Jacaré é o nome comum dos répteis sul-americanos pertencentes ao gênero Caiman.
O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) vive na Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai, enquanto o jacaré negro ou de focinho estreito (Caiman crocodilus), chega até o México.
O Jacaré-de-papo-amarelo se adapta bem ao cativeiro e ao semi-cativeiro desde que sejam atendidas suas exigências básicas como temperatura, umidade, higiene e nutrição (DEUTSCH, 1988).
Na criação em cativeiro, os jacarés comem subprodutos de indústrias ou descartes de criadouros de aves, suínos, bovinos, coelhos, peixes, etc. A carne é moída e enriquecida com um pré-mix de vitaminas e sais minerais numa proporção de 3% do peso corporal estimado ou pesado. No caso dos filhotes, o pré-mix entra na proporção de 35% do peso corporal estimado. A freqüência de alimentação depende da idade, por exemplo, os filhotes irão comer durante toda a semana e os adultos comerão de uma a duas vezes por semana, num total de 7% do peso corporal por semana (NETO, 1997).
Figura 14: Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris).
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Criar comercialmente jacarés pode trazer boa rentabilidade para o proprietário rural. Além disso, essa é uma alternativa de preservar essas espécies da extinção. A carne é bastante procurada pelos apreciadores e proprietários de restaurantes especializados, isso sem falar no valor comercial do couro desses animais (WETTERBERG, 1976).
CONCLUSÃO
Talvez o caminho que dê mais segurança para o país, seja aquele que o leve a alcançar o desenvolvimento industrial compatível com a qualidade ambiental. Isso passa por uma radical mudança dos sistemas de produção tradicionais, trazendo para dentro da empresa a responsabilidade ambiental, reprojetando seus sistemas industriais para alcançar qualidade ambiental e eficiência econômica.
As empresas e propriedades rurais ao assumirem a postura de uma organização responsável socialmente, acabam ganhando melhor imagem institucional, pode-se afirmar então, que o primeiro grande ganho de se investir na comercialização de animais silvestres e nas questões ambientais é a melhora da imagem institucional, para isso é preciso mostrar que o meio ambiente é conhecido pela empresa (seja uma propriedade rural, empresa urbana ou criatório), que os problemas são reconhecidos e existe esforço para solucionálos.
Uma empresa ou propriedade rural (criatório) que é vista como “socialmente responsável”, possui uma vantagem estratégica em relação àquelas que não tem essa
imagem perante o público.
O sucesso da pecuária silvestre depende cada vez mais do conhecimento e da aplicação de princípios estratégicos de conservação e tecnologia. Atualmente ainda é pequeno o mercado oficial ou o comércio de produtos provenientes da fauna silvestre, existindo apenas uma oferta temporária e legal de qualquer produto que uma determinada espécie venha produzir.
Como conclusão, é correto afirmar que essa atividade só tende crescer nos próximos anos, assim como o seu mercado. O interesse de produtores, cada vez mais atraídos por um comércio lucrativo e ecologicamente correto, faz com que as criações de animais silvestres sejam vantajosas em relação aos sistemas tradicionais, além do interesse dos consumidores por carnes mais saudáveis. Nesse caminho, ainda existem muitas respostas e perguntas a serem questionadas, mas acredito que esse trabalho possa contribuir para formar parte dessas respostas e reforçar o surgimento de novos questionamentos.
Jacaré-do-pantanal
Criação de animais Silvestres em cativeiro para fins comerciais ou econômicos,Base Legal - A Portaria 132/88 de 5 de maio de 1988 é uma portaria geral que trata da previstos no Artigo 6º da Lei 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, é regulamentada através deportarias publicadas pelo IBAMA.
A recomendação dada às unidades descentralizadas do IBAMA é que o plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá ser preferencialmente originário de animais provenientes de outros criadouros registrados ou do produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. Poderá ser autorizada a captura de animais.
jacaré no ponto de abate
O ponto de abate é determinado pela largura abdominal total. Ela é de 18 cm , sendo medida próximo da pata dianteira. Se bem tratado, o ponto de abate é atingido com 1 ano de idade, mas para um melhor aproveitamento , costuma-se abate com 2 anos, nesta fase a largura abdominal é de aproximadamente 27 cm, aumentando o valor do animal no mercado.
A carne rende 1,7 quilo por animal mais ou menos, sendo comercializada em vários restaurantes especializados em carnes silvestres e exóticas.
O couro necessita de uma autorização do Ibama para ser comercializado. Um cuidado todo especial deve ser tomado ao se comercializar o couro, uma faca de ponta fina deve ser enfiada na cabeça do animal, posteriormente coloca-se um arame de aço pela extensão da coluna vertebral que servirá para insensibilizar o animal , fazendo com que o animal paralise os movimentos.
O couro ao redor da cabeça é desprendido, a melhor parte é a da barriga e da lateral, o couro deve ser cortado pelas costas para que o aproveitamento seja maior. Após isso, o couro é desprendido da carne. Furos certamente irão desvalorizar o produto.O couro é então enviado para o freezer até ser curtido.
As patas são cortadas próximas da articulação, são então embalsamadas e usadas como enfeites.Após retirar o couro, retira-se as vísceras, nesta etapa, todo cuidado é pouco para não contaminar a carne.Depois do abate a cabeça é separada e a carne é lada e embalada em sacos plásticos. Aplica-se etiquetas com informações do criadouro contendo: nº de registro do Ibama, validade e origem do produto.
Mercado
A criação de animais silvestres tem um futuro promissor no Brasil, muito disso se deve ao fato de que há a necessidade de preservar a espécies nativas ameaçadas de extinção; e o jacaré é uma delas.
A criação de jacaré pode ser lucrativa já que apenas 5% dos animais nascidos na natureza atingem a idade adulta, em cativeiro são 90%.
O couro do animal caçado tem só 25% de aproveitamento, em cativeiro é de 100%; e alem disso é caça é ilegal.
Isso sem mencionar na carne, um animal (2 anos) produz 1,7 kg de carne e os subprodutos como cabeça e patas que pode servir de enfeite, tendo uma grande demanda.
Além de todos esses fatores existe também outro fator positivo: de estar contribuindo para a preservação das espécies nativas.
Para se efetuar a criação de qualquer animal silvestre é necessária a autorização do Ibama e do governo federal responsável por esta área.
Acasalamento e Postura
Durante a cópula, o macho rodeia a fêmea em círculos cada vez mais estreitos, ambos emitem sons e mantém seus “narizes” pra fora da água, na seqüência o macho se encurva, passa por baixo da cauda da fêmea para então unir as cloacas.Este processo é rápido, durando cerca de 1 minuto apenas.
As fêmeas constroem cada uma o seu ninho, este constituído de um monte de restos de vegetais, folha e gravetos.Seu tamanho varia de 1 a 2 m de diâmetro e altura de 40 a 60 cm. A postura se inicia no começo de janeiro se estendendo até março.Cerca de 30 ovos são postos anualmente por cada fêmea.
As fêmeas têm o habito de circular em torno do ninho para proteger e ajudar durante a eclosão.
Um passo indispensável para o sucesso de uma criação de jacarés é o manejo com os ovos. Eles não podem eclodir a campo, com a presença de predadores como aves, cobras e lagartos, a percentagem de eclosão cai para cerca de 10% dos ovos.
Todo cuidado deve ser tomado ao se retirar os ovos dos ninhos, eles não podem ser virados, para se evitar isso é marcado um X com caneta no ovo, que devera ser mantido o mais próximo possível da sua posição inicial.
Durante o transporte aconselha-se depositar um pouco da matéria do ninho para a caixa de transporte, deixando a região mais macia. São então destinados à incubadora artificial.Depois de coletar, identifica-se o ninho por meio de uma placa contendo informações do tipo: nº do ninho; nº de ovos coletados e ano da coleta.
Incubação artificial
A incubadora pode ser confeccionada por meio de uma caixa de compensado naval, o material deve ser impermeável e forrado com placas de isopor
A temperatura deve gira entre 29 e 31 ºC, fora disso índice de eclosão cai muito (50%).Aplica-se a matéria orgânica retirada do ninho junto com os ovos, vermiculita também pode ser utilizada para evitar a perda de calor.
Baixa umidade pode causar muitas mortes, o ideal é estar próxima de 100%, deixando um recipiente com água dentro da incubadora é um truque fácil para atingir a umidade ideal, pulverizar água sobre os ovos duas vezes ao dia também ajuda bastante.
Se estes itens estiverem adequados, em 65 dias a partir da postura estará ocorrendo a eclosão, cujo índice é de cerca de 90%.
Após a eclosão os filhotes são destinados às baias no barracão de engorda, 30 dias depois eles serão separados por tamanho, com o intuito de diminuir a competição por alimento.
Sistema de Criação
O ranching, na qual os ovos são coletados na natureza, com a autorização e acompanhamento do Ibama, sendo eclodidos posteriormente em incubadoras. Parte desses animais são destinados a natureza, os demais são enviados ao barracão de engorda até serem abatidos.
Este sistema só é funcional em regiões onde se torna possível a coleta dos ovos no seu habitat natural.
O farming, os reprodutores são capturados na natureza, e destinados a um cativeiro para efetuarem a postura e se reproduzirem. Os ovos são incubados artificialmente.
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