1 de out. de 2019

MANEJO REPRODUTIVO DE REBANHOS LEITEIROS”



Reprodução
   Para ter uma rentabilidade na atividade leiteira, uma alta eficiência reprodutiva deve ser a principal meta dos produtores para atingir  produtividade e retorno econômico.
   Para que se alcance estes parâmetros, é necessário que se faça uma criação adequada das bezerras porque, estas bezerras é que vão ser as futuras reprodutoras do rebanho. Animais que tem pouco desenvolvimento seja por alimentação inadequada ou problemas sanitários não tem condições de expressar todo o seu potencial ao longo da vida produtiva.
   Este objetivo primário visa a idade ao primeiro parto que deve ser o mais jovem possível dentro do manejo daquele rebanho. Neste processo está incluído a meta econômica da criação. Uma análise do custo econômico desta criação tem que ser considerada pois não adianta querer um desenvolvimento muito rápido do animal se este custo ficar tão elevado que não seja compensador para o futuro produtivo do animal. Normalmente, a idade ao primeiro parto deve ser entre os 24  e  30 meses.
   Os animais gestantes também requerem cuidados especiais. Quando as vacas estão no terço final de gestação é quando o feto tem seu maior desenvolvimento e isto exige mais da mãe. Este animal deve permanecer num ambiente tranqüilo com alimentos e água de boa qualidade.
A pecuária leiteira brasileira convive há quase um século com baixa produtividade, mantendo-se quase estagnada por todo esse período. Esse fato faz com que o retorno econômico esteja muito aquém do potencial da atividade. A produção de leite no Brasil elevou-se de 5 bilhões de litros/ano em 1960 para cerca de 23 bilhões de litros em 2000.
Esse acréscimo de 18 bilhões de litros em 40 anos ocorreu nos primeiros 30 anos mais pelo aumento do número de vacas ordenhadas, enquanto nos últimos 10 anos observou-se uma melhoria significante na produtividade. Na verdade, a atividade vem se caracterizando pelo conservadorismo e extrativismo marcantes.
A baixa produtividade dos rebanhos bovinos leiteiros no Brasil (litros de leite por vaca/ano, por ha/ano e por dia de intervalo de partos) deve-se essencialmente a dois fatores:
a) mau desempenho reprodutivo, representado pela idade avançada ao primeiro parto e longo intervalo de partos;
b) qualidade genética inferior dos animais, resultando em baixa produção por lactação, lactações curtas e baixa persistência na produção.
Para que a produção de leite seja mais econômica e competitiva, o único caminho é o aumento da produtividade sem perder de vista a lucratividade. Isso exige uma reformulação de conceitos ultrapassados e um novo enfoque na assistência técnica, que deve direcionar seus esforços mais para programas de fomento e preventivos, modificando o enfoque ainda predominante mais voltado para o aspecto curativo. É necessário que o trabalho de assistência efetuado em cada propriedade, ou pelo menos naquelas com condições, englobe as funções referentes a Planejamento, Organização, Execução e Controle (zootécnico e econômico), fatores primordiais para o sucesso do empreendimento.
Afinal, quantos (%) dos produtores anotam o dia em que a vaca pariu, sem o que é impossível calcular o intervalo de partos? Qual o percentual de produtores que faz controle leiteiro do rebanho, pelo menos uma vez por mês, sabendo-se que essa atividade é imprescindível para qualquer programa de melhoramento genético?
A grande maioria dos produtores desconhece a importância e a maneira de se efetuar um efetivo controle sanitário, bem como várias técnicas de manejo e de cuidados com a alimentação, disponíveis e indispensáveis à melhoria da eficiência na atividade leiteira. Cabe aos técnicos a grande responsabilidade de reverter a situação atual, levando ao conhecimento dos produtores modernas técnicas ou informações capazes de melhorar os índices zootécnicos do rebanho. Após cientes das novas tecnologias, mas impossibilitados ou não dispostos a adotá-las, a manutenção dos baixas índices zootécnicos já passaria a ser responsabilidade dos próprios produtores.
Novas pesquisas sempre serão necessárias, mas é importante se enfatizar que já existem inúmeras informações ou tecnologias gerados pelos resultados de pesquisas disponíveis para aplicação imediata pelos produtores, capazes de reduzir seus custos de produção de leite, desde que corretamente utilizadas. A avaliação zootécnica dos resultados de pesquisas sempre deveria ser acompanhada de uma rigorosa análise econômica, de maneira que o produtor pudesse ter uma certa garantia de retorno do capital investido, evitando-se assim uma ocorrência que vem se tornando comum da adoção e posterior abandono de determinadas tecnologias, em razão da não obtenção dos resultados econômicos esperados. Também as freqüentes oscilações no preço do leite têm contribuídopara o desestímulo ao uso de muitas tecnologias.





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