7 - ALIMENTAÇÃO DAS AVES
O sucesso financeiro em uma criação de galinhas caipiras depende, em boa parte, da qualidade da ração e do custo com a produção da mesma. O maior custo em um projeto de criação de galinhas é com a alimentação das aves (75%) em média. Por isso, o produtor tem que procurar soluções de reduzir os custos sem que a qualidade nutricional da ração seja diminuída.
Um programa de alimentação deve atender as necessidades nutricionais das aves em suas diversas fases da vida. Por isso, se faz necessário o conhecimento da demanda nutricional dessas aves para que o produtor possa oferecer essa ração na quantidade e com os nutrientes certos para que as galinhas caipiras tenham um ganho de peso e produção de ovos dentro do padrão racial de cada ave.
Para baixar os custos com a ração para as aves, o produtor pode formular a ração em sua propriedade usando os ingredientes que podem ser encontrados na sua região.
A ração balanceada garante às aves os nutrientes necessários para alcançarem o peso ideal, produzir ovos sem deficiência de minerais e com as características ideais para a incubação. No entanto, o fornecimento de alimentos alternativos na dieta das aves é que vai complementar os nutrientes fornecidos na ração balanceada, além disso, é com essa alimentação que as galinhas adquirem o sabor característico das aves criadas soltas nos terreiros e esse é o diferencial entre esse tipo de galinhas e o frango industrial.
Elaborar um cardápio com capins, gramíneas, sobras de frutas, legumes ou verduras que não são comercializadas, também podem fazer a diferença quando se trata de baixar custos com a alimentação das aves.
As aves podem ser soltas em piquetes a partir 28° dia e com isso começar a se alimentar com matéria verde de boa qualidade nutricional. Os piquetes devem ser formados por leguminosas e gramíneas que tenha brotos novos e tenros, alto teor de proteína, boa digestibilidade. As matérias verdes mais usados em piquetes são as seguintes: capim napier, capim quicuio, capim tiffiton, capim coast-cross, grama estrela africana, rami, assa peixe, confrei entre outros. Outros alimentos alternativos como a mandioca, feijão guandu, batata doce, tronco e folhas de bananeira, cunhã, leucena e sorgo também podem ser oferecidos como alimentação para as galinhas caipiras.
Dentro dos piquetes o avicultor deve plantar algumas arvores para fazer sombra para as aves, essa prática é de suma importância dentro de um projeto de criação de galinhas caipiras no sistema semi-intensivo e extensivo.
Se possível, é interessante manter um sistema de rotação de piquetes, para garantir períodos de aproximadamente 30 dias de descanso para o brotamento da vegetação e a recuperação do pasto, causada pelo pisoteio das aves.
O fornecimento de alimentação verde para as aves garantem uma maior pigmentação da carne e ovos da galinha caipira, além de contribuir com o sabor inconfundível desse tipo de ave.
7.1 – Ingredientes da Ração Balanceada
A aquisição de ingredientes para a formulação da ração balanceada permite ao produtor incluir os grãos que possam ser encontrados na sua própria região com mais facilidade.
Os insumos que representa a base da ração são os seguintes: milho triturado, farelo de trigo, farelo de soja. Os outros ingredientes podem e devem ser complementados pelos grãos da região.
A ração balanceada pode ser comprada ou elaborada pelo avicultor. É comum encontrar no mercado local as rações prontas desenvolvidas para as necessidades nutricionais das aves e destinadas às aptidões das mesmas (corte ou postura)
Para elaborar a ração na propriedade o avicultor deve usar aos ingredientes que garantam as necessidades nutricionais das aves. Que são as seguintes: Fontes de Proteínas: Todas as necessidades de proteínas das aves devem ser atendidas usando alimentos vegetais. Para isso, o produtor pode usar os seguintes alimentos: farelo de amendoim, farelo de girassol, farelo de soja, farelo de canola, farelo de algodão, farelo de glutem, entre outros. Fonte de Energia: mandioca seca, milho triturado, sorgo, quirera de arroz, farelo de trigo, óleo de soja, triguilho, etc. Fonte de Minerais: sal comum, fosfato bicálcico e calcário calcítico. Fonte de Micronutrientes: é uma mistura de algumas vitaminas e minerais. (No mercado agropecuário existe um produto que é muito usado para suprir essa necessidade, conhecido como premix).
7.2 – Armazenamento
Para conservar a qualidade nutricional das rações, o produtor deve manter um lugar especifico para essa finalidade. O deposito deve ser um lugar arejado, sem umidade e que não receba incidência direta do sol. Dessa forma, é possível ter um melhor aproveitamento dos ingredientes que compõe a ração.
O produtor deve manter o lugar sem a presença de animais domésticos, pássaros, insetos e fazer um controle permanente contra ratos. Esses animais podem levar doenças que serão transmitidas através da alimentação das aves.
7.3 – Alimentação de Galos/Matrizes
Estudos tem mostrado que uma dieta diferenciada para machos reprodutores com níveis de proteína em torno de 12% tem mantido o nível de sêmem em um patamar satisfatório, aumentando a eclodibilidade dos ovos e reduzido o custo com a produção da ração oferecida às aves durante o período de reprodução.
No Brasil, os produtores de galinhas caipiras não adotam práticas de ração diferenciada para galos reprodutores e as razões pelas quais isso não é praticado está relacionado com a falta de informação sobre o tema, dificuldades no manejo alimentar, incertezas de funcionalidade da ração, além da dificuldade e possibilidade de erro no processo de formulação da mesma.
Assim como na dieta dos galos, as galinhas também merecem atenção especial, pois uma alimentação balanceada contribui e muito com a produção de ovos de boa qualidade para a incubação.
Sabe-se que uma dieta com 16% de proteína e 2.800 kcal e as vitaminas e minerais nos níveis corretos mantém a ave em perfeitas condições nutricionais para uma boa manutenção do seu desenvolvimento físico.
A base de um projeto de criação de galinhas caipiras é exatamente o plantel de reprodução e o produtor deve aplicar todas as técnicas de manejo para manter e maximizar a produtividade e o bem estar das aves.
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