O manejo da produção compreende todo o processo reprodutivo e produtivo do sistema, devendo ser conduzido com toda a atenção, pois dele depende o atingimento de melhores índices produtivos e o retorno econômico da atividade.
Machos
- Não permitir contato direto ou indireto do macho com as leitoas antes de completar 5 meses de idade;
- Fornecer aos machos de 2 a 2,5 kg de ração de crescimento por dia, dependendo do seu estado corporal, até iniciarem a vida reprodutiva.
- Passar por um período de adaptação de no mínimo 4 semanas antes de realizar a primeira cobrição;
- Iniciar o treinamento do macho em coberturas aos 7 meses, levando-o várias vezes à baia de cobrição antes de fazer a primeira cobertura;
- Utilizar uma fêmea que esteja com perfeito reflexo de imobilidade para fazer a primeira cobertura, observando uma igualdade no tamanho do macho e a fêmea;
- Realizar a cobertura na baia de cobrição, com piso não escorregadio. Recomenda-se o uso de maravalha sobre o piso;
- Antes da cobertura, realize a limpeza e esgotamento do prepúcio (após secar com papel limpo), bem como, observe se não existe nenhuma alteração no cachaço (orquite, sinal de infecção, etc.);
- Supervisionar a monta. Retire a fêmea se a mesma for agressiva. Se o macho montar incorretamente, gentilmente coloque-o na posição correta;
- Realizar no máximo 2 montas por semana (1 fêmea coberta) entre 7 e 9 meses de idade, no máximo 4 montas por semana (2 fêmeas cobertas ) entre 10 e 12 meses de idade e até 6 montas por semana com idade acima de 1 ano;
- Conduzir com calma os machos e as fêmeas para a baia de cobrição, usando tábua de manejo e nenhum tipo de mau trato;
- Fazer as cobrições sempre após o arraçoamento dos animais e nas horas mais frescas do dia, início e fim da jornada de trabalho;
- Fornecer diariamente aos machos, após iniciarem a vida reprodutiva, ração de gestação de acordo com seu peso (Tabela 12);
Tabela 12. Arraçoamento de cachaços adultos.
Arraçoamento diário |
Peso vivo dos cachaços (kg)
| |||
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120 a 150
|
150 a 200
|
200 a 250
|
250 a 300
| |
Quantidade fornecida (kg) | 2,1 | 2,4 | 2,8 | 3,0 |
Procedimentos para a detecção do cio
É importante o estabelecer um procedimento padrão para a atividade de diagnóstico de cio, obedecendo uma rotina diária. O contato físico direto pela introdução do macho na baia das fêmeas, pelo menos durante 10 minutos a cada dia garante a melhor estimulação para detectar o estro e é útil para checar porcas que não exibem o reflexo de tolerância. Para fêmeas alojadas em gaiolas, a utilização de um cachaço em combinação com o teste da pressão lombar é o método mais acurado de identificação de fêmeas em estro. Idealmente o diagnóstico de cio deve ser realizado duas vezes ao dia com intervalo ótimo de 12 horas.
- Levar a fêmea na presença do macho (baia) ou colocá-la frente a frente com o cachaço (em gaiolas);
- Utilizar um cachaço com idade acima de 10 meses. Também é aconselhável a prática do rodízio de cachaços para e detecção de cio;
- Iniciar a tarefa de detecção de cio cerca de uma hora após a alimentação. Se ao invés de baias, a granja alojar as fêmeas em gaiolas individuais, um intenso contato "cabeça com cabeça" passando o macho pelo corredor obterá bons resultados.
- Realizar o teste de pressão lombar imediatamente após mostrar o cachaço para a porca.
- Gentilmente massagear o flanco e pressionar (com as mãos ou cavalgando) as costas da fêmea. A fêmea em cio para rigidamente, treme as orelhas e mostra interesse pelo macho;
- Evitar movimentos rudes ou bruscos. O teste é menos efetivo se a fêmea tiver medo do tratador;
- Procurar alongar a exposição do cachaço quando estiver checando cio em leitoas, uma vez que as mesmas tendem a ser mais nervosas e inquietas. Caso o cio estiver sendo checado em uma baia, não utilizar um cachaço muito agressivo;
- Após detectar o cio deve-se respeitar um período mínimo para realizar a monta natural ou inseminar. O reflexo de imobilidade normalmente é apresentado em períodos de 8-12 minutos, seguido por períodos refratários de uma hora ou mais, devido a fadiga provocada pelas contrações musculares.
