Apresentação
O interesse pela criação de búfalos vem aumentando a cada ano em todo o mundo. Embora o búfalo ainda seja um animal considerado exótico nos Estados Unidos, onde o búfalo doméstico (Bubalus bubalis) é conhecido como "water buffalo" em diferenciação ao bisão (Bison bison) também chamado de búfalo, a bubalinocultura vem crescendo ano a ano. O potencial do búfalo como animal do futuro já foi ressaltado , tanto que em 1988 foi criada em Berry College em Rome, Georgia, a American Water Buffalo Association, cuja sede está agora localizada em Gainesville, Florida.
A criação de búfalos é uma atividade que vem sido desenvolvida durante milhares de anos em praticamente toda a Ásia, continente detentor de quase a totalidade do rebanho bubalino mundial (com cerca de 150 milhões de cabeças, representando ao redor de 97% do total mundial). Nesses países, o búfalo ficou por longo tempo sendo utilizado como animal produtor de trabalho e leite, ainda assim, com baixa produtividade e eficiência devido o pobre desenvolvimento sócio-econômico da região. Entretanto, o animal adquiriu ao longo do tempo, características próprias de adaptação ao ambiente hostil com alimentação à base de alimentos volumosos grosseiros. Entre essas características, destacam-se a rusticidade ao ambiente tropical, representada pela alta resistência às doenças comuns do gado bovino, alta capacidade reprodutiva, docilidade, entre outras .
Segundo a FAO, em 1998, o rebanho Bubalino era de aproximadamente 164,3 milhões de cabeças, representando cerca de 11% do rebanho bovino mundial, apresentando uma taxa de crescimento anual acima de 10%, em países como o Brasil.
Fora do continente asiático vamos encontrar búfalos na Europa, principalmente na Itália, Bulgária, Romênia e outros países. O país europeu com maior interesse na criação de búfalos é a Itália, onde desenvolveu-se o queijo Muzzarella, originalmente feito com leite de búfala e muito apreciado comercialmente.
Tendo em vista as excelentes perspectivas de um ótimo mercado, os produtores por sua vez, embasados em pesquisas das mais competentes instituições, caminham no sentido de incrementar a produção, tanto do leite e derivados, quanto a da famosa carne "light".
O sistema de criação predominante no país ainda é o sistema extensivo, principalmente desenvolvido em pastagens nativas e de baixa qualidade. Isso se deve em grande parte ao preconceito contra o próprio animal de que a criação somente seria viável para os locais onde não se pode criar outros animais domésticos, como em regiões pantanosas, sujeitas a enchentes, de solos pobres, em terrenos montanhosos, etc. Porém, criadores têm procurado desenvolver uma criação mais racional com introdução de melhorias no sistema tornando-o mais eficiente, como as já realizadas pelas pecuárias bovinas leiteira e de corte.
Distribuição geográfica no Brasil
Os registros existentes na Associação Brasileira de Criadores de Búfalos mostram que esses animais foram introduzidos no país no final do século XIX, mas só ganharam projeção durante as últimas décadas. Atualmente, a grande maioria dos búfalos está ainda localizada na região Norte, porém a criação vem se ampliando em todas as regiões do país. A Bubalinocultura brasileira já é uma realidade, apresentando um efetivo de aproximadamente 3 milhões de cabeças, o que torna a criação de búfalos no Brasil como a mais importante localizada fora do continente asiático.
O búfalo, trazido para o nosso país, se adaptou e desenvolveu extraordinariamente em pastagens de todos os Estados. A diversificação de clima e de solo encontrada na grande extensão territorial brasileira, não foi obstáculo capaz de deter a sua caminhada.
Atualmente, ele é considerado como uma grande opção para a pecuária nacional, pois fornece produtos similares aos dos bovinos (carne, leite e sub-produtos) em condições mais econômicas.
Segundo a própria FAO, o rebanho brasileiro teria aproximadamente 1,2 milhões de cabeças, porém a ABCB (Associação Brasileira de Criadores de Búfalos), possui estimativas ao redor de 3 milhões de animais, o que torna a criação de búfalos no Brasil como a mais importante localizada fora do continente asiático, com destaque para a região Norte do país. O Brasil conta ainda com 450 mil cabeças na região Sudeste, 420 mil na região Nordeste, 360 mil na região Centro-Oeste e 270 mil na região Sul.
Todo território brasileiro apresenta condições para a bubalinocultura, estando sua população distribuída nas seguintes regiões:
Norte - 50%
Rondônia, Acre, Amazonas, Pará e Amapá.
Nordeste - 14%
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Sudeste - 15%
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Sul - 9%
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Centro Oeste - 12%
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