30 de nov. de 2016

Reprodução de Bovinos de Corte


Reprodução

Manejo Reprodutivo em Sistemas Intensivos de Produção de Carne

Sistemas intensivos de produção de carne bovina requerem a intensificação dos fatores básicos de produção, ou seja, da terra, do capital e do trabalho. Do uso desses fatores espera-se maior eficiência. Dessa forma, surge como condição fundamental a necessidade de elevada eficiência reprodutiva como meta principal dos produtores que objetivam rentabilidade na atividade pecuária.
No passado recente, várias biotécnicas de multiplicação animal têm sido desenvolvidas, estando algumas em rotina, outras em uso experimental. Entre estas podem ser citadas a transferência de embriões, a fertilização "in vitro", a transgênese e a clonagem. Contudo, a utilização de algumas dessas tecnologias, dado o elevado custo e a exigência tecnológica, fica limitada àqueles produtores de animais com genética tida como superior.
Mesmo a inseminação artificial, com todas as vantagens que proporciona e a facilidade de uso, apesar de disponível há mais de cinco décadas com material congelado, apresenta taxa de utilização em relação ao número de fêmeas em reprodução em nosso País, ao redor de 7%. Isso demonstra o grande potencial para expansão do uso dessa técnica, sobretudo para aqueles produtores de animais melhoradores de raças de corte, de cruzamentos industriais e produtores de leite.
Deduz-se, portanto, que mais de 90% dos bezerros nascidos no Brasil provêm de acasalamentos ocorridos em monta natural. Dessa forma, passa-se a descrever alguns tópicos importantes diretamente relacionados aos sistemas de produção de carne preponderantes no País.
Realização de exame andrológico
Estudos realizados no Brasil, envolvendo número expressivo de touros que estavam sendo utilizados em monta natural em diversos Estados da Federação, indicaram haver mais de 53% deles com problemas de fertilidade. As principais causas de baixa fertilidade ou infertilidade estão apresentadas na Tabela 10.1.
Segundo os autores, os fatores de meio ambiente desfavoráveis e o manejo indesejável constituíram as principais causas de baixa fertilidade para touros destinados a reprodutores em condições de Brasil Central. Assim, cuidadosos exames clínicos, sanitários e andrológicos são imprescindíveis para animais a serem usados como reprodutores, além de melhores critérios de seleção genotípica e melhor manejo.
Tabela 10.1. Principais causas de baixa fertilidade ou infertilidade identificados em touros usados em rebanhos, no Brasil.
Causa
Freqüência (%)
Degeneração testicular
21,5
Imaturidade sexual
11,9
Maturidade sexual retardada
3,5
Hipoplasia testicular
3,5
Espermiogênese imperfeita
2,9
Espermatocistite
2,7
Disfunção do epidídimo
2,1
Fonte: Vale Filho et al. (1978).
O exame andrológico completo deve incluir a avaliação clínica do animal, observando-se o histórico da vida reprodutiva e a avaliação do estado geral, do sistema locomotor, dos órgãos genitais internos e externos, e dos aspectos físicos e morfológicos do sêmen, bem como do comportamento sexual. Após os exames, os achados são interpretados, obedecendo critérios internacionais, e os animais podem ser classificados em:
  1. aptos ou satisfatórios para a reprodução,
  2. questionáveis, devendo aguardar novos exames, e
  3. inaptos ou insatisfatórios para a reprodução, devendo ser castrados e descartados.
Utilização de tabelas de circunferência escrotal
Durante a realização do exame andrológico, medida de extrema importância é a tomada da circunferência escrotal. O tamanho dos testículos está diretamente relacionado com a capacidade de produção espermática e existe correlação genética negativa entre a circunferência escrotal de touros ainda jovens e a idade à puberdade de suas meias-irmãs. Touros com testículos mais desenvolvidos apresentam maior volume e maior concentração espermáticos no ejaculado, podendo servir a maior número de fêmeas ou produzir maior número de doses de sêmen, quando em rotina de coleta e congelação. Existem tabelas de circunferência escrotal mínima, para a maioria das raças, em cada idade do touro.
Estabelecimento da proporção touro: vaca adequada
Embora tenha havido alguns esforços para definir experimentalmente o número exato de fêmeas que podem ser colocadas com um touro durante a estação de monta, a proporção touro:vacas adequada ainda não está determinada. Obviamente essa proporção depende de fatores ligados ao reprodutor, ao rebanho de fêmeas, às condições do ambiente e ao manejo definido para o rebanho.