Pré-Cobrição em Leitoas
- A maturidade sexual das leitoas ocorre entre 5,5 a 6,5 meses de idade, com algumas variações em função da genética, da nutrição, do manejo e do ambiente onde estão alojadas. Considerando que as leitoas, geralmente, chegam na propriedade, em média, com 160 dias de idade e manifestam o primeiro cio dentro de 10 dias, recomenda-se iniciar o diagnóstico do cio, uma vez ao dia, a partir do segundo dia da chegada das leitoas;
- Evitar que as fêmeas se acostumem com a exposição ao macho por excesso de contato, isto dificulta a estimulação da puberdade e a detecção do cio. Alojar os cachaços de forma que as fêmeas desmamadas e leitoas em idade de cobrição possam vê-los e sentirem seu cheiro. Períodos de exposição direta de 10 a 20 minutos pelo menos uma vez são ao dia, são suficientes;
- Para iniciar o estímulo da puberdade deve-se utilizar um cachaço com bom apetite sexual, acima de 10 meses de idade, dócil e não muito pesado. Fazer o rodízio de cachaços para o estimulo e detecção de cio;
- Abrir uma ficha de anotações e controle de cio para cada lote de fêmeas;
- Se a leitoa entrar em cio e não apresentar idade ou peso para cobrir, mantenha o registro para utilização desta leitoa dentro de 21 dias;
- Fornecer diariamente às leitoas 2,5 kg de ração de crescimento até duas semanas antes da cobrição. A ração diária deve ser em duas refeições, pela manhã e à tarde;
- Duas semanas antes da data provável de cobrição fornecer às leitoas ração de lactação à vontade;
- Realizar a 1ª cobrição no 2° ou 3º cio, com idade mínima de 7 meses e 130 kg de peso;
- As leitoas que não demonstrarem o 1º cio até 45 dias após o início do manejo para indução da puberdade devem ser descartadas.
Pré-Cobrição em Porcas
- Período ótimo de duração da lactação é de 21-23 dias permitindo uma perfeita involução uterina e um desgaste não excessivo no aleitamento. Em regra geral as porcas retornam ao cio 4 ou 5 dias após o desmame e se não ficarem cobertas voltarão a repetir o cio aos 21 dias.
- Agrupar as porcas desmamadas em lotes de 5 a 10 animais, em baias de pré cobrição, localizadas próximas às dos machos;
- Agrupar as porcas por tamanho, seguido de banho com água e creolina para reduzir o estresse e as agressões. Manter um espaço ideal de 3 m2 por porca;
- Fornecer ração de lactação às porcas, à vontade ou pelo menos 3 kg/dia, do desmame até a cobrição;
- Estimular e observar o cio das porcas no mínimo duas vezes ao dia, com intervalo mínimo de 8 horas, colocando-as em contato direto com o macho a partir do segundo dia após o desmame.
Cobrição
Observando-se a detecção de cio com o auxílio do cachaço, duas vezes ao dia, a prática de monta natural com duas cobrições é recomendada dentro das seguintes condições:
- Porcas com intervalo desmama-cio com 5 ou mais dias e Leitoas:Realizar a primeira cobrição no momento em que a porca ou leitoa inicia a aceitação do cachaço. A segunda cobrição deverá ser no máximo 24 horas após.
- Porcas com intervalo desmama-cio até 4 dias:Realizar a primeira cobrição 12 horas após ter demonstrado imobilidade ao cachaço. A segunda cobrição deverá ser feita 24 horas após a primeira.
Protocolo para Inseminação Artificial
Quando as fêmeas são inseminadas deve-se observar o momento da inseminação segundo o estabelecido no Quadro 7.
Quadro 7. Protocolo de inseminação artificial.
