto os de triticale são menos variáveis. Entretanto os dois cereais sofrem efeito marcante do ambiente e do clima em que são produzidos. Em geral, o preço limite para compra do trigo e do triticale para uso em rações de frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do milho.

O sorgo é um cereal cuja disponibilidade comercial não é alta, mas que apresenta excelente possibilidade de uso na alimentação, desde que incluídos ingredientes com pigmentos carotenóides ou xantofilicos, já que o sorgo diminui a pigmentação da pele quando de seu uso. Algumas variedades de sorgo podem conter tanino, o qual é indesejável para rações. O sorgo poderá conter menos energia metabolizável que o milho e seu preço não deve ser superior ao do milho e a menos de 90 % deste poderá ser vantajoso na substituição parcial do milho. As farinhas animais de outras espécies não aviárias, devidamente processadas e de boa qualidade (nutricional e sanitária), podem ser alternativa proteica e fosfórica importante para diminuir o custo de alimentação. A diminuição do custo de produção das rações oscila entre 5 e 12% quando os preços do farelo de soja e milho estão com preços altos no mercado. Análises devem ser solicitadas visando a garantia de qualidade (negativo para salmonela, putrefação, sem rancificação, digestibilidade, etc.).

Água

Um nutriente freqüentemente esquecido; porém, deve ser considerada como tal na alimentação dos frangos. Em qualquer fase da criação deverá ser abundante, limpa, sem contaminantes, fresca com temperatura em torno de 22°C. A água entra no organismo através de três caminhos: como bebida, pelos alimentos e via oxidação metabólica. O consumo da água de bebida depende de vários fatores como idade, sal e proteína da dieta, temperatura ambiental e tipo de ração. Um valor médio a considerar para o consumo é de 2 a 3 litros de água por quilo de ração consumida como um valor de referência na criação de frangos. Na Tabela 1 mostra-se alguns valores estimados para consumo diário de água. É importante anotar o consumo diário de água, pois uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o início de problema. Por isso, instalar um registro de consumo de água na tubulação de acesso às instalações. A salinidade da água medida em sólidos totais (ST) dissolvidos, idealmente conterá menos do que 1000 mg de ST / litro e no máximo deverá conter 3000 mg de ST / litro. Sempre que houver presença de coliformes fecais em qualquer número efetuar o tratamento com 0,3 g de cloro (hipoclorito de sódio) por mil litros d'água. 


Tabela 1. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango/lt 12000frangos, da primeira à oitava semana
Semana ml / dia / frango I / dia / 12.000 frangos
1 32 384
2 69 828
3 104 1248
4 143 1716
5 179 2149
6 214 2568
7 250 3000
8 286 3432







21 de ago. de 2015

Manejo do Frango de Corte





Com certeza a avicultura foi um dos setores de produção que mais cresceu nestas ultimas décadas, acompanhando o crescimento tecnológico (SOUZA, et al, 2010). Toda essa evolução exigiu também um progresso no que se refere a genótipo, alimentação, sanidade, instalações confortáveis, equipamentos e manejos das aves, proporcionando potencial máximo e eficiência em produção (SANTOS et al, 2009).


O manejo das aves é realizado através de várias fases (manejo antes da chegada dos pintinhos, manejo da chegada dos pintinhos, manejo do 1º ao 11º dia manejo do 12º dia à saída do lote e manejo na retirada do lote), das quais começam antes mesmo da chegada dos pintinhos, onde há um preparo das instalações e equipamentos para seu recebimento. Embora seja de grande valia saber sobre esses procedimentos, é necessário também que a escolha da linhagem e a qualidade dos pintinhos sejam de boa procedência (LANA, 2000).

Recebimento dos pintos 


Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de aves por pelo menos 10 dias. Um a dois dias antes da data prevista para a chegada dos pintos é necessário que se faça uma última desinfecção do galpão e equipamentos, assegurando-se as condições de funcionamento, limpeza e em número suficiente, e que os acessos ao aviário possuam pedilúvios para desinfeção dos calçados. 

Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar menos da metade do aviário. Duas a três horas antes do alojamento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos, além de efetuar-se a contagem dos pintos existentes nas caixas, deve-se separar aqueles que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total de pintos com problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário (sistema todos dentro todos fora). 
Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento. 
Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias para que sejam queimadas, se forem de papelão. Se forem caixas plásticas, queimar o papel e/ou cama contida nos mesmos. 
Registrar as seguintes informações em fichas específicas: número de pintos e data do alojamento, ração fornecida, mortalidade e outras que forem importantes. 
Manter a densidade de 12 frangos/m2, com produção de 25 a 30 kg de carne/m2; porém, considerar que a densidade pode ser variada com a época do ano, com o peso e idade das aves ao abate. 

