10 de ago. de 2023

MANEJO DA CRIAÇÃO DE CODORNAS

 

MANEJO DA CRIAÇÃO

Manejo do galpão: ao alojar um novo lote, todo o galpão e os equi­pamentos devem ser lavados e desinfetados. Deve-se assegurar que tudo está funcionando e que a quantidade é suficiente. Verificar ainda se as cortinas estão subindo e descendo de forma adequada. Caso te­nha ficado resíduo de cama do lote anterior, o primeiro passo é realizar uma limpeza, retirando toda matéria orgânica (fezes, penas, resto de carcaças, etc.) do galpão (figura 23). A desinfecção deve ser realizada com aplicação de lança-chamas. Em seguida deve ser usado um saniti­zante diluído (hipoclorito de sódio, creolina, etc.), e por fim realizada a caiação. Os sanitizantes são utilizados nas seguintes proporções: 

a) Calda de cal extinta (caiação): diluir 20 kg de cal virgem em 25 litros de água. Adicionar 200 ml de creolina. Usar a solução para caiação de pisos e paredes. 

b) Solução de creolina a 10%: diluir 1 litro de creolina comercial em 9 litros de água. Utilizar em pulverizações de pisos e paredes. 

c) Cal virgem em pó (pedilúvio seco): colocar a cal virgem em pó em caixas na entrada do galpão.

 

Limpeza e desinfecção do galpão. 

O substrato ou cama de acomodação das aves deve ser distribuído por todo o piso do galpão com altura entre 5 a 8 cm. Dessa forma, evita­-se o contato direto das mesmas com umidade e friagem. O material uti­lizado deve possuir capacidade de absorver com facilidade a umidade das fezes, sendo os mais utilizados na coturnicultura a palha de arroz, a maravalha e o sabugo de milho triturado. O volume de 01 m³pode cobrir 20 m² de área, com uma altura de 5 cm. Devem-se evitar materiais que formem pó ou liberem odores desagradáveis (figura 24).

Figura 24. Distribuição de cama de palha de arroz. 

Manejo (fase inicial): a chegada das codorninhas na granja é um momento muito delicado e merece atenção redobrada. No recebimento das codornas de 01 dia, sobre a cama devem ser montados os círculos de proteção, o equipamento com fonte de aquecimento (campânula), comedouros tipo bandejas e bebedouros próprios para a fase inicial, que vai do 1º aos 21 dias de idade. Antes da montagem dos equipamentos dentro dos círculos, os mesmos devem ser forrados com papelão, tecido ou tela de nylon branca (figura 25). 

Figura 25. Galpão montado aguardando chegada das codornas de 01 dia. 

As caixas de transporte das co­dorninhas devem ser distribuídas do lado de fora, ao lado do círculo de proteção. Deverão ser abertas uma de cada vez, as codorninhas devem ser retiradas com as duas mãos de forma delicada, soltando­-as sob a campânula, dentro do cír­culo de proteção. Sob o forro deve ser espalhado um pouco de ração, estimulando as codorninhas ao consumo da mesma. O forro deve ser retirado no início da 2ª semana de vida das aves. 

Os círculos de proteção têm como função proteger as codorninhas das correntes de ar e limitar a área disponível às mesmas, próxima da fonte de aquecimento, da água e da ração. Para construção do círculo são ne­cessárias 03 folhas de compensado de 2,75 m de comprimento por 40 cm de altura, com 3 mm de espessura. À medida que as codorninhas forem crescendo, os círculos deverão ser ampliados. Quando as aves começarem a voar sobre eles, entre o 15º e o 20º dia, retire-os do galpão. 

A campânula deve ser instalada a 80 cm de altura do piso e ace­sa uma hora antes da chegada das aves para adequar a temperatura da instalação e fornecer calor necessário às codorninhas. Não podemos esquecer que nas primeiras semanas de vida, as mesmas não têm capa­cidade de regular a temperatura corporal, portanto o aquecimento é de fundamental importância para o seu crescimento. A temperatura nesta primeira fase deve ficar entre 36 e 39°C. À medida que vão crescendo, as exigências de calor vão diminuindo em 3°C por semana, até atingir a temperatura de conforto animal que é de 25°C, na quinta semana de vida. Uma campânula deve ser utilizada para 1.000 aves. O controle de temperatura deve ser realizado conforme o comportamento das codor­ninhas, abaixando ou levantando a campânula em relação à cama (figu­ra 26). 

Figura 26. Comportamento das codorninhas de acordo com a temperatura. 

