11 de dez. de 2021

Criação de Codornas para Corte

 

O crescimento constante da avicultura industrial possibilitou ao Brasil tornar-se um dos maiores produtores e exportadores de carne in natura. Com a evolução e a modernização tecnológica desse segmento, algumas atividades que antes eram consideradas domésticas, tornaram-se uma excelente fonte de renda para os produtores, dentre elas destaca-se a criação de codornas ou a coturnicultura. 

A criação de codorna teve o seu início na primeira década do século passado, quando os japoneses iniciaram estudos e cruzamentos entre as codornas europeias com espécies selvagens, obtendo como resultado a codorna domesticada, ou seja, a codorna japonesa. 

Atualmente, os produtores dispõem de raças desenvolvidas especialmente para a produção comercial, dentre elas, além da japonesa, destacam-se a codorna européia, a americana e a chinesa. De acordo com a aptidão de cada uma, essas aves possuem características diferentes entre si, tais como: tamanho, peso, precocidade, coloração da casca do ovo, coloração da plumagem e índice de postura. 

A criação empresarial de codornas para corte no país teve início em 1989, quando uma grande empresa avícola brasileira resolveu implantar o primeiro criatório e abatedouro no Sul do país. Com a introdução dessas linhagens europeias para a produção de carne, houve um maior estímulo ao consumo do produto, aumentando a demanda e surgindo assim uma excelente oportunidade para os criadores. 

HISTÓRICO 

Os primeiros dados históricos sobre a origem da codorna datam do século XII na Europa, onde vivia como ave migratória. Por possuir uma carne rara e de excepcional sabor, era uma das principais atrações nas grandes caçadas, hobby esportivo da época praticado pelos lordes europeus. A ave foi posteriormente levada para a Ásia (China e Coréia) e depois introduzida no Japão. A codorna foi domesticada pelos japoneses em função do canto melodioso dos machos. 

A criação de codornas com a finalidade de produzir carne e ovos iniciou-se no Século XX, mais precisamente na década de 1910, com os japoneses e chineses que por meio de diversos cruzamentos entre as codornas europeias com espécies selvagens, conseguiram obter a subespécie Coturnix coturnix japônica, ou seja, a codorna japonesa ou doméstica. 

No Brasil, as codornas foram introduzidas pelas mãos do italiano Oscar Molena em 1959. Em seu país, o criador possuía a caça dessa ave como um hobby. Entretanto, em solo brasileiro esta prática tornou-se impossível em função de não existir codornas domesticadas. Numa ocasião, ao retornar de um passeio ao seu país, o italiano conseguiu trazer 20 dúzias de ovos de codornas galados, iniciando assim, a criação exclusivamente para a caça. Somente em 1961, com o declínio da criação destinada ao hobby esportivo, começou a criação de codornas para a produção de ovos. Devido à grande aceitação do produto e à fama de alimento afrodisíaco difundida com o sucesso da música “ovo de codorna”, cantada por Luiz Gonzaga, várias pessoas demonstraram interesse na atividade, principalmente os imigrantes japoneses que passaram a desenvolvê-la no Estado de São Paulo. Desse Estado, a criação expandiu para todo o País.

A coturnicultura como uma atividade agropecuária empresarial altamente viável, capaz de gerar emprego e renda para os pequenos agricultores, principalmente em função de apresentar as seguintes características: rápido crescimento da ave, precocidade na produção, alta produtividade, ave de pequeno porte, pouco espaço exigido para implantação da granja, baixo uso de mão de obra, proximidade do mercado consumidor, baixo investimento e rápido retorno financeiro. 

Figura 01. Coturnicultura, alternativa para agricultura familiar. 

Figura 02. Codornas em confinamento. 




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