A maioria das enfermidades que ocorrem na avicultura são controladas pelo uso correto de procedimentos sanitários, que incluem inclusive coberturas vacinais elaboradas de acordo com o histórico da região. Esse controle tanto protege o grupo de aves que se pretende trabalhar como o consumidor dos seus produtos.
O sucesso do processo de proteção do plantel e do consumidor vai depender de todos os setores envolvidos na cadeia produtiva, já que a falha em um único segmento poderá trazer transtornos e danos irreparáveis para o desenvolvimento da atividade.
A limpeza pessoal das pessoas envolvidas no manejo das aves, limpeza e higienização das instalações e equipamentos, processamento criterioso e controle de qualidade dos ingredientes dietéticos, programas de vacinação, manipulação correta dos produtos, controle ativo de pragas (insetos e roedores), descarte de aves problema e manejo adequado para os resíduos (aves mortas, cama, restos de ração etc.) são as principais medidas que devem ser mantidas nos núcleos de produção.
Não se deve levar em conta somente a influência das doenças sobre o desempenho zootécnico (peso médio, conversão alimentar, mortalidade, rendimento de carcaça etc.), mas também o efeito negativo sobre a demanda e a imagem do produto no mercado.
Nas galinhas caipiras, o programa vacinal deve visar, prioritariamente, o controle das principais doenças virais, como: newcastle, marek, gumboro, bronquite infecciosa e bouba aviária. Outras doenças importantes que provocam efeito negativo sobre a produtividade são: ascite, coccidiose, doenças respiratórias, salmoneloses e mitoxicoses.
Como medida de biossegurança deverá ocorrer, rotineiramente, o combate aos principais vetores das doenças e os procedimentos de limpeza e higienização das instalações, e o controle de qualidade de insumos e de materiais. Os programas de vacinação e vermifugação devem ser previamente estabelecidos e implementados (Fig. 1 a 4).
Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.1. Controle da bouba aviária por meio de
punctura na asa.
Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.2. Aplicação de coquetel via ocular para
controle de doenças como newcastle, bronquite
infecciosa e gumboro.
Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.3. Higienização das instalações por meio
de caiação.
Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.4. Renovação sistemática do substrato que
reveste o piso do aviário.
Calendário de vacinação
As medidas de biossegurança garantem a não-entrada do agente infeccioso antes da estimulação imunogênica. Essas medidas necessariamente têm que abranger todo o processo produtivo, desde reprodução, incubação, eclosão, crescimento das aves, abate, fabricação de ração e exposição dos produtos.
A vacinação pode ser feita de forma coletiva (via água nos bebedouros/ pulverização) ou individual (injeção ou gota ocular). Apesar do esforço para se vacinar todo o plantel, ocorrem casos de aves mal imunizadas, mesmo que tenham recebido dose eficiente (Tabela 1). Outra causa é a baixa eficiência da dose do vírus vacinal.
Os tipos de vacinas mais comuns são: vacina de vírus vivo (pouco utilizada), vacina atenuada e vacina inativa (morta). Dentre as vantagens da utilização de vacina atenuada, podem-se enumerar o baixo custo, possibilidade de vacinação coletiva, grande número de doses em pequeno volume, rápido início de imunidade e imunidade local precoce. No entanto, sempre podem ocorrer reações pós-vacinação, como difusão de algumas cepas, curta persistência de imunidade, possível interferência de anticorpos maternos e interferência de dois vírus do mesmo tropismo.
Tabela 1. Calendário de vacinação para galinhas caipiras de acordo com a fase de criação. |
Fase | Via | Período |
Newcastle | Ocular | Mensal |
Bronquite infecciosa | Ocular | Mensal |
Gumboro | Ocular | Mensal |
Bouba aviária | Punctura na asa | 1ª semana de vida |
Fonte: Embrapa Meio-Norte |
O criador pode utilizar alternativas medicamentosas como o fornecimento de caldas com cascas de plantas medicinais como o angico-preto (Anadenanthera macrocarpa), o jatobá (Hymenaea courbaril), o pau-ferro (Caesalpinia ferrea), o alho (Allium sativumL.) e o limão (Citrus limon), para controle de doenças oportunistas transmitidas por bactérias. Podem também ser utilizadas como alternativas de vermífugos naturais as sementes de melancia, mamão, melão e perfilhos de bananeira. Para o controle de ectoparasitas, banhos com sabão e fumo (Nicotiana tabacum) são medidas tidas como rotineiras (Fig. 5).
