18 de mar. de 2021

Saúde na Criação de Perus

 

Saúde

Quando adultos, os perus são aves resistentes e dificilmente adoecem, desde que sejam criados em ambientes propícios. Nunca se deve criar perus juntamente com outras aves, porque estas também podem ser transmissoras de doenças.

Um casal de perus sadio.

Os pastos dos perus precisam ser secos, isentos de umidade e, como já foi dito, com farto sombreamento, pois esse tipo de ave aprecia tanto a liberdade quanto o repouso nas horas de forte calor. Os bebedouros e comedouros têm de ser abrigados do sol e da chuva.

O fator limpeza é muito importante para evitar doenças. Os poleiros, bem como os abrigos, devem ser desinfetados. A coleta das fezes nos abrigos necessita ser feita diariamente.

A qualquer sintoma de doença, a ave precisa ficar isolada do bando até que sare. Quando sua recuperação não for possível, é preferível sacrificá-la, a fim de evitar o contágio.

Não é aconselhável criar perus em terreno úmido ou em lugares muito pequenos, pois essas aves exigem espaço para dar expansão a seus instintos ancestrais.


Principais doenças

Bouba — Caracteriza-se pela presença de bolotas nas partes livres de penas, como cabeça e patas, principalmente. As aves ficam indispostas, perdendo o apetite e, conseqüentemente, o peso.

No início, pode ser tratada, mas é melhor prevenir do que remediar. As aves atacadas pela bouba devem ser isoladas, a fim de evitar o contágio.

A vacina contra bouba é aplicada na pele, fazendo-se dois pequenos cortes nela, só de raspão, para esfregar o medicamento. No local surgirão, após alguns dias, bolotinhas, sinal de que a vacina pegou. O peru ficará imune à bouba.

Caso não haja erupção, a ave precisa ser revacinada.

Os perus podem ser vacinados com qualquer idade. Nos jovens, deve-se proceder a vacinação com muito cuidado. Na embalagem da vacina há instruções para o uso correto.


Piolho — O piolho de galinha também ataca os perus, principalmente no verão. Deve-se evitar a criação de perus com galinhas ou qualquer outra ave. Para combater o piolho existem, no mercado, inseticidas em pó que devem ser polvilhados entre as penugens das aves. Quando se deita uma perua para chocar, também é de bom alvitre polvilhá-la com inseticida, principalmente debaixo das asas e da barriga.

No ninho, podem-se colocar alguns galhinhos de erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides).

Piolho-vermelho — Parasita típico de galinhas malcuidadas, também pode ser hóspede dos perus, principal-mente dos peruzinhos, que são picados e sofrem coceiras irritantes. Os piolhinhos também picam os seres humanos, provocando pruridos e, às vezes, até infecções.

Para exterminar os piolhos, é preciso examinar os ninhos, poleiros e abrigos. As aves atacadas devem ser pulverizadas com inseticida em pó por todo o corpo. Os abrigos têm de ser desinfetados com creolina misturada com querosene, procedendo-se também a uma boa limpeza nos poleiros e ninhos, limpando bem todas as frestas que porventura existirem, aplicando inseticida.

Carrapato — Fica escondido em frestas durante o dia, para sair à noite e atacar as aves, sugando seu sangue. Além disso, também é transmissor de doenças. Visando evitar a presença de carrapatos, os abrigos devem ser construídos sem frestas. Para conseguir exterminar

esses parasitas, os poleiros e os ninhos têm de ser examinados periodicamente, raspados e cobertos com uma mistura de uma parte de óleo de motor queimado e uma de querosene, ou ainda uma solução de creolina bem forte. A desinfecção deve ser feita logo pela manhã, quando as aves vão para o pasto, a fim de que o abrigo esteja seco e sem cheiro à noite.

Além das citadas, outras doenças e parasitas podem atacar a criação de perus, mas, desde que se mantenham as aves em abrigos higiênicos, dos abrigos às pastagens, e sem contato com outras aves, dificilmente as moléstias aparecerão. Se surgir algum problema mais sério, o melhor é a orientação de um veterinário.