 
Aquecimento


Figura 1. Os pintos encontram-se sob a campânula. Isto indica que eles estão procurando a fonte de calor e agrupados para se aquecer. Neste caso recomenda-se abaixar a campânula.



Figura 2. Nesta ilustração os pintos encontram-se agrupados em um lado do círculo pois provavelmente há uma corrente de ar frio que está passando, fazendo com que as aves se agrupem buscando proteção e aquecimento.


Figura 3. Neste ambiente os pintos encontram-se longe da fonte de aquecimento central. Certamente a temperatura da campânula está muito elevada. Neste caso recomenda-se elevar a altura da campânula.


Figura 4. Pode-se observar através da figura que há uma distribuição homogênea dos pintos dentro do círculo de proteção, o que demonstra conforto (bem estar para os pintos), no

O aquecimento deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em função do clima. No verão pode ser dispensado a partir da segunda semana, sendo usado apenas nas horas mais frias, normalmente à noite. 

O controle da temperatura pode ser feito na área abaixo da campânula e a 5 cm acima da cama com um termômetro ou ainda com base no comportamento dos pintos baixando ou levantando o sistema de aquecimento em relação a cama. 
As exigências de temperatura para que as aves encontrem conforto ambiental para seu crescimento adequado são os seguintes: 32°C = 1°dia 30°C = 2° ao 7° dia 29°C = 2ª semana 27°C = 3ª semana 24°C = 4ª semana A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do 3º dia, podendo ser aberto diariamente conforme o comportamento e crescimento das aves. Os círculos devem ser retirados após 7 a 8 dias no verão e 10 a 12 dias de idade no inverno. O espaçamento entre os comedouros e bebedouros deve ser feito ao mesmo tempo da abertura dos círculos, de forma a deixá-los equidistantes uns dos outros para favorecer o acesso das aves. Manter os pintos distribuídos de forma homogênea em relação à fonte de calor. Garantir que no 8º dia (verão) ou 12º (inverno) os círculos de proteção, ou a área definida como pinteiro, estejam completamente abertos, utilizando-se todo o espaço do aviário preparado para o alojamento. Fazer com que o espaço restante seja gradativamente aumentado, de maneira que ao 28º dia todo o espaço do aviário esteja ocupado. 

Manejo de Cortinas 
 
No momento da chegada dos pintos as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo é determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das aves. Devem ficar fechadas nos primeiros dias de idade para manter a temperatura, abrindo-as nos dias mais quentes. Nunca abrí-las de uma só vez para evitar mudanças bruscas de temperatura e a excessiva incidência de sol no interior do galpão. Se o aviário estiver abafado ou com cheiro de amônia, principalmente de manhã, as cortinas devem ser abertas preferencialmente do lado que não recebem vento para que se realize a troca de ar, sem prejudicar os pintos. 

Quando houver necessidade de revolver a cama as cortinas devem ser abertas para evitar o excesso de poeira e gases no interior do aviário. Nas idades menos críticas da criação (após o empenamento das aves) deve-se fechá-las somente nas horas frias ou durante chuvas ou ventanias. 
No inverno as cortinas laterais internas devem ser manejadas em conjunto com as externas. Nos horários de frio intenso ambas devem ficar fechadas. Em temperaturas amenas deve-se manejar apenas com a cortina externa e nos horários mais quentes do dia pode-se abrir também a cortina interna, de forma a propiciar conforto aos animais e permitir a saída dos gases e poeira, principalmente quando for necessário manejar a cama. Utilizar sistema de acionamento da cortina por meio de roda dentada com corrente, e sistema de roldana. 

Iluminação 

Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação correspondente a idade do pinto. O programa de luz a ser utilizado deve ser: 1° dia = 24 horas 2° dia = 22 horas 3° dia = 20 horas Do quarto dia em diante utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época do ano, visando melhorar o desempenho das aves. 
Observar constantemente as lâmpadas, que deverão ser substituídas imediatamente quando queimadas ou quebradas e mantidas devidamente limpas.



Figura 5. Representação esquemática de um bebedouro tipo pendular.

Bebedouros 
 
Na fase inicial é essencial garantir que os bebedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das aves, sempre objetivando que qualquer que seja o lugar onde o pinto se encontre haja um bebedouro próximo. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são abertos os bebedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por todo o galpão. 

