29 de jul. de 2015

Produção de carne de Bufalos



Na maioria dos países onde o búfalo é criado, a produção de carne é considerada fator secundário. Nos países do Oriente, preconceitos ou motivos religiosos dificultam o abate deste animal para o consumo de sua carne. No entanto, o búfalo foi utilizado durante muitos séculos como animal de tração, o que fez com essa espécie desenvolvesse grande massa muscular.
O bubalino é, por natureza, mais precoce que o bovino. Assim, os búfalos têm exibido maior ganho de peso do que os zebuínos e competido com as melhores raças européias de corte, apresentando valores muito semelhantes em performance.
O búfalo é capaz de se manter em boas condições, mesmo quando somente forragem de baixa qualidade está disponível ou quando é criado em área onde o bovino mal conseguiria sobreviver.
Se as condições de alimentação e manejo forem otimizadas, esses animais podem apresentar cerca de 1,5Kg de ganho de peso diário.Dessa forma, a melhoria das práticas de manejo e alimentação parecem ser o fator mais importante, no que tange ao incremento da produção de carne. Se as condições de alimentação e manejo forem otimizadas, esses animais podem apresentar cerca de 1,5Kg de ganho de peso diário.
Apesar dos bubalinos apresentarem musculatura mais rica do que o zebú, o rendimento em carne é menor, vsito que o búfalo tem o couro, a cabeça e as vísceras mais pesadas do que os bovinos. Essa diferença, porém, é compensada pela precocidade no abate.
Estudos realizados pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) indicaram um rendimento de 48,7% em relação ao peso de abate ou 55,8%, em relação ao vazio, entendendo-se como peso de abate aquele obtido no frigorífico após descanso do animal em dieta hídrica, e como peso vazio, a diferença entre o peso de abate e o peso do conteúdo - gastrintestinal.

O búfalo é um animal que produz uma carne vermelha com 40% menos colesterol e 11% mais proteína, se comparada à carne bovina e, além disso, o seu sabor é bastante similar. Entretanto, com todas estas vantagens aparentes, a comercialização desse tipo de carne, historicamente, não costuma ser tão fácil quanto a dos bovinos. 

Os motivos que sempre "atrapalharam" a produção bubalina são o menor rendimento de carcaça e a menor aceitação do couro. Além disso, o fator cultural, ou seja, o hábito da população de não consumir outras carnes em substituição à bovina, é bastante significativo. 

Para incentivar mercado, amenizando os problemas comerciais dos produtos de origem bubalina, principalmente a carne, as associações de criadores estão tendo um papel fundamental: Investimentos conjuntos no marketing da carne de búfalo ou a criação de programas de qualidade, com "selos" de garantia das associações, são importantes passos dados na direção de se criar um mercado melhor para o búfalo, no Brasil. 

Ninguém duvida do potencial produtivo dos búfalos, nem mesmo os grandes pecuaristas que criam bovinos para corte. Desta forma, o que se espera é que haja uma melhoria, ainda maior, no mercado de carne de búfalo, sem mencionar os outros produtos desse animal, como o couro, leite e a famosa muzzarela de búfala. 

Devido à famosa rusticidade dos búfalos, atribui-se a eles uma grande capacidade de produção, sem que haja a necessidade de cuidados especiais. De certa forma, essa afirmação pode ser considerada correta mas, na realidade dos grandes pecuaristas, somente a tecnologia, cuidados intensivos, boas instalações e controle genético, podem assegurar alta qualidade associada à alta produtividade. Mesmo assim, apesar do custo por hectare de uma criação de búfalos poder ser maior que o de uma criação bovina, os resultados financeiros obtidos serão maiores, por se tratar de um animal extremamente produtivo. 

Outros fatos importantes para o pecuarista interessado na criação de búfalos são os dados de produtividade desse animal. O búfalo é um animal que apresenta uma taxa de mortalidade bastante inferior ao dos bovinos (2,5% contra 4% dos bovinos); o intervalo entre os partos é consideravelmente menor, em relação aos bovinos, podendo chegar a uma diferença de mais de 150 dias. Além disso, há um dado de grande importância: a idade de abate dos búfalos situa-se entre 2 e 3 anos, enquanto que o abate dos bovinos ocorre aos 4 anos. Por último, podemos citar, pela sua relevância, que a vida útil de uma búfala (20 anos) é bastante superior à de uma vaca (9 anos). 

A principal conclusão que podemos chegar, no que diz respeito à situação do mercado da carne de búfalo no Brasil, é que muita coisa ainda precisa ser feita, apesar desse animal e sua carne já terem conquistado uma importante fatia do mercado de carnes. Entretanto, o búfalo ainda continua mais famoso pela produção da muzzarela feita com o leite de búfala. O quadro favorável que encontramos na comercialização do leite e da própria muzzarela pode e deve ser estendido para a produção de carne. 

Com certeza, a produção de carne de búfalo é uma maneira mais produtiva e rentável para o fornecimento de carne à população Contudo, isso só irá acontecer, em escala mais significativa, se houver uma mobilização dos produtores de todo o País, num esforço de marketing completo, que atinja desde o grande público, em uma campanha voltada ao incentivo do consumo desse tipo de carne, até os responsáveis pela cadeia de distribuição, pois de nada adiantará o público se interessar em consumir a carne de búfalo, se não for possível ou fácil encontrá-la nos supermercados e nos frigoríficos.
Qualidades da carne
De paladar saboroso, confunde-se a carne de bubalino com a de bovino, principalmente quando assada ou cozida. Porem, o ídice de gordura intra muscular da carne de búfalo é muito menor do que o da carne bovina, permitindo que, retirando-se a gordura inter muscular, obtenha-se uma carne magra e saudável.

A carne de búfalo possui:
- 40% menos colesterol
- 12 vezes menos gordura
- 55% menos calorias
- 11% a mais de proteínas
- 10% a mais de minerais

Provas de degustação evidenciam que não há grandes diferenças entre as carnes bubalinas e bovinas quanto ao odor, sabor, maciez e suculência. No que se refere à cor, estudos relatam sua aparência mais clara do que a de bovinos nos animais jovens, chegando a ser, porém, até mais escura com o avanço da idade.
Muitos frigoríficos também abatem búfalos, sendo sua carne enviada para o consumo juntamente com a de bovino, sem qualquer identificação especial.


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