23 de ago. de 2020

Raças e Incubação de Marrecos


Raças

Uma das melhores raças para a criação caseira, não resta a menor dúvida, é a marreco-de-pequim, pois se presta perfeitamente para carne e ovos. Para quem deseja iniciar uma criação, o mais interessante é adquirir exemplares com 21 dias, encontrados nas casas que comercializam aves vivas. O marreco-de-pequim é originário da China. De cor branca, o macho chega a pesar 4 quilos, enquanto a fêmea pesa cerca de 3,5 quilos. A postura des-sa raça, em média, é de 80 a 120 ovos por ano.
A raça conhecida como multicolor é um cruzamento de quatro raças: marreco-de-pequim, rouen-do-canadá, corredor-indiano e kakicampbell.
Para quem deseja grande postura, o corredor-india-no é o mais indicado, chegando a pôr mais de 150 ovos por ano. O macho pesa 2 quilos e a fêmea, 1,8 quilos. As marrecas iniciam a postura com quatro meses. São mais esguios e seu andar é empinado, chegando a se assemelhar ao pingüim.

Marreco de Pequim
Marreco-corredor-indiano.
Marreco-de-topete.

Além das raças citadas, ainda existem outras, como orpinton, campbell e rouen, que seriam mais variedades de aves ornamentais e não para postura. Na criação para consumo, porém, vale mais a pena optar por raças que já demonstraram ser resistentes e bem adaptadas ao nosso clima, produzindo carne em curto espaço de tempo, em vez de fazer experiências.

Incubação
A marreca não choca; no entanto, quem faz uma pequena criação não precisará adquirir incubadeira para poucos ovos. A incubadeira precisa de vigilância durante os 30 dias de incubação.
Ovos incubados por incubadeiras dificilmente atingem sua totalidade de eclosão, enquanto na incubação natural, isto é, por meio de patas ou galinhas, chegam a atingir, de um modo geral, até 100%.
Os ovos de marreca podem ser cobertos por uma pata, perua ou galinha caipira. A pata pode cobrir de 13 a 15 ovos, enquanto a galinha, apenas 8. O choco é de 29 a 30 dias. Tanto a pata como a galinha sabem muito bem cumprir a missão que lhes é confiada, pois tratam dos ovos como se fossem seus. Os marrequinhos, após o nascimento, podem ser dispensados das chocas, desde que sejam criados em criadeiras com calor artificial, pelo menos nos primeiros 15 dias.
O marreco torna-se reprodutor com 7 a 8 meses, mas é preciso fazer uma seleção dos que nascem, isto é, conservar aqueles que têm bom peso, vivacidade e peito bem largo, sem qualquer defeito físico.

Marrequinha-silvestre.
Rouen. Marreco-canadense.
Marreco-irerê.

Marrequinhos
Os primeiros 30 dias de vida dos marrequinhos são muito importantes; após essa fase, podem ficar livres, des-de que tenham onde se abrigar no caso de chuva ou sol muito forte. Em vez de ficarem completamente soltos, o mais indicado é que permaneçam no parque fechado, com água para se banharem num pequeno tanque.
Nesses primeiros 30 dias, devem ser criados em criadeiras, isto é, em um local com piso de tela, comedouros e bebedouros pelo lado externo ou interno mesmo, desde que não possam entrar neles. Em cercados com terra, desde que estejam protegidos dos ventos, chuva e sol, também se criam bem, se não houver umidade. Mesmo que os marrequinhos sejam chocados por perua ou galinha, podem-se colocá-los em criadeiras, dispensan-do-se as chocas, que ficam na gaiola, podendo assim reiniciar a postura. Nesses casos, os marrequinhos precisam receber calor artificial pelo menos até os primeiros 15 dias. Se a temperatura ambiente na ocasião não for muito fria, os marrequinhos costumam dispensar o calor bem antes do que os pintinhos.
Após o nascimento dos marrequinhos, não se devem dar alimentos nas primeiras 30 horas, porque eles possuem reservas suficientes para esse período.
Nos dois primeiros dias, os marrequinhos devem ser alimentados com pão molhado em leite desnatado, feito papinha; na falta de leite, pode-se misturar o pão com água e areia, ou ainda fazer uma papa de fubá bem fino. Após o quarto dia, já podem ser alimentados com ração inicial de pinto, em forma de pasta.