Outro ponto importante a ser observado é o manejo das cortinas. Re­comenda-se manter as cortinas levantadas nos primeiros 07 dias de vida para manter a temperatura interna. A partir da segunda semana pode manejá-las, abaixando-as nos dias mais quentes e levantando-as nos dias mais frios (Figura 27). Entretanto, as mesmas não podem ser baixadas to­talmente, evitando mudanças bruscas de temperatura dentro do galpão. Caso haja odor de amônia dentro da instalação, deve-se baixar a cortina, preferencialmente do lado que não recebe vento, para que ocorra troca de ar. Os bebedouros tipo sino intercalado ou tipo copo de pressão devem ser instalados na proporção de 1:200 codorninhas. Em suas canaletas distri­bua bolas de gude (figura 28), isto evitará que as codorninhas, por serem pequenas, sujem a água ou se molhem, podendo morrer por hipotermia. Devem ser limpos todos os dias, mantendo a água sempre fresca. A partir da segunda semana de vida das aves podem ser retiradas. Os comedouros do tipo bandeja também devem ser instalados na proporção de 1:200 aves, deverão estar afastados da fonte de calor, pois a temperatura elevada faci­lita a oxidação de vários nutrientes, além disso, a área do centro deve ficar livre para circulação das codorninhas. Mantê-los sempre cobertos por ra­ção, isto evitará que os mesmos fiquem escorregadios, evitando distensões e luxações nas aves. Nesta fase, a ração deve ser peneirada e distribuída 03 vezes ao dia, isto evitará desperdícios, além de estimular o consumo. Os comedouros e bebedouros devem ser posicionados de forma alternada dentro dos círculos de proteção (figura 29). 

Figura 27. Manejo de cortinas. 

Figura 28. Bebedouro com bolas de gude. 

Figura 29. Disposição de bebedouro e comedouros dentro do círculo protetor.

Manejo (fase crescimento/terminação): a instalação e a distribui­ção dos bebedouros e comedouros permanentes são serviços que devem ser realizados após a retirada dos círculos de proteção, da campânula, dos bebedouros e comedouros utilizados na fase inicial. Entretanto, os pontos de instalação dentro do galpão já devem estar todos definidos. 

Os bebedouros pendulares devem ser regulados para ficar com a borda superior na altura do dorso das aves (figura 30). A quantidade de água dentro dos bebedouros deve ser reduzida à metade de sua capacidade, isto evitará o derramamento de água na cama. As co­dornas adultas bebem mais água para facilitar a deglutição da ração e, por essa característica, há uma considerável queda de ração nos bebedouros, podendo fermentar e causar diarreias e intoxicações nas aves. Caso os bebedouros fiquem regulados de forma alta, as aves terão dificuldade para beber água, gastando mais energia, pois terão que se esforçar para alcançá-la, além de terem seu desenvolvimento retardado. Caso estejam baixo, a água irá sujar mais rapidamente, haverá mais possibilidade de molhar a cama, além de favorecer o sur­gimento de doenças. Devem ser lavados diariamente.


Figura 30. Altura do bebedouro. 

Os comedouros tubulares são regulados para que a borda superior da calha coincida com a altura do dorso das aves (figura 31). Como as codornas crescem rapidamente, sempre será necessário fazer nova re­gulagem. Considere o porte médio das aves ao realizar esta operação. Abasteça os comedouros até 1/3 da altura da borda. 

Figura 31. Altura do comedouro. 

Em função das aves terem como hábito escolherem os maio­res grãos da ração, caso os come­douros fiquem regulados de forma baixa, ao fazerem essa seleção irão promover o desperdício do ali­mento, prejudicando a conversão alimentar. Caso os comedouros es­tejam altos, haverá dificuldade de ingestão da ração, consequentemente mais gasto de energia, levando a um menor desempenho das aves. 

O manejo da cama deve ser contínuo, é importante evitar que ela fique úmida e forme placas. Caso isso aconteça, as placas devem ser imediatamente retiradas, substituindo-as por uma cama nova. A umi­dade dentro do galpão não deve ultrapassar 70%, pois isto favorece o aparecimento de enfermidades, dificulta o empenamento, retarda o crescimento e, por consequência, diminui o desempenho das codornas.

As cortinas devem ser manejadas corretamente a fim de propiciar maior ventilação no galpão, sem que ocorra incidência de ventos direta­mente sobre as aves, fornecendo ar fresco e extraindo o ar viciado em gás carbônico, amônia e umidade.