6. Alimentação
6.1 Como deve ser alimentada a colméia?
Por estranho que pareça, este é um dos assuntos mais polêmicos da apicultura nacional. Há dúzias de fórmulas, das mais simples às mais sofisticadas, cada uma defendida com unhas e dentes por seus simpatizantes. Também há diversas formas de fornecer o alimento e, de novo, há defensores fervorosos de um ou outro modelo. As próximas questões esclarecem alguns pontos básicos da alimentação artificial, como tipos, fórmulas e modos de fornecimento.
6.2 O que é alimentação artificial?
Alimentação artificial é o fornecimento de substâncias nutritivas para as abelhas. A alimentação pode ser de subsistência, quando não houver provisões suficientes na colméia para garantir a sua manutenção, ou estimulante, para induzir o crescimento da colméia antes de uma florada. Além disso, a alimentação artificial pode ser protéica (para substituir o pólen) ou energética (para substituir o mel).
6.3 Quando deve ser fornecida a alimentação de subsistência?
Quando não houver reservas suficientes até a próxima florada. Ela normalmente não é necessária quando o apicultor deixa uma boa quantidade de mel para as abelhas, mas isso nem sempre é feito, já que, economicamente, o mel vale muito mais que o açúcar. Além disso, há méis de cristalização rápida que não podem ser deixados na colméia, especialmente em climas frios, sob pena de as abelhas não conseguirem consumi-lo mais tarde.
Após a colheita, o início de uma entressafra longa (mais de dois meses) é um bom momento para fornecer a alimentação de subsistência. Uma possibilidade interessante é adiar um pouco o fornecimento, até que o enxame se reduza naturalmente, inclusive com a expulsão dos zangões. Nesse momento o xarope pode ser fornecido em quantidade grande o suficiente para toda a entressafra. Ou, ao contrário, essa alimentação pode ser fornecida aos poucos, de acordo com a percepção do apicultor.
O fornecimento de uma só vez reduz o trabalho, mas aumenta o risco de perda de alimento por deterioração, caso as abelhas não o aceitem ou demorem muito a recolhê-lo. Enxames pequenos, especialmente, têm dificuldade em esvaziar os alimentadores grandes.
6.4 Como é a alimentação energética de subsistência?
O xarope (substituto do mel) deve ser mais concentrado do que na alimentação estimulante, para que as abelhas não precisem gastar muita energia na sua desidratação.
Como xarope, alguns recomendam uma mistura de açúcar refinado comum em água, num proporção alta, como 2:1 (em peso), por exemplo. Isso significa 2 kg de açúcar em 1 l de água, ou um xarope com concentração de açúcar de 67%. Aquecer a água facilita bastante a mistura.
Outra proporção interessante é 1,5:1 (açúcar:água). Ela pode ser obtida enchendo-se um recipiente até a metade com água e completando-se com açúcar. Produz um xarope com concentração de 60% de açúcar.
Outros recomendam o uso de açúcar invertido. Outros ainda, especialmente quem produz mel orgânico, recomendam apenas o fornecimento de mel.
6.5 A alimentação de subsistência não pode ser sólida?
Alguns apicultores fornecem açúcar puro ou cândi às abelhas. Não é a melhor opção, pois exige que elas dissolvam o alimento antes de consumi-lo (num período frio isso pode ser muito difícil). Além disso, o açúcar puro muitas vezes é rejeitado por elas.
Uma alimentação pastosa, mista, energético-protéica, é uma alternativa possível.
6.6 O que é cândi?
É uma mistura de açúcar com mel. Para prepará-lo, peque uma porção de açúcar confeiteiro e vá acrescentando mel e amassando até formar uma massa flexível, que seja o mais seca possível, sem se esfarelar. É um tipo alimento muito usado em transporte e introdução de rainhas.
6.7 Quando deve ser fornecida a alimentação estimulante?
Cerca de sessenta dias antes de uma florada intensa.
Uma consideração importante sobre a alimentação estimulante é que ela deve simular um fluxo de néctar na colméia e, portanto, deve ser fornecida freqüentemente. Nesse aspecto, as recomendações mais comuns para alimentadores rápidos vão de três a sete vezes por semana. Para alimentadores lentos, o fornecimento semanal ou ainda mais espaçado pode ser suficiente.