Foto: F.J.V. Barbosa
Fig.5. Reprodutor recebendo banho antiparasitário.
Galinha Caipira – Saiba Como Evitar as Doenças Mais Comuns
Se você está enfrentando algum problema de doença em sua criação de galinha caipira e, assim como muitos, já se desesperou diante de uma enfermidade que abateu boa parte do seu plantel, você precisa conhecer as dicas que vou lhe apresentar para combater esse tipo de problema em sua criação.
Hoje nós vamos conversar um pouco sobre medidas de prevenção que podem minimizar ou praticamente eliminar problemas sanitários e as doenças que atacam as criações de galinha caipira.
Imagine chegar em seu galpão ou galinheiro e ver boa parte das suas aves mortas pelo chão e outras tantas apresentando algum sinal de que estão doentes…
Pois é… Não é uma sensação agradável! Mas, infelizmente, isso vem acontecendo com muitos avicultores.
Uma boa parte das doenças de galinha caipira costumam apresentar uma mortalidade muito alta, chegando a praticamente eliminar o plantel.
Porém, o que muita gente não sabe é que algumas medidas muito simples podem reduzir, consideravelmente, as doenças das galinhas e, por conseqüência, a mortalidade nos aviários.
O criador de galinha caipira, seja ele para fins comerciais ou por hobby, deve adotar em sua criação algumas práticas de manejo que vão trazer bons resultados na saúde de suas aves e evitar que esse tipo de problema passe pelo seu galinheiro.
Conhecendo Um Pouco as Doenças de Galinha Caipira
O primeiro passo para combater um inimigo é exatamente conhecê-lo um pouco melhor, não é mesmo? E é isso que todo avicultor deve fazer para ganhar essa luta!
São muitas as doenças que podem atacar um plantel de galinha caipira, e o que é pior, muitas delas apresentam sintomas absolutamente parecidos, o que torna o combate muito difícil.
E para nos auxiliar nessa guerra é de extrema importância que sempre tenhamos a presença de um médico veterinário que possa examinar as aves e fazer as indicações medicamentosas que forem necessárias. Só assim podemos combater as doenças das galinhas de forma eficaz.
Veja algumas das doenças que podem atacar um aviário de galinha caipira que não adota as boas práticas de manejo em seu plantel:
Bouba Aviária
É uma doença muito contagiosa que é presente em muitos criatórios pelo Brasil e costuma vitimar muitas aves. Ela é conhecida popularmente como “caroço” ou “pipoca” e normalmente ataca as aves de todas as idades. Temos observado que ela se torna mais presente na época do verão em função da grande quantidade de mosquitos que transmitem o vírus da doença. Os sintomas mais freqüentes são nódulos que aparecem nas barbelas, em torno dos olhos, bico e também por toda crista. Em casos mais graves esses nódulos também aparecem na garganta das aves e esse problema causa na ave uma dificuldade de se alimentar e respirar, o que torna a doença ainda mais letal.
Doença de Marek
Esta é uma doença causada por um vírus que, normalmente, ataca as aves mais jovens do plantel. Ela afeta o sistema nervoso, pele e também o globo ocular dos pintainhos. As aves afetadas por essa doença, em sua maioria, sofrem por paralisia e prostação. Normalmente, causa uma mortalidade muito grande nos aviários.
Salmonelose
Esta tem sido uma doença de galinha caipira que merece um cuidado muito especial, pois pode ser transmitida da ave para o ser humano. Normalmente, ataca as aves de todas as idades causando uma mortalidade muito alta. Tem sintomas muito parecidos com outras doenças causadas por bactérias, o que torna o tratamento ainda mais difícil.
Doença de Newcastle
As aves afetadas por esta doença apresentam lesões no sistema respiratório, nervoso e digestivo. Os sintomas apresentados são: diarréia com sangue, espirros constantes, dificuldade de respirar, torcicolo, conjuntivite, paralisia das asas e pernas, baixa produção de ovos e mortes de forma repentina.
Outras Doenças
Existem mais um grande número de doenças que podem afetar a sua criação de galinha caipira e que o avicultor deve procurar proteger o seu plantel. Ex: Bronquite Infecciosa, Leucose Linfóide, Calibacilose, Micoplasmose, Encefalomielite aviária, Coriza Infecciosa, Botulismo, Pausteurelose, Estafilocose, Ornitose, Barreliose, Tuberculose, Entero-hepatite, Aspergilose, Coccidiose, Encefalomalácia nutricional, Ascite, Micotoxicoses, Raquitismo, Diátese exsudativa, Verminoses, Ectoparasitose e etc.
Depois de tomar conhecimento de todas essas doenças que podem afetar a sua criação de galinha caipira você deve estar pensando… Nossa, é muito difícil manter uma criação de galinhas!
Eu tenho uma boa notícia para você: Não precisa se assustar tanto… Se você aplicar as boas práticas de manejo em sua criação de galinha caipira, boa parte dessas doenças jamais chegarão em seu aviário.
Agora vou lhe apresentar algumas dicas para manter essas enfermidades bem longe do seu plantel:
01 – CONSTRUA UM AMBIENTE ADEQUADO PARA SUAS GALINHAS
Uma medida muito importante na criação de galinhas é o ambiente onde essas aves vão passar os seus dias de vida. E o avicultor deve tomar alguns cuidados para construir um ambiente agradável para o bem estar de suas aves. São eles:
- Construa um galpão adequado para a quantidade de aves que pretende criar (Max. 10 aves por metro quadrado)
- Mantenha sempre o galpão seco e arejado
02 – MANTENHA UM BOM PROGRAMA DE VACINAÇÃO
De fato, a prevenção é o melhor remédio. Você deve consultar um médico veterinário para elaborar um programa de vacinação que proteja suas galinhas das doenças mais comuns em sua região. Normalmente, esse programa inicia-se no primeiro dia de vida dos pintinhos e segue pela vida adulta.
03 – MANTENHA O AMBIENTE LIMPO, LIVRE DE ROEDORES E PÁSSAROS
O avicultor deve manter o galpão e os piquetes sempre limpos para evitar que os pássaros silvestres e os roedores se aglomerem em seu aviário, com isso você evita que esses animais tragam as doenças para seu plantel. É importante manter o terreno sempre nivelado para evitar o acúmulo de água e, por conseqüência, o desenvolvimento de mosquitos que também transmitem doenças às aves. A higiene está diretamente relacionada com o desenvolvimento de doenças nas criações de galinha caipira. Por isso, mantenha sempre os comedouros, poleiros e bebedouros limpos.
04 – PRATIQUE A RESTRIÇÃO DE VISITAS
Um cuidado que poucos avicultores desenvolvem em seus projetos é o controle de visitantes em seu aviário e isso tem causado grandes problemas para as criações. Imagine um visitante que antes de entrar em seu projeto teve contato com alguma ave doente e que através das roupas e sapatos podem ter trazido os vírus/fungos/bactérias para seu plantel. Pois é… Isso pode, de fato, lhe causar problemas futuros. Quando tiver que receber alguém em sua criação, deve tomar cuidados em higienizar as mãos e de preferência trocar roupas e calçados antes de entrar nas áreas comuns das aves.
05 – TENHA UMA ÁREA PARA QUARENTENA
O avicultor deve sempre observar o comportamento de suas aves para detectar anormalidades entre elas e quando notar algum problema deve separar a ave o mais rápido possível das outras na tentativa de evitar a disseminação das doenças das galinhas entre o plantel. A ave separada deve receber os cuidados necessários e só pode voltar para o lote quando estiver completamente curada. Infelizmente, em casos mais graves é necessário sacrificar a ave. As aves mortas devem ser descartadas em fossa séptica construída especificamente para essa finalidade
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