20 de fev. de 2020

Criação de Capivara



A capivara é o maior roedor do mundo, alcançando em média, 1 metro de comprimento por 65 centímetros de altura e pesando de 50 a 65 quilos. É encontrada sempre habitando as margens dos rios, brejos e lagoas, preferindo proximidade de matas e cerrados (SANTOS, 1956). 
Figura 6: Ilustração de Capivara (Hidrochoerus hidrochoeris). 
Como não possui glândulas sudoríparas bem desenvolvidas e as presentes encontram-se muito esparsas, necessita de água ou de abrigo sombrio para a regulação da temperatura corporal, além da cópula, que geralmente também ocorre dentro d’água. (ALHO, 1986). Como a maior exigência é de água, usada em banhos constantes, é preciso que antes de começar a criação sejam construídos tanques ou aguadas. 
A capivara é um herbívoro por excelência, que se alimenta de capins em geral, embora aceite raízes, milho, mandioca, cana-de-açúcar, bananas verdes, talos de bananeira, entre outros. Elas utilizam melhor a forragem e os concentrados de coelhos e ovinos, pois possuem grande capacidade digestiva. O estômago digere 10% dos alimentos, o intestino delgado 3%, o ceco 74% e o intestino grosso 13% (ROCHA, 1997). Quando criadas somente com capim-elefante (Pennisetum purpureum) apresentam ganho de peso de 38 a 41 gramas por dia, enquanto animais alimentados com pasto mais ração concentrada, apresentam ganho de peso de 89 a 127 gramas por dia (NEGRET, 1994). 
As capivaras constituem interesse tradicional de caça no Brasil. Na Amazônia, onde habitam as várzeas e os vales de rios e igarapés, são caçadas pelo homem ribeirinho acostumado a comer basicamente peixe, quando sua carne representa uma preciosidade. No Nordeste e nos vales de rios do Brasil central, as capivaras são raras, bem como no sul, onde os gaúchos apreciam sua carne. No Pantanal são encontradas capivaras em boas condições ecológicas em seus habitats naturais (DEUSTCH, 1988). 
Atualmente existem criadouros em sistema intensivo, semi-intensivo e extensivo (ROCHA, 1997). No sistema intensivo os animais são mantidos em áreas delimitadas por cerca, onde grande parte da alimentação é fornecida no cocho. No sistema semi-intensivo os animais são mantidos em áreas cercadas relativamente grandes e parte da alimentação é fornecida através de pastagens e outra é fornecida no cocho, principalmente nas épocas de escassez de pastagens. No sistema extensivo não há cercas em torno da área de criação, os animais são condicionados na área de criação através de cevas alimentares. Fatores de resistência do meio, tais como competição, predação e restrição alimentar são parcialmente controlados. Dessa forma há um ótimo nível de produção de animais. 
A quantidade de animais do criatório é relativa a diversos fatores de infra-estrutura, manejo e alimentação. 1 hectare (10.000 metros quadrados) cercado, pode abrigar cerca de 3 reprodutores, 12 matrizes e uma prole para terminação (entre filhotes e animais jovens) de cerca de 30 animais, ou seja, 45 animais ao todo (ROCHA, 1997). 

Figura 7: Capivaras (Hidrochoerus hidrochoeris). 



Esses índices propostos por Neto (1997) são de um criatório completamente estabilizado, isso é, onde os animais já estão aclimatados e condicionados ao manejo e principalmente onde os grupos familiares estão formados e estáveis. Em criadouros recém instalados, os índices zootécnicos ainda não estão dentro dos níveis ótimos obtidos em criadouros com pelo menos três anos. Isso é devido à delimitação do espaço por cercas e a pressão entre as famílias, contudo, depois dos primeiros anos os animais mais problemáticos são extraídos, as famílias se estabilizam e a produtividade aumenta. 





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