Fatores ligados ao reprodutor estão ligados, além da idade, à sua capacidade de produção e maturação espermáticas, relacionadas com a circunferência escrotal e com o peso dos testículos, e também à libido, determinada pelos testes de comportamento sexual. Em geral, touros aptos em exame andrológico completo devem produzir no mínimo quatro ejaculados/dia, suficientes para cobrir até duas fêmeas, com sucesso, em cada dia da estação de monta.
Relacionado às fêmeas, o fator básico é saber a taxa de ciclicidade do rabanho em estação de monta. Taxa de ciclicidade pode ser definida como a percentagem de fêmeas em estro em relação ao total de fêmeas expostas por dia de estação. Essa taxa é de no máximo 5% e pode ser determinada observando-se o número de fêmeas em cio em dias prévios ao início da estação de monta e, a partir daí, determinar a proporção touro: vaca mais adequada.
O desafio imposto aos touros é resultante da taxa de ciclicidade do rebanho. Assim, numa proporção touro:vaca de 1:40, em que todas estejam ciclando, tem-se, em média, duas vacas em cio/dia, durante o primeiro ciclo (21 dias) da estação de monta, o que é compatível para touros em acasalamentos únicos. Dependendo então da taxa de concepção neste primeiro estro, o desafio proporcionado aos touros nos estros subseqüentes será inferior ao primeiro. Já numa proporção touro:vaca de 1:80 em que a taxa de ciclicidade seja 2,5%, o desafio imposto ao touro no primeiro ciclo da estação de monta, é o mesmo daquele para 1:40. Enfim, para definir a proporção touro:vaca adequada é necessário conhecer a taxa de ciclicidade do rabanho. Todavia, os fatores relacionados ao meio, tais como área das pastagens, topografia, tipo de vegetação, presença de acidentes geográficos, qualidade e quantidade de forragem disponível, bem como duração da estação de monta e uso de touros múltiplos, devem ser considerados. Em geral, os touros no Brasil são subutilizados.
Expectativa da dinâmica reprodutiva durante a estação de monta
A expectativa da dinâmica reprodutiva para estação de monta de 90 dias, taxa de ciclicidade de 100% (diária = 5%), taxa de concepção de 60% e proporção touro:vaca de 1:40 é apresentada no quadro a seguir:
Ciclos Estrais
1o
2o
3o
4o
Proporção touro: vaca cíclica
1:40
1:16
1:6
1:2
No estros/dia do ciclo
1,90
0,76
0,28
0,1
No de fêmeas gestantes ao final do ciclo
24
10
4
1
No fêmeas vazias no próximo ciclo
16
6
2
1
Para estação de monta de 90 dias, taxa de ciclicidade de 50% (diária = 2,5%), taxa de concepção/estro de 60% e proporção touro:vaca de 1:80, a expectativa é a do próximo quadro:
Ciclos Estrais
1o
2o
3o
4o
Proporção touro: vaca cíclica
1:40
1:28
1:20
1:14
No estros/dia do ciclo
1,90
1,33
0,93
0,67
No de fêmeas gestantes ao final do ciclo
24
17
12
8
No fêmeas vazias no próximo ciclo
56
39
27
19
Adoção de estação de monta
A adoção de um período restrito para o acasalamento dos animais é a maneira mais racional de conduzir o sistema de cria, pois permite a avaliação sistemática do desempenho reprodutivo, oferecendo oportunidades para a tomada de decisões, inclusive a realização dos descartes.
Para sistemas intensivos, em que não está prevista escassez de forragem, esse período de estação de monta na maioria das regiões do Brasil Central pecuário deve ser estabelecido de modo a atender as melhores condições fisiológicas dos animais, coincidindo com a melhor condição produtiva das forrageiras tropicais. Portanto, esse período tem sido estabelecido durante os meses de verão, quando ocorre alta pluviosidade e maior fotoperíodo, não necessitando ter prazo superior a 90 dias.
Independentemente do método de reprodução adotado, se monta natural ou inseminação artificial, uso de sincronização de cios, touros para repasse, etc., ao final do período é possível avaliar os resultados.
Monitoramento da condição corporal
A duração do período de serviço, ou seja, o período de tempo decorrido entre a parição e a concepção, é o aspecto mais importante na determinação do intervalo de partos. No Brasil, os trabalhos revelam longos períodos de serviço, o que contribui para aumentar os intervalos de partos e reduzir o número de crias por vaca no rebanho. Dessa maneira, várias medidas de alimentação e manejo devem contribuir para redução dos períodos de serviço.