Nos primeiros dias usar bebedouros tipo pressão, com capacidade para 3 litros de água, na proporção de um bebedouro para 80 pintos. O abastecimento deve ser feito com água fresca e limpa, que deverá ser trocada pelo menos duas vezes ao dia, quando também deverá ser realizada a limpeza do bebedouro. A partir do 3º ou 5º dia de idade esses bebedouros deverão ser substituídos gradativamente pelos pendulares, que permanecerão até o final da criação do lote. Entre o 6º e o 8º dia pode-se começar a retirada dos bebedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Os pendulares permanecerão na mesma proporção (um bebedouro para 80 pintos). A limpeza deve ser feita diariamente para evitar o acúmulo de ração, pó e excreções das aves no fundo dos bebedouros, garantindo a qualidade da água. A regulagem da altura do bebedouro deve garantir que o pinto possa beber confortavelmente e evitar o desperdício de água, empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a 20 dias de idade a base superior do bebedouro deve estar à altura de 5 cm do dorso da ave, sendo regulado de acordo com o desenvolvimento, conforme figura 5. 
No caso de se usar bebedouros tipo nipple deve-se atentar para a regulagem do nível de água e altura dos bebedouros. Na 1ª semana (até o 4º dia) o pinto bebe pela lateral do pino sem esticar demais o pescoço, ou seja, nos primeiros dias o nipple fica na altura dos olhos do pintinho e a partir do 4º ou 5º dia a ave deve beber com uma inclinação de 45 graus dos olhos em relação ao nipple. Da 2ª a 3ª semanas a ave passa a beber com a cabeça um pouco mais inclinada e o bico toca mais abaixo no pino. Da 3ª a 4ª semanas, a ave bebe quase abaixo do nipple, com a cabeça ainda mais inclinada, e 4ª a 6ª semanas ou mais a ave bebe bem debaixo do nipple, com a cabeça totalmente esticada. Regula-se a altura dos bebedouros a cada 2 dias nas primeiras semanas e diariamente daí em diante. A cada ajuste verifica-se o nivelamento entre as linhas e o solo, mas é importante observar as aves. 
A pressão da água deve ser regulada de acordo com a idade da ave com auxilio da régua fornecida pelo fabricante. No inverno as aves consomem menos água, portanto as pressões normalmente utilizadas no inverno devem ser menores do que as do verão. Cama úmida ao longo das linhas geralmente indica excesso de pressão. Nesse caso, deve-se abaixar aos poucos a pressão e observar os resultados sobre a cama. Na troca de lote deve-se lavar e desinfetar a caixa d´água.



Figura 6. Representação esquemática de um comedouro tipo tubular.

Comedouros 
 
O comedouro tipo bandeja é utilizado nos primeiros dias de idade, na proporção de 6 para 500 pintos, ou seja, 80 pintos por comedouro. Os pintos ao entrarem no comedouro para se alimentarem sujam a ração, sendo necessário peneirá-la duas vezes por dia, retirando-se as fezes e partículas de cama. Deve-se mexer a ração de 5 a 6 vezes por dia, principalmente nos primeiros dias de criação, para estimular o consumo. Para tanto o fornecimento da ração diária deve ser feita em maior número de vezes e em quantidades menores. Para evitar a fermentação das placas formadas pela umidade devem-se trocar ou lavar as bandejas diariamente, devolvendo-as limpas e secas. 

A partir do 4o. dia pode-se começar a colocar os comedouros definitivos e a partir do 7o. ao 10o. dia procede-se a retirada dos comedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Garantir que os comedouros definitivos estejam uniformemente distribuídos. Os comedouros tubulares deverão ser mantidos na proporção de 40 aves/comedouro. Manter, a partir da 2a. semana, a base dos comedouros na altura do peito das aves, conforme figura 6. 
Os comedouros automáticos são de uso mais prático por facilitar o manejo de arraçoamento. Os pratos com grades permitem a alimentação dos pintos desde o primeiro dia de criação. A quantidade de aves por prato alimentador e a capacidade do silo varia de acordo com cada fabricante. Os cuidados com o ajuste da altura devem ser tomados durante toda a criação. 

Cama 
 
A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm. Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração. 

O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o período de criação, no sentido de evitar que a mesma se torne úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais vazamentos dos bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos mesmos, portanto devem ser monitorados constantemente. 

Jejum pré-abate 
 
O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha, em que as aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração decorrente do rompimento do inglúvio e ou intestino. Após o carregamento a digestão torna-se mais lenta ou até paralisada, sendo que um período de jejum de 8 a 12 horas, incluindo o tempo de espera na granja, o transporte e a espera na plataforma é considerado suficiente para que ocorra esvaziamento do trato digestivo das aves. 

