O ciclo estral da égua, ou simplesmente cio, é o período
correspondente ao intervalo entre uma ovulação e a ovulação subsequente. O
conhecimento e a manipulação da duração do ciclo estral equino e suas fases
têm-se tornado muito importante com a crescente utilização de técnicas de
inseminação artificial e transferências de embriões na espécie. A quantidade
limitada de sêmen congelado e o alto custo no transporte de sêmen refrigerado
de garanhões tornam necessária uma diminuição do número de inseminações por
ciclo para não inviabilizar economicamente a técnica. Para tanto, tem-se
procurado conhecer melhor a duração dos componentes do ciclo estral, bem como o
momento exato da ovulação e o momento ideal de se realizar a inseminação.
Apesar de poliéstrica, anual ou estacional, muitas éguas em função da latitude
exibem atividades ovarianas máximas durante o período de primavera-verão. Nos
meses de inverno, essa atividade é bem reduzida e é conhecida como anestro
sazonal. Entre os meses de ciclicidade e os meses de anestro existe um período
conhecido como período de transição no qual a é apresenta atividade ovariana,
porém essa não é eficiente no sentido de haver ovulação. Isso ocorre novamente
entre o período de anestro e o período de ciclicidade. O fator determinante
deste comportamento de variação é a duração do período de luz/dia, ou
fotoperíodo, mas outros fatores como nutrição, temperatura e estado sanitário
podem alterar os padrões de ciclo estral. O ciclo estral normal na égua é de um
ou dois dias maior que na vaca (22 ± 3 dias), sendo que o período de estro é o
fator mais variável e responsável pelas grandes alterações na duração do ciclo
estral, uma vez que o diestro é mais ou menos constante entre os animais da
espécie.
O estro na égua é marcado por um período de
receptividade sexual bem característico, mas em algumas éguas só é perceptível
por meio do acompanhamento folicular por exame ultrassonográfico, uma vez que
as manifestações psíquicas não são demonstradas (cio silencioso). Essa
manifestação é muito comum no período conhecido como “cio do potro”, que ocorre
entre 5° e o 15° dia pós-parto.
Diestro
Na égua, o padrão de desenvolvimento folicular
é menos definido que na vaca, e esse pode determinar não só uma longa duração
no período de estro, como também uma elevada incidência de ovulações múltiplas,
mais comuns em animais de raças de salto e da raça Árabe.A maioria das
ovulações ocorre de 24 a 48 horas antes do final do estro. Essa relação do
momento de ovulação com o final do estro dificulta sua determinação exata,
prejudicando muitas vezes a utilização de programas que envolvam sincronização
de cio, como no caso da utilização de inseminação artificial, da transferência
de embriões e até da IATF. Com esse índice de variação do ciclo estral tão alto
entre as espécies e até mesmo entre indivíduos, faz-se necessário um estudo
prévio do histórico reprodutivo de cada égua já que suas características tendem
a se repetir de um ciclo a outro e de uma estação a outra. Fazendo isso,
conseguiremos um maior número de animais nascidos numa estação de monta, uma
economia em envio e utilização de sêmen congelado, lotes de nascimentos mais
homogêneos e com indivíduos mais prontos para as competições de potros, tão
exigentes nos dias de hoje. Assim se faz um campeão.
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