Renovação do plantel

O pequeno criador de perus também deve evitar a consangüinidade, isto é, precisa fazer a renovação, a cada dois anos,principalmente dos machos, a fim de não degenerar a raça. Nesse

período, convém adquirir novos machos de criadores idôneos. Mas, para salvaguardar a criação, os exemplares recém-adquiridos devem ficar isolados num abrigo especial durante pelo menos vinte dias, para que se possa ter certeza de que as aves não estão doentes, alimentam-se bem e tê m vivacidade e penas lustrosas, que são os indícios característicos de reprodutores sadios.

Se a criação for feita continuamente com base apenas nos exemplares nascidos no próprio criadouro, podem ocorrer problemas tanto com o nascimento dos peruzinhos como também infertilidade dos ovos, aumento da mortalidade, diminuição no crescimento e retardamento no amadurecimento sexual.

Também podem-se adquirir ovos de criadores idôneos que serão chocados pelas peruas para depois os machos servirem como reprodutores. Essa prática é melhor, pois não há o risco de uma ave adulta transmitir doenças ou parasitas.

Higienização

Não resta a menor dúvida de que, em qualquer tipo de criação, o cuidado com a higiene é um fator primordial para o sucesso.

Muitas doenças, bem como parasitas, acabam aparecendo em virtude do descuido na limpeza. A vigilância constante do criador para com seu “rebanho” é de suma importância.Por isso, os abrigos, ninhos, poleiros e parques devem ser fiscalizados periodicamente, procedendo-se a vigilância sanitária. Se aparecerem ratos ou qualquer outro animal silvestre, deverão ser combatidos: são grandes transmissores de doenças, no contato com os alimentos, e consomem a ração destinada às aves.

A água para as aves deve ser renovada diariamente, e os bebedouros, escovados e bem lavados. Os comedouros também precisam de uma limpeza diária, para que as sobras de alimento não venham a fermentar, contaminando a ração.

A ração, quando armazenada, deve estar a salvo do ataque de animais e ser mantida em lugares frescos e bem arejados, para não criar mofo. Não se deve adquirir ração em grandes quantidades, mas apenas o suficiente para consumo em trinta dias, no máximo. As verduras distribuídas às aves devem estar livres de pesticidas ou inseticidas.

Os lugares úmidos, bem como as correntes de ventos, devem sempre ser evitados, durante o dia e principal-mente à noite.

Os galpões têm de ser pintados pelo menos duas vezes por ano, interna e externamente, com cal hidratada diluída com um pouco de sabão em pó.

Adubo orgânico

O estrume recolhido dos abrigos dos perus é um ótimo adubo orgânico e, por isso, grande nutriente para as plantas, devendo ser colocado fora do parque e curtido em um buraco. O esterco não pode tomar sol nem chuva, e deve ser mantido apenas úmido, a fim de completar a fermentação, para depois ser utilizado em hortas, poma-res e jardins.

O buraco onde se põe o esterco deve ser coberto por um telheiro; sobre ele coloca-se um plástico ou qualquer outra cobertura impermeável, para evitar a propagação de moscas.

O esterco pode ser utilizado depois de três a quatro meses de descanso.

Ele deve ser muito bem revolvido com a terra e, após um descanso de dez dias, pode-se iniciar o plantio.

Outra maneira mais prática e racional é construir dois buracos: enquanto estamos acumulando o esterco em um deles, o esterco do outro já fica curtindo.

Regras para o sucesso

. • Iniciar com peruzinhos de 21 dias, para maior segurança.

. • Adquirir aves sadias ou ovos de criadores idôneos.

. • Nunca criar perus juntamente com outras aves (à exceção dos pintinhos), para evitar problemas futuros de saúde.

. • Seguir os cuidados especiais com os peruzinhos até os três meses de idade, para evitar a “crise do vermelho”.

. • Fornecer uma alimentação de boa procedência e qualidade é a base da saúde das aves.

. • Não deixar de aplicar a vacina contra a bouba.

. • Manter higiene e limpeza para evitar doenças.

. • Isolar a ave a qualquer sintoma de doença.

. • Manter boa proteção e higiene nos comedouros e bebedouros.

. • Criar os perus somente em muito espaço e pastagens.