IDC* | Detecção Cio | 1º DIA | 2º DIA | 3º DIA |
Porcas com IDC até 4 dias | Manhã | Cio | 3ª IA | |
Tarde | 1ª IA | 2ª IA | ||
Porcas com IDC de 5 a 6 dias | Manhã | Cio | ||
Tarde | 1ª IA | 2ª IA | ||
Leitoas | Manhã | Cio | 2ª IA | |
Tarde | 1ª IA | |||
* Intervalo desmama-cio Obs: Realizar a 3a IA se a porca aceitar. |
Gestação
- Preferencialmente alojar as porcas e leitoas em boxes nos primeiros 30 dias de gestação. Os deslocamentos são claramente desaconselhados entre o dia 7 e o dia 18 de gestação. O ambiente deve ser calmo. Evitar o estresse;
- Manter as instalações em boas condições de higiene e limpeza. Quando alojadas em baias coletivas a área para leitoas deve ser de 2,0 m2 e porcas de 3,0 m2;
- Tanto as porcas do início da gestação (até 4 ou 5 semanas pós cobertura) como aquelas do final da gestação (1-2 semanas pré-parto) necessitam especial atenção quanto a temperatura ambiental. Temperaturas elevadas causam efeitos negativos com perdas embrionárias mais evidentes, especialmente entre os dias 8-16 pós-cobrição;
- Após a cobrição até cinco dias de gestação fornecer às fêmeas de 1,8 à 2,0 Kg de ração por dia;
- Entre o dia seis e o dia 56 alimentar as porcas em função do seu estado ao desmame (Referência n° 22);
- Entre os dias 56 e 85 de gestação, fazer ajuste na quantidade de ração (2,0 a 2,5 kg/dia/porca) de forma que a porca esteja em uma boa condição corporal;
- Dos 86 dias de gestação até transferência para a maternidade deve ser fornecido até 3,0 Kg diários de ração;
- A ração deve ser fornecida em duas refeições, pela manhã e à tarde. A oferta de água deve ser à vontade, de boa qualidade e com temperatura inferior a 20°C (consumo diário de 18 à 20 litros).
- Do dia 18 à 24 passar o cachaço em frente às porcas pela manhã e pela tarde, após os horários de arraçoamento para verificar retornos de cio;
- Fazer diagnóstico de gestação entre 30 - 50 dias com a utilização de ultra-som;
- Fazer diagnóstico de gestação visual após 90 dias;
- Aplicar as vacinas previstas para a fase de gestação e para a segunda semana pós-parto;
- Movimentar as fêmeas no mínimo quatro vezes por dia (duas por ocasião da alimentação) para estimular o consumo de água e a micção. Supervisionar e anotar os corrimentos vulvares durante este período;
- Identificar os animais com problema, anotar os sinais de inquietação e controlar a temperatura corporal, tratando com antitérmicos se for superior a 39,8°C. Observar e registrar os abortos e retornos tardios;
- Fornecer alimentação mais fibrosa na última semana de gestação. Lavar as fêmeas antes de irem para a maternidade.
Tabela 13. Valores críticos e metas na fase de cobrição e gestação.
Indicador | Valor Crítico(1) | Meta | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de partos (%) | <80 b="">80> | >86 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de retorno ao cio (%) | >13 | <10 br="">10> | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Intervalo médio desmame cio (dias) | >10 | <7 br="">7> | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de reposição anual de matrizes - 1° ano (%) | <12 br="">12> | 15 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de reposição anual de matrizes - 2° ano (%) | <20 b="">20> | 25 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de reposição anual de matrizes - 3° ano (%) | <30 br="">30> | 40 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Taxa de reposição anual de machos (%) | <50 br="">50> | >80 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Relação fêmeas por macho | 18:1 | 20:1 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
(1) Indica necessidade de identificar as causas e adotar medidas corretivas.Maternidade
Características ideais da Maternidade
Cuidados com os leitões ao nascer
Antes de iniciar o trabalho de parto é necessário ter a disposição os seguintes equipamentos, materiais e medicamentos:
Na medida em que os leitões forem nascendo, adotar os seguintes procedimentos:
Medidas para evitar perdas na maternidade
Prevenção da agalaxia
Castração dos leitões
Os leitões devem ser castrados antes de completar os 12 dias de idade, seguindo os passos abaixo:
a) Um auxiliar segura o leitão na tábua de castração ou o leitão é imobilizado usando equipamento apropriado; b) Desinfetar a região do escroto com pano embebido no desinfetante: c) Realizar a castração fazendo um ou dois cortes sobre os testículos e retira-los por tração; d) Desinfetar novamente o local da incisão e liberar o leitão. a) Uma pessoa deve segurar o leitão pelas pernas traseiras com a barriga voltada para o castrador; b) Desinfetar a região inguinal e fazer um corte de mais ou menos 2 cm entre o último par de tetas. Em machos a incisão deve ser feita um pouco afastada da linha média para não atingir o pênis. c) Introduzir o dedo minguinho no corte, forçar para liberar o testículo e tracioná-lo envolto na capa; d) Tracionar bem o testículo, verificar se o intestino desceu e dar 2 voltas; e) Amarrar com barbante desinfetado; f) Cortar o testículo, desinfetar o local e liberar o leitão. Tabela 14. Valores críticos e metas na fase de maternidade.
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