Os efeitos nutricionais são os principais fatores controladores do anestro lactacional após o parto, que representa o principal problema reprodutivo do rebanho bovino nacional. O peso e a condição corporal, embora pareçam imprecisos ou subjetivos, são indicadores funcionais do estado energético e do desempenho reprodutivo após o parto. Assim, a monitoração da condição corporal é a melhor maneira de avaliar o estado nutricional dos bovinos e é considerada o melhor indicador do funcionamento fisiológico normal de todos os sistemas orgânicos. Sua avaliação à parição tem sido recomendada porque é um dos fatores mais importantes que influenciam o intervalo pós-parto e a taxa de prenhez em vacas.
As atividades de manejo necessárias para a reversão desse quadro de anestro devem ser orientadas para proporcionar boa condição corporal ao parto e evitar perda de peso após o parto, já que a maior fertilidade está relacionada com o ganho de peso da parição até o final da estação de monta. Bom nível nutricional pré-parto acelera o aparecimento de cios, reduzindo o intervalo parto-concepção e, conseqüentemente, proporcionando maior número de fêmeas gestantes no início da estação de monta. Já o nível nutricional pós-parto influencia o índice de prenhez, principalmente ao primeiro serviço, já que as necessidades nutricionais nesse período são maiores para a retomada da ciclicidade ovariana.
Para sistemas intensivos, em que não haja limitações de ordem nutricional, os animais devem ser manejados de acordo com a condição corporal, evitando excessos de peso e permitindo o ganho de peso durante a estação de monta.
Tabelas de pontuação da condição corporal têm sido usadas como ferramenta auxiliar no manejo reprodutivo.
Controle da amamentação das crias
A amamentação indiscriminada atrasa o aparecimento do cio pós-parto pela influência inibitória que o estímulo da mamada pelo bezerro exerce sobre os elementos regulatórios controladores da liberação das gonadotrofinas hipofisárias. Algumas alternativas de manejo têm sido usadas com o objetivo de melhorar a eficiência reprodutiva. Tanto a desmama precoce dos bezerros como a interrupção da amamentação por curto espaço de tempo (48 ou 72 horas) ou a redução na freqüência de amamentação para uma ou duas mamadas diárias podem ser adotadas, desde que as vacas estejam ganhando peso quando o bezerro é removido.
Para a adoção de amamentação uma vez por dia, alguns requisitos devem ser atendidos:
  1. os bezerros devem ter pelo menos 30 dias de idade,
  2. os bezerros devem ter curral seco e água fresca a disposição, e
  3. deve-se fornecer aos bezerros ração balanceada e feno de boa qualidade ou forragem verde cortada fresca, à vontade.
Uso da sincronização do estro
A otimização e a racionalização dos recursos disponíveis em propriedades que usam a inseminação artificial (instalações, mão-de-obra, alimentação) pode ser alcançada com a adoção da técnica da sincronização de cios, pois esta reduz o tempo e a mão-de-obra envolvida no processo.
A sincronização de cios é, portanto, uma técnica alternativa de manejo reprodutivo, que oferece a possibilidade de manipulação do ciclo estral das fêmeas para indução da ovulação e estro, em parte delas, dentro de um período pré-determinado. Necessita de planejamento prévio, requer insumos, e a chave do sucesso depende dos animais estarem ciclando. Necessita também de um plano nutricional adequado, rebanho saudável, mínimo de condições estressantes, inseminadores devidamente treinados, sêmen de boa qualidade, adequado sistema de apontamentos e controle e acompanhamento de todo o procedimento.
Vários protocolos estão disponíveis no comércio sob a forma de progestágenos, estrógenos e prostaglandinas F2a e seus análogos, bem como suas combinações. A escolha do método e a opção para adoção devem considerar a eficiência fisiológica e a relação benefício: custo.
Considerações Finais
Outras práticas de manejo, tais como, a utilização de creep feedingcreep grazing, uso de misturas múltiplas, uso de macho íntegro para a antecipação da atividade ovariana, etc., têm sido utilizadas, para buscar maior eficiência de produção de carne. Contudo, acredita-se que um rebanho mantido em boas condições sanitárias, com critérios bem definidos para entrada e saída de animais e bom senso de gerência, seja a chave do sucesso, na maioria das propriedades que usam manejo racional de produção.