6.8 Quanto deve ser fornecido de alimentação estimulante?
Depende do tamanho do enxame. Cerca de 800 ml em dias alternados já dão uma resposta boa, mas o melhor é observar a acumulação do xarope, permitindo-a, mas não em excesso. Se essa acumulação for muito grande, vários quadros do ninho ficarão cheios de xarope, e a rainha não poderá fazer a postura. Essa é uma situação chamada de bloqueio do ninho, e leva a colméia, quase certamente, à enxameação.
Uma alternativa provavelmente melhor é alimentar as abelhas liberalmente, removendo os favos repletos de xarope sempre que necessário. Com isso, o espaço para a rainha estará garantido, ao mesmo tempo em o estímulo é máximo.
6.9 Como evitar o bloqueio do ninho?
Os quadros cheios de xarope devem ser removidos e substituídos por outros com favos vazios (em bom estado) ou lâminas de cera alveolada. Os favos com xarope podem ser distribuídos às colméias fracas, ou centrifugados, para que o seu conteúdo possa ser devolvido à colméia sob forma de mais alimento estimulante.
Uma alternativa possível, mas bem menos interessante, é deixar os favos por um dia a cerca de 100-200 metros do apiário, para que o xarope neles estocado volte a simular néctar para todas as colméias. Nesse caso, não apenas as suas colméias, mas todas as da região serão beneficiadas.
6.10 Como é a alimentação estimulante?
O xarope deve ser menos concentrado do que na alimentação de subsistência, para simular o néctar, que possui, em média, uns 30-35% de açúcar.
Para obter um xarope com aproximadamente 35% de açúcar, faça uma mistura na proporção de 4:7,5, por exemplo, 4 kg de açúcar em 7,5 l de água. Isso dá 11,5 kg de xarope, que ocupam uns 10 litros. Como a mistura é pouco saturada, ela pode ser feita facilmente com água fria e um pouco de agitação.
Da mesma forma que na alimentação de subsistência, há quem recomende o uso de açúcar invertido ou mel, mais diluídos.
6.11 Como calcular as proporções de açúcar e água?
A densidade do açúcar é 1,59, o que significa que cada quilograma contribui com 0,63 litros num xarope. Com este dado, você pode calcular qualquer proporção, mas eu vou facilitar-lhe a vida.
Para produzir cerca de 10 litros de xarope (200 ml a mais ou a menos), use a tabela abaixo. Para volumes diferentes, apenas corrija as quantidades dos ingredientes na mesma proporção.
Ingredientes
|
Xarope
| |||||
Água (l)
|
Açúcar (kg)
|
Peso (kg)
|
Volume (l)
|
Açúcar
(%)
|
Equivalente em mel (kg)
|
A evaporar (l)
|
8,5
|
2,5
|
11
|
10,1
|
23
|
3
|
8
|
8
|
3,5
|
11,5
|
10,2
|
30
|
4,3
|
7,2
|
7,5
|
4
|
11,5
|
10
|
35
|
4,9
|
6,6
|
7
|
4,5
|
11,5
|
9,8
|
39
|
5,5
|
6
|
6,5
|
5,5
|
12
|
10
|
46
|
6,7
|
5,3
|
6
|
6
|
12
|
9,8
|
50
|
7,3
|
4,7
|
5,5
|
7
|
12,5
|
9,9
|
56
|
8,5
|
4
|
5
|
8
|
13
|
10
|
62
|
9,8
|
3,2
|
4,5
|
9
|
13,5
|
10,2
|
67
|
11
|
2,5
|
As colunas de ingredientes referem-se às quantidades a serem misturadas. O peso do xarope é apenas ilustrativo, pois os alimentadores têm suas medidas em litros. A coluna "Açúcar (%)" indica a concentração do xarope. O peso equivalente em mel corresponde ao que sobra do xarope após a sua desidratação até o patamar de 18%. A coluna "A evaporar" mostra quanta água deve ser retirada do xarope para que as abelhas possam armazená-lo com 18% de umidade. A tabela foi ajustada para volumes e pesos de ingredientes que fossem múltiplos de 0,5.
6.12 O que é açúcar invertido?
É um açúcar comum, sacarose, quebrado ("invertido") em açúcares mais simples, a frutose e a glicose. Há uma fórmula que se tornou popular no país, após a divulgação de alguns estudos de Sílvio Lengler, da UFSM. Trata-se de uma mistura de 5 kg de açúcar comum, 1,7 l de água e 5 g de ácido tartárico, tudo fervido por 40-50 min em fogo baixo [LEN99]. Eu tenho algumas reservas em relação a essa fórmula. Primeiro, ela consome muito tempo e combustível para ser feita. Segundo, há estudos que atestam que soluções de sacarose são mais atrativas para as abelhas do que as de frutose e glicose. Terceiro, é sabido que determinada concentração de HMF em xaropes, acima de 30 ppm, pode ser prejudicial às abelhas. Não conheço a concentração de HMF no açúcar invertido, mas o processo de obtenção sugere que ele deve estar presente.
Indagado a respeito disto, Lengler afirmou já estar ciente deste perigo e já ter corrigido a sua fórmula para que o tempo de fervura fosse, no máximo, 3 minutos. Segundo um pesquisador austríaco, esse tempo limitaria a formação de HMF a 30 ppm, evitando problemas para as abelhas [LEN03]. Permanece a minha dúvida se, nesse tempo, é possível de fato ocorrer a inversão de uma quantidade significativa de sacarose, ou se o resultado será quase idêntico a uma solução comum de sacarose em água.
Por outro lado, o açúcar invertido é mais resistente à fermentação que a solução se sacarose, e pode ser administrado em volumes maiores sem que se estrague antes de as abelhas poderem colhê-lo.
6.13 O que HMF?
É uma sigla que corresponde a hidroximetilfurfural, uma substância produzida pela desidratação da frutose em meio ácido, numa velocidade que varia diretamente com a temperatura. O mel (e muitos outros produtos comestíveis) possui HMF, e o seu nível elevado é um indicativo de superaquecimento (cada 10ºC a mais aumenta a velocidade de produção de HMF 4,5 vezes), longa estocagem ou falsificação.
6.14 Mel velho pode ser usado na alimentação artificial?
Depende. Se ele for estocado em temperaturas baixas, o nível de HMF deve permanecer baixo; caso contrário, o mel velho pode até matar o enxame. Na dúvida, não o utilize.
6.15 Como resolver o problema de fermentação do xarope?
De duas formas: a primeira, quimicamente, acrescentando um preservativo de alimentos. Por exemplo, sorbato de potássio (1 grama por litro de xarope) ou benzoato de sódio (1,5 gramas por litro de xarope). O açúcar invertido também é menos propenso à fermentação.
A segunda forma é deixando que as próprias abelhas cuidem disso, tal como cuidam do néctar. Para tanto, é preciso fornecer quantidades modestas de xarope de cada vez, em alimentadores individuais rápidos.
6.16 Deve-se acrescentar sal ao xarope?
Na minha opinião, não há porquê. Se o argumento é deixar o xarope mais parecido com o mel no seu conteúdo nutritivo, não é a adição que um único composto mineral que vai fazer alguma diferença. Por outro lado, se a quantidade de sal for grande, o xarope poderá matar o enxame. Por exemplo, uma proporção de apenas 0,125% (ou seja, 14 mg de sal em 10 litros de xarope a 30%) já pode causar disenteria e mortalidade nas abelhas.
6.17 Como o xarope é fornecido?
Há vários tipos de alimentadores, coletivos e individuais. Os coletivos facilitam o fornecimento, mas provocam lutas e até pilhagens entre as colméias, se o alimentador não estiver a uma distância razoável do apiário. Também fornecem alimento a todos os insetos da região, além das suas abelhas. Como se não bastasse, os enxames fortes, que não precisariam de alimentação, serão os que coletarão mais xarope, em detrimento dos menores. Alguns apicultores ainda os usam, e até o recomendam, mas eu não os acho aceitáveis.
Já os alimentadores individuais atendem uma única colméia cada um, e são muito mais eficientes. Eles podem ser externos ou internos.
6.18 Por que os alimentadores coletivos provocam pilhagem?
Quando uma fonte de alimento é encontrada nas proximidades das colméias, especialmente em época de carência, há uma boa probabilidade de as abelhas começarem a pilhar umas às outras. A provável razão disso é que recursos muito próximos da colméia são comunicados através de uma dança circular, que não informa distância e direção [WIN03]. As abelhas que assistem à dança saem depois para fazer uma pesquisa nas imediações da colméia, e pode ocorrer de algumas acharem uma colméia vizinha bem provida antes da fonte de alimento comunicada.
Em pouco tempo, principalmente em apiários com colméias próximas, muitas delas, às vezes todas, tornam-se saqueadas e saqueadoras. Para o apicultor, é uma situação completamente indesejável, pois a morte de muitas abelhas, talvez de algum enxame mais fraco, é certa. No caso do alimentador coletivo, depois de algum tempo, dependendo da resistência nas colméias, ele pode acabar sendo conhecido por todas as campeiras, e a pilhagem acabará.
O mesmo problema ocorre com manejos demorados durante a entressafra e com a devolução de melgueiras após a extração de mel, especialmente quando deixadas ao ar livre.
6.19 Como são os alimentadores individuais externos?
Os alimentadores de alvado são, em geral, menores e mais sujeitos a saque, por ficarem mais expostos, mas são mais fáceis de fornecer às abelhas, pois não exigem a abertura da colméia.
O alimentador Boardman é o mais conhecido, um vidro com tampa furada que se encaixa e pinga sobre uma plataforma de madeira encaixada no alvado. As abelhas da colméia têm acesso privilegiado ao xarope, mas muitos saques ocorrem assim mesmo. Como os furos têm de ser pequenos, para que o xarope não saia mais rapidamente do que as abelhas podem colhê-lo, o Boardman acaba sendo um alimentador lento, que assim favorece ainda mais o saque e a fermentação do xarope. Hoje, existem plataformas que suportam uma garrafa PET de 2 litros.
Um modelo modificado do Boardman tem um desempenho melhor. Ao contrário de pingar sobre uma superfície de madeira, ele tem a saída de xarope mergulhada num cocho raso, como um bebedouro de aves. Isso evita o escorrimento do xarope e acelera o seu consumo pelas abelhas.
Para mim, o melhor modelo de alimentador de alvado é o cocho. A Apivac, Associação de Apicultores do Vale do Carangola (MG), comercializa um desses alimentadores, feito em ABS. Trata-se de um recipiente que fica pendurado à frente do alvado, preso por um suporte metálico facilmente adaptável. Sobre a boca do alimentador, corre uma tampa que forma um túnel de acesso ao alimento. Dentro do cocho, há um flutuador para as abelhas não se afogarem, mas isso não é suficiente: as paredes devem ser lixadas internamente, com lixa grossa, para que elas possam subir sem dificuldade. O cocho admite cerca de 1,5 litro e é esvaziado em poucas horas por um enxame médio. Quando carregado no final da tarde, ele é encontrado vazio pela manhã, evitando quase completamente o saque. A sua recarga é muito rápida, bastando levantar a tampa e despejar o xarope. Mesmo que haja abelhas lá dentro, elas não se afogarão se o flutuador estiver presente e as paredes bem lixadas.
6.20 Como são os alimentadores internos?
Há dois tipos principais. Um é o Doolittle, um cocho estreito, que substitui um quadro da colméia. Não é muito prático porque a sua colocação envolve manipulação do ninho, o que, além de trabalhoso, pode ser prejudicial às abelhas quando a temperatura é muito baixa.
O outro modelo é o de cobertura. É um recipiente de mesmas dimensões que as caixas, apenas mais baixo, e é colocado sobre elas. As abelhas entram no alimentador para remover o xarope por dentro da colméia, o que não dá muita margem a saques. É um alimentador rápido pela sua construção, mas que geralmente aceita volumes grandes de xarope, que pode fermentar se não for quimicamente tratado. Também é um alimentador que, freqüentemente, não chama a atenção das abelhas e pode ser rejeitado. Dependendo da sua construção, também pode provocar grande mortandade por afogamento.
6.21 E os alimentadores de balde?
Estes podem ser internos ou externos. Trata-se de alternativa barata ao alimentador de cobertura, e é feito com um recipiente plástico furado, como um balde de mel de 5 kg. Ele pode ser apoiado numa entretampa furada (veja o item 2.37) e colocado dentro da colméia, protegido por um ninho vazio, ou fora, devidamente imobilizado para não voar com o vento.
Para construí-lo, basta fazer alguns furos na tampa com uma agulha incandescente. Depois, o balde deve ser emborcado sobre os quadros do ninho (apoiado em sarrafos ou na entretampa). Ao emborcar o balde, é possível que o xarope escorra por alguns instantes; por esta razão, é recomendável que ele seja comprimido antes de ser virado (para expulsão de uma parte do ar) ou que seja virado longe da colméia, para não encharcar as abelhas nem provocar saques.
