A pecuária bovina é um dos principais setores da economia brasileira. O mercado de bovinos tem um valor bruto de produção estimado em 74,38 bilhões neste ano, de acordo com levantamento do Ministério da Agricultura. Além disso, a área deve prosperar bastante nos próximos anos.
Segundo projeção do ministério, a produção de carne bovina deve crescer 21% na próxima década, chegando a um volume de 10.236 mil toneladas em 2026 (leia mais: aumento de produtividade é responsável por 80% do crescimento da agropecuária).
O crescimento expressivo está ligado ao número de cabeças de gado do país, que formam o maior rebanho comercial do mundo, com 214 milhões de animais. Só neste ano, foram abatidas 30,6 milhões de cabeças em todo o Brasil, de acordo com dados do IBGE. Outros fatores que tornam o Brasil competitivo no mercado de carne são a diversidade das raças existentes no País e o desenvolvimento genético, que seleciona animais com desempenho superior para a pecuária de corte e a produção leiteira. Confira na lista abaixo algumas raças bovinas que compõem o rebanho brasileiro e impulsionam o desenvolvimento da pecuária nacional.
A força dos bovinos
Os bovinos podem ser divididos de acordo com duas classificações. Os taurinos, de origem europeia, e os zebuínos, originários da Ásia. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), por causa da adaptação ao clima tropical, os zebuínos se desenvolveram mais no Brasil e representam atualmente cerca de 80% do rebanho brasileiro. Os zebuínos brasileiros são fruto do cruzamento com outras espécies e, apesar de manterem as principais características zebu, eles se diferenciam dos bois de outros países. “O Brasil possui uma tecnologia em agropecuária única no planeta e tem a melhor genética zebuína do mundo”, afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC em publicação comemorativa da associação.
Nelore
É a raça predominante no Brasil, muito procurada por produtores de carne. Sua característica marcante é a pelagem branca, que pode ter tons de cinza claro. Tem orelhas pontiagudas e chifres curtos, mas algumas variações são mochos, ou seja, sem chifres.
Boi Guzerá
Guzerá Foi a primeira raça de zebuíno a ser trazida para o País e é uma das mais antigas do mundo. É reconhecida por possuir um par de chifres grandes e curvados para cima e pode ser direcionada tanto para a pecuária de corte como de leite. A pelagem varia em tons de cinza, do mais claro ao escuro. Os animais apresentam grande porte, a raça é muito fértil e resistente à seca.
boi Gir
Gir Trazido ao Brasil em 1911, das montanhas Gir na Índia, a raça é indicada para a pecuária de leite. Inclusive, a raça Girolando, a mais famosa na produção leiteira no Brasil é resultado de cruzamento de Gir com a vaca Holandesa. Os indivíduos dessa raça apresentam chifres compridos e torcidos para baixo, com orelhas enroladas na parte superior. A pelagem varia do vermelho ao amarelado e pode apresentar pintas. A raça é dócil e as fêmeas têm grande habilidade materna.
Gado cangaian
Cangaian Essa raça chegou ao Brasil entre 1962 e 1963, vindo da região Sul da Índia. A raça representa um rebanho pequeno e pouco representativo, em números, no Brasil. Os bois têm pequena estatura e possuem chifres longos e grossos, mas são indicados somente à produção de carne, porque não produzem muito leite. São muito resistentes ao calor e a doenças.
Gado brahman
Brahman Veio em 1994 dos Estados Unidos e é o resultado do cruzamento de Nelore, Guzerá, Sindi, Cangaian e Indubrasil. A coloração pode ser cinza-claro, cinza-escuro ou vermelho. Não tem chifres e as orelhas são de tamanho médio. É indicado como gado de corte (leia mais: conheça as vantagens de criar brahman).
Boi tabapuã
Tabapuã Surgiu ao cruzar zebuínos Nelore, Gir e Guzerá com os mochos brasileiros e apesar de ser uma raça nacional, é criada também em outros países, na maioria da América do Sul. A pelagem varia do branco ao cinza e não possui chifres. É usado na produção de carne, porque tem boa musculatura.
Gado sindi
Sindi Originária da província de Sindi, no Paquistão, a raça veio para o Brasil em 1952 e é formada por animais resistentes, que sobrevivem em locais secos e com pouco pasto sem perder peso. Por causa disso, são criados principalmente em regiões nordestinas. São bois pequenos, com chifres curtos e pelo vermelho. Podem ser usados para a produção de carne ou leite.
Gado indubrasil
Indubrasil A raça é fruto do cruzamento de Nelore, Gir e Guzerá. Surgiu no Brasil em 1930, sendo criação de bovinicultores do Triângulo Mineiro. A pelagem pode ser branca, cinza ou vermelha e tem chifres médios. É usado como gado de corte e já foi exportado para os Estados Unidos.
Gado angus
Angus Essa é a mais famosa raça de taurinos no Brasil. Seu nome ficou conhecido e a raça se popularizou especialmente a partir do investimento de grandes empresas, como o MC Donald’s, que criou um hambúrguer com a carne Angus. De acordo com a Associação Brasileira de Angus, as principais vantagens da raça para a criação são a alta fertilidade e precocidade, pois atingem a puberdade e o estado de abate mais cedo. Seu diferencial é a ótima qualidade da carne, que é marmorizada e macia (leia mais: angus garante produção de carne com qualidade superior).
Gado caracu
Caracu É um gado taurino português, trazido para o Brasil na época colonial, que tem pelagem amarela ou alaranjada. Segundo informações do Conselho Nacional de Pecuária de Corte, a raça é extremamente rústica, atingindo níveis de engorda mesmo em pastagens ruins. Outra vantagem da raça é ser resistente a doenças endêmicas brasileiras e a ectoparasitas. É usada como gado de corte ou de leite e também como animal de tração.
Charolês
Gado charolês De origem francesa, essa raça taurina é excelente para produção de carne. Informações do Conselho Nacional de Pecuária de Corte indicam que, no Brasil, é também muito usada na criação de mestiços, como o gado Canchim. A raça possui pelagem branca ou creme, com narinas rosas e é uma das melhores para engorda em confinamento, porque chega a atingir, em machos adultos, mais de uma tonelada (leia mais: conheça as vantagens de criar charolês).
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