8 de abr. de 2020

Criação de Emas



Ema (Rhea americana)
A ema é a maior ave do continente Americano. Chega a 1 metro e 30 centímetros de altura e pode pesar de 26 a 36 quilos (GIANNONI, 1996).
Segundo Giannoni (1996), a carne é um pouco mais fibrosa que a de outras aves, como a galinha, mas tem bom sabor. Os ovos são riquíssimos em proteína e bastante grandes, podendo pesar de 400 a 700 gramas, cerca de 15 vezes maior que o da galinha. 
pele, depois de curtida, dá excepcional matéria-prima para bolsas, sapatos, cintos e casacos. 
É tão resistente quanto os couros tradicionais, mas por ter granulação fina é mais suave e macia. As penas servem para espanadores e outros artefatos, inclusive adornos de roupas femininas e fantasias. Cada ema tem 110 a 120 penas por asa e as maiores chegam a 60 centímetros.


Figura 11: Ema (Rhea americana).

A ema é onívora, isso é, come de tudo: de vegetais a animais pequenos como preás, lagartos, ratos e insetos. Tem preferência por gramíneas e leguminosas rasteiras e com os cactos ela mata, ao mesmo tempo, a fome e a sede. Quando criada em cativeiro, pode ser alimentada com ração de perus, forragens verdes e leguminosas. No primeiro ano de vida exige alimentos ricos em cálcio e fósforo para fortalecer os ossos. Por ter crescimento muito rápido e alcançar bom peso, suas pernas tendem a entortar. Não convém deixar nas proximidades objetos metálicos coloridos ou brilhantes, porque a ema engole tudo que lhe chame muito a atenção, já que quase não tem paladar (OLIVEIRA, 2008).

Não há país no planeta com mais emas (Rhea americana) nativas do que o Brasil. A maior ave silvestre existente em território nacional – e a maior das Américas – tem aqui o plantel mais volumoso do mundo, um contingente populacional que permite aproveitar todo o potencial lucrativo do comércio do animal quando criado em cativeiro.

Da ema podem-se obter ovos nutritivos e carne vermelha com muito ferro e pouco colesterol para alimentação. O couro é destinado à fabricação de vestuário e acessórios de moda, como bolsas e cintos, enquanto as penas servem tanto para espanadores, sobretudo para limpeza de componentes na indústria eletrônica e automobilística, devido à sua propriedade antiestática, quanto para uso em adornos de fantasias, em especial em época de Carnaval.
O fornecimento de matrizes para novos criadores é ainda outro canal de vendas rentável, assim como de exemplares para ornamentação de propriedades e turismo rural. De pernas e pescoço delgados, a ema apresenta-se elegante ao movimentar a plumagem abundante que cobre o seu corpo.

Com muitas opções para escolher, o criador de emas tem possibilidade de direcionar a atividade à produção de mercadorias que mais atendem ao comércio local. Também pode, se lhe convier, responder a demandas de regiões mais distantes, inclusive terras internacionais, onde os preços dos produtos são ainda mais valorizados. A versatilidade da criação ainda tem a vantagem de utilizar um manejo igualmente de custo baixo, seja para qual for a finalidade.

Ave de hábito diurno, crescimento rápido e fácil adaptação a diferentes tipos de ambientes, a ema se dá bem em espaços pequenos, podendo ser acomodados até 15 animais em áreas de pastagens destinadas apenas para uma vaca (1 hectare). Para evitar as fugas, uma vez que a ema é uma ave ratita (incapaz de voar), o indicado para o criador é fazer piquetes delimitados por cerca telada.

Além de rústica e adoecer pouco, a ema é onívora (come alimentos de origem vegetal e animal), facilitando a escolha do criador por refeições nutritivas mais baratas para a ave. Pode ser proveniente até mesmo de plantações de grãos, hortaliças e frutas existentes na propriedade. Pequenos roedores e insetos também são opções de cardápio a ser oferecidas.

Originárias da América Latina, por aqui as emas mais compactas, porém robustas e com bom rendimento de carne, se concentram no Rio Grande do Sul. De outro lado, as mais altas estão mais presentes na Região Centro-Oeste. Com 1,8 metro de altura, em média, o macho da espécie pesa próximo de 45 quilos, enquanto a fêmea pesa 40 quilos.

Mãos à obra

INÍCIO 
Por se tratar de uma ave silvestre, a ema só pode ser criada em cativeiro se autorizada pelos órgãos responsáveis pela gestão da fauna nos Estados. Após a elaboração de um projeto, realizado por um profissional especializado, e reunir documentação exigida, tudo deve ser protocolado na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) mais próxima, para obter a permissão de criadouro comercial para o exercício da atividade. Comece a criação com animais adultos, para não se preocupar, inicialmente, com estrutura que atenda às etapas de incubação e berçário. São necessários equipamentos para o manejo de filhotes, fase de vida em que a ave se apresenta mais suscetível a contrair doenças.

AMBIENTE 
De preferência, a área de criação na propriedade deve ser plana e contar com solo bem drenado. Emas são criadas a pasto ou em piquetes com disponibilidade de gramíneas e leguminosas para as aves se alimentarem à vontade.

ESTRUTURA
Cerque o local de criação com mourões espaçados de 2 em 2 metros e fixe tela tipo alambrado com fio 14 e malha de 5 a 7 centímetros a uma altura de 1,6 metro. Divida o local com uma área específica para reprodução e, no caso de o criador decidir pela realização da incubação artificial, outras duas para berçário e incubatório. Construa um brete de manejo em cada piquete, com cobertura de telhas de barro e chão cimentado para a acomodação de bebedouro e comedouro.

ALIMENTAÇÃO
 A dieta deve ser balanceada, com uso de ração comercial para avestruzes. Forneça, diariamente, 1 quilo por animal. Como complemento, sirva pequenos animais invertebrados (insetos, minhocas), pequenos roedores, pastagens, capim picado, milho, mandioca, abóbora, folhosas, farelo de soja, frutas e outras culturas que podem ser produzidas na propriedade. A combinação ajuda na economia da criação. Sempre ofereça água limpa e de boa qualidade.

CUIDADOS 
Recomenda-se a aplicação de vermífugos na ave quatro vezes por ano. Cada uma deve ser ministrada com intervalo de três meses.

REPRODUÇÃO 
Com dois anos de vida, a ema chega à maturidade sexual e pode iniciar o período de reprodução. As fêmeas colocam de 20 a 30 ovos por ciclo, mas nem todos vingam. Os machos, por sua vez, dedicam-se à feitura do ninho e a todos os cuidados com os filhotes, liberando as mães para uma nova postura. Na incubação natural, quando o pai choca os ovos e se responsabiliza pela prole no piquete, o investimento inicial é reduzido, ao contrário da artificial, que exige instalação de incubatório e creche para cria e recria da produção. Com 12 a 14 meses, a ema atinge a idade de abate, com 40 quilos, em média.

Criação mínima: 1 macho e 2 fêmeas
Custo: cerca de R$ 10.800
Retorno: a partir de 2 anos, após iniciar o período de reprodução
Reprodução: inicia-se com 24 meses


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