Essa fase de jejum é fundamental para que não se tenha perdas excessivas de peso ou, em contrapartida, altas contaminações no abatedouro, o que seria extremamente danoso. É preciso achar o ponto de equilíbrio. Nos carregamentos noturnos ou ao amanhecer, quando o jejum ocorre à noite, existe uma tendência de ter frangos com mais conteúdo intestinal, principalmente em épocas de temperaturas mais baixas. Isso é causado pela deficiência da iluminação nas granjas, pouca movimentação e menor consumo de água. O tempo de jejum deverá ser ajustado entre 7 e 9 horas. Os equipamentos (comedouros) devem ser colocados de maneira que não atrapalhem o carregamento. A água deverá ser retirada somente no momento do carreg0amento e nos meses de muito calor fazer a retirada escalonada, para que as aves fiquem o mínimo possível sem a disponibilidade de água. 
 
Preparação do aviário e apanha 
 
A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais aves. Se a apanha for parcial ou total durante a noite deve- se usar luz azul, pois ao ter a capacidade visual anulada pela luz azul as aves não se agitam com o movimento do apanhador e ficam imóveis, facilitando a apanha. Os obstáculos físicos, tais como os comedouros e bebedouros devem ser colocados fora da área de movimento das aves e dos carregadores para evitar golpes no peito e nas pernas das aves e acidentes com o pessoal da apanha. Independente do horário ou temperatura, alguns conceitos são básicos: proporcionar o mínimo de estresse possível às aves. O seu aumento é diretamente proporcional à perda de peso e ao número de contusões; cercar um número de aves por vez, 200 a 250 aves (diurno); levar as caixas até os frangos, nunca levar os frangos até as caixas. A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Apesar de existirem no mercado algumas alternativas automáticas, a previsão é de que esse método continuará a ser usado no futuro. Esse trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e asas, devido ao manejo inadequado das aves, sendo a causa mais provável de danos. Dois tipos de apanha são utilizados atualmente: pelo dorso: é o mais usado. Apanha-se a ave pelo dorso, por sobre as asas com firmeza. A apanha individual oferece maior proteção a integridade física das aves. Ao se pegar uma a uma, as aves são manejadas e colocadas cuidadosamente nas caixas. Esse método beneficia também os trabalhadores, cujo desgaste físico e estresse são reduzidos. Como resultado final tem–se melhor qualidade de carcaça, maior rendimento pela redução de lesões físicas, redução de perdas, redução dos custos operacionais diretos e indiretos; pelo pescoço: mais recente e vem crescendo. Várias empresas já utilizam 100% dessa modalidade. Exige um pouco mais de treinamento da equipe. As aves são apanhadas 2 a 3 em cada mão. As lesões hemorrágicas e o nível de fraturas, principalmente, são semelhantes quando se pega a ave pelo dorso. Uma desvantagem é o número de arranhões no dorso e coxas que são feitos quando da introdução da ave na caixa que já tem outras aves. Nos dias mais quentes, pode aumentar a mortalidade no transporte porque o modo de apanha não deixa de ser um processo de asfixia. 

Carregamento e transporte 
 
O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao abatedouro. O número de fraturas ósseas é reduzido quando as aves podem mover-se no interior das caixas transportadoras. A disponibilidade de oxigênio também é um fator decisivo no transporte dos frangos, uma vez que quantidades reduzidas de oxigênio podem resultar em asfixia das aves ou gerar coloração anormal na ave. Para que a circulação do ar seja facilitada é necessário que haja espaços entre as fileiras das caixas no veículo transportador e as caixas devem estar limpas, uma vez que excretas e penas dificultam a passagem do ar. 

No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. Mas, os aviários antigos ou mal projetados impedem a entrada dos caminhões, fazendo com que haja maior movimentação das caixas contendo as aves. Usar um sistema de canos de PVC, distanciados 50 cm para facilitar o deslizamento das caixas, deslizando sempre duas a duas. Toda e qualquer batida ou movimentos bruscos, devem ser evitados. Um sistema também de canos, tipo escada, ou esteira, deve ir do chão até a altura da carroçeria para deslizar suavemente as caixas. As pessoas que ficam em cima do caminhão tem que ser as mais experientes e eficientes para evitar as batidas e as contusões. 
Deve-se manter um ponto de equilíbrio quanto ao número de caixas na altura de 7 a 8, já que sabe-se que as duas últimas fileiras são responsáveis por 40% das hemorragias de peito. A maneira de transportar as caixas nos caminhões é bastante variada. Normalmente usa-se o sistema de canos laterais e de cobertura: tela, ou simples amarrações que deverão dar garantias para que as caixas tenham um mínimo de movimento, sem risco de acidentes, já que no momento que uma caixa se solta, outras sofrerão o mesmo processo. 
Os motoristas que transportam aves devem ser bem treinados e ter noção exata da carga que estão transportando, ter idéia do número de aves que morrem normalmente no carregamento e transporte, além do conhecimento das lesões que podem ocorrer. O transporte das aves no período noturno é vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade.