Manejo Reprodutivo
Consiste em uma série de práticas que visam melhorar a eficiência do plantel, mediante cuidados com as aves (matrizes e reprodutores) e com os ovos. Algumas recomendações relacionadas à seleção e ao acondicionamento dos ovos devem ser feitas aos criadores, a fim de orientar e gerar subsídios para a implementação dessa atividade de forma mais eficiente.
À medida que ocorre a postura dos ovos, os mesmos devem ser recolhidos, limpos com pano úmido e receber a inscrição do dia da postura. Em seguida, são selecionados de acordo com o tamanho e qualidade da casca. Os de tamanho médio devem ser destinados à incubação e os de tamanho grande e pequeno, ao consumo e/ou comercialização. Recomenda-se o seu acondicionamento em temperatura ambiente por no máximo sete dias, desde que estejam em local arejado. Já em geladeiras, podem ser acondicionados por um período de até trinta dias. A posição de acondicionamento dos ovos deve ser alterada constantemente, para que não ocorra aderência da gema à casca.
Tanto na incubação natural como artificial, os critérios de seleção e acondicionamento dos ovos são muito importantes. O procedimento de analisar os ovos durante a incubação (ovoscopia) possibilita, após os primeiros dez dias de incubação, o recolhimento dos ovos não galados. A ovoscopia consiste em observar o interior do ovo através de uma fonte de luz em ambiente escuro. Neste procedimento, percebe-se defeitos da casca (rachaduras e despigmentação), duplicidade de gema e presença de elementos estranhos. No caso da incubação, observa-se o desenvolvimento do embrião.
Expectativa de Produção e Forma de Abate de Aves
Para a estabilidade do plantel de um módulo de criação de galinhas caipiras deve ser levada em conta a mortalidade máxima aceitável de 10%, ficando o plantel assim configurado:
- 01 reprodutor com 6 a 24 meses de idade.
- 12 matrizes com 6 a 24 meses de idade.
- 63 a 97 pintos em fase de cria (1 a 30 dias de idade).
- 60 a 92 pintos em fase de recria (31 a 60 dias de idade).
- 112 a 174 frangos em fase de terminação (61 a 120 dias).
A variação no número de animais nas fases de cria, recria e terminação decorre do tipo de sistema de produção adotado, que pode ser com incubação natural ou artificial (chocadeira).
Na unidade modelo da Comunidade Boi Manso, o módulo de criação conduzido no sistema de incubação natural apresentou, no período de janeiro a julho de 2002, resultados bastante satisfatórios (Tabela 15).
Tabela 15. Evolução do plantel de aves no sistema alternativo de criação de galinhas caipiras, no período de janeiro a julho de 2002, na Comunidade Boi Manso, Regeneração, PI.
O monitoramento da evolução do plantel de aves é uma ferramenta extremamente importante para se ter o controle dos fatores que podem comprometer o sucesso da atividade. Por meio das informações coletadas e analisadas periodicamente, o criador pode gerenciar de forma mais eficiente a sua criação, visto que, encontra meios para detectar possíveis falhas ou problemas que podem ocorrer ao longo das diferentes etapas da criação.
Dessa forma, a fim de facilitar a coleta de informações referentes a entradas e saídas de animais do plantel (nascimento, compra, morte, venda e consumo), bem como, aos dados de postura e incubação, podem ser utilizadas fichas de acompanhamento simples, conforme modelos:
Ficha 1. Modelo de ficha para controle mensal do plantel de galinhas caipiras.
Categoria
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Estoque
inicial
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Entrada
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Saída
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Estoque
final
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Nascidos
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Compra
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Morte
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Consumo
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Venda
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Reprodutores | |||||||
Matrizes | |||||||
Pintos 1–30 | |||||||
Pintos 31–60 | |||||||
Frangos 61-150 | |||||||
Total geral |
Ficha 2. Modelo de ficha para controle mensal de postura de galinha caipira.
CONTROLE DE POSTURA – MÊS____________/___________
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Nome: ____________________________________________ Comunidade: ______________________________________ Município:__________________________________________ | |||||
Dia
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Postos
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Consumidos
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Vendidos
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Perdidos
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Incubados
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01
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02
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03
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04
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05
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06
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07
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08
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09
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10
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11
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12
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13
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14
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15
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16
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17
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18
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19
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20
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21
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22
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23
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24
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25
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26
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27
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28
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29
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30
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31
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TOTAL
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Ficha 3. Modelo de ficha para controle mensal de incubação de galinha caipira.