3 de nov. de 2016

Controle e Manejo de Invasoras em Pastagens


A degradação das pastagens e um dos maiores problemas da pecuária bovina do pais. Estima-se que 80% dos pastos cultivados, implantados nos cerrados do Brasil Central, apresentam algum nível de degradação com consequente perda de produtividade. A alta ocorrência de plantas invasoras nessas situações e um empecilho para reverter esse processo e restabelecer a produção das forrageiras. O controle das plantas invasoras e, portanto, uma necessidade na recuperação ou renovação das pastagens degradadas. O objetivo deste trabalho foi sintetizar as informações, como viabilidade e eficiência, relativas aos métodos de controle de invasoras de pastagem utilizados, de forma a oferecer subsídios para uma opção racional, eficaz e econômica para cada situação encontrada. Foram discutidos aspectos inerentes a competição exercida pelas plantas daninhas nas pastagens cultivadas, especialmente aquelas de folhas largas, no ambiente de Cerrados, e algumas considerações sobre a ocorrência e manejo de plantas tóxicas aos bovinos. Apresentam-se resultados de pesquisa dos efeitos do controle químico de invasoras em pastagens sobre o desempenho animal e o custo-benefício do uso de herbicidas, e ainda, uma relação das principais plantas de folhas largas, invasoras de pastagens nos Cerrados e fatores que afetam a persistência das forrageiras e dinâmica da população de invasoras. finalmente, sintetizam-se os principais métodos de controle utilizados no pais, suas eficiências, e alguns resultados de pesquisa sobre controle químico e os herbicidas mais utilizados em pastagens no Brasil.

Invasoras em pastagens

Invasora é a planta que pode interferir no agroecossistema, nesse caso a pastagem, de grande ocorrência geográfica nos trópicos e que não existia no ecossistema original. As principais invasoras de pastagens no Brasil estão relacionadas em diversos trabalhos regionais e nacionais (Aranha et al., 1982; Bacchi et al., 1982; Bacchi et al., 1984; Lorenzi, 1991; Afonso e Pott, 2001).
A causa do aparecimento de plantas invasoras em pastagens se deve principalmente às medidas inadequadas de manejo das plantas forrageiras, como pastejo ou roçadas impróprias, quanto ao número de cortes ou à época de controle das invasoras, empobrecimento do solo tanto quimicamente (deficiência de N, P, K, Ca, Mg, S e outros) como fisicamente (compactação), deficiência ou excesso de água disponível, e cultivo de plantas forrageiras não adaptadas às condições ambientais. De maneira prática, pode-se caracterizar uma pastagem degradada pela presença de plantas invasoras (plantas indicadoras), uma vez que, ao se instalarem em determinado local, encontram ali as condições que lhe permitem crescer e multiplicar-se. É o caso do sapé (Imperata brasiliensis), que indica acidez do solo, e da samambaia (Pteridium aquilinum), que indica altos teores de alumínio tóxico no solo.
Apesar de a maioria das plantas expontâneas serem indesejáveis às pastagens, e nem sempre serem competitivas, podem causar outros problemas a esse ecossistema, como ferimentos nos animais e no homem, e mesmo ações indesejadas na operacionalização da propriedade rural, pela invasão de cercas, currais, estradas e outros. Portanto, é mais correto referir-se às "interferências" das invasoras nas atividades pecuárias, cujas principais formas são:
Interferência – competição com plantas forrageiras por água, luz, nutrientes e espaço, sendo que as invasoras nesse balanço competitivo ainda são favorecidas, pois os animais não comem a planta invasora, mas sim a forrageira; Alelopatia – interferência de uma planta sobre outra por liberação de substâncias químicas, tendo como exemplo a inibição de capim-coastcross (Cynodon dactylon) por erva-de-bicho (Polygonum aviculares);
Parasitismo – as invasoras tornam-se parasitas de forrageiras, sendo exemplo clássico o parasitismo da cuscuta (Cuscuta spp.) em alfafa (Medicago sativa);

Toxicidade aos animais – alta letalidade de algumas espécies aos bovinos na região Sudeste do Brasil, tais como o cafezinho (Palicourea marcgravii), a coerana (Cestrum axilare) e o cipó-prata (Mascagna pubiflora);

Redução da qualidade do produto pecuário – os produtos de origem animal (carne, lã, leite, couro) podem ser influenciados direta ou indiretamente pelas invasoras, por exemplo, a contaminação da lã de carneiros por propágulos de picão preto (Bidens pilosa) e capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), ferimento do couro de animais e tetos de vacas leiteiras por pontas de arbustos, e sabor de alho no leite por ingestão de alho bravo (Nothocordon fragans);
Redução na qualidade de forragens armazenadas (fenos e silagens) – redução da aceitabilidade desses alimentos pelos animais por causa da presença de partes vegetais, como capim-carrapicho, em fenos, e redução da qualidade de silagens, em conseqüência da presença de plantas indesejáveis, principalmente por problemas de fermentação; e

Hospedeiros de pragas e doenças dos animais – pontos de refúgio e criatório de animais nocivos (carrapatos, cobras, morcegos hematófagos, e outros) em árvores e arbustos não planejados (Rassini,1993).

O controle de invasoras em pastagens, basicamente, é realizado por meio de tratos culturais na planta forrageira, desde sua implantação (escolha da espécie mais adaptada e da cultivar mais indicada, preparo do solo, recuperação da fertilidade do solo com base em análise química) até seu manejo (adubações de manutenção e cobertura, freqüência e altura de cortes). Quando ocorrem falhas nessas práticas e em algumas situações especiais, como ocorrência de fogo, manchas de solo (fertilidade) ou compactação, recorre-se a um dos vários métodos utilizados para controlar as plantas invasoras em pastagens.
Na região Sudeste, o método mais utilizado de controle de invasoras em pastagens ainda é o corte com foice (roçada) ou a remoção da planta com raiz (destoca). Porém, a mão-de-obra despendida e seu elevado custo, aliado a resultados não satisfatórios de controle, pela repetição contínua da operação em conseqüência da brotação da maioria das espécies, têm contribuído para incrementar o controle químico de invasoras em pastagens por meio de herbicidas. Deve-se ressaltar quanto a esse aspecto que o controle químico ainda está restrito ao uso de pequeno número de princípios ativos seletivos às gramíneas forrageiras, como 2,4 D, picloran, 2,4 D + picloran, tebuthiuron, e fluroxipir + picloran. Além disso, a aplicação desses produtos deve ser bastante criteriosa, para que problemas como a utilização indiscriminada de herbicidas sejam visualizados e controlados evitados.
Antes de utilizar herbicidas em pastagens, é fundamental que se identifiquem as espécies a serem controladas, o estágio de desenvolvimento dessas plantas e os períodos em que a competição é mais grave ou acentuada, que se utilizem equipamentos de proteção individual (luvas, botas, chapéu de aba larga, óculos ou protetor facial, calça e camisa de mangas compridas, avental impermeável) durante o preparo da calda e a aplicação, que se armazene a embalagem vazia após lavagem tríplice para posterior encaminhamento ao vendedor (agropecuárias), e que se evite contaminação de corpos hídricos (rios, lagos), enfim, que o uso de herbicidas em pastagens seja avaliado e acompanhado por técnicos especializados (engenheiro agrônomo).