20 de mai. de 2021

Fase de recria do Avestruz

 

Fase de recria – de 4 a 12 meses (Abate) , 4 a 18 meses (matriz)

Instalações:

• Piquetes longos e estreitos (como a pista do Jóquei Club) por que os avestruzes precisam correr para desenvolverem massa muscular e crescerem fortes e saudáveis.

• Os piquetes devem ter uma base de pasto resistente ao pisoteio, pois os animais pastam o dia inteiro. Alfafa por exemplo é um ótimo pasto, mas não suporta a presença constante de animais adultos. Em geral os animais ficam em piquetes com base de braquiara e se dá alfafa picada.

• Estes piquetes devem ter 1 fio de arame a cada 10 cm a partir dos primeiros 40cm inferiores, e passando a 20cm até completar 1,80 m. Todas as telas e arames devem ser bem acabados e sem pontas para evitar acidentes.

• Os piquetes devem ter uma área coberta mínima de 20m2, para abrigo da ave ( lugar este que deverá ficar o cocho de ração). Esta cobertura deve existir em todos os piquetes, inclusive nos de matrizes.

• Machos e fêmeas podem ficar juntos em áreas de 200 m2 por cabeça até 6 meses , 6 a 18 meses passamos para 600 m2 e acima de 18 meses passamos para 1000 m2.

• Água à vontade. O consumo de água é de 10 litros por dia /ave.

• O consumo de ração continua aumentando mês a mês. No quarto mês o avestruz come entre 500 – 580 gr de ração por dia, no quinto mês entre 600 - 700 gr, aumentando 100 gr por mês até que no décimo mês, a ave come entre 1.200 – 1.900 gr de ração por dia, levando-se em conta o tipo de pasto existente no piquete.

• Nesta fase a ração deve ter um nível de proteína 12 %,gordura 3%, fibra 8%, cálcio 1,5%, fósforo 0,7%. (Aconselhamos que seja feita analise do solo para complementar a ração em Cálcio e Fósforo.)

• O animal também precisa de pasto fresco que é a base do piquete ou é dado de 2 a 4 vezes por dia, na proporção de duas a três vezes a quantidade de ração diária (capim triturado, podendo ser braquiara , alfafa etc...).

Nesta fase as aves são bastante resistentes à doenças infecciosas. Os traumatismos, porém podem ocorrer em uma ave pequena, mas são problema típico de animais maiores, quando os ossos já são mais longos. Os avestruzes são animais sem papo, vorazes e sem paladar, podendo comer qualquer coisa (parafusos, pregos, pedaços de madeira, pregadores de roupas...). Portanto devemos prestar muita atenção na construção dos piquetes, para evitar a presença de pontas ou farpas nas estruturas e no chão, pois posteriormente os animais podem encontra-los, ingeri-los, sofrerem perfuração digestiva e morte.

Patologias mais comuns:

• Traumatismos - Por serem animais assustadiços e estabanados, podem esbarrar numa cerca ou escorregar, sofrendo fraturas, luxações ou lacerações. Têm ossos longos.

As lacerações resolvem-se bem, mas fraturas e luxações não são tão simples assim.

• Oclusão digestiva - Significa ingestão em excesso. Pode ser causada por stress, devido a viagem ou a adaptação (mudança de piquete) onde as aves ingerem grande quantidade de alimento(ração ou pasto), ou de outros materiais (folhas secas, areia, etc.) causando a interrupção do trânsito digestivo e a morte por desnutrição. Podemos tentar uma solução fazendo lavagem gástrica com Nujol, massageando a barriga da ave ou colocando-a no soro(cura difícil).

• Perfuração digestiva – É causada pela ingestão de materiais estranhos nos piquetes, (pedaços de madeira, areia, cimento ou longas hastes de capim) e não tem cura.

• Doenças infecciosas - Trata-se de espécie robusta, recém introduzida no território e criada em boas condições sanitárias (piquetes amplos, expostos ao sol com poucos animais). Maior atenção deve ser dada ao aparecimento de micoses sob os dedos dos pés (em geral ligadas a um piso freqüentemente úmido e/ou com urina e fezes acumuladas) e a parasitoses intestinais como helmintoses ou ácaros. Usamos mais ou menos o mesmo tratamento do gado ou aves.

O avestruz tem pouca sensibilidade na pele e também sangra muito pouco. Por isto a grande maioria das suturas são feitas sem anestesia. O grande golpe de defesa do avestruz é o chute, por isto ele deve ser imobilizado para que se possa fazer curativos e suturas. O melhor jeito de imobiliza-lo é colocando-o em um “cavalete” especial para curativos. Este cavalete terá outra tora de madeira um pouco mais para cima, para proteger o pescoço do animal que estará usando um capuz para não se assustar com a situação (cuidado especial com as asas e pescoço, são frágeis).

A figura abaixo nos dá uma idéia de como deve ser um cavalete para os curativos.baia.








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