CONTROLE DE INCUBAÇÃO – MÊS_____________/___________
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Nome: ____________________________________________ Comunidade: ______________________________________ Município:__________________________________________ | ||||||||||
Incubação
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Ovoscopia
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Eclosão
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Ovos
cheios
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Ovos
secos
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Dia
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Mês
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Ovos
|
Dia
|
Mês
|
Ovos
|
Dia
|
Mês
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Pintos
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01
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02
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03
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04
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05
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06
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07
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08
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09
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10
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11
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12
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13
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14
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15
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16
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17
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18
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19
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20
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21
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22
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23
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24
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25
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26
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27
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28
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29
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30
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31
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TOTAL
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As aves prontas para o abate e destinadas à comercialização são, em sua maioria, entregues vivas em restaurantes locais ou repassadas a terceiros (intermediários ou consumidores finais). Mesmo assim, o abate é uma prática comum realizada pelos agricultores, quando as aves se destinam ao consumo doméstico. Nesse caso, devem ser observados os aspectos higiênicos adequados e os procedimentos necessários para a obtenção de carne de boa qualidade, principalmente com relação ao sabor, cor e textura. O abate em maior escala requer uma observação mais criteriosa, que atenda aos requisitos da vigilância sanitária, inclusive com relação à manipulação dos resíduos que atraem outros animais, como moscas, roedores e alguns carnívoros, além de provocarem mau cheiro e de contaminarem o ambiente.
No período que antecede ao abate, recomenda-se deixar as aves em repouso, suspendendo, seis horas antes, o fornecimento de alimentos sólidos a fim de evitar o rompimento dos intestinos e a contaminação da carcaça. Deve-se também levar em consideração a disponibilidade de água, a limpeza do local e dos instrumentos que serão utilizados na escaldagem, depenação e corte das aves, bem como, o uso de utensílios adequados para recepção de sangue, vísceras, penas e rejeitos.
A fim de reduzir o sofrimento e a dor da ave durante a sangria, recomenda-se realizar a dessensibilização, que pode ser obtida pelo desnucamento ou pela perfuração da base da nuca. Nesse processo é importante a contenção adequada da ave, para que não ocorram fraturas ou mesmo contusões que comprometam a qualidade da carcaça, além de facilitar a sangria. A sangria completa melhora a tonalidade da carne e possibilita a sua melhor conservação.
Para a depenação das aves, recomenda-se que a água esteja a uma temperatura de 65ºC, na qual a ave deve ser imersa por aproximadamente cinco minutos. Esta operação permite a retirada total das penas e pele das pernas e pés, sem causar danos à carcaça.
Após a depenação, a carcaça deverá ser lavada em água corrente, quando estará pronta para ser cortada e ter suas vísceras retiradas. O primeiro corte deve ser feito no final do pescoço, possibilitando a extração do papo e esôfago. Um outro corte na região da cloaca, permite a retirada das vísceras (moela, fígado, intestinos e outros). Cuidados especiais são necessários para manter a integridade de órgãos que contenham alimentos e fezes. Após essa operação, realiza-se uma nova lavagem da carcaça, tanto externa como internamente em água corrente, deixando-a escorrer por 15 minutos.
Para acondicionamento e armazenagem das carcaças, recomenda-se a utilização de sacos plásticos que permitam acomodá-las com suas respectivas vísceras. Para armazenar o produto por períodos inferiores a 48 horas pode-se refrigerar a carne a uma temperatura de 2 a 8ºC. Para períodos maiores, por sua vez, há a necessidade de se manter os refrigeradores a temperaturas de 10ºC, não devendo ficar armazenado por um período superior a 90 dias.
Em termos de comercialização de produtos oriundos da atividade agrícola familiar, é muito importante que os agricultores estejam organizados em associações comunitárias. Tal fato não só permite a redução dos custos operacionais com mão-de-obra e transporte, como também, a manutenção de uma oferta regular, escalonada e competitiva dos produtos. Além disso, a adoção de todos os cuidados recomendados tanto na criação, como no abate das aves, permite que o produto final atenda às exigências do consumidor facilitando a obtenção de marcas comerciais que possibilitem a sua venda em outros locais.
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