2 de ago. de 2020

Criação de Marrecos


A semelhança entre o pato e o marreco é muito grande* e, apesar de haver diferenças, muitas pessoas chegam a confundir as duas raças.
Numa linguagem popular, diríamos que o marreco é muito mais elegante do que o pato, não só por sua postura mas também por seu aspecto físico. O marreco é barulhento, quando se assusta faz muita balbúrdia, e seu andar é elegante, enquanto o pato só gras-na, anda lentamente e possui carúnculas na cabeça, que nas fêmeas são menos pronunciadas. O marreco, de modo geral, é mais esperto do que o pato em seus movimentos. As marrecas são mais poedeiras do que as patas, botando em qualquer lugar, até dentro da água, não necessitando de ninhos, e dificilmente chocam.
* Recomendamos que o leitor não deixe de ler a parte referente a Patos, onde encontrará algumas orientações preciosas.
Existem raças de marrecos mistas, que fornecem car-ne de boa qualidade e ovos, enquanto outras são mais direcionadas à postura.
Para uma criação caseira de marrecos de raça pura, pode-se iniciar apenas com um terno, isto é, duas fêmeas e um macho de boa procedência.
Para distinguir o sexo dos marrecos é preciso observar o rabo: o do macho se curva em direção ao corpo e o da fêmea é reto.
Tal como a criação de patos, a de marrecos também é compensadora no sistema caseiro, isto é, para consumo próprio ou para reverter em renda extra, quando se dispõe de maior quantidade de aves. Trata-se também de uma criação alternativa. A criação de marrecos, para quem possui áreas adequadas, como fazendas, sítios e chácaras banhadas por riachos ou lagoas, é ideal. Até mesmo sem água podem-se criar marrecos e patos, desde que eles a tenham sempre à sua disposição para beber.
Os marrecos produzem carne de excelente qualidade, como também ovos para o consumo, apesar de o mercado, de forma geral, não os receber muito bem. A criação de marrecos em propriedades rurais também tem o fim de embelezar o ambiente, proporcionando mais vida e prazer. Além de tudo, a natureza lhes fornece muitos alimentos, quando criados em liberdade, e com isso as despesas de manutenção se reduzem muito.
Isso não significa, porém, que o marreco não possa ser criado também em fundo de quintal, com espaço me-nor, sem água. Basta dizer que três marrecos podem viver perfeitamente em um 1 m˝. O marreco é uma ave muito resistente e dificilmente contrai doenças, tão comuns às galinhas. Estamos falando na criação artesanal de marrecos, mas quem deseja explorar essas aves com fins exclusivamente comerciais precisa tomar certos cuidados, iniciando com poucos
exemplares, a fim de aprender seu manejo, até poder se expandir sem risco, usando tirocínio, aumentando sua capacidade e com segurança, principal-mente na colocação da produção.
Antes de mais nada, é muito importante verificar o mercado consumidor: localização da granja, abastecimento de rações e proximidade de cidades para a comercialização, sejam restaurantes finos ou avícolas.

Criação
A postura da marreca geralmente se inicia com cinco meses e vai de julho a novembro, chegando a ser de 80 a 150 ovos por ano. A marreca não necessita de ninhos para a postura, porque costuma botar em qualquer lugar, até mesmo dentro da água. Recomenda-se deixar as marrecas nos abrigos até as nove horas da manhã, quando já botaram, para depois soltá-las. É por isso que se deve colocar uma cobertura sobre o chão do dormitório, feita com cavaco de madeira, serragem e casca de arroz, para evitar que os ovos se sujem com as fezes e que fiquem trincados. Geralmente, a marreca costuma procurar um canto beirando as paredes para fazer a postura. O ovo da marreca-depequim pesa, em média, entre 80 e 90 gramas.
Logo após a soltura dos marrecos, os ovos devem ser recolhidos e limpos. Deve-se verificar se os ovos não estão trincados ou com defeitos; se estiverem, não servirão para incubar nem para serem comercializados, so-mente para consumo em casa. Os ovos devem ser guardados em lugar bem arejado. Muitas vezes, quando as marrecas põem os ovos na água, eles vão para o fundo e só reaparecem quando estão estragados.
Os primeiros seis ovos de uma marreca que inicia a postura não servirão para incubar, pois geralmente são estéreis.

Os marrecos-de-pequim podem ser criados com ou sem água para seus banhos.