Há variações deste modelo, inclusive usando garrafas PET.
6.22 O "mel" produzido com essa alimentação pode ser consumido?
O que as abelhas produzem com essa alimentação é um produto útil para elas, mas não é mel. Se for produzido higienicamente, sem aditivos tóxicos, ele pode ser consumido pelas pessoas, mas o seu sabor pouco lembrará o de algum mel legítimo. Aliás, esse produto é popularmente chamado de "mel expresso" e é eventualmente usado para incrementar a produção de forma fraudulenta.
6.23 Quando deve ser fornecida a alimentação protéica?
Em relação à alimentação protéica (substituição do pólen), geralmente não se diferencia subsistência de estímulo, exceto em relação à quantidade fornecida. Durante a entressafra, o consumo protéico normalmente é menor, pois poucas ou nenhuma cria está sendo gerada. No entanto, quando o enxame começa a se desenvolver, por estímulo artificial ou natural, a escassez de pólen pode ser um fator limitante, causando um grande atraso no aumento populacional. Se não houver fonte de proteína disponível, nenhum tipo de estimulação à base de xarope funcionará, pois as abelhas jovens não terão como produzir as substâncias nutritivas para alimentar as crias e a rainha.
Uma outra situação em que a alimentação protéica é obrigatória ocorre quando há uma florada de pólen tóxico na região. Um exemplo disso é a floração do barbatimão e do falso-barbatimão (Stryphnodendron spp. e Dimorphandra mollis), comum principalmente na região Sudeste [CIN02]. As flores dessas plantas produzem pólen tóxico, que causa alta mortalidade nas crias da colméia. Nesse caso, o recomendado é que a alimentação protéica inicie pelo menos 15 dias antes da florada, e seja mantida durante todo o seu período.
6.24 Como é a alimentação protéica?
Diversas fórmulas já foram testadas, com misturas em proporções variadas de farinha de soja, de milho e de trigo, levedo de cerveja, pólen, leite em pó. Atualmente, há duas fórmulas populares disponíveis comercialmente: a farinha, da Apivac, e o Pólemel (o acento extravagante é de responsabilidade do fabricante - a Avesul).
Ambos têm boa reputação, embora suspeite-se de que o Pólemel poderia ter a sua fórmula melhorada, se o fabricante suprimisse a lactose da sua composição. Este açúcar, encontrado no leite, é freqüentemente citado na literatura com tóxico para as abelhas. Por outro lado, a farinha da Apivac me parece ser menos atrativa para as abelhas do que o Pólemel.
6.25 Como a alimentação protéica é fornecida?
Em alimentadores internos ou coletivos. Os internos devem ser de cobertura, de forma que o produto fique o mais próximo possível das crias. O Pólemel é fornecido no próprio saco em que é vendido, aberto (uma janela grande, na face superior do saco) e deve ser deixado próximo à área de cria, diretamente sobre os quadros do ninho ou logo abaixo deles. Para deixá-lo sobre os quadros, é preciso colocar sobre o ninho um "extensor", que pode ser um quadro feito com sarrafos de 1 x 2 cm, ou uma entretampa, ou até uma tela excluidora, dependendo do tipo de moldura usado, pois normalmente não há espaço suficiente.
Mas uma maneira muito mais rápida e menos estressante para as abelhas é fornecê-lo pelo alvado. Para isso, deve-se usar o lado alto do fundo reversível, ou aumentar a altura das suas paredes com sarrafos, até que o saco possa ser introduzido pelo alvado. Caso as abelhas depositem própolis nessa entrada, basta removê-la com a ajuda do formão. Outra alternativa é levantar a colméia inteira pelo alvado, usando o formão como alavanca, introduzir o saco de Pólemel, e baixá-la novamente (antes, porém, deve-se usar um pouco de fumaça para afastar as abelhas do fundo da colméia e evitar esmagamentos).
Um detalhe importante é que, se o Pólemel for posto longe dos quadros de cria (num alimentador de cobertura, por exemplo), há uma boa probabilidade de as abelhas rejeitarem-no.
Já a Apivac recomenda o fornecimento da sua farinha num alimentador coletivo, cujo modelo ela explica a quem quiser fazê-lo ou vende a quem preferir comprá-